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História Dream in a Dream - TEN (NCT) - Última vez


Escrita por: bella_trix_

Notas do Autor


Então, penúltimo capítulo pra vocês, espero que gostem! O último sai na sexta e sábado provavelmente eu vou estar postando o primeiro capítulo de Liberté ou Mort (tcharammm, título da próxima história!!!). Mas isso é um provavelmente, porque se não sair no sábado, sai na segunda.
OBS: No meio de um diálogo eu cito o termo "ge" em "Ten-ge". Gege/ge significa "irmão mais velho" em chinês, assim como "hyung" em coreano,
Boa leitura! ❤

Capítulo 10 - Última vez


Fanfic / Fanfiction Dream in a Dream - TEN (NCT) - Última vez

O tailandês que antes estava parado no meio da sala do prédio, agora apressava os passos na minha direção e de Taeyong, seu semblante era mais fechado do que nas outras vezes que nos viu juntos. O moreno à minha frente olhou para o tailandês, mais confuso do que o outro, enquanto não consegui esboçar nenhuma reação.

– Eu esqueci meu celular – Ten já estava na minha frente, pedindo passagem para entrar em meu quarto novamente, mas logo percebendo que eu havia trancado ao rodar a maçaneta e bufar logo em seguida sem ao menos me olhar nos olhos.

Um silêncio se estabeleceu no local, Ten não nos fitava e Taeyong alternava seu olhar entre mim e a figura emburrada ao meu lado. Eu quase não sentia minhas pernas, fiquei alguns segundos digerindo a situação antes de virar meu corpo para a porta e abri-la, fazendo um tailandês entrar rapidamente.

– Eu... – direcionei minha atenção para o moreno que proferia a palavra na minha frente, com o lábio inferior pressionado fortemente e os olhos bem abertos. Além da única palavra, ele apontou para a sua esquerda e saiu andando para a saída do prédio um pouco cabisbaixo e as mãos ainda escondidas dentro do casaco. Taeyong... foi embora?

Não consegui dizer nada, apenas observar a cena atônita. Em seguida, Ten passou por mim como uma raposa, rápido e sem fazer nenhum barulho.

– Ten! – chamei por ele, mas não havia nada que eu podia fazer, pois ele já estava virando a esquina fora daquele prédio.

Tornei a fechar a porta do meu quarto e a andar para a pequena pracinha, onde encontraria minha equipe. O que eu fiz? A pergunta me corroía durante o caminho inteiro para o estúdio, nem os três estilistas chefes ali conseguiam invadir meus pensamentos com suas ideias novas e questionamentos.

Ten voltou ao meu quarto para pegar seu celular que ele havia esquecido, me viu beijando Taeyong e ficou com raiva. Então Taeyong percebeu que eu tinha passado um tempo com Ten e também ficou com raiva? Meu deus! O que há com esses homens? Por mais que eu ficasse extasiada em pensar na possibilidade de ser verdade, meu coração apertava só de imaginar em quebrar um daqueles dois corações. O meu poderia ser cremado, mas aqueles dois não mereceriam ficar tristes por uma garota tão simples como eu. Eu os amo – não daquele jeito – o suficiente para protegê-los, principalmente se essa situação for real. O moreno já tinha uma parte do meu coração, eu não podia negar. E Ten, além de outra parte, ele tinha meus pensamentos, meus sonhos, meu corpo... minha euforia. Mas o principal: eles tinham um ao outro, e eu nunca iria querer ficar entre eles dois, são mais importantes do que qualquer envolvimento temporário que viessem a ter comigo. Eles são família um do outro.

Me restava apenas um dia e meio naquele lugar e, ciente da situação com os dois, eu não conseguia deixar de me sentir culpada. Graças aos meus espasmos de felicidade lendo as mensagens do tailandês, Yuta pulou fora dessa confusão, parece ser uma coisa banal, mas isso envolve laços. E eu não iria embora de Seul sem acertar as coisas com Ten e Taeyong.

Chegamos no estúdio e começamos a arrumas as coisas, o dia inteiro seria com o WayV, ou seja, o clima ia ser bem tenso com um certo membro do grupo. Isso me incomodava, assustava e me deixava ansiosa, por mais que eu já tenha passado por situações parecidas, eu estava quase desesperada para acertar as coisas. Um dia e meio, apenas um dia e meio.

Dessa vez, o estilo dos meninos seria um vintage night, oscilando entre o velho e o novo, uma coleção que eu ousaria dizer estar muito sexy. Separamos as roupas com os nomes e começamos a discutir mais ideias, até os sete garotos entrarem pela porta do estúdio. Ao me ver, Winwin abriu um sorriso de orelha a orelha que me fez esquecer momentaneamente o meu dilema com o seu amigo e colega de trabalho.

– Quanto tempo – o garoto disse me abraçando brevemente.

– Um dia é muito tempo, não é? Fiquei com saudade – fiz biquinho, arrancando uma risada fofa de Winwin.

– Então foi por aqui que você andou – seu olhar passeou o estúdio inteiro e parou nas tendas onde as fotos iam ser realizadas –, uau!

– Uma hora o dever chama, não dá pra gente ficar fazendo festinha todos os dias, por mais que eu quisesse.

Uma voz ressoou ao meu lado e um braço passou pelo meu ombro, um Yangyang astuto se fez presente. Sua energia me lembrava um pouco a de Haechan.

– Pensei que você tivesse ido embora – ele disse me olhando –, Ten-ge iria chorar a noite inteira se fosse verdade.

Talvez ele fosse um pouco mais descuidado que Haechan. Ao dizer a última frase, Winwin deu um tapinha no braço do garoto de cabelos tingidos de rosa ao meu lado e estreitou os olhos para ele, numa tentativa de fazer o mesmo ficar calado. Observei Ten já perto dos maquiadores com Kun e Xiaojun. Lucas e Hendery davam um breve passeio pelo local, observando o que tínhamos preparado para eles.

– Não acho que ele choraria, ficaria aliviado de se livrar de mim, na verdade – pensei alto e de propósito, me arrependendo em seguida.

– Por que diz isso? – Winwin questiona e os dois garotos comigo me olham curiosos.

– Tô roubando a atenção de vocês por dias e ele me parece estar com um pouco de ciúmes – desmenti, brincando com a situação. Lucas e Hendery já estavam próximos e me cumprimentaram, quando Yangyang soltou a bomba.

– Ciúmes da gente? Eu diria que ele tá apaixonadinho por você – seu abraço lateral agora se tornou apenas um braço apoiado em meu ombro, enquanto o garoto, que mantinha um sorriso de mostrar os dentes, era repreendido mais uma vez pelo amigo.

– Yangyang, cala a merda da boca!

– O Ten? Como se isso já não fosse óbvio – Hendery diz revirando os olhos, entrando na conversa seguido por Lucas, já sabendo de quem Yangyang estava falando.

– Eu já não aguentava mais ouvir seu nome, ippeuni – Lucas continuou, com seu enorme sorriso maroto estampado no rosto, me fazendo querer sorrir ainda mais diante da situação constrangedora. Eu adorava quando eles discutiam sobre algo.

– Sem contar os inúmeros conselhos que a gente teve que dar pro Ten, a gente ficava tipo: “cara, eu vivo com dois gatos, um cachorro e mais seis homens iguais a mim, como vou saber?” – Yangyang agarrou os cabelos com as duas mãos e fez cara de sofrido, colocando um tom dramático em sua voz.

 – Eu não sou igual a você não — retrucou Lucas.

– Eu tirei a ideia de fazer comida pra ela de um filme, e o Ten é péssimo cozinhando, mas mesmo assim insistiu pra ajudar ele quando eu disse que para conquistar alguém tem que começar pelo estômago – disse Hendery, me fazendo lembrar dos bolinhos de massa que me ofereceu há uns dias. – Pelo menos foi o que eu vi no filme.

 A reação de Winwin diante daquilo me fazia querer rir descontroladamente dos seus olhos esbugalhados e sua expressão preocupada, ele aparentemente já havia desistido de repreender aqueles três por expor o “maior segredo” do amigo deles. A cada palavra que falavam, meu coração se aquecia ainda mais. E pra ser sincera, doía. Tá doendo só um cadinho.

– A melhor ideia foi a minha – o garoto rosado parecia se divertir com a nossa pequena roda de fofoca no meio de um ambiente de trabalho –, Xiaojun deu a ideia de te levar pra jantar, mas achei formal demais, então eu disse pra te levar no lugar favorito dele. E foi aí que nosso Romeu ficou feliz. Mas aí tinha o Taeyong no caminho...

– As histórias de amor sempre são assim – Hendery suspirava e olhava para um ponto fixo com uma expressão pensativa e de lástima, enquanto balançava a cabeça negativamente.

– Há, há! – Lucas apontou seu enorme e fino dedo indicador no rosto dos três garotos ali – Vocês estão esquecendo que eu dei o empurrãozinho inicial?

– Em qual parte, Yukhei? Só vi você atrapalhando e rindo – Winwin o fitava cruzando os braços.

– Aquela noite na social no prédio 5, que Chittaphon estava caidinho pela estrangeira ocidental que havia chegado com Johnny – Lucas fala num tom dramático, ainda se gabando. – Eu apenas dei a ele a faca, e ele foi lá e literalmente comeu o queijo inteiro, vocês tinham que ter visto o jeito que ele chegou pra beijar ela – eu riria junto com ele, mas ao invés disso esboço minha maior expressão de surpresa –, foi melhor que assistir drama!

– O Ten me beijou por sua causa? – dessa vez fui eu que apontei meu indicador para Lucas quase gritando a pergunta.

– Ei, calma, eu só dei uma ajudinha! – ele levantou os braços – Por que você tá agindo assim?

Respirei fundo atrás de uma resposta decente que não envolvesse a frase “passei dias quase arrancando os cabelos da cabeça querendo saber de quem era aquele beijo, como acha que eu agiria?”. Eu não estava com raiva, na verdade, eu queria gritar. Saber de tudo aquilo e mais um pouco me fez ficar extasiada e feliz, me fazendo sorrir com a confirmação de algo que eu já sabia.

– Então foi o Ten esse tempo todo – ri baixinho, sorrindo para Lucas.

Mas esse sorriso ligeiramente foi embora quando meus olhos encontraram o tailandês mais uma vez do outro lado do estúdio. Recebi um cutucão de Hendery no ombro, roubando minha atenção para o garoto curioso de rosto angelical e olhos grandes.

– Ei, o que foi?

– O que?

– Você de repente ficou toda triste – o garoto rosado complementou o outro.

– Não pense que eu não vi você olhando pra lá – Lucas apontou para onde Ten estava.

– Por que o Ten tá todo triste hoje? Aconteceu algo? – Winwin tinha a sua melhor voz de conforto, e Yangyang falou por último.

– Lembro dele todo animado pra vim trabalhar com ela, mas ele tá diferente hoje.

Dali observei o tailandês se levantar primeiro de sua cadeira na maquiagem e ser instruído a ir em direção à pequena sala para se trocar.

– Perguntem a ele, tenho certeza que ele vai dizer – falei me afastando dos meninos para seguir Ten. – Vejo vocês depois!

Consegui alcançar Ten no mesmo instante em que entrou na sala, ele estava na frente e eu atrás. Ele olhava ao redor parecendo um pouco perdido.

– Precisa de ajuda? – mordi o lábio inferior enquanto mantinha as duas mãos nas costas, num sinal de completa ansiedade.

– Não, obrigado – ele enfim respondeu, seu tom era frio e sério.

Ten tinha me olhado apenas de soslaio antes de começar a vasculhar umas sacolas aleatórias. Alcancei sua roupa, com seu respectivo nome, em cima da mesa perto da cortina e a estendi para ele.

– Está procurando por isso – ele se vira hesitante, fitando o pacote na minha mão e o agarrando com a mão direita. Ele não parecia rude, apenas sério, como uma criancinha emburrada.

O tailandês, sem dizer mais nenhuma palavra entrou atrás da cortina para se trocar e eu já estava aflita pelo silêncio, só queria respostas. Só queria que tudo ficasse bem de novo.

– Olha, sem querer tomar o seu tempo, vou apenas ser curta e sincera, ok? – eu me sentia um pouco ridícula, como se estivesse falando com um fantasma. – Não sei o que você pensou quando viu Taeyong me beijando, mas não era exatamente isso. Ontem mesmo ele disse que gostava de mim, mas eu não retribuí, porque eu gosto de você, Ten. E eu não consigo suportar o fato de que você me odeia agora, mas se for pra ser assim, tudo bem. E, por favor, não fique com raiva de Taeyong, vocês são irmãos, eu não sou relevante na relação de vocês, a culpa não é dele.

O silêncio ainda pairava no ar, a única coisa audível naquele momento era meu coração, ainda ansiando para que ele saísse de trás daquela cortina e me tomasse num abraço, um beijo. Mas ele não fez nada disso, então apenas comecei a caminhar para fora da sala, dizendo o que seriam as minhas últimas palavras para o tailandês antes de ir embora.

– Não se preocupe, essa é a última vez que você vai me ver ou falar comigo.

O ensaio com o WayV foi tão lindo como com o NCT 127, as medidas caíram perfeitamente neles, a coleção tinha um ar bem mais natural e bonito. Os meninos estavam impecavelmente lindos, não pude deixar de apreciar cada um. E ele estava mais lindo do que nunca, ou pelo menos como sempre foi. Tão lindo que me fez querer chorar – e rir dessa súbita vontade. Meu coração estava partido em dois, mas o pensamento de que eu tinha acertado em mais um palpite e isso não passar despercebido pelos meus “chefes” por um momento fez sentir que toda a minha trajetória até ali valeu a pena, independente da confusão que meus sentimentos estavam. E amanhã seria o último dia dessa trajetória.

Quando o ensaio acabou, aplaudimos e nos organizamos para o dia que seria o nosso último a – com o NCT Dream. Os meninos, depois de trocar suas roupas, se despediram de nós. Eu e os estilistas chefes conversávamos e guardávamos as roupas, eles pareciam mais animados que ontem e isso me deixava satisfeita.

– Beatriz – dessa vez Rosa chamava a minha atenção –, amanhã vamos fazer uma reunião importante antes de pegarmos o voo de volta para o Brasil, viu? Fica ligada.

Ela me deu uma piscadela e eu retribuí com um sorriso.

– Tá certo.

Depois de arrumarmos tudo, saímos do estúdio rumo aos nossos carros. Antes que eu pudesse perceber, Rosa cutucou o meu ombro e apontou para uma figura parada em frente ao estúdio.

– Aquele ali não é o garoto do NCT 127? – ela disse.

– É sim – falei, indo em direção a ele – podem ir na frente, vejo vocês na instalação.

 Taeyong estava encostado no que eu reconhecia como um dos carros que usamos para ir ao parque de noite. Ele sustentava um pequeno sorriso sem mostrar os dentes, seu olhar era sereno como sempre. Não tinha nada no Taeyong que não fosse bom. Me aproximei ficando a pelo menos um metro de distancia do moreno.

– Oi – falei devolvendo o mesmo sorriso, eu estava mais tímida do que de costume.

– A gente pode conversar? – ele foi direto, mantendo a mesma expressão serena.

Balancei a cabeça em positivo e ele se desencostou do carro, em seguida abrindo a porta do mesmo para eu entrar.


Notas Finais


Até o último!


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