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História Drarry - Os lados sombrios do amor - Nossas angústias


Escrita por: PrincesitaCruel

Notas do Autor


Olá!

Capítulo 5 - Nossas angústias


Harry acordou com alguém passando um pano em sua testa. Era Draco. Seus olhos azuis estavam sérios e seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo baixo e frouxo. 

—Harry. O que aconteceu? — perguntou ele, se sentando na beirada da cama. O rio corria por seus pés e entre as rochas. Estavam no círculo de cachoeiras. 

—Fale você. Me conte algo sobre como se sente — argumentou Harry, olhando-o. O céu azul dava contraste aos seus cabelos pálidos. Haviam alcovas de magreza em suas bochechas. 

—Não sinto nada. Como você se sente? 

—Uma resposta por outra, Draco. 

Ele suspirou, irritado. 

—O que quer saber? 

—Você sabe quando a sua tristeza começou? Quero dizer, os comensais da morte sempre fizeram coisas horríveis e você nunca... 

—Nunca me senti mal de verdade por isso — completou Draco. —Mas... Tudo mudou naquela torre, quando matei Dumbledore. 

O coração de Harry ardeu com a memória. Havia passado anos remoendo isso, até um segundo encontro com Draco, quando o perdoara. Mesmo sem ele saber sobre isso. Dumbledore já estava morrendo, repetia a si mesmo incansavelmente e perdoava Draco todas as vezes que o pensamento era trazido à tona. Passara a vê-lo como um garoto ferido naquela época. 

—Você... Sabe que Snape me contou que ele estava morrendo e não faria diferença matá-lo, não é? 

—Sim. 

—Mas a sensação... Foi horrível. Eu vi a vida deixar os olhos dele. Percebi naquele momento que não queria isso para minha vida. Para... A vida daqueles ao meu redor. 

Harry franziu a testa. 

—Por que não se juntou a mim? — perguntou ele, sem julgamentos, apenas segurando a mão dele. 

—Porque aquela foi somente a primeira vez. Percebi que não queria. Mas até então achava que não tinha escolha — ele estremeceu. 

"Eu realmente acreditava que os sangue-ruins, digo, os nascidos trouxas, eram indignos da magia e que a guerra era necessária. Não consigo explicar, eu era como uma extensão dos meus pais, nascido e criado com a cabeça deles. Mas a minha arrogância só se aplicava à fala, para me fazer se sentir superior. Precisei ver do que eles estavam falando para assimilar que aquilo não era a verdade. Foi antes da queda de Hogwarts... 

Ele parou de falar, colocando a mão sobre o estômago. 

—Tudo bem — disse Draco, ficando verde. —Sua vez. 

Harry tentou se colocar no lugar dele. Tentou imaginar crescendo com os pais que nunca tivera afirmando que algo era certo, as pessoas a quem ele provavelmente mais amava no mundo. 

—Você... Estava saindo do ninho de cobras nessa época. O que te impediu? 

—Harry, achei que fôssemos falar sobre você... 

Não — disse Harry, se sentando. — Me conte sobre você... 

—Não — retrucou Draco, empurrando os ombros dele para que ele se deitadasse. Segurou-o com as duas mãos no travesseiro. 

—Por favor — pediu Harry. —O que aconteceu antes da batalha de Hogwarts? 

—Foi em um dos jantares.... De Nagni. 

Harry estremeceu ao ouvir aquele nome, tinha muito significado para ele. Era a última horcrux, a que nunca conseguia destruir. 

—Meu pai sempre permitia que eu ficasse em meu quarto e eu fazia um feitiço silenciador para não... Ouvir. Ah, Harry, eu fui tão perverso. Não ligava para o que acontecia desde que não estivesse me envolvendo. Se eu não visse nada, para mim era como se não tivesse acontecido. Eu ignorava as atrocidades que se passavam na mansão, pois era a minha realidade e a da família que eu amava. Não podia ser diferente, pensava. Eu devia estar ao lado deles, pois no fim, tudo daria certo. "Os meios justificam os fins", era o que Voldemort acreditava, de certa forma e nós, como seus seguidores, também. 

"Mas naquela noite foi diferente. Voldemort devia estar especialmente irritado, nunca soube o que realmente era. Mas ele veio até mim em particular e requesitou a minha presença. Havia uma mulher nascida trouxa, uma bruxa, flutuando na mesa da sala de jantar. Ele a flutuou acima da comida, fez um discurso odioso e mandou Nagni devorá-la. A cobra estava jantando e ele pediu para que fizéssemos o mesmo. A mulher estava morrendo e ele queria que comessemos olhando para aquilo. Na verdade, o sangue da mulher esguichou para todos os lados e tinha sangue e.... Outras coisas na minha comida. 

Draco parecia completamente perdido em lembranças. 

—Eu nunca soube porque, estava focado exclusivamente em mim e... Me fez comer com os restos dela.... 

Ele pausou, vomitando tudo o que colocara para dentro. 

Mais tarde, naquela noite, Voldemort foi até o quarto de Draco e o torturou até o amanhecer. Isso se repetiu por muitas noites, como se algo o tivesse feito ganhar interesse no menino. 

Como que por injustiça do destino, ele teria ido para o lado de Harry se não tivesse sido preso em seu quarto e humilhado. Na manhã seguinte, estava certo de que assim que tivesse uma oportunidade, fugiria. Assim que as dores passassem (ele não conseguia nem ao menos levantar por conta da maldição cruciatus) ele saíria dali. Abandonaria os pais que permitiram que aquilo acontecesse com ele. 

Mas outros tipos de torturas vieram, as quais colocaram não somente seu corpo para baixo e sim, tudo que ele era. Até Draco Malfoy não passar de uma lembrança, eles o desfizeram e depois, se esqueceram dele. Ele teria se sentido extremamente grato a Harry Potter por dar o que mais a fazer para o Lorde das Trevas, se tivesse sobrado uma parte dele para a aproveitar isso. 

O vômito foi levado pelo rio. Harry segurou o cabelo de Draco até ele terminar, acariciando suas costas com uma gentileza. 

Harry se ajoelhou para ficar cara a cara com ele. 

—Você está chorando... — disse Draco, assustado. —Eu acabei me esquecendo que isso é sobre você... 

—Por favor, não diga isso. Não é sobre mim. É sobre... Nós. Achamos nosso caminho um para o outro, após tanto tempo desejando, Draco. Eu olho para você inteiro... 

Ele hesitou, não queria dizer algo que fosse precipitado. Draco o encarava, os olhos atentos. 

—E vejo que você é bom. Que quero você ao meu lado. As suas angústias são as minhas e os seus medos são os meus. Pois eu... 

Ele hesitou de novo. 

—Me importo muito sobre como você se sente.

Ele sempre tivera uma conexão forte com Malfoy. Amor e ódio andam em uma linha tênue e agora que um estava sumido, ele se via invariavelmente pendendo para o outro lado. 

Draco ficou em silêncio. Harry o abraçou, o levou a cama e se deitou ao seu lado. Falou com ele sobre como as coisas deveriam ficar no passado, perguntou o que ele poderia fazer para deixá-lo se sentir melhor, prometeu que ele era uma coisa maravilhosa que o mundo não poderia perder. 

Harry não ouvira os gritos de Luna desde que acordara ao lado dele. Após eles conversarem por horas, dormiu um sono tranquilo, com Draco aconchegado ao seu peito. 









Notas Finais


Bye! Eu sei que eu disse que eles se odiavam... Mas será que não teve mais coisa nesse passado?


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