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História Drarry - Os lados sombrios do amor - Uma Segunda Chance


Escrita por: PrincesitaCruel

Notas do Autor


Oi! Estou realmente animada para essa fanfic e acho que não vou conseguir parar de escrever até o meninos ficarem bem. Beijos 🖤

Capítulo 2 - Uma Segunda Chance


A cela estava aberta. Draco deixou a chave cair no chão, chocado com o que ele próprio fizera. Que adiantaria libertar um homem que implorava pela própria morte? 

Harry permaneceu imóvel, mas seus lindos olhos verdes exprimiam choque. Um sentimento além da dor, por muito tempo. Surpresa. 

—Por quê? — perguntou o eleito condenado, limpando as lágrimas de suas bochechas. 

Draco não sabia. Simplesmente não conseguira não fazer aquilo, como uma espécie de instinto. Talvez tivesse algo haver com a canseira que seus atos haviam lhe causado através dos anos, o modo como tudo que ele fora só o havia deteriorado. Ou poderia ser sua alma ferida acreditando que podia ser redimida. Mas ele simplesmente não conseguia ver aquele homem forte, o qual ele esperara ser igual metade da sua vida, reduzido a nada. 

De alguma forma, isso era pior que a ideia que morrer. Alguma parte dele ainda acreditava no bem e ele sabia que isso morreria no mundo sem Harry Potter. A que tipo de existência estaria condenando um mundo sem seu maior herói?

O mundo podia continuar sem Draco. O mundo jamais poderia continuar sem Harry. 

—Porque eles precisam de você — sussurrou Draco. 

Harry franziu a testa, como se tivesse ouvido aquilo em outras vidas, há muito tempo. Mas não se mexeu. Não deu indício de querer ultrapassar os limites daquela cela. 

—Levante-se Potter — disse Draco, com raiva. Arrogante como no tempo da escola. 

—Não — murmurrou ele. 

Draco pegou uma espada medieval que adornava a parede do lado da cela. O feito esgotou quase todas as suas forças, pois ele estava fraco e desnutrido. Se a espada não fosse das mais leves, ele provavelmente não conseguiria levantá-la. Ainda sim, tremia ao segurar a haste da arma, que lhe parecia incrivelmente pesada. 

Ele a apontou para Harry. 

—Levante-se Potter — repetiu, tenebroso. 

Ele fechou os olhos, como se esperando pela morte. 

—Escute aqui, seu merda. Você acha que vou matar você? Vou torturá-lo até você não aguentar mais e depois chamar a curandeira da casa. De novo e de novo. 

Harry abriu os olhos, finalmente expressando raiva. 

—Levante-se —  ordenou Draco. 

Harry apoiou as duas mãos no chão, tentando se erguer com dificuldade. 

—A-acho que quebraram a minha perna — gemeu ele, parecendo irritado. Ótimo. Com Harry Potter irritado ele sabia como lidar. 

—Ah, vá para o inferno. 

Draco largou a espada e se achegou perto dele, passando o braço do enfermo entorno de seu pescoço. Com dificuldade e muitos tropeços, eles se poram de pé. 

—E qual vai ser o plano, Malfoy? Vai lutar contra uma casa cheia de comensais da morte mal conseguindo erguer a varinha? 

—Confiscaram minha varinha há muito tempo — grunhiu ele, arfando por conta do peso. 

—Ótimo — respondeu Harry, irônico. 

—Ótimo — retrucou Draco. 

Eles encararam as escadas circulares que levavam a saída das masmorras. Quando Draco  era pequeno costumava descer aquelas mesmas escadas correndo e pulando, naquela época em que não havia ninguém nas masmorras. Vivia contando os degraus, eram 200. Dez lances de escada. Mesmo sozinho, Draco descera os últimos engatinhando. 

—Admita, estamos mortos — resmungou Harry. 

Eles se arrastaram pelos primeiros degraus. Harry se apoiava no corrimão, tentando impulsionar o corpo para cima e não deixar muito peso cair sobre Draco. Uma de suas pernas pendia, inútil, mas ele tinha a vantagem de estar bem mais nutrido que Draco. O que não era um feito muito grande. Qualquer um estava. Draco era um fantasma da vida, quase morto de tão magro. 

As pernas de Draco tremiam e gotas de suor escorriam por sua testa. Harry gemia de dor toda vez que era obrigado a apoiar a perna quebrada. Eles paravam no final de cada lance, desabando no chão e respirando aliviados. 

Eles subiram um, dois e três. Quatro e cinco. Mas quando chegaram no sexto lance, a força de Draco estava tão esgotada que o mesmo se apoiou em Harry em vez de apoiá-lo. Harry se viu obrigado a usar a perna quebrada, na mesma hora em que a encostou no chão e a dor o invadiu, ele tropeçou e os dois desabaram escada abaixo. 

Talvez em outra vida, tivessem morrido na queda, juntos e humilhados. Mas despencaram até o chão das masmorras vivos, embora muito feridos. Ambos inconscientes. 

Ouviu-se um estalido e lá estava a última esperança daqueles pobres miseráveis. 

Dobby, o elfo doméstico, colocou as mãozinhas na frente da boca ao ver seus dois amigos naquele estado. 

🖤🖤🖤

Pequenas ondas de calmaria passavam pela pele de Draco, trazendo uma espécie de conforto que ele há muito não conhecia. 

Ele deslizava para a escuridão e ela era bem vinda. Provavelmente jamais acordaria, mas um certo elfo doméstico despejou uma poção em seus lábios. 

Lentamente, os olhos dele se abriram. As pálpebras se mexeram — irritadas ante a luz — e ascoisas foram tomando forma. 

Ele sentiu a água morna ao seu redor, ardendo —não por estar quente demais, mas sim pelas feridas em várias partes de seu corpo. Viu Potter a sua frente, com aquele barba de pirata e o peito nu. 

Ele piscou, esperando que ele desaparecesse. Mas ele continuou ali, parecendo tão confuso quanto ele. 

—Perdõe Dobby, meu senhor. Dobby não conseguiu dizer qual dos dois precisava mais urgentemente de um banho. Dobby precisava limpar as feridas, meu senhor. 

—Ãhm.... — falou Draco, vendo que seu pé estava exatamente entre as pernas de Harry e se movendo para tirá-lo de lá, o que foi pior, porque só o fez arreganhar as pernas. 

—Não é hora para isso, meu senhor! Vocês estão quase morrendo, meu senhor! 

Draco, apesar das tendências suicidas, ficou vermelho como um tomate. 

—Eu não ia... Eu... 

Ele colocou o pé de volta onde estava e Harry ergueu uma sombrancelha para ele. 

—DOBBY! — gritou Draco. Se sentia terrivelmente humilhado. Quando era um garoto cheio de sonhos, desejara ser visto nu por Harry Potter. Mas a vida lhe dera isso, estava mostrando a ele seus membros cadavéricos. —Me dá uma toalha, eu vou sair! 

—Você não pode, meu senhor! 

Dito isso, o elfo se aproximou, trazendo consigo uma esponja. 

—Não temos tempo para isso! — Insistiu Draco, abanando as mãos. Se sentia um pouco melhor. Para isso, Dobby provavelmente exagerara em poções revigorantes. —Vão nos achar e nos matar! 

Pelo que Draco conseguia ver, estavam em seu quarto, em sua banheira. Será que o elfo não entendia que deveriam sair dali imediatamente? 

—Se eu não tratá-los, vão morrer! — assegurou Dobby, passando sua esponja sobre uma ferida feia no ombro de Draco. Ele fora libertado pelo mesmo quando ele era apenas uma criança. Um pequeno acidente com roupas do pequeno louro mimado, que não queria arrumar o guarda-roupa. 

Tinha suas próprias vontades há muito tempo. Trabalhara em Hogwarts, se tornara amigo do Trio de Ouro (assim conhecendo Harry, naquela época), ajudando em muitas de suas aventuras. Mas sempre voltava para cuidar de seu pequeno bebê Malfoy. 

—O que houve com a minha perna? — interrompeu Harry, consternado. Já tinha conferido se ela estava lá um milhão de vezes. —Não estou sentindo ela. 

—Dobby deu ao grande Harry Potter uma poção de reconstruir ossos, que vai funcionar em algumas semanas. Enquanto isso, Dobby lhe deu uma poção  anestésica  para você poder pisar com ela. Talvez seus passos fiquem um pouco tronxos, mas é melhor do que cair escada abaixo, não acha? 

Ele falou tudo isso terminando de limpar o ferimento no ombro de Malfoy e passando para outros. 

Harry estava um pouco mais forte e conseguiu ir já lavando as mãos e pernas encardidas das sujeiras da masmorra. Não conseguia parar de olhar Draco. Ele era a visão mais triste que ele já vira. O que era muito, porque ele via a si mesmo frequentemente no espelhinho que usava para se conectar com Hermione. 

As costelas dele estavam praticamente expostas, dando para se contar todos os ossos à mostra. Embaixo dos olhos azuis límpidos, haviam olheiras. 

Nos últimos anos, Harry se tornara um lendário feiticeiro, ainda mais do que quando era jovem. Tão bom quanto o próprio Voldemort. Querendo saber o que se passava na mente de Draco, a magia em seu sangue lançou o feitiço legimenti. Ele tinha ficado bom naquilo nos últimos tempos. 

Havia um outro Draco, o Draco de quinze anos. Estava naquela mesma banheira e imaginava Harry Potter ao seu lado, com toda aquela culpa por desejar algo proibido. 

—Draco...  — sussurrou ele. 

O louro virou o rosto, sem conseguir encará-lo. 

—Não faça isso — pediu, pois não tinha forças para empurrá-lo para fora de sua mente. 

Harry, engolindo em seco, assentiu. 

Harry, com os esforços de Dobby para com sua perna, conseguiu sair da banheira sozinho. Draco percebia cada vez mais que ele era o em pior estado. Era ele que estava morrendo, não Harry. 

O próprio Harry o ergueu no colo e o retirou da banheira.  Isso confirmou suas suspeitas. 

—Você deve ir — disse ele, enquanto Harry o colocava na cama. 

—Nunca — garantiu Harry, com uma ternura que jamais sentira. 

—Potter — grunhiu, usando suas forças para soar arrogante. 

—Dobby, você pode, por favor, reunir suprimentos? Eu termino de fazer os curativos nele. 

Dobby sumiu com um estalido. 

—Por favor... Vá... — pediu Draco, nu, semi-morto e humilhado. O próprio Harry só estava usando uma toalha, mas pelo menos ele conseguia se por de pé sozinho. —Minha vida não importa. Há tempo demais não tenho feito nada a não ser respirar. 

Harry não respondeu, concentrado em secá-lo e fazer os curativos. 

Sua vida importa — ressaltou Draco, com lágrimas escorrendo pelas bochechas. Seus olhos pareciam ser  a única coisa realmente viva em seu corpo esquálido. Sem terem desbotado um tom sequer, eram vibrantes e intensos como sempre. 

Harry encostou a mão em sua bochecha.

—Draco... Não importa o que você fez até agora. Você me salvou e eu vou fazer o mesmo por você. Vamos nos reerguer e derrotar o tirano. 

—Mas... 

—Estamos começando do zero — disse Harry, se inclinando e o beijando na testa. — Dê uma chance para mim, dê uma chance para a vida. 




Notas Finais


Adiós! No próximo, explicações sobre o que se passou dentro de Harry para ele dizer essas coisas lindas quando há pouco desejava morrer.


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