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História Drunk In Love - Supercorp - Capítulo 2


Escrita por: spearswitch

Capítulo 2 - Capítulo 2


Fanfic / Fanfiction Drunk In Love - Supercorp - Capítulo 2

 


Quando Lena saiu do banho, Kara estava sentada com uma xícara de café na mão, olhou para ela e caminhou para se servir um pouco de café também.

— Maravilhoso! — Depois de apreciar a bebida quente, dedicou atenção a cunhada de Sam. — Então estamos casadas.

Kara olhou para Lena com impaciência.

— Fico feliz que uma de nós esteja achando isso divertido. — A irritação em seu tom de voz era nítida.

E ainda estava com uma maldita dor de cabeça.

— E que opção eu tenho? — Lena olhou para o vestido de Kara e viu o rasgado. — Sinto muito por isso. — Coçou a cabeça meio confusa, não se lembrava de como aquilo aconteceu. — Você se lembra de algo que fizemos na noite passada?

Pela careta que Kara fez, soube que ela tão pouco se lembrava de algo.

— O que vamos fazer com relação a isso? — Kara apontou para o papel e o olhou como se a folha pudesse virar uma cobra e picá-la.

— O casamento? — Deu de ombros. — Não se preocupe com isso, é fácil de resolver.

Kara olhou a amiga de Sam com desconfiança.

— Me diga exatamente como. — Balançou o dedo na direção de Lena. — Para eu ficar tão tranquila quanto você.

Lena suspirou.

— Vamos ao um cartório pedir a anulação, não estamos casadas há muitas horas. — Resumiu tentando encurtar a conversar e ter um pouco de privacidade. — Não se preocupe, vá para o seu quarto e me encontre daqui a meia hora no hall do hotel.

Kara encarou Lena por um tempo, mas logo começou a se mover.

— Tudo bem eu encontro com você lá.

— Leve seus documentos. — Lena a alertou. — Vamos precisar.

Com a expressão confusa, Kara parou na porta e encarou Lena.

— Que andar é esse?

— Quinto.

Kara por fim saiu.

Lena continuou olhando para a porta que a bela mulher tinha acabado de passar.

Como não se lembrava de nada do que tinha acontecido?

Quem esqueceria uma noite com uma mulher linda como Kara?

(...)

Exatamente meia hora depois, as duas estavam no taxi a caminho do cartório.  

— Escute, esse poderia ser nosso segredo? — Kara não queria de jeito algum que Alex descobrisse. — Não quero que minha irmã descubra que me casei, na noite da despedida de solteira dela.

Lena deu de ombros.

— Por mim tudo bem, Sam já deve estar querendo arrancar minha cabeça fora por ter saído com você. — Lena sorriu. — Não quero piorar ainda mais as coisas.

— Sam não faz por mal, ela tem medo da minha irmã. — Olhou para o perfil de Lena. — Alex sim é com quem você tem que se preocupar. — Voltou a encara a janela e se distraiu, aquela cidade era maravilhosa. — Sabe, é estranho o que vou dizer, mas me casar em Vegas, está na minha lista de “Coisas para eu fazer antes de morrer”.

Lena virou para ela com o olhar divertido e curioso.

— Quem faz uma lista dessas?

— Todo mundo faz. — Deu de ombros notando a expressão incrédula no rosto da morena. — Bom, pelo menos deveriam fazer. — Se voltou para a amiga de Sam. — Imagina passar por essa vida sem fazer uma loucura?

— Você pode fazer loucuras sem uma lista mórbida dessas. — Kara negou e Lena riu. — Fico feliz de ter ajudado você a cumprir, pelo menos, um item dessa lista.

— Mesmo que eu não me lembre de nada, obrigada pela colaboração. — Deu um tapinha no ombro de Lena. — Quanto tempo você acha que demora até sair à anulação?

— Não acredito que demore muito, e se dermos sorte, talvez em algumas horas ou amanhã.

— Ótimo! Meu voo é para amanhã à tarde, quero ir para casa com esse problema resolvido.

Quando chegaram, foi Lena quem cuidou de tudo e tiveram que esperar um pouco para ver o juiz que faria a anulação. Quando ele chegou, logo perguntou o motivo delas quererem a anulação e Lena, novamente, tomando as rédeas da situação, explicou que nenhuma das duas estava consciente de suas ações a tal ponto de se casarem, ela alegou também o fato de ambas não se conhecerem e que tinha sido um ato irresponsável unicamente levado pelo excesso de bebida. O juiz considerou os argumentos e a anulação foi concedida dentro de poucas horas. 

Visivelmente aliviada, Kara entrou no táxi com um belo sorriso de alivio no rosto.

— Ufa pensei que levaríamos dias fazendo isso. — Virou para Lena com ar curioso. — Você já tinha feito isso antes? Casar e se divorciar em Vegas?

— Não. — Lena imediatamente negou. — Você é a única mulher que me levou para o altar, e para uma anulação logo em seguida.

Kara franziu a testa.

— Como você pode saber tanto sobre o assunto? — Inclinou a cabeça analisando o rosto bonito. — Se nunca passou por isso?

— Gosto de Vegas, venho aqui com certa frequência, sei o que uma bebida pode fazer com as pessoas, pode leva-las a cometer loucuras como a nossa. Então sempre que venho, dou uma olhada nas leis. — Deu de ombros. — Essa cidade parece que estimula as pessoas a casarem, eu tinha passado ilesa por isso, até conhecer você e ser arrastada para o altar com algum cover do Elvis fazendo a cerimonia. — Lena segurou a mão esquerda de Kara e passou o dedo na aliança que estava na mão esquerda da loira. — Veja, parece que lhe dei uma aliança.

Kara olhou para o dedo e o sentiu formigar, não sabia se pelo toque ou pela peça em seu dedo, só agora estava notando ela ali.

— Eu nem percebi. — Disse já prestes a retirar do dedo, mas de repente parou e deu de ombros.

Não a estava incomodando afinal.

Olhou para a mão de Lena e um sorriso travesso passou por seus lábios.

 — Parece que eu também lhe dei uma.

Olhando para a própria mão, Lena riu. Descontraída, segurou a mão de Kara e entrelaçou os dedos das duas de uma forma que dava para ambas olhassem as alianças.

— Devem ser falsas. — Lena murmurou analisando as peças.

Kara concordou sem poder segurar o riso.

— Você deveria se envergonhar, comprar uma joia sem valor para a sua primeira esposa? Que vergonha.

Lena encarou os olhos azuis que carregavam um brilho brincalhão contagiante.

Sorriu.

— Talvez eu acreditasse que ela me amasse, mais do que ao meu dinheiro?

Sorridente e se sentindo leve como há muito não se sentia com alguém, Kara foi se deixando levar e brincou com Lena.

— Oh, querida por isso ela acabou de largar você. — Piscou para Lena. — Ela só queria o dinheiro. — Piscou para Lena. — O resto seria um bônus.

Lena levou a mão ao coração como se tivesse sido atingida.

— Você acabou de partir meu coração. — O tom exageradamente dramático que Lena usou fez Kara cair na gargalhada. — Nunca mais voltarei a confiar em uma mulher outra vez.

Lena apreciou o som, realmente apreciou.

Conversaram e riram todo o caminho de volta para o hotel, e sem nem se darem conta, nenhuma delas retirou o anel.

Assim que chegou ao seu andar, Kara encontrou a irmã batendo em sua porta. Ela devia estar preocupada já que passou praticamente o dia todo resolvendo seu pequeno “problema” com a mulher do voo.

Lena... Sorriu e balançou a cabeça.

— Me procurando? — Perguntou descontraída.

Alex a olhou de cima abaixo com ar desconfiado.

— Sim, pelo que soube sua noite foi bem agradável.

Kara abriu a porta já pronta para o monte de perguntas que Alex lhe faria, se jogou na cama confortável do hotel, já que teria que responder, que fosse no conforto.

— Foi bem interessante.

— Interessante é uma palavra meio vaga, quero detalhes. — Sentou  na beirada da cama. — Você saiu com Lena ontem, Sam me contou.

— Nossa que fofoqueira essa minha cunhada. — Se sentou para poder olhar de frente para a irmã. — Não quero ouvir sermão por ter dado uns beijos em Lena. — Deixou claro. — A mulher é bonita como inferno e eu não sou de ferro, e, além disso, estávamos bêbadas.

— Eu sei disso também, até porque de que outra forma vocês se casariam em Vegas se não fosse pela bebida?

Kara deu um pulo da cama, e como estava na ponta, caiu no chão.
Enquanto se levantava, entre xingamentos, encarou a irmã.

— Como você soube? — Perguntou enquanto ajeitava o cabelo que lhe cobriu o rosto com a queda. — Quem contou?

A irmã foi até ela e lhe deu um leve tapa no ombro, como fazia sempre que queria mostrar que sempre estaria um passo a frente da mais nova, e isso sempre a irritou, mas agora estava mais preocupada em saber como a irmã descobriu sobre o casamento.

E se tivesse sido Lena, faria picadinho dela, faria com certeza. Jogaria os pedacinhos dela no deserto.

Enquanto pensava em formas de matar Lena, Alex chamou sua atenção.

— Kara, querida, vocês precisavam de duas testemunhas para casar, Sam e Gayle, elas foram junto com vocês e testemunharam tudo. Claro que achando que não passava de uma brincadeira.

Kara fechou olhos se forçando a lembrar, mas tudo que tinha era um branco.

Não se lembrava de nada daquilo.

Estava se sentindo dentro do filme "se bebe não case"

 — Sam me contou esta manhã o que aconteceu, e logico, a primeira coisa que eu fiz foi vir aqui, mas você não estava então concluir que estaria no quarto de Lena, fui até lá e nada das duas. — Alex inclinou a cabeça para o lado. — Onde vocês estavam? É obvio que saíram, porque você não estava com essa roupa ontem.

Não valeria de nada esconder as coisas de Alex, então era melhor contar de uma vez.

— Eu e Lena não nos lembramos de nada, mas quando vimos à certidão de casamento, sabíamos que tínhamos que resolver logo. — Ela, para dizer a verdade, que ficou desesperada. — Então fomos até o cartório e por isso não nos encontrou. Lena cuidou de tudo e anulamos essa loucura. — Soltando o ar com força passou as mãos pelos cabelos. — Você pode acreditar nisso? Eu me casei e separei em menos de 24hrs.

Alex riu.

— Mamãe ficaria orgulhosa se soubesse que a caçula dela se casou em uma capela em Vegas, com uma mulher que acabou de conhecer.

Kara lançou um olhar de desprezo para a irmã, que não era para ela propriamente, e sim, para a menção a mãe.

Destetava aquela mulher e o sentimento era reciproco.

— Ela ficaria feliz se ao invés de um casamento fosse meu velório.

Alex bateu na madeira e olhou com repreensão para a irmã.

— Não fale bobagens, ela é sua mãe.

— Infelizmente. — Grunhiu. — Jamais vou perdoar o papai por escolher ela para ser nossa mãe, francamente, que má sorte a minha.

Viu Alex balançar a cabeça desaprovando suas palavras, não se importava. Nunca se daria bem com a mãe, e Alex tinha que se acostumar com isso de uma vez e parar de tentar fazer a milagreira das causas perdidas com elas duas.

Decidiu mudar de assunto para amenizar o clima, afinal, estava ali pela irmã.

— Então qual vai ser a nossa programação hoje?

Entendendo a tentativa da irmã de mudar o assunto, Alex respondeu:

— Um jantar, que alias, é daqui a duas horas. Sam e eu vamos juntar as amigas dela com as minhas, para curtir esse ultimo dia.

Kara pensou nas amigas da irmã e logo bateu um desanimo de tão chatas que eram.

Pelo menos as amigas de Sam eram legais.

Lena principalmente.

— Ótima ideia, por favor, me lembre de não beber. Eu ainda estou me recuperando da ressaca de ontem.

— Claro que está, deve ter bebido muito além da conta para não se lembrar de nada que você e Lena fizeram.

— Você não tem ideia do quanto. — Exibiu uma careta. — Nunca mais chego perto de uma bebida na minha vida, imagina se não conseguíssemos a anulação?

— Você seria a senhora Luthor.

— Estou muito satisfeita sendo só Danvers mesmo.

Alex riu e olhou para mão da irmã.

— Awn ela lhe deu uma aliança, isso é tão fofo.

Kara escondeu a mão.

— "Awn" coisa alguma, pare com isso e pare de me olhar desse jeito.

— De que jeito?

— Você sabe muito bem, está me olhando como se eu tivesse acabado de lhe apresentar uma namoradinha. Você sempre faz esse olhar irritante quando me vê perto de alguém.

— Talvez porque eu a ame e quero que encontre alguém que a ame e te faça feliz. Isso é algum pecado?

— É um pecado. — Murmurou. — Principalmente quando ainda tem tanto soverte na vitrine para se provar.

Alex revirou os olhos, mas seguiu conversando com a irmã.

(...)

Lena saiu do banho com a toalha enrolada no corpo e enquanto escolhia uma roupa para o jantar com as amigas, não pode evitar olhar com um sorriso de lado na direção da cama.

Que diabos ela e a cunhada de Sam tinham feito? Não tinha nada de inocente, longe disso, mas não se lembrava de nada da noite passada, claro que se lembrava de quando Kara chegou e tomou a bebida de suas mãos, sem pedir permissão, e do beijo que trocaram, mas só pequenos fleches.

Olhou para a aliança em seu dedo.

Casou-se com uma mulher que não conhecia, em uma capela em Vegas, suas amigas do corpo de bombeiro achariam graça daquilo e ficariam com inveja também ao saber que pediu a anulação no dia seguinte, à maioria delas vivia reclamando da vida de casadas e que sentiam falta de suas vidas de solteiras, mas no fundo, Lena sabia que amavam suas esposas e maridos e eram felizes.

Hesitou um pouco, mas tirou a aliança do dedo e jogou em algum canto da mala, para levar como recordação da viagem.

Alex assim que viu Lena chegar a cumprimentou com um gesto de cabeça e um sorriso amigável, viu quando ela olhou disfarçadamente para a mesa enquanto cumprimentava Sam, ela estava à procura de alguém.

E sabia exatamente quem Lena procurava.

Quando Lena a cumprimentou, não pode evitar uma brincadeira.

— Devo chamar você de cunhada agora? — Primeiro o olhar de Lena foi confuso e logo a viu ficar encabulada.

Lena lhe deu um sorriso sem graça.

— Então você já sabe. — Assentiu achando graça da vergonha de Lena. — Deve saber também que sou sua ex-cunhada agora.

— Me chegou essa informação também.

— Quer que eu a mate agora, amor? — Sam perguntou passando o braço no ombro da noiva.

— Não vai ser preciso, se ela fosse uma cafajeste, Kara mesmo teria dado uma surra nela. — Apontou para a cadeira. — Agora vamos nos sentar e desfrutar desse jantar.

Lena voltou a olhar ao redor procurando por Kara.

Pensou que ela fosse comer com elas, e tinha estado animada com a ideia de voltar a vê-la, para poder conversar com Kara outra vez. A mulher lhe causou uma ótima impressão, Kara era divertida, bonita e bastante atraente, e isso, não poderia negar nem se quisesse e o que não era o caso, estava muito interessada em conhecê-la melhor.

Olhou mais uma vez na esperança de vê-la chegar, mas nenhum sinal de Kara.

— Ela não vai demorar a descer. — Lena olhou para Alex.

— Estou sendo tão obvia? 

Alex soltou uma risadinha.

— Um pouco, mas não se preocupe, não acredito que alguém tenha percebido. — O olhar de Alex foi para a entrada do restaurante do hotel. — Ela acabou de chegar.

Imediatamente o olhar de Lena encontrou com Kara vindo em direção da mesa, e ficou satisfeita com o sorriso que ela lhe lançou assim que a viu.

Kara cumprimentou as pessoas ao redor e veio em sua direção.

— Agora sim a noite está completa — Murmurou assim que a bela mulher sentou ao seu lado.

Ela riu.

Definitivamente gostava da risada de Kara.

— Isso foi um flerte? Por que tenho que lhe dizer que você vai ter que ser um pouco melhor que isso.

— Não precisei de um flerte se eu bem me lembro de ontem à noite.

Kara a olhou por um longo tempo e logo deu de ombros com um sorriso sagaz nos lábios.

— Não o fez, e talvez por isso, assim que fiquei sóbria, eu quis o divorcio.

Sorriu.

Ela era atraente.

— Uau, essa eu mereci. — Levou a mão ao peito. — Prometo que dá próxima vez você não escapará.

Sem tirar os olhos do cardápio, Kara continuou sorrindo e murmurou:

— Estou ansiosa para ver o que pode fazer.

Kara mantinha o olhar no cardápio, mas não estava lendo absolutamente nada, tudo o que conseguia pensar, era em como a mulher do voo estava ainda mais atraente aquela noite.

— Então vocês se casaram em uma capela ontem à noite? — Lá vamos nós pensou Kara se obrigando a olhar para a cara da sonsa da amiga da irmã. Fernanda, elas nunca se deram bem e até chegaram a discutir feio uma vez. — Francamente Kara, eu esperava mais de você.

— Eu sempre espero bastante das coisas pessoas também, e uma delas, é bem simples, cuidar da própria vida. — Encarou a amiga de Alex. — Mas parece que você não pratica isso, não é? 

Lena quase se engasgou com a bebida sem poder evitar a risada, e Kara, sem tirar os olhos da amiga de Alex, deu três tapinhas nas costas de Lena, como se ela fosse uma criança.

— Você sempre muito educada. — Amiga de Alex disse entre os dentes.

— E você sempre intrometida. — As mulheres travavam uma briga com o olhar tão intensa que Lena podia ver uma delas pulando no pescoço uma da outra a qualquer momento.

Foi preciso a interferência de Alex para isso não acontecer.

— Vocês duas, por favor, se comportem.

O garçom se aproximou para anotar os pedidos de todos cortando o clima tenso.

— Por favor, refrigerante com gelo. – Kara pediu.

O garçom terminou de anotar e saiu.

— Refrigerante? — Sam perguntou curiosa.  

Nunca viu a cunhada negar um bom vinho.

— Sim, nada alcoólico quando sua amiga está por perto. — Com um gesto de cabeça apontou para Lena. — Ela é uma ameaça a minha vida de solteira.

Sam riu e levantou um brinde.

— Quero brindar ao meu casamento no próximo sábado e ao casamento relâmpago da minha querida cunhada com Lena.

Todas brindaram entre risos quando Lena tocou sua taça com a dela.

— Um brinde a minha bela ex-mulher. — Lena brincou encarando os olhos azuis, causando arrepio no corpo de Kara.

 Tentando disfarça o tanto que aquela mulher mexia com sua mente, Kara inclinou a cabeça com graciosidade para o lado, Lena não precisava saber o tanto que lhe estava afetando.

Principalmente quando o seu corpo estava respondendo com tanta intensidade a proximidade delas.

Será que tinham transado e por isso seu corpo estava tão animadinho perto do de Lena? Mas que desperdício não se lembrar de nada.

Daria tudo para saber como Lena Luthor era na cama.

— Um brinde a nós duas — Brindou de volta e enquanto bebiam, seus olhares permaneceram fixos uma na outra.

Olhavam-se como duas amantes e ao mesmo tempo tinham uma curiosidade no olhar, uma duvida sobre a noite que passaram juntas. Incomodada com intensidade com que estava desejando aquela mulher, Kara desviou o olhar e iniciou uma conversa com a irmã.

Lena conheceu mulheres atraentes, e dormiu com a maioria delas, mas nunca sentiu tanta vontade de levar uma para a cama como estava sentindo com Kara, e a estava matando pensar que na noite anterior a teve toda para si e não se lembrava de nada.

Deixou seu olhar vagar sobre Kara sem se preocupar se alguém notaria.

A loira a estava deixando louca com aqueles lábios pintados em um vermelho intenso, de vez outra Kara fazia pequenos biquinhos para algo que Alex lhe dizia, e aquilo a estava matando.

Estava se controlando ao máximo para não sugerir que ambas dessem o fora dali.

Quando Kara se inclinou um pouco para roubar algo do prato da irmã, Lena foi abençoada com uma pequena visão da curva dos seios dela.

Sentiu um forte desejo.

Teve que se obrigar a se concentrar em algo que uma das amigas de Alex falava enquanto sua mente trabalhava em formas diferentes de despir a mulher ao lado.

Quando o jantar terminou, e cada um começou a subir para seus quartos, Lena fez questão de acompanhar Kara, com a esperança de ser convidada para entrar.

— Obrigada por me acompanhar. — Kara encostou-se contra a porta do quarto e a olhou fixamente.

Lena queria puxa-la para si, deslizar as mãos pelos cabelos sedosos e sentir a maciez dos fios entre seus dedos. Queria envolver a cintura de Kara beijar o pescoço dela e logo ir de encontro à boca e beija-la lentamente, para sentir o gosto da mulher tão atraente, e que, parecia ter invadido sua mente.

— Eu queria me certificar que não ia acabar em outra capela por ai.

Soltando uma gargalhada, qual apreciava muito o som, Kara pousou a mão em seu ombro.

— Não se preocupe você foi à única com quem fiz uma loucura desse tipo, e pretendo que seja a única.

A beleza de Kara era quase angelical e queria muito mais do que algumas horas na companhia dela, queria poder conviver com aquela mulher de energia tão radiante.

— Que horas é seu voo amanhã?

— Meio dia. — Ela deveria sair umas dez/onze para o aeroporto.

Talvez não a visse até o casamento e isso não a agradava, queria manter contato com Kara.

— Podíamos marcar para nos vermos um dia desses, antes do casamento das meninas. — Sugeriu esperançosa para que ela aceitasse.

— Claro! Espere um minuto. — Kara entrou no quarto e deixou a porta entreaberta.

Lena não sabia se como um convite para que a seguisse ou uma forma educada de deixa-la de fora.

— Aqui. — Kara estendeu a mão e lhe entregou um cartão. — Aí tem todos os meus contatos.

Lena leu o cartão com interesse.

— Fotografa? — Perguntou surpresa.

— Sim. Ainda não faço lá muitos trabalhos, mas vou me especializar. — Os olhos dela brilharam ao falar da profissão. — Por enquanto, quebro uns galhos.

— Vou querer ver suas fotos.

— Pois eu que vou tirar as fotos no casamento de minha irmã e vou fazer questão de tirar varias suas. — Kara piscou sugestiva e a fez sorrir.

Lena não podia resistir mais, se aproximou de Kara sem dizer nada, parou centímetros do rosto dela e esperou.

Deus a queria.

Emoldurou o rosto da bela mulher com as mãos e deslizou os dedos entre o cabelo loiro macio, moveu uma das mãos até as pontas dos dedos tocarem o rosto de Kara, suavemente traçando o contorno dos lábios macios que se entreabriram em resposta ao seu toque. Sem desviar nenhum momento os olhos dos olhos azuis, Lena abaixou a cabeça lentamente em direção à boca de Kara, mas não a beijou de imediato, queria que ela se aproximasse, e Kara não a decepcionou, a fotografa roçou os lábios contra os seus enquanto a olhava.

Provocaram-se roçando e dando pequenas mordidas na boca uma do outra, e quando Lena por fim a beijou, foi suave, queria guardar o gosto de Kara na memoria.

Em um gesto instintivo, Kara espalmou as mãos nos ombros de Lena, enquanto ela deslizava as mãos até lhe segurar pela cintura puxando seu corpo de encontro ao dela, o beijo até então suave, se tornou intenso quando Lena introduziu a língua em sua boca encontrando com a sua exigente e possessiva.
Kara subiu a mão até envolver o pescoço de Lena, não podia resistir à vontade de fazer carinho no cabelo sedoso da nuca dela enquanto se beijavam, e quando Lena sentiu a caricia, apertou a cintura dela em resposta e a encostou contra a parede pressionando o corpo contra o seu com mais força, e por longos minutos, ficaram entregues uma a outra no meio do corredor do hotel, sem se importar com nada ou ninguém, a única coisa que importava era a necessidade de mais e mais.

O beijo não parecia suficiente para Lena, queria sentir cada parte do corpo de Kara, e quem sabe assim, se lembrariam da noite passada?

— Procurem um quarto — Elas ouviram uma voz jovem gritar para elas.

Kara não pode conter o riso enquanto afastava um pouco dos lábios de Lena.

— Parece um sinal. — Murmurou encarando os olhos verdes.

Lena ainda estava colada em seu corpo.

Era malditamente bom tê-la assim.

— Para quê? — Ela perguntou e o tom malicioso não lhe passou despercebido, Lena estava esperando um convite para entrar.

Mas Kara recuou e se afastou da tentação.

— Para lhe dar boa noite. — Se inclinou na direção de Lena e seus lábios tocaram o rosto bonito. — Boa noite, Lena.

Se Lena já estava louca por Kara antes, agora poderia se considerar obcecada.

Também se inclinou sobre ela, e assim como Kara fez, deu um beijo no rosto da mulher, mas bem no canto dos lábios e se permitiu demorar o suficiente para sentir a respiração da loira se alterar outra vez.

— Boa noite, Kara. — Afastou o rosto para olhar para Kara.

Os olhos azuis diziam que se, se esforçasse um pouco mais, a levaria para a cama, mas preferiu respeitar a vontade dela.

Quando Kara entrou, Lena ficou encarando a porta por um tempo, estava pensando na loucura daquele dia. Olhou para o cartão que ela lhe deu e deu um beijo rápido.

Com certeza iria atrás daquela mulher.

...

Kara não sabia há quanto tempo estava sentada no chão com as costas contra a porta, só sabia que suas pernas estavam bambas e não tinha certeza se conseguiria levantar.

Que beijo, e que mulher era aquela? Só de estar perto dela na mesa e sentir o cheiro agradável do perfume que Lena estava usando, ou um leve roçar de pernas e ou braços fazia seu o corpo inteiro responder com intensidade a outra mulher. Conhecia atração, já sentira e muito, diga-se de passagem, mas assim? Como se dependesse do toque dela para acalmar todos os seus tremores? Não isso nunca sentiu. Entre o jantar e a sobremesa pensou em varias formas de despir Lena ali mesmo e não se importaria com a plateia, muito pelo contrario, estaria desposta a dar um ótimo show para quem quer que fosse, e sua única exigência, era que fosse Lena o protagonista com ela.

Queria tanto a Lena Luthor.

— O que aconteceu? Que surto foi esse de boa moça, pelo amor de Deus?

Jogou as mãos para trás como se repreendesse por tê-la dispensado. Em que mundo alguém dispensava uma mulher que estava perto de lhe proporcionar um orgasmo só com um beijo? Com certeza estava afetada, algo não podia estar certo com sua cabeça. Levantou jogando os saltos por algum lado do quarto e fez o mesmo com as roupas e jogou-se na cama, virou de lado agarrando um travesseiro e grunhiu.

Graças a ela mesma, aquele travesseiro seria sua única companhia.

— Você não me excita. — resmungou dando um soco no travesseiro, virou para o outro lado e fechou os olhos se obrigando a dormir.

(...)

— Quando chegar me liga?

— Eu vou ligar. — Confirmou que ligaria pela milésima vez. — Alex é só um voo, certo? Não vou ser sequestrada. — Acordou de péssimo humor aquela manhã, a frustração sexual era pior que TPM, e só piorou quando soube que Sam tinha saído cedo com as amigas, incluindo Lena, e nem teve como se despedir. — Queria ter me despedido de todos.

— De todos? Kara eu sou sua irmã, não precisa fingir para mim, você queria se despedir de Lena.

Fez uma careta, odiava esse ar de sabe tudo de Alex.

— Como de qualquer outra pessoa. – Não deu o braço a torcer.

— Sei... Não se preocupe que você vai ver Lena outra vez no casamento.

Esperar até o fim de semana não parecia uma ideia animadora, mas tudo bem, ela podia lidar com aquilo.

— Ainda não estou pronta para ver você partir. — Alex murmurou toda sentimental.

— Alex pelo amor de Deus você vai me ver daqui dois dias.

— Não estou me referindo a isso, e sim a sua mudança de cidade.

Seria ruim ficar longe da família, principalmente do pai e da irmã, e um alivio ficar longe da mãe, mas era a melhor decisão para sua carreira e queria se especializar e se tonar uma fotografa renomada, e para isso, teria que ir para aonde isso acontecia e sua cidade natal não era bem o melhor lugar.

Trabalhava em um jornal pequeno da cidade, mas não era isso que queria.

Queria mais.

Seu pai a ajudou a resolver praticamente tudo, e sua maior ajuda, foi o apartamento e o carro.

Seu pai era um anjo.

— Você vai poder me visitar a hora que quiser.

— Não é a mesma coisa. — Kara suspirou e deu um abraço e um beijo no rosto da irmã.

— Não vamos pensar nisso agora ok? Agora me deixe ir se não perco meu voo. — Se despediu da irmã e foi em rumo à nova vida.

(...)

Kara precisava chegar à igreja uma hora antes da cerimonia, queria tira algumas fotos do local antes que todos chegassem, e para isso, tinha que correr. Pegou a bolsa e seu equipamento fotográfico, mas quando ia saindo ouviu uma noticia que a fez voltar, um incêndio em colégio ocorreu na cidade para qual ia se mudar no dia seguinte. Ouviu atentamente o relato da repórter sobre a tragédia, varias vitimas, e a maioria delas, crianças, e alguns bombeiros também. O colégio estava tendo um evento para as crianças quando o incêndio começou e se alastrou rapidamente.

Kara sentiu um peso no peito ao pensar na dor das famílias, eram apenas crianças, nada de ruim deveria acontecer com elas.

Balançou a cabeça e seguiu seu caminho para a igreja, infelizmente a vida era assim, enquanto uns estavam sofrendo, os outros estavam seguindo com vida completamente alheios à dor do outro.

Essa era a vida.  

...

Horas mais tarde, Kara por fim se sentou e rezou para poder ter conseguido captar cada detalhe da cerimonia, mais que isso, queria ter captado a essência do amor de Alex e Sam, as duas estavam tão felizes e tão apaixonadas que queria fazer jus a isso em suas fotos.

Olhou ao redor, amava fotografar, mas amava também aqueles momentos em que podia apenas observar as pessoas.

Suspirou.

Lena não tinha comparecido a cerimonia e nem a festa, para sua tristeza, estava contando em vê-la, mas ela não foi, mesmo dizendo que iria.  

Não deveria estar chocada, Lena também não tinha ligado.

— Se divertindo?  

Kara virou para Sam.

— Um pouco. — Se inclinou. — Sam, por que Lena não veio? — Nunca foi do tipo que dava voltas, queria saber sobre Lena e a cunhada era sua melhor fonte. — Ela disse que viria, achei estranho ela não estar aqui.

Sam já esperava a pergunta, então foi direto ao ponto.

— Não sei, ela não ligou. — Também se inclinou. — Lena é uma mulher livre Kara, entender o que eu digo?

— Não pretendendo namorar ou casar com ela, Sam, por favor.

— Acho que já se casaram. — Sam provocou.

Kara mostrou a língua na direção da cunhada.

E daí que tinham se casado? Aquilo nem contava como um casamento.

— Me fale sobre ela. — Não se importava que aquele era o casamento de Sam, era a amiga dela, ela tinha mais que a obrigação de lhe dar informações.

— Lena trabalha nos bombeiros, é ótima no que faz. — Sam começou. — Ela vivia aqui com os pais, mas faz alguns anos que vive em National City. — Tomando uma taça de vinho que o garçom lhe oferecia, Sam continuou. — Lena é uma mulher maravilhosa e tem uma filha linda, a menina tem quatro anos.

Kara rapidamente desviou os olhos da taça para Sam.

— Filha? Você disse que ela não era casada.

Sam não deixou de sorrir diante da confusão da cunhada.

— Ela não é casada. — Esclareceu. — Lena e Emma são amigas, tiveram um caso antes do bebê nascer, mas acabou e Lena decidiu adotar a criança.

Então Lena tinha uma filha, talvez ela e a mãe da criança tivessem voltado e por isso ela não ligou. Aquilo não era nada animador já que gostou de Lena, mas tinha coisas mais importantes para se preocupar no momento.

— Por que não vamos continuar com as fotos? Ainda faltam alguns convidados. — Sugeriu desviando o assunto, Lena podia ser linda, mas não valia seu sofrimento.

Nunca se apegou a ninguém, não começaria com a amiga de Sam.

Sam fez uma careta nada animadora, mas Kara a puxou.

Aquela era sua despedida e comemoraria com a família. 


Notas Finais


espero que tenham gostado, e obrigada pelos comentários no capitulo anterior. ♥


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