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História Duality - Jeon Jungkook (SHORT) - Um passo de cada vez


Escrita por: KimBru13

Notas do Autor


Oie gente linda 😍

AMORES, MIL PERDÕES PELA DEMORA!

Eu estava finalizando LB 😢
Mas agora não farei mais isso, prometo tá?
O capítulo pode estar meio blah, mas é o que chamamos de capítulo nescessário 😁

Boa leitura e espero que gostem 💜

Capítulo 5 - Um passo de cada vez


Fanfic / Fanfiction Duality - Jeon Jungkook (SHORT) - Um passo de cada vez

Jungkook e eu, estávamos sentados em uma grande sala da recepção do consultório de psiquiatria, já que eu havia tirado a folga de hoje para acompanhá-lo. Tudo era arremetido a paz, desde as tonalidades claras em azul ciano e branco, até o silêncio sepulcral do lugar. As únicas coisas que se ouvia era o tic-tac do grande relógio acima do vão de uma das entradas que dava acesso à sala da doutora, e alguns cochichos de funcionários e pacientes, porém o arroxeado ao meu lado parecia não partilhar da mesma paz que eu. 

 

Jungkook balançava as pernas freneticamente, os braços cruzados em seu peito e uma das mãos batucando com os dedos nos bíceps, ele estava visivelmente nervoso, talvez nervoso nem fosse o termo certo para aquilo que ele estava me transpassando, na verdade, ele me parecia apavorado. Os olhinhos coloridos acompanhando ansiosamente cada funcionário do consultório que passavam ali, denunciavam isso. 

 

Toquei seu ombro de modo a lhe passar conforto e ele me olhou instantaneamente, os olhos percorreram toda a minha face pousando-os em meus lábios. A minha espinha inteira gelou, apenas tendo aquelas orbes incríveis me fitando. O amarelo estava mais escuro devido ao ambiente fechado, e o azul estava incrivelmente vibrante e cintilante. 

 

— Vai ficar tudo bem! Só relaxa tá? — Sorrio e ele suspira relaxando os ombros que estavam tensos. 

 

Subo a destra que estava em seu braço segurando metade da sua nuca e acariciando a região, Jungkook fecha os olhos apreciando o carinho e aproveito do momento para me aproximar e selar seus lábios. O beijo não passa de um selinho duradouro, mas é suficiente para que todo meu corpo vibre, pois, Jeon geme, acredito eu que pela surpresa, e retribui o beijo fazendo um biquinho delicioso. Arfo quando desunimos os lábios e colamos as testas. 

 

— Eu estou aqui com você! — Enuncio engolindo a bile e toda aquela tensão que apenas um beijinho me causou, enquanto acaricio as madeixas curtas de sua nuca. 

 

 

— Eu sei, Meg, e é só por esse motivo que tenho coragem para estar aqui. Obrigada por isso! — Ele me dá mais um selinho e bem quando nos separamos ouvimos a voz doce e calma de uma senhora. 

 

— Jeon Jungkook? — Ele respira fundo apoiando as mãos nas coxas e se levanta. 

 

— Sou eu! — Diz meio acanhado ao se por de pé

 

— Olá Jungkook, me chamo Dra. Lia, e a partir de hoje, serei sua psicóloga. Por aqui, por favor! — Ela o instrui e eu permaneço sentada, mirando o encontro dos meus dedos em meu colo, eu aguardaria aqui. 

 

— Você não vem? — Jungkook questiona e então ergo meu olhar para si, as sobrancelhas franzidas em sofrimento, e o biquinho que ele tem nos lábios nesse momento, me arremete muito aquelas crianças quando vão ao dentista ou tomar alguma vacina e temem de entrar sem a companhia da mãe. 

 

 

Contenho o riso por me derreter inteira com sua aparência fofa, alternando o olhar entre ele e a Dra. Lia, Sem reação não sei se posso acompanha-lo. 

 

— A sua... — Ela hesita olhando para mim. 

 

— Amiga! — Digo, pois, não sei ao certo o que Jungkook e eu somos. 

 

— A sua amiga, pode esperar aqui senhor Jeon. Eu preferiria que a nossa primeira consulta fosse a sós! — Dita amistosamente a Jungkook. 

 

— Não. Eu quero que ela venha comigo, ela pode não pode? Me sentirei mais a vontade! — Ele contrapõe, e ela não reluta e consente. 

 

— Tudo bem, como queira! Por aqui por favor. — Enuncia e dá as costas caminhando. Jungkook sorri e ergue a destra para mim, que sorrio de volta e seguro em sua palma, acompanhando-o enquanto seguimos a mulher.

 

                                        *

 

A doutora pediu que ele deitasse no divã e relaxasse, era como se fosse uma consulta ao terapeuta, na verdade, ela explicou que aquilo mais era uma terapia para ele conseguir lidar com sua dupla personalidade, do que uma consulta com um psiquiatra. Porém, o que ela nos disse que ficou gravado em minha mente, fora que TDI possuía tratamento, mas que não tinha cura. Isso definitivamente fora uma desilusão para Jungkook, percebi em como seu olhar perdeu toda a expectativa quando a senhora proferiu tais palavras e ele murchou completamente, ficando pensativo e com um olhar distante. E me senti frustrada e impotente em simultâneo, pois eu estava a alguns metros de distância dele e não pude sequer segurar em sua mão para lhe passar algum conforto. 

 

Ela explicou que a abordagem do tratamento consistia em algumas etapas. Dentre elas a avaliação inicial, a definição de plano do tratamento, que consistia em uma terapia cognitivo-comportamental, que lhe oferecia a oportunidade de identificar os fatores que contribuíram para a patologia de gerar novos comportamentos ou perspectivas. Basicamente a TCC tinha como foco ensinar a pessoa a rever pensamentos autodestrutivos, e crenças não racionais, com o propósito de substitui-los por pensamentos e perspectivas saudáveis que promovam o bem-estar emocional. Pois, ela explicou que isso poderia ocorrer com ele, se é que já não estivesse acontecendo. Porém, pelo que conheci de ambas personalidades, Jungkook não possuía nada de autodestrutivo, tampouco crenças irracionais, ao menos não em minha presença. E para finalizar vinha a etapa do monitoramento, a avaliação dos resultados e por último a terminação e prevenção de recaídas. 

 

Após ela ter explicado tudo isso com riqueza de detalhes, ela perguntou a Jungkook se ele se sentia confortável a contar sobre traumas passados. Imediatamente ele me olhou e me recordei do pouco que eu sabia sobre o orfanato. Consenti com a cabeça de modo a incentiva-lo ao menos tentar se abrir, já que estávamos ali para isso. 

 

— Está tudo bem senhor Jeon. Você consegue, continue. — Ela o incentivou. Ele crispou os lábios e tornou a olhar para o teto, as mãos cruzadas em cima da barriga e ele respirou fundo antes de começar. 

 

— Tudo começou pela falta dos meus genitores, fui abandonado naquele orfanato quando ainda era um bebê. — A voz dele treme ao falar, e sinto toda a dor na tensão de sua voz que começa a embargar. — Lá eles me tratavam com muito desprezo, eu sempre fui uma criança tímida e insegura, e eles caçoavam e se aproveitavam disso. — Nesse ponto eu jurava ser a outra personalidade falando, pois, Jungkook ditou isso entredentes e com certa fúria, coisa que jamais vira nele. — Me diziam coisas horríveis, me... — Mais uma vez a voz falha e embargada, e eu ameaço me levantar para ir de encontro a si, porém a Dra. Ergue a destra no ar com a caneta entre os dedos, ordenando que eu ficasse onde estava. — Me agrediam, física e verbalmente, e eu não podia fazer nada a respeito. — Percebi quando uma lágrima escorreu por seu rosto, e em reflexo apertei a alça da minha bolsa descontando toda a raiva que eu senti ali. — As coisas que eles diziam e faziam... Vivem retornando como pesadelos dos quais eu nunca me livro! — 

 

 

— E o que eles diziam Jungkook? — Ela Indaga calmamente tomando nota de tudo, parecia estar tentando induzi-lo a algo. — O que eles diziam e faziam Jungkook? — Ela insiste e vejo quando os olhos rolam de lá para cá, ainda fitando o teto, e quando ele franze a sobrancelha e leva as mãos a cabeça é que eu sei que algo não está certo. Ele grunhiu de dor e eu arregalei os olhos. 

 

 

— Está acontecendo! — Digo exasperada e a Dra. me olha de cenho franzido. — É-é assim que a outra personalidade aparece. — Explico e ela se atenta a ele, curiosa e relaxada em simultâneo. 

 

 

Ele passou alguns segundo reclamando de dor e segurando a cabeça como da última vez, e quando ele finalmente perdeu os sentidos a Dra. me olhou, agora sim, parecia confusa, ao se levantar e colocar a mão em seu pulso verificando seus batimentos. 

 

— Da última vez ele desmaiou dessa mesma forma, e eu tive que despertá-lo. 

 

— E é sempre assim? Ele desmaia e acorda com a segunda personalidade? 

 

— Na verdade, eu só consegui ver uma vez, porém ele me disse que toda vez que revive as lembranças, tem um blackout, e às vezes acorda em lugares que não sabe como chegou lá, e sem contar nos... 

 

— Lapsos de memória. — Interrompeu-me anotando coisas em seu caderno. 

 

— Isso! — Assenti

 

— Bem, isso não é nada bom, pois viver sem recordar de partes da sua vida, não é saudável. Isso causa um desgaste emocional muito grande e se reverbera facilmente pelo físico. — Ela me olha por cima dos óculos. — O Sr. Jeon Jungkook precisa dessas consultas para conseguir superar esses traumas. Essa segunda personalidade foi criada para suprir uma necessidade que ele tinha de sentir-se forte e conseguir se defender, porém, esquecer de tudo que faz quando ela toma a vez em sua mente, não é a maneira certa de viver, ele precisa aprender a lidar com essa dor por si próprio, e... — Somos interrompidas por Jungkook se remexendo no divã.

 

 

— Sr. Jungkook? Como se sente? — A Dra. Questiona, tornando a sentar-se em sua poltrona. Ele também senta-se e seus olhos encontram primeiramente os meus, antes de pousa-los nela. 

 

— Não me chame de Jungkook! — Esbraveja

 

— E como devo lhe chamar, querido? — Ela indaga calmamente, realmente sabendo lidar com a situação

 

— Para que o interesse? Acha que meia dúzia de palavras encorajadoras serão suficientes para ele esquecer tudo o que o fizeram? Quer saber o que faziam com ele no orfanato Dra.? — De repente ele se levanta, olhando friamente nos olhos da mulher que mantém o contato visual. — Eles diziam que ele era patético! — Passou a caminhar lentamente até a Dra. Que alterna rapidamente o olhar entre mim e ele. — Quando criança, não o ensinavam nada, e queriam que ele soubesse. Como cozinhar, por exemplo. — Ele pega um lápis no porta canetas da estante de livros, e continua a caminhar. — Mandavam ele fazer a comida e como nunca saia certo, ele era obrigado a comer aquela gororoba no decorrer dos seus dias. — Ele chega bem próximo à mulher, apoiando-se nos braços da poltrona, ficando cara a cara com ela. — Espancavam ele por não fazer as tarefas do jeito que eles queriam, e o ofendiam por isso. Sabe qual foi a lembrança que me trouxe aqui e agora? — Ele indaga rente ao rosto da mulher que tenta se afastar dele, porém é impedida pelas costas da poltrona. — Somente pela timidez, e pelo medo que ele possuía daquele lugar e dos que tanto o maltratavam, diziam que ele era retardado e que precisava se tratar. E isso Dra. não é nem a ponta do iceberg! — Dita e sua respiração passa a ficar densa e o jeito como ele olha para a mulher, faz algo em mim, gritar em alerta, porém sou desperta pelo vermelho das gotas de sangue que escorrem da mão que ele segura o lápis. — Então acho melhor eu não voltar a ver essa sua cara de sonsa outra vez, acreditando que pode ajudar alguém que não precisa da sua ajuda, do contrário...— 

 

— JUNGKOOK! — Brado correndo em sua direção, exasperada por ele estar se machucando. E rapidamente ele vira em minha direção. Seguro em seu pulso e abro seus dedos retirando o lápis ensanguentado dali. — Por que fez isso? — Indago em um fiasco de voz e ele se solta do meu aperto com brusquidão e sai da sala apressadamente. — Desculpe-me tenho que ir. — Olho uma última vez para a mulher que parece horrorizada, ela engole seco e parece alheia a mim, então simplesmente passo pela porta seguindo o arroxeado. 

 

— EI, ESPERE! — Brado e ele se vira, está possesso, jamais o havia visto dessa forma. 

 

— O que você quer, uh? — 

 

— Por que está zangado comigo? O que eu lhe fiz? — Inquiro confusa. Ele sorri sem humor

 

— Acha pouco me trazer aqui? — 

 

— E o que tem? Você precisa se cuidar, eu sei que não há cura para isso, mas você precisa... — 

 

— Mesmo se isso tivesse cura. — Interrompe-me. — De qual personalidade iriam se livrar? De mim não é? Você quer se livrar de mim também, assim como ele. — Seus olhos ficam sombrios e furiosos, e eu jamais havia os visto assim. E se antes o azul cintilava, agora o cor de mel estava tão reluzente quanto o próprio sol, ele estava tão zangado que seus ombros subiam e desciam em decorrência da respiração pesada. 

 

— Jungkook, eu não quero me livrar de você, não ponha palavras na minha boca. — Digo calma, não era mentira, nem havia passado essa possibilidade pela minha cabeça, eu mal entendo do assunto, tudo que eu pensava era que tratando desse trauma dele, de alguma forma às duas personalidades poderiam coexistir juntas sem precisarem se alternar. — Eu só pensei que seria bom você se livrar desses traumas, para poder viver livre de tudo de ruim que passaram. — 

 

— JK, MEG, EU JÁ TE DISSE QUE ME CHAMO JK. E EU NÃO LIGO, PORRA! — Vocifera me fazendo dar um leve sobressalto pelo susto, ele esfrega o rosto com as mãos e me olha de soslaio. — Desculpa-me, não foi minha intenção gritar com você. — Profere em tom mais calmo e baixo, porém ainda seco. — Acontece que eu não ligo para o que fizeram com ele, eu nem existia nessa época, e tenho que conviver com essa maldita tristeza que ele carrega. — Enuncia e passo a entender ao menos um pouco dessa situação. 

 

 

— Você diz que não liga, mas eu vejo a fúria em seus olhos ao falar desse assunto. — Seguro em ambas suas mãos acariciando o dorso das mesmas com os polegares. — Diz que não liga, mas você apareceu após ele passar por tudo isso. — 

 

— Está dizendo que eu sou o trauma dele? — Inquiri 

 

— Estou dizendo que você apareceu quando ele precisava ser forte para aguentar e tentar esquecer tudo que ele passou, você apareceu para ser para ele, o que ele não conseguiu ser. Estou lhe dizendo que você é a fortaleza dele, JK. — Digo e sua respiração parece acalmar-se mais. 

 

 

— Você mal me conhece, pensa mesmo isso de mim? — Seu olhar desconfiado, porém, esperançoso queima sobre mim e eu respiro fundo antes de consentir. — Eu conheço Jungkook há muito tempo, não conhecia sua dualidade, apenas isso! — Ele parece pensativo. — Desculpa se não foi bom para você vir até aqui, foi tudo ideia minha, se não quiser não precisamos voltar, eu falarei com Jungkook! — Ele sorri brevemente e suspira. 

 

— Então, não quer se ver livre de mim? — Inquiri e eu nego com a cabeça sorrindo fraco. — Eu não quero mais voltar aqui. Vamos embora? — Dita, o olhar afiado mirando meus olhos, e eu concordo com a cabeça, segurando em sua destra para então, caminharmos até sua motocicleta.

 

 

Era de extrema importância para mim que Jungkook tratasse de seu trauma, para quem sabe ele também ficar consciente quando JK aparecesse, pois, não era justo e nem natural, que ele perdesse momentos de sua vida com lapsos de memória, contudo eu teria que colocar isso na cabeça de JK gradualmente, e teria que explicar tudo a Jungkook, dado que quando eu contasse a Jungkook, JK iria saber de qualquer forma. E eu teria que dar um passo de cada vez.


     
                                                     *

 

Ao descer de sua motocicleta, Jungkook ou JK, já não sei nem mais como chamá-lo. Isso é tão confuso! Ele amarrava sua moto ao poste como de costume, e eu lentamente me dirigia até a entrada do prédio. Me sentia um pouco frustrada de certa forma, dera tudo errado e Jungkook não teve a oportunidade que queria de dar início ao seu tratamento, e agora eu nem sei se ele o faria. 

 

— Megan, gatinha como está? — Tom ditou ao me ver, e honestamente hoje eu não estava com humor

 

— Boa tarde! Tom. Bem, obrigada. — Digo e passo por si, completamente desinteressada. 

 

— Com licença. — Sou educada ao me despedir. 

 

— Espera aí gata! Ainda não terminei de falar com você. — Ele segura em meu braço com certa força, e arregalo meus olhos, furiosa e pronta para xingá-lo. 

 

— EI! — A voz doce de Jungkook, dá espaço a uma voz grave e séria. — Tire as mãos dela, agora! — Ele ordena vindo em nossa direção como uma fera. 

 

— E se eu não no fizer? — Tom desafia, e vejo quando Jungkook trava o maxilar respirando fundo fazendo as narinas se abrirem e fecharem, tudo acontece tão rápido que eu não tive nem tempo de ver o que havia se sucedido, em um momento Tom estava segurando em meu braço, e no outro ele estava no chão segurando o seu próprio, agora quebrado. Sim! Jungkook havia quebrado o braço dele. Na verdade, JK havia o feito, visto que da última vez mesmo enciumado, Jungkook fora extremamente educado. Ele se abaixa ficando na altura de Tom, que se contorce no chão enquanto mantém o braço seguro com o outro. 

 

— Se tocar nela mais uma vez, eu mato você! — Ele adverte, e vejo o pavor nos olhos do homem cuja eu jamais pensei que tivesse algum medo. E por algum motivo não sinto que aquelas eram meras palavras. 

 

— Está Tudo bem, JK! Vamos. — Seguro em seu braço e ele se levanta ainda encarando Tom de maneira funesta. Finalmente ele se vira e adentramos ao prédio. 

 

 

Ao chegarmos defronte aos nossos apartamentos, não consigo conter a cara de insatisfação, tendo em vista que tudo havia dado errado, JK não queria o tratamento e ainda por cima havia quebrado o braço de Tom, este último que não é lá nem um santo. Todavia não era a forma correta de agir, e isso me desestabilizou um pouco. 

 

— Te vejo amanhã.— Digo ao encaixar a chave na fechadura, sem olha-lo. 

 

— Está com raiva. — Não é uma pergunta. E ele está tão perto, que sinto seu calor corporal. 

 

— Não, não estou! — Digo sem me virar. 

 

— Desde quando é uma mentirosa? — Ele segura em meus ombros me fazendo girar em sua direção. Encosto na porta, expirando todo o ar. 

 

— Por que quebrou o braço dele? — Indago cruzando os braços. Não era o que mais me incomodava no momento, no entanto, era um dos problemas. 

 

— Sério? É por isso que está com raiva? — Indaga, e arqueio ambas as sobrancelhas crispando os lábios em uma cara de deboche, de modo a obter minha resposta. Ele apoia uma das mãos na porta acima da minha cabeça, a outra leva ao bolso da jaqueta de couro. A luz baixa do corredor deixam seus olhos escuros, e ele tem que se curvar para que fique em minha altura. Umedece os lábios com a pontinha da língua e sorri, simplesmente sorri com toda aquela perversão que tal personalidade exala. Sua presença é tão forte, seu cheiro tão másculo, que ele toma todo o ambiente me fazendo sentir uma formiguinha diante de tal poder. JK leva os lábios até o meu ouvido para sibilar rouco. — Você é minha agora, Megan. Acha que deixarei qualquer um toca-la daquela forma, com segundas intenções? — a confissão me causa calafrios e me faz engolir a bile. Eu era dele? O que ele quis dizer com isso? Tipo dele mesmo? Namorada? 

 

— M-mas não precisava q-quebrar o braço dele. — e, nessa altura estava eu gaguejando novamente perante ao Jeon. JK não contém um sorriso que o faz soltar uma puta lufada de ar quente em meu ouvido que faz todo meu corpo se eriçar.

 

— O cara é um babaca, mereceu aquilo. Ele deu sorte que eu só quebrei um deles, deu sorte que eu só fiz isso. — Ele profere e eu franzo o cenho, no momento em que meu cérebro vai digerir as palavras para processá-las, os seus lábios se apossam dos meus. E eu não penso em mais nada, tudo fica escuro e eu consigo sentir somente a quentura de seu físico próximo ao meu. 

 

Primeiro ele captura o meu lábio inferior, sugando com força para logo em seguida soltar, o cenho franzido me olhando com luxúria. Ele retira a mão do bolso e ambas vem ao encontro do meu rosto para ele poder enfim, capturar novamente meus lábios em um ósculo vigoroso e intenso, enquanto a sua língua esponjosa e quente toca a minha com ânsia, ele acaricia com intensidade a minha nuca, onde seus longos dedos chegam. Nossos rostos vão em direção opostas afoitamente, e JK já dissipa ar pesado pelas narinas, as mãos como de esperado não permanecem só em meu rosto, uma delas desce para minha costela onde ele me cola em seu físico, escorregando-a até meu quadril, onde ele acaricia e aperta em seguida. 

 

Meus braços encontram seu pescoço enquanto fico na ponta dos pés, a fim de buscar mais contato corporal. Ele me deixa tão acesa! E parece entender o que quero, pois, se curva ainda mais, desunindo brevemente nossos lábios, ficando com a boca entre aberta encostada na minha enquanto respira pesado por ali, passa as mãos por trás dos meus joelhos e me iça em seu quadril, ao mesmo tempo, em que me prensa contra a porta. É impossível não soltar um gemido quando sinto sua dureza encontrar o meu íntimo. 

 

JK torna a me beijar acariciando minhas pernas e impulsionando seu quadril contra o meu, simulando estocadas. E puta que me pariu! Eu não consigo continuar um ósculo daquele jeito, abro a boca para arfar, porém, ele não me dá descanso, segurando meu inferior com os dentes, e os arrastando ali, enquanto o quadril ainda simula as estocadas. Eu já estou tão molhada e desesperada que me sinto até meio zonza. 

 

— Eu poderia foder você aqui mesmo! — Sua voz sai entredentes. Mais como um rosnado, enquanto ele chupa todo o meu pescoço. Acho que perdi até o dom da fala, pois não consigo proferir nada que não sejam gemidos. Os ecos de passos nos lances das escadas, indicam que alguém se aproxima, e aperto seus ombros quando ele deixa uma longa lambida no meu pescoço, seguido de uma forte mordida. Aquilo definitivamente viraria um hematoma. 

 

— JK... Alguém está vindo. — Arfante eu consigo murmurar. 

— Foda-se! Não ligo. — Inebriado ele dita ao beijar meus lábios mais uma vez. Sorrio entre o ósculo porque ele é muito sacana. Contudo, eu não estava a fim de ser pega pelas fofoqueiras do prédio ao amassos com ele no corredor, como se fossemos dois adolescentes se pegando. Então sem desfazer o ósculo eu empurro sei peito para eu poder desgrudar de seu quadril, ficando novamente de pé. Seguro em seu rosto e encerro o beijo com um selinho, bem na hora em que duas garotas passam por nós. Sorrindo e cochichando enquanto olham para JK, que tem uma carranca enorme em sua face. Respiro aliviada, ao menos não eram as fuxiqueiras, JK está me olhando lascivamente, como se pudesse me devorar apenas com o olhar. 

 

 

— Então, eu te vejo amanhã. — Sorrio largo ao olhar para o membro sufocado no jeans. E ele semicerra os olhos em minha direção. 

 

 

— Você é péssima, Megan, me deixar assim, é sacanagem. — Ele empurra o interior da bochecha com a língua, contendo um sorrisinho. — Mas não tem problema. — Ele retira meus cabelos do caminho, abrindo espaço para chegar até meu ouvido. — Quando eu te pegar, você vai me compensar por todas essas vezes que me deixou na mão, e então eu vou saciar todo esse desejo que possuo por você, te deixando sem andar por no mínimo, uns dois dias. — sussurra, para logo em seguida deixar uma lenta e prazerosa chupada em meu lóbulo me fazendo revirar os olhos e arfar, me arrependendo instantaneamente de não tê-lo chamado para entrar. E satisfeito com minha reação JK sorri, se dirigindo até seu apartamento.


                                           

                                        *

 

 

Atrás do meu caixa, não conseguia parar de pensar em Jungkook e seu problema com a dupla personalidade. Provavelmente nesse momento ele estaria se questionando o que houve ontem, já que JK assumiu a sua mente. Ainda bem que antes de sair casa pela manhã, enviei-lhe uma mensagem de texto dizendo que quando chegasse eu conversaria com ele, e explicaria tudo o que acontecera ontem. 

 

— Senhorita? — O senhor a minha frente balança a nota no ar, me despertando de meus devaneios. 

 

— Oh! Me desculpe. — Sorrio e pego o dinheiro de sua mão, abrindo a caixa registradora e dando-lhe seu troco, que ele pega e sai resmungando um “esses jovens de hoje em dia são tão desligados”. 

 

Eu não costumava ter distrações em meu serviço, embora não fosse o trabalho dos meus sonhos com aquele salário tão cobiçado, ainda sim, pagava minhas contas e me ajudava a poupar para eu poder dar início a minha faculdade. Então eu era grata por ter um emprego fixo. 

 

— Ei, psiu! — Anne, no caixa atrás do meu me chamou. — O que você tem hoje em? Está tão distraída. — Sussurrou, dado que não poderíamos conversar em horário de serviço, os donos do mercado eram bem rigorosos quanto a isso, porém haviam os momentos sem movimento em que burlávamos essa regra. Anne é minha amiga desde o ensino médio, e quando conseguimos esse emprego juntas, fora extremamente satisfatório, por saber que não nos afastaríamos após o colégio, no entanto, há muito não fazemos nada juntas, porém, uma compreende o cansaço da outra, pois trabalharmos no mesmo ambiente. Mas confesso que eu estava precisando muito de minha amiga para desabafar tudo que anda acontecendo. 

 

— Se você soubesse... Há tantas coisas boas e estranhas acontecendo ao mesmo tempo, comigo.— exponho sussurrando de volta. 

 

 

— Tipo o quê? — Murmura

 

 

— Tipo uma relação entre mim, e Jeon Jungkook! — Digo um pouco mais alto do que deveria, e rapidamente olhamos de uma lado para o outro, checando se alguém nos vigiava. 

 

— O quê? Tá brincando? O gostoso do seu vizinho? — Indaga sussurrando entusiasmada. 

 

— Exatamente! No entanto, como tudo não é perfeito, ele vem com alguns probleminhas na bagagem. — 

 

— Puta que pariu! Amiga, precisamos por a conversa em dia! Que tal um passeio no sábado? — Ela indaga e meu sorriso se alarga, a nossa conexão era tão forte que ela sugeriu justamente o que eu estava pensando e precisando

 

 

— Parece ótimo para mim, depois acertamos tudo! — Sussurro e ela levanta o polegar positivamente, ao passo que um cliente se aproxima do meu caixa. E o trabalho não para. 

 

                                        * 

 

Já era noite quando terminei meu turno e combinei tudo com Anne para sábado. Dirijo-me preguiçosamente até o ponto de ônibus, na verdade, eu estava mais que cansada, e aquela rotina de pegar ônibus lotado acabava comigo, então a palavra não era preguiça e sim desgaste físico. 

Sentei-me no banco do ponto, de modo a aguarda o transporte chegar, então escuto o celular tocar e vibrar, indicando que eu tinha novas mensagens. Desbloqueei o ecrã e logo o nome de Jungkook apareceu. É claro que era ele! 

Jungkook: A conversa fica para amanhã, hoje eu tenho uma surpresa para você. 

 

Ele me respondeu à mensagem de mais cedo, e não consigo não sorrir e me empolgar com suas palavras, eu adorava quando JK estava presente, pois seu fogo me incendiava devassamente. Porém, eu confesso amava ainda mais, Jungkook e toda sua doçura para me agradar. Mais uma vez o aparelho vibra e toca. 

 

Jungkook: Você fica linda quando sorri. na verdade, você é linda de qualquer jeito. 

 

Franzo o cenho olhando de um lado para o outro buscando seu rosto onde quer que ele estivesse. 

 

Jungkook: Olha para frente. 

 

Ergui minha cabeça após ver a nova mensagem que havia chegado, e lá estava ele. Jaqueta de couro preta, calça na mesma tonalidade. Os cabelos roxos estavam elegantemente partidos na lateral em um penteado charmoso e sexy, ele estava encostado em sua motocicleta com uma mão no bolso e a outra segurava o aparelho celular. Tão lindo! E eu poderia facilmente dizer que ali era JK, pela presença imponente daquela aparência surreal, contudo o rubor em suas bochechas que daqui eu conseguia perceber mostravam que ali era o doce e gentil Jungkook. 

 

Levantei-me com um sorriso bobo nos lábios, e caminhei em direção a si, atravessando a rua cautelosamente, Jungkook também mantinha um sorrisinho meigo no canto dos lábios e ao me aproximar ele guardou o celular no bolso, já que não no usaria mais. A mão encontrou a nuca alisando o local, ao tombar a cabeça minimamente para o lado, ele já estava todo sem jeito e ainda mais corado. 

 

— Desculpa vir sem avisar! E-eu queria fazer uma surpresa e quis te buscar. Tem algum problema? — indaga tímido, e eu nego com a cabeça me encostando em seu físico quente somente para selar seus lábios brevemente, sendo retribuída instantaneamente. — Senti sua falta. — Confessa baixinho e me sinto nas nuvens. 

 

— Eu também! — Mordo o lábio inferior. 

 

— Verdade? — Indaga e deixa um beijinho na minha bochecha. — Fico feliz em saber disso. Agora vamos, pois não quero que ninguém estrague o que fiz para você. — Dita e me passa o capacete reserva, logo colocando o seu e montando na moto. E mesmo que curiosa, faço o mesmo, subindo na moto e abraçando sua cintura com vontade. Ele me olha pelo retrovisor e tudo que vejo são aqueles lindos olhos coloridos me encararem devido ao capacete, antes dele dar partida nos retirando dali. 

 

Quando descemos da moto, eu o esperei com medo de o ocorrido de ontem se repetir, mesmo que fosse Jungkook ao meu lado, eu tinha medo de haver novamente um desentendimento. Sem contar no medo do que Tom pudesse fazer agora, provavelmente estaria zangado tanto com Jungkook, quanto comigo. Mas eu espantaria esses pensamentos apenas por hoje, afinal eu estava prestes a receber uma surpresa do meu coelhinho. 

 

 

No último lance de escada eu já não estava mais aguentando a ansiedade, o coração batia fortemente na garganta a cada degrau que subíamos, Jungkook estava todo sorridente e quando mirei o degrau abaixo de nós seguindo seu olhar, estava coberto de pétalas de rosas, essas mesmo que faziam caminho pelos últimos três degraus até o corredor que dava defronte a sua porta. 

 

— O que é isso? — Indaguei sem nem perceber o sorriso largo que brotava em meus lábios

 

— Continue o caminho! — Ele ordenou sereno, com a destra sobre minhas costas. 

 

 

E então eu subi os últimos degraus até chegar em sua porta, onde havia um cartão em formato de coração na coloração vermelha, todo enfeitado, estava com apenas uma fita colando-o na porta, destaquei o papel de lá abrindo-o e lendo o conteúdo. 

 

“Hoje, você passará a noite aqui.” 

 

Meu coração acelerou e meu corpo esquentou, quando olhei para Jungkook, suas bochechas estavam tão coradas que fritariam facilmente um ovo de tão quente que provavelmente estariam.

 

— Abra, não está trancada! — Ele ordenou baixinho e calmo. E eu obedeci abrindo sua porta e quando o fiz, minha respiração falhou, o interior estava maravilhoso, tudo iluminado apenas por velas, a sua mesa da cozinha estava na sala, o chão repleto de pétalas de rosas assim como os degraus e o corredor, e o aroma delicioso da sua comida, dominando todo o local. Dei alguns passos para dentro, e ele me seguiu fechando a porta. 

 

 

— Jungkook... Isso está maravilhoso! — Ditei em um arfar contendo toda a euforia que somente crescia no peito. 

 

 

— Quero que a nossa primeira vez seja especial. E-eu sei que disse que queria esperar e tudo mais, porém temo que nossa primeira vez não seja comigo, então me desculpe se você supuser que estou acelerando as coisas e... — O Interrompo com um selinho que logo se transforma em um beijo de língua afoito e desesperado. Não é preciso muito para nos excitarmos, dado que já sabíamos que de hoje não passaria todo aquele desejo cru que tínhamos um pelo outro. 

 

 

As mãos fortes de Jungkook segurando em minha cintura com possessão enquanto ele deixa os gemidos satisfatórios escaparem por sua garganta. Nossos gostos se mesclando enquanto ele demonstra todo o prazer reprimido por aquela personalidade, a mão que desce para meu bumbum treme ao apalpar a região, como se fazer aquilo para ele fosse um pecado, o que me excita ainda mais saber o quão pura essa personalidade é. Porém, ele se auto controla e sobe suas mãos para minha cabeça, acariciando atrás da minha orelha e gradualmente diminuindo a intensidade do beijo para por fim cessar o ósculo. E eu teria paciência, faria a maneira dele, calmo gentil e romântico. Ele sorri acariciando o couro da minha cabeça enquanto mantém nossas testas unidas. 

 

— E-eu vou te amar loucamente essa noite Meg! Mas antes. — Ele se afasta e vai até a mesa onde destampa uma grande badeja que eu jurava estar a refeição, retira de lá um saquinho dourado e retorna até mim. Abrindo o laço do pequeno saquinho e retirando de lá duas pecinhas redondas e prateadas, e realmente fora uma surpresa, pois por essa eu não esperava. 

 

 

— Quando a palavra amiga saiu da sua boca lá no consultório, confesso que fiquei um pouco frustrado, então ali mesmo eu decidi que se v-você quisesse, s-se você aceitasse, eu mudaria aquilo... — Ele infla o peito, todo nervoso, a coisa mais linda. — Megan, você quer ser a minha namorada? 


Notas Finais


Awnn 😍
Eu quero um Jeon desses! 🥺
Alguém me dá de presente?

É isso aí gente! Me deixem saber o que estão achando?? Sabem como os comentários de vocês me insentivam ✊🏻🛐

Beijos até o próximo ✌🏻😘
Prometo não demorar tudo isso novamente.
I PURPLE ALL OF YOU 💜


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