1. Spirit Fanfics >
  2. Dramione. - Ligados por um torneio. >
  3. Olhos fechados.

História Dramione. - Ligados por um torneio. - Olhos fechados.


Escrita por: rxiz

Capítulo 9 - Olhos fechados.


- Hermione –

 

Mais uma vez. Mais uma vez quase beijei Draco Malfoy. E mais uma vez tenho essa estranha e idiota sensação de descontentamento por não tê-lo feito. Não tenho ideia da onde meu juízo foi parar.

Logo eu que costumo ser disciplinada quanto a tudo em minha vida estou nessa situação. Certo, não é nada realmente desesperador, visto que eu não o beijei realmente nenhuma vez. Mas, devido ao torneio tenho convivido com ele a o quê? Dois, três dias? É pouco tempo para eu já ter perdido a conta das vezes em que me vi quase o beijando ou imaginando como seria.

Sim, apenas pensando na situação. Não vou mentir para mim mesma; toda vez que ele se aproxima todo meu juízo se esvai e não se passa nada em minha cabeça, além do quanto eu quero beijá-lo. Não que eu goste dele ou coisa do gênero, não imagine tolices, mas ele desperta isso em mim... Essa curiosidade, digamos assim, de saber como seria beijá-lo realmente. E agora cá estou eu pateticamente fazendo exatamente o que ele havia dito, afinal estou perdendo horas de sono pensando nele. Pensando em tolices.

Por dentro estou me remoendo com tudo isso, imagine como é, de repente sentir vontade de sair por ai beijando alguém que fora um de seus inimigos até pouco tempo atrás, além de ter caçoado de você por anos e ainda o fazer às vezes, como no caso de insinuar que sou brusca como um urso. Pois é, ainda que pareça que eu deixei isso de lado não é exatamente assim.

Talvez a única solução seja eu realmente o beijar. Uma única vez e nunca mais. Poderia matar minha curiosidade e talvez ajudasse a quebrar um pouco minha imagem apenas como uma sabe-tudo. Claro que se esse fato chegasse aos ouvidos do Harry ou do Rony eles certamente ficariam chateados e com razão, afinal com tantos rapazes em Hogwarts eu, absolutamente insana devo acrescentar, fico por aí delirando em beijar justamente o Malfoy. É... Talvez não seja uma ideia tão boa assim. Não me parece que beijá-lo valha a pena para brigar com os garotos. Talvez eu deva simplesmente me manter afastada o quanto for possível até tirar essas ideias amalucadas da cabeça.

O melhor a fazer é tentar dormir e quem sabe amanhã as coisas não voltam aos trilhos, não é?

--

- Dia seguinte. –

 

Acordei cedo, antes mesmo de meu despertador trouxa se pôr a tocar sem parar. Não consegui dormir direito em meio a tantas preocupações. Ontem, resolvi dormir depois de muito pensar em todas aquelas tolices, mas acabei não dormindo coisíssima nenhuma, pois pensamentos importantes tomaram minha mente. Verdadeiras preocupações como o fato de eu ainda ter medo de altura e a primeira prova do torneio se aproximar a cada dia mais e o outro fato, tão ruim quanto o primeiro, de saber que na próxima semana estarei enclausurada na casa das cobras. Por Merlin!

- Bom dia, Mione. – Ouço uma voz familiar dizer. É Harry.

- Dia, Harry. – Respondo sem tirar os olhos do meu exemplar do “Profeta Diário”.

- Como você está? – O ouvi perguntar. Não tirei meus olhos da leitura, mas sei que ele está me olhando de forma preocupada.

- Bem. – Minto. Não estou exatamente mal, mas também não estou bem. Entende? Ou parece maluquice?

- Aham. – Ele murmura. – O que está havendo? – Questiona e eu prossigo em silêncio. – Mione, olha para mim. – Diz e eu me viro para ele.  – O que está havendo? – Torna a perguntar.

- Nada. – Digo dando ombros. – Estou bem. – Continuo enquanto pego um pequeno pãozinho a minha frente.

- Algo está havendo. Definitivamente. – Ele diz olhando em meus olhos, o que é péssimo. Ele me conhece e meus olhos são o que irá me entregar.

- Nada. – Digo bebericando meu suco de abóbora e desviando os olhos.

- O que é? – Ele pergunta. – Posso ver nos seus olhos que há algo. – Sabia que eles iriam me entregar. – É o Malfoy? O que ele fez? – Questiona parecendo irritado de repente.

- Não... Não é o Malfoy. – Não apenas ele, acrescento em pensamento. – É só o torneio. Estou preocupada. Só isso.

- Ah. – Ele murmura parecendo acreditar em minha meia verdade. – Não devia se preocupar, você é uma bruxa incrível. Vai se sair bem. Sabe disso, não é?

- Obrigada. – Eu murmuro cheia de gratidão e me aproximo para abraça-lo, mas sou interrompida por uma maldita coruja mal educada que pousou entre nós. – Malfoy. – Murmuro entre um suspiro.

- Por que o Malfoy te manda bilhetes agora? – Perguntou Harry com uma expressão num misto de curiosidade e preocupação.

- É só o horário do nosso treino. – Digo dando ombros.

- Treino?

- Ele está me ensinando a voar e...

- Malfoy? – Questiona parecendo surpreso.

- Se eu não puder voar ele também sai perdendo. – Digo dando ombros novamente.

- Sei. – Ele murmura pensativo. – E por que ele? Podia ter pedido que eu ou Rony ajudássemos você. – Diz parecendo insinuar algo.

- Você também está participando do torneio e Rony... Bom, ele mal tem falado comigo.

- Não é porque estou participando que não te ajudaria. Você é minha amiga.

- Mas, você também tem que treinar. – Digo em tom de desculpas, pois ele pareceu ofendido. – Não quis atrapalhar.

- Deixe de bobagens Hermione. – Ele disse parecendo irritado que eu achasse tal coisa.

- Tudo bem, desculpe. – Falo de modo brando. – Depois conversamos mais, ok? Já estamos atrasados. – Digo quando noto que os minutos passaram correndo desde que me sentei para tomar café.

As aulas passaram de forma rápida e quando dei por mim já estava quase no horário de ir encontrar aquela doninha para o treino. Resolvi seguir o caminho mais longo para ter tempo de me concentrar, manter meus pensamentos longe de qualquer ideia tola sobre beijos, cheiro de doninhas e afins, mas quando cheguei ele ainda não estava lá, embora eu acreditasse estar alguns minutos atrasada. Então me sentei na arquibancada e esperei por quase vinte minutos quando perdi a paciência e sai para procura-lo. Não tive que andar muito para, felizmente ou infelizmente, encontra-lo. Encontra-lo aos beijos em um dos corredores com uma garota corvina que eu desconheço.

Sai de lá antes que qualquer um dos dois pudesse me ver e corri de volta para o campo a fim de treinar sozinha. Me sentia estranha, tomada por uma sensação esquisita como um misto de irritação e repulsa ao ver aquela cena. Na minha mente a palavra ‘idiota’ saltitava constantemente. Ele, Draco Malfoy, é absolutamente idiota e desprezível. Não há cabimento nenhum em ele estar lá, beijando aquela garota, quando deveria estar no campo me treinando e tentando garantir nossa vitória.

Ganhar esse torneio é algo importante e foi exatamente o que me fez tomar a atitude de ir treinar sozinha, afinal caso eu caísse não passaria do chão, certo?

- Ei, Hermione. – Ouço uma voz me chamar de dentro de uma das salas.

- Oi, Simas. – Respondo parando por um momento e tentando ser amistosa.

- Ãn... Bom, tem um tempinho? – Ele perguntou.

- Quer saber a resposta, não é? – Questiono de modo direto. O dia em que estive na enfermaria ele me chamou novamente para irmos em Hogsmeade e eu lhe disse que iria pensar.

- Sim. – Respondeu em meio a um suspiro.

- Sim. – Digo a ele. Se aquele loiro oxigenado pode desperdiçar treinos para ficar beijando por aí, eu também posso tirar uma folga. – Vamos. – Concluo sorrindo.

- Ótimo. – Ele diz. – Bom, acho que já vou indo. – Continua com um leve sorriso e se aproxima de mim plantando um beijo no canto de minha boca.

- O que você está fazendo aqui? – Ouço uma voz irritada atrás de mim antes de sentir-me sendo puxada pelo braço.

- O que faz aqui Malfoy? – Simas pergunta irritado. – Já ouviu falar em privacidade? – Continua puxando-me de volta para perto dele.

- Cale essa boca, Finnigan. – Malfoy responde parecendo nervoso. – Anda Granger. – Ele diz olhando para mim e apontando a saída.

- Ela não vai a lugar nenhum com você. – Diz Simas para a doninha e então se vira para mim. – Vamos embora, Mi. – “Mi”? Me pergunto da onde ele tirou essa intimidade.

- Mi? – Questiona Malfoy com uma sobrancelha arqueada. – Até ontem não era Mi. Ficaram íntimos rápido, hein? – Disse de forma debochada.

- Cale a boca. – Digo para a doninha. Essa discussãozinha dos dois me irritou. 

- A ouviu? Cale a boca. – Diz Simas, soando convencido.

- Você também. – Digo e saio andando enquanto Malfoy ri da expressão de Simas perante a minha sentença.

- Hermione! – Exclama Simas, parecendo frustrado.

- No fim de semana a gente conversa, tudo bem? – Pergunto olhando para ele que apenas confirma com a cabeça e continuo meu caminho em direção ao campo com Malfoy em meus calcanhares, mas continuo sem fazer menção de entrar no mesmo.

- Não sei se sabe, mas a entrada do campo ficou alguns passos atrás. – Diz Malfoy parando abruptamente a minha frente.

- Eu sei. Agora, com licença. – Peço tentando desviar dele que bloqueia meu caminho.

- Você já perdeu muito tempo de treino por ficar lá com aquele idiota. – Diz ele em tom acusatório. 

- Não, eu perdi tempo de treino porque você estava ocupado com a sua amiguinha. – Digo com uma expressão de nojo. – E não vou treinar hoje. Me dê licença.

- O quê? – Ele murmura surpreso. – Anda me espionando, Granger? – Pergunta com um sorriso.

- Não costumo perder meu tempo com pouca coisa. – Digo e o sorriso idiota que ele tem no rosto se desfaz no mesmo instante. – Achei que você estava demorando e fui te procurar. Adivinhe... Encontrei! – Falo juntando as mãos como se fosse algo incrível e desvio dele para sair dali.

Sai andando e me concentrei na canção que cantarolava em minha cabeça para não ouvir sequer mais uma palavra que aquele loiro dissesse a mim. Quando estava longe de sua visão entrei em um dos banheiros, lavei meu rosto e arrumei meu cabelo. Precisava de um modo de distração, afinal estava irritada sem ao menos ter um bom porquê. Resolvi então dar meia volta e treinar sozinha. Foi a pior escolha que eu tomei hoje.

Estava voando muito bem, considerando minhas habilidades, quando resolvi voar um pouco mais alto e não deu muito certo. No início estava tudo bem, mas começou uma tempestade e eu me apavorei para descer. Não obtive outro resultado, senão cair. Eu havia prendido minha varinha nas vestes e não sei como ela acabou presa de tal modo que eu não consegui tira-la antes de alcançar o chão, talvez por estar tão ou mais apavorada do que no dia em que Malfoy tentou me ajudar e acabou caindo junto comigo. Agora me pergunto o porquê de nenhum de nós termos lembrado de usar magia, afinal seria a saída mais lógica para aquela situação.

Depois de alcançar o chão minha memória é um borrão. Lembro-me de alguém chegar até mim e dizer palavras desconexas que pareciam ter um certo tom de irritação ou preocupação. Talvez a pessoa estivesse brigando comigo, mas não posso dizer com certeza, pois não ouvi muito, acho que acabei desmaiando. Agora, ainda que esteja de olhos fechados, eu sei que estou na enfermaria, pois sinto cheiro de remédios e estou deitada em um lugar macio que certamente não é o campo de quadribol. Algo me diz que há alguém do meu lado, mas mais uma vez eu não posso dizer com certeza. Se não tivesse de me curar devido ao torneio e todas aulas que tenho amanhã, se é que estou aqui a apenas algumas horas, iria permanecer de olhos fechados. Está tudo tão mais pacifico, tão melhor.

- Finalmente acordou, idiota. – Ouço alguém resmungar quando tento abrir os olhos. – Estava tentando se matar ou o quê? Idiota mesmo. – Não imagino outra pessoa em toda Hogwarts que me chamaria de idiota duas vezes em menos de um minuto, mas custo a acreditar.

- Malfoy? – Pergunto ainda um pouco grogue olhando para a pessoa debruçada ao meu lado.

- Quem mais seria? – Ele pergunta com um sorriso idiota no rosto.

- Não sei... Qualquer outra pessoa? – Sugiro um tanto curiosa com sua presença.

- Deixe de ser mal agradecida. – Ele resmungou enquanto eu me sentava na cama.

- O que faz aqui? – Pergunto já que não faz sentido sua presença ali.

- Não é da sua conta. – Responde grosso como sempre enquanto levanta-se e fica de pé ao lado de minha cama.

- Claro que é da minha conta!

- O que deu em você para tentar voar sozinha? – Ele perguntou ignorando meu pequeno protesto. – Você disse que não ia treinar hoje. – Continuou de modo acusador.

- Eu mudei de ideia. – Respondi.

- Você poderia ter sofrido algo pior. – Falou olhando para meu braço que estava todo cheio de faixas. -  Poderia estar morta, sabia? – Continuou com um olhar estranho.

- Para de olhar assim pra mim. – Disse irritada. – Estou bem. Não vou atrapalhar você no torneio.

- Não é esse o ponto. – Ele respondeu.

- E qual é o ponto? – Perguntei para ele que pareceu sem saber o que dizer e então disse as palavras de forma a jato. Como se aquilo realmente o aborrecesse.

- O ponto Granger é que você ficou de gracinhas com o Finnigan ao invés de me esperar para o treino! – Argumentou. – E quando cheguei você disse que não iria treinar para depois ir treinar sozinha e cair de uma altura considerável!

- Eu não estava de gracinha com ninguém e teria treinado com você, se o senhor não tivesse se atrasado para ficar se agarrando com aquela garota pelos corredores! – Devolvi.

- Granger... – Ele disse baixando a voz. Lá vinham mais tolices. – Eu entendo que você está corroída pelo ciúme. – Falou enquanto estranhamente deslizou a mão pelos meus cabelos e então para o meu queixo. – Mas, daí a tentar se matar de tristeza é um pouco demais, não acha? – Perguntou com um sorriso de deboche.

- Não seja patético. – Falei entre dentes. Ele sabe como me irritar. – Em primeiro lugar não sei de onde você tirou essa bobagem de que eu tenho ciúmes de você, seu idiota. Em segundo lugar eu estava treinando e indo muito bem. Para sua informação, acidentes acontecem.

- Estou sendo realista. – Falou dando ombros e então aproximou seu rosto do meu antes de voltar a falar. Desviei os olhos antes que ele proferisse a primeira palavra. – Posso estar exagerando quanto a tentativa de suicídio, mas foi burrice treinar sem eu estar por perto. E você está com ciúmes sim.  

- Quem está com ciúmes aqui é você. – Contra-ataquei olhando para ele. – Todo nervosinho com o Simas. Pode esquecer porque eu nunca vou ter nada com uma doninha. – Conclui sorrindo suavemente.

- Há um ditado trouxa que diz “Quem desdenha, quer comprar”. Já ouviu?

- Não se aplica. – Rebati. – Eu vi você e aquela garota. Sabe o que eu senti? Pena. Tive pena dela estar envolvida nos seus braços e...

Não acreditei quando aquele maldito sonserino me interrompeu da pior e, ainda assim, melhor forma possível. Ele ousou me calar com um beijo. Um beijo que até agora é, e acredito ser difícil deixar de ser, o melhor de todos a qual tive o deleite de sentir.

Em um momento eu estava pronta para continuar discutindo com ele e no outro estava completamente desarmada. Ele capturou meus lábios e deu início a um beijo calmo, mas demasiado sedutor. Enquanto seus lábios se movimentavam sob os meus lentamente uma de suas mãos pareceu se encaixar perfeitamente no contorno do meu rosto, enquanto a outra deslizou por minhas costas me puxando para mais perto dele e ao mesmo tempo deixando um rastro de eletricidade por onde passava.

Quando dei por mim meu próprio corpo já não mais me obedecia e minhas mãos se permitiram deslizar ao encontro de seu pescoço e trazê-lo ainda mais próximo de mim, se é que isso era possível. Não tinha ideia do que estava fazendo, sei que algum lugar dentro de mim dizia que eu devia empurra-lo, mas essa a última coisa que eu queria naquele momento.

Após sentir minhas mãos em si ele aprofundou o beijo e eu desisti de resistir, desisti da mínima parte que gritava para mim que aquilo não daria certo. Mas, assim que deixei de lado este aviso ele precisou se afastar, pois o maldito ar se mostrou preciso. Senti uma suave mordida no lábio inferior e abri os olhos para encontra-lo me encarando fixamente.

- O que você sentiu não foi pena, Granger. – Ele disse sério. – Foi inveja. – Falou de modo convencido antes de morder meu lábio novamente e caminhar para fora da enfermaria.

Neste caso manter meus olhos fechados não se mostrou pacifico, mas com certeza estava muito melhor do que agora que os abri. Estar de olhos abertos me permite ver e refletir sobre o que desejei e sobre o que fiz enquanto mantinha meus olhos fechados e tudo parece muito mais complicado do que deveria.


Notas Finais


IIIIIIHuuu... 41 favoritos! Obrigadxx galera! *---*

Estava inspirada hoje e fiz esse capítulo bem maior que os demais, espero de coração que vocês curtam. :DD

Até o próximo!!

PS: Não vou chantagear e pedir comentários em troca de capítulos nem nada disso, mas poxa gente. Galera que tá ai no anonimato digam um oi ai qualquer hora e digam o que estão achando. Críticas e sugestões são sempre bem vindas pra me ajudar a melhor a história. Enfim... Até a vista! :)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...