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História Dringr (narusasu) - A troca


Escrita por: leattan

Capítulo 7 - A troca


Tento controlar meus instintos primitivos para não jogar o meu notebook contra a parede, porque, só de olhar para o amontoado de papel em minha mesa, eu já quero chorar. Trabalho, trabalho e mais trabalho... Isso nunca vai ter fim!

Sem falar nisso, ainda tem as milhões de mensagens que Naruto insiste em me mandar. Desde aquela ligação e o seu comentário esquisito, eu resolvi evitá-lo, a fim de não me causar problemas. Na verdade, eu ainda respondo, mas é bem difícil e isso já faz uns dez dias. Eu me pergunto quando é que ele vai desistir de mim.

Olho a barra de notificação e só tem o básico lá: "cadê você?, "eu fiz algo errado?", "por que não nos falamos mais?", "me desculpa" ou algum meme que eu não iria entender mesmo se visse a imagem— lógico que tudo está digitado como se uma criança de cinco anos tivesse batido com a testa no teclado. Mesmo assim, fico um pouco curioso para saber o que ele quer. Entro no bate-papo e começo a digitar:

_sUKE_: Dá para parar de me enviar mensagem? Se eu não respondi até agora, é porque não vou responder.

Naru: ñ entendo pq estou sendo ignorado. tá estressado, princesa?

_sUKE_: Não vou responder a essa pergunta e você só me manda coisa inútil.

Naru: eu vi aquele anime que você recomendou.

Hesito.

_sUKE_: Todo?

Naru: n, eu to no ep 30 por aí

_sUKE_: E o que achou????

Naru: no início achei chato até dropei

Reviro os olhos e quase desligo o celular, só não faço isso, porque ele começa a digitar.

Digitando...

Digitando...

Digitando...

Naru: mas eu continuei a ver para falar com você

Sorrio um pouco.

Naru: e até que é legal. fico com vontade de descobrir o resto

Naru: shippo demais a winry com o eddie:3

_sUKE_: Que intimidade é essa com ele?? E foi só no casal que você reparou?

Naru: n. achei mó lição de vida, mlk

Naru: troca equivalente e essas paradas

_sUKE_: xD

_sUKE_: SIM. NINGUÉM CONSEGUE NADA SEM ESFORÇO. VOCÊ NÃO GANHA NADA SEM SACRIFICAR ALGO DE IGUAL VALOR EM TROCA.

Naru: eh kk bem isso

Naru: eu fiquei bem triste com a morte do ------

_sUKE_: T-T EU TAMBÉM GOSTAVA MUITO DELE. FIQUEI MUITO ODIOSO.

Naru: kkjkjkk para de digitar em capslock kkk me assusta kkk vc tem cara de ser bem bravo

_sUKE_: Nossa... Não sou tão bravo assim.

Naru: então to perdoado por sejala oq eu fiz?

Naru: dejja lá*

Naru: seka*

Naru: *seja

_sUKE_: Teria economizado mais tempo se tivesse digitado certo de primeira.

Naru: talvez

_sUKE_: Não, não está perdoado.

Naru: mas vc tava td felizinho aí!

_sUKE_: Não estava feliz.

Ele não responde nada. Acho até que ficou off.

Naru: olha

Uma foto com o print de eu mandando "xD" aparece para mim.

_sUKE_: Isso foi manipulado. Não lembro de ter mandado isso.

Naru: tá bommmm... 7w7

_sUKE_: Para de jogar as coisas na minha cara. Eu vou te bloquear.

_sUKE_: E que cara maliciosa é essa?

Naru: achava q vc gostava de uma malícia

_sUKE_: Meu pai eterno, agora é sério. Tchau, Naruto.

Naru: NÃO ME BLOQUEIA T-T

Naru: POR FAVOR

Sorrio de lado.

Meu celular começa a tocar e eu atendo.

—Não me bloqueia, seu chato— ele choraminga alto, até afasto o celular da orelha.

—Tenho mais o que fazer do que falar com você.

—Tipo?

—Tipo trabalhar.

—'Tá, mas não precisa me bloquear por isso.

—Por que não bloquearia? Me dê um motivo. Um bom motivo—olho meu relógio.

—Porque... Bem... Porque eu gosto da sua personalidade. É engraçada.

—Gosta?— endireito a minha postura e sorrio. —Que pena que eu não ligo para a sua opinião—olho minhas unhas. 

—Ai, o que eu fiz de errado? Queria ser seu amigo.

—Um: você é estranho. Dois: eu não procuro amigos. Três: eu já encontrei um cara que queira foder comigo.

—Você já saiu com outros nesse curto período de tempo?

—Mas é claro. Nós não temos nada.

Lembro de como um alfa me fodeu bem ainda ontem... Uau. Aquilo foi quente.

—Sei que não temos— ele fica meio quieto. —Mas é que me senti meio usado.

—O que você esperava? Que nos apaixonássemos e vivêssemos felizes para sempre? Acorda, Naruto. Eu deixei claro desde o início que só queria sexo. Não aja como vítima.

—Não é isso... É só que sei lá. Eu também não estou apaixonado por você, prepotente imbecil. Só achava que poderíamos ser, pelo menos, amigos.

—Você disse que gostou da minha personalidade e eu sou assim. Eu deixei claro meus objetivos com você. Se você não quer nada, pois, bem, não temos nada.

—É que não gosto de me encontrar com essas pessoas do Dringr, sabe? Eu não gosto de ser tratado como um objeto sempre e é isso que esse site faz. 

—E por que você 'tá lá?

—Já disse... Eu gosto de postar minhas fotos lá.

Ah, verdade. Ele disse que é fotógrafo. 

—Do seu corpo nu?— cruzo um de meus braços contra o peito com um sorriso vitorioso.

—Eu gosto de ser elogiado. Isso não quer dizer que gosto de ser usado...— ele parece um pouco esquisito, porém dou de ombros. —E acho que você também não gosta, Suke.  Acho que ninguém gostaria— meu coração pesa um pouco. —Você me parece bem infeliz. 

—Você não me conhece. Para de falar de mim como se fôssemos amigos há anos.

—Desculpa, se é assim que você quer, irei te respeitar. Tchau.

—Não, espere. Vamos nos encontrar.

—Uhm... Já disse que não me encontro.

—Pago qualquer coisa para você— insisto sem nem saber o motivo.

A verdade é que gosto da forma como ele se importa, mesmo que um pouco comigo...

—Qualquer coisa?

—Sim.

Aha! Eu sempre soube. Ele pode fazer todos esses discursos motivacionais, contanto, no fim, ele é como todo mundo. Acha que eu não posso comprar o que eu quiser com o meu dinheiro? Se eu quiser, eu compro até o amor de alguém.

—Está se deixando ser usado de novo.

—Tanto faz. Eu não me importo.

—Vamos nos encontrar então. Onde?

—Eu te pego na parte de trás do...— penso. —Ichiraku. Aquele lugar em que eu comprei comida para você. Depois do meu trabalho, okay?

—Que horas você sai do trabalho?

—Passo lá dezenove horas. 

—Te vejo lá, 'tô certo?

—Claro. Combinado— desligo.

Coloco meus braços para trás da cabeça. Finalmente, vou conseguir dormir com ele. Meu humor está tão bom que eu até esqueço o tanto de trabalho que preciso terminar antes da hora esperada chegar.

Alguém bate na porta e eu reviro os olhos. 

—Pode entrar— a secretária de cabelos rosas entra na sala com as bochechas um pouco avermelhadas e forçando uma cara de tristeza. —O que foi que 'tá com essa cara, Haruno?

—O senhor Obito e o senhor Deidara pediram para eu te entregar isto...— ela deixa uma caixa com um post-it rosa vibrante em minha mesa e sai rapidamente do local.

Nas últimas semanas, esses dois estão mais próximos do que o comum. Não sei se fico feliz por meu primo talvez estar conseguindo uma chance com o loiro dos sonhos dele ou se entro em desespero, porque aqueles dois juntos é igual a bagunça total.

Eu devo entrar em despero mesmo. 

Meu sangue borbulha, assim que vejo o que senhorita Haruno me entregou.

—ISSO É UMA PIADA?— esbravejo com o máximo de ódio possível e saio da sala, reparando que todos os funcionários seguram a risada. —Estão rindo do quê? Senhorita Haruno, se mais um desses chegar, eu quero que jogue fora imediatamente. Por pouco, não foi demitida, mas espera meu irmão tirar licença de maternidade para senhorita ver.

A boca de todos no escritório abre um "o" perfeito e eu percebo que falei demais.

A gravidez do meu irmão ainda é segredo, já ele apenas revelou para a família no último encontro.

—Esqueçam o que eu disse, certo?— bagunço meus cabelos. —Quem abrir o bico para o meu irmão eu mando para a rua— aponto meu dedo indicador para a secretária, que se encolhe.

—Tarde demais, maninho. Vai despedir a si mesmo?— escuto a voz calma atrás de mim.

Maldita mania de chegar por trás.

—Tachi, eu...— coço minha nuca, nervosamente.

—Você...?— ele puxa a minha orelha. —Já falei para não ser rude com os funcionários. A empresa precisa deles para funcionar. Está mesmo querendo irritar um homem grávido, além de espalhar a notícia da minha gravidez para todo mundo?

—Desculpa! É que o Obito e o Deidara... Eles... Itachi, por favor, que vergonha! Seja mais profissional!— ele me solta, porém continua com aquele olhar fervente e os braços cruzados, enquanto bate a sola do pé, repetidamente, contra o chão. 

—Para a sua sala. Agora— ele puxa o meu punho com força e a primeira atitude que toma é ir mexer na minha mesa. —Foi isso?— ele pega a caixa, mesmo comigo tentando tirá-la de sua mão. —"Um presente para você. Espero que te ajude"—ele lê e me olha, confuso. 

—Me devolve agora!—ele desvia tão rápido quanto a luz.

Fuinhas são bem rápidas.

—"Isso é para nunca mais magoar o meu loirinho. Não sou seu loiro. É meu loiro, sim"— ele trava um pouco na leitura devido ao papel estar todo riscado com caneta. —"Do Dei e do Tobi"— mais um risco. —"Obito". O que é isto, Sasuke?— ele, finalmente, lê o conteúdo da caixa. —Puta que pariu!— ele ri tanto quanto o meu rosto é capaz de ficar vermelho.

—Itachi! Eu vou me vingar! Eu vou te matar, porra!— pego a embalagem dele e jogo-a no lixo.

—Meu Deus! Eu vou morrer!— ele chora de rir e eu me seguro para não cortar aqueles fios longos negros dele. —Impotência, hein? É por isso que não come o Deidara?

—Sai daqui agora!—seguro o ômega pelos ombros e empurro o menor para fora da minha sala. —E não volte!—bato a porta com força bem em frente a ele e volto para a mesa. —Porra!— chuto a lixeira e vejo a embalagem de viagra no chão. —Imbecis para caralho.

Coloco os papéis de volta no lixo, enquanto tento recuperar a minha paciência, e me sento. Mordo a tampa da minha caneta, agora, com um sorriso malicioso e volto a trabalhar:

—Calma, Sasuke. Ignora. É uma troca equivalente. Você vai se irritar agora, mas vai ter uma noite bem divertida com Naruto.



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