— Pa? Angie pediu para avisar que ia acompanhar Susan na consulta dela no ginecologis- Pa?
Estranhou ao ouvir um barulho de choro, será que John estava em casa? Aconteceu alguma coisa? Foi até o escritório vendo o pai com uma garrafa na mão. "Ah eu não acredito!"
— Ninguém me ama... — chorou mais alto com a cabeça baixa.
— Pa... O que aconteceu?
— Saí!
O mais novo revirou os olhos indo abraçar o pai, colocou o braço envolta da cintura alheia - com um pouco de dificuldade por Alexander estar sentado -. Esse que fez um bico tentando se agarrar no filho.
— Tudo bem? O que aconteceu?
— O Jackie ele... Ele... Vai me abandonar — disse chorando ainda mais, será que era por isso que ele bebeu? Se fosse Philip daria um jeito de fazer Laurens pagar caro por magoar os sentimentos de seu pai!
— Por que papai?
— Ele não me dá mais atenção!
Enquanto Hamilton listava os motivos do "abandono", o filho só queria se acabar de rir, Alexander e carência nunca combinaram na mesma frase mas estranhamente aquilo estava fazendo muito sentido. Ele era realmente uma caixinha de surpresas.
Ainda agarrado a cintura do pai e segurando o riso, o mais novo respira fundo e encara os olhos negros de Alexander mesmo que se encontrem vermelhos e cheios de tristeza.
– Mas acho que falta de atenção não é a única coisa que está te incomodando, certo? O que houve? – questiona gentilmente, o mais velho já sofria antecipadamente sendo que o outro nunca havia mencionado que o deixaria de alguma forma.
— Era uma carta para um tal de James! Ele chamava de "amor da minha vida", "te amo muito", "cuide do Henry por mim" — continuou chorando, seria um motivo bem besta para muitos.
Porque existem amigos que são extremamente melosos e carinhosos, não necessariamente namorados ou amantes. Mas para Alexander aquele argumento só era válido quando conhecia a pessoa, e o único James que ele conhecia era o seu próprio irmão.
— Mas pa, existem amigos carinhosos desse jeito. Eu mesmo chamo a Theo de meu anjo, você pode não ter lido direito.
— Eu sei muito bem o que eu li!
— Tudo bem... Que tal falar com John quando ele chegar? Pode ser tudo um mal entendido, agora vamos, você precisa de café. Sua cabeça deve doer menos.
— Mas Pip! Eu quero a minha bebidaaaaaa.
A vontade de rir era grande, o pai fazia um bico tentando parecer fofo - com sucesso - e olhava o mais novo segurando a garrafa.
— Sua bebida pode esperar, ou, se quiser pode beber whisky mas eu jogo essa merda no seu computador! O que acha pa?
—.... Você é cruel.
— Vem, levanta — disse dando as mãos para o mais velho, que levantou meio que cambaleando e rindo. — Calma. Sem pressa.
Segurava Hamilton para ele não ficar cambaleando pela casa, tinha medo do pai ficar tonto, cair e se machucar. Ajudou o homem a sentar e depois levantou colocando água para ferver, enquanto fervia, Philip pegou pão e queijo. Leu na internet que quando se estava bêbado, era bom comer e beber muitas bebidas não alcoólicas.
— O quê? — Estranhou vendo o pai abrir os braços.
— Eu quero carinho, segue o roteiro.
Revirou os olhos indo até o mais velho, sentou em suas pernas beijando repetidamente seu rosto, fazendo carinho nos fios longos e o pai agarrou o filho aproveitando aquele momento simples e fofo.
— Melhor?
— Uhum, você devia ser mais carinhoso com o seu pai.
— Por quê?
— Porque eu sou seu pai e eu te amo e mereço um pouco de amor.
— Ok ok, vou cuidar melhor do senhor está bem pa? Agora eu vou terminar seu lanche e vamos tomar banho.
— Mas-
— Café com ou sem açúcar?
— Sem.
"Meu pai parece uma criança" Sorriu com a cena fofa do pai comendo sorrindo de novo, pela primeira vez em mil anos alguém viu Alexander comer! Ele geralmente se trancava no escritório e só Laurens enfiava alguma coisa na garganta daquele homem. Nem sempre era comida mas pelo menos era o suficiente para ele largar o trabalho algumas duas horas.
— Agora vamos para o banho!
— Nãoooo!
— Pa deixa de ser porco! Vem!
O pai um pouco menos tonto, levantou dando a mão para o filho. "Tanto tempo que você não me dá a mão" pensou guiando o mais velho para pegar toalha e roupas, depois o levou para o banheiro.
— O chuveiro está na água fria, ideal para amenizar a ressaca.
— Philip eu não quero entrar na água fria!
— Mas tem que entrar, vai te ajudar amanhã a se sentir melhor.
— Entra comigo?
— Está bem... — suspirou vendo o mais velho sorrir animado, se virou para ele tirar a roupa e juntos entraram no box. — Vamos lá, 1, 2, 3 e...
— Ah!
Alexander deu um ""gritinho"" ao sentir a água no seu corpo, abraçou o filho que retribuiu molhando os fios longos.
— Pronto, já entramos... Consegue tomar banho e se vestir sozinho?
— Acho que consigo.
— Ok, vou arrumar sua cama.
Era possível que o pai esquecesse essa noite, mas o mais novo nunca esqueceria. Estava se sentindo bem em cuidar do pai, por um motivo besta mas cuidando. Contaria para Angélica depois, ela provavelmente morreria de amores e se lamentaria por não estar lá na hora.
— Por que você está arrumando a cama?
— Porque você vai dormir, sem discussão.
— Saco — bufou Hamilton se ajeitando na cama. — Eu estou sem sono!
— Conte carneirinhos!
Philip se sentia sua mãe, inclusive tirou dúvidas enquanto o pai estava no banho, não era ruim. Pelo contrário, sua mãe era mais nova mas muito mais responsável que seu pai. Que ficou bêbado por uma carta!
— Três, quatro, cinco... Me ajuda, que número vem depois do cinco?
— Seis — respondeu dando risada, começou a acariciar o cabelo do pai e no número doze ele já estava quase dormindo.
— Filho, eu te amo.
— Também te amo pa.
Continuou o carinho até ver que Alex dormiu, sorriu dando um beijo em sua bochecha e levantou para ligar para o padrasto. Não tinham tanta intimidade - por parte do próprio Philip - mas caso acontecesse algo era para ele que ligaria.
— Laurens?
— Philip, aconteceu alguma coisa?
— Quem é James? Papai achou uma carta sua para esse homem, encheu a cara e ficou alguns minutos chorando.
— Pff — O padrasto começou a dar risada. — James é o meu irmão mais novo!
— Meu Deus! Tadinho do papai!
— Eu vou conversar com o Lexi depois, como ele está?
— Depois de tanta manha, coloquei ele para dormir. Queria que tivesse visto, papai contando carneirinhos.
— Que fofoooooo!
— Eu tive que ajudar ele, que estava bem carente, me abraçando a cada 5 minutos.
— Mas você gosta não é?
O mais novo riu envergonhado, apesar de ser mais próximo da mãe, também gostava quando o pai ficava carinhoso desse jeito.
— Confesso que sim, vou desligar, logo logo tenho que buscar a Angie e a Susan no ginecologista.
— Eu busco, deixo a Su na casa da sua mãe e trago a Angie. Aproveito e compro um bolo para comer.
— Ok então.
— Beijos Pip.
Mais tarde...
Alexander acordou sentindo uma leve dor de cabeça, o que aconteceu?
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.