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História Duality (HIATUS) - In the heat of the morning


Escrita por: elusive

Notas do Autor


Sim, estou postando quase como uma desesperada porque não sei soltar só um capítulo de século em século, fico mais agoniada que os próprios leitores! haha
Ah, eu queria modificar a sinopse, mas simplesmente estou travada aqui sem saber o que melhorar, então me perdoem se futuramente algo não fizer sentido com a história, okay? >< A história meio que está se construindo conforme vou escrevendo...
Mas enfim, agora vamos para o que interessa!

Capítulo 3 - In the heat of the morning


Fanfic / Fanfiction Duality (HIATUS) - In the heat of the morning

“In the heat of the morning
in the shadow I'll clip your wings”

 

Ele pediu para que Susannah dormisse na lojinha e só na manhã seguinte decidisse qual rumo tomaria. Ela foi incapaz de negar a ajuda e o agradeceu repetidas vezes com timidez.

Sid parecia estar atrasado para algo e se despediu o mais rápido que pôde, saindo afobado da loja com capas de vinis presos debaixo do braço. Corey, que era o proprietário, também tinha outros afazeres pendentes. Fez o máximo que pode para deixar a garota confortável e certificou-a que ela poderia ligá-lo do telefone da loja caso precisasse de algo, deixando seu número anotado perto do aparelho.

Quando as luzes e os neons da loja se apagaram e Corey trancou a porta de entrada, deixando Susannah sozinha sob a única lâmpada fraca no fundo da loja, o silêncio e a solidão foram reconfortantes.

Ela arrancou as roupas do corpo que tinham um cheiro acre de suor e, sacando um pote de shampoo da mochila, conseguiu se virar num banho improvisado com a água que caia da torneira do banheiro dos funcionários. Estava longe de se sentir fresca e limpa após o “banho”, mas pelo menos não cheirava tão mal quanto antes. Secou toda a poça de água que se formou no chão do banheiro com as próprias roupas sujas e lançou-as numa sacola que achou no balcão do caixa. Trocou-se, aliviou-se no banheiro, se serviu de uma latinha de refrigerante do frigobar e comeu o que lhe restava da sacola parda de papel.

Apesar da exaustão do dia, quando deitou sua cabeça no braço do sofá demorou a cair no sono. Sua cabeça não conseguia parar de pensar em tudo o que lhe acontecera. Revivia os flashes na cabeça e tentava acalmar seu coração angustiado. Tinha milhões de dúvidas e medos que ecoavam incansavelmente por sua mente.

Você está livre agora, Suze. – pensou consigo mesma – Vai dar tudo certo.

E, após várias repetições do próprio conselho, caiu em sono profundo quando o corpo sucumbiu ao desgaste.

* * *

Um baforado quente resvalou-lhe o rosto e ela abriu as pálpebras. Deu de cara com olhos azuis e sobrancelhas loiras bem acima do seu rosto e quase gritou com o susto. Ele riu e se afastou.

— Foi mal! Você estava muito quieta, pensei que tivesse morrido.

Ele largou uma sacola de plástico e chaves no balcão do caixa e desligou o aquecedor que ficara ligado a noite toda.

— Dormiu bem?

Ela demorou um pouco para se situar. Ajeitou-se no sofá e bocejou antes de responder.

— Sim, obrigada. — massageou a nuca dolorida com uma mão.

— Trouxe café e anestésicos. — ele atirou uma pequena cartela de comprimidos para ela. — Você deve estar com dores.

— Um pouco. — respondeu com a voz ainda meio rouca de sono. — Obrigada.

— Você não precisa agradecer tanto. — ele deu uma piscadela amigável e sorriu. — Café?

Ela aceitou o cappuccino médio e o croissant de manteiga e quase devorou tudo de uma só mordida. Corey bebericou de seu café e sentou-se junto à ela no sofá.

— E aí? — começou. — O que vai fazer hoje?

Ela se apressou em engolir o que tinha na boca e lambeu os lábios antes de falar.

— Eu acho que preciso arranjar algum emprego.

— É, eu acho que sim. A não ser que você queira viver ao relento e se alimentar de ar e luz. — ele falou com sarcasmo abrindo um sorrisinho divertido no canto da boca. — Mas, me diga, porque você veio para Des Moines sem ao mesmo conhecer alguém?

— Como sabe que não sou daqui?

Ele arqueou uma sobrancelha.

— É tão óbvio? — perguntou mastigando outro pedaço amanteigado do pão.

— Ninguém sai da casa dos pais para se perder na própria cidade.

Ela sorriu e balançou os ombros.

— Você ao menos deixou um bilhete de despedida? — ele erguia os olhos por cima do copo de plástico.

— Não. — ela fez uma pausa longa fitando os joelhos. — Só queria que eles me esquecessem de vez.

— O que foi que eles fizeram de tão horrível? — ele parecia realmente interessado. E não de uma forma curiosa, mas preocupada.

— Tudo. — ela olhou para ele e balançou a cabeça. — Viver com eles é... era horrível. Eles são hipócritas, sujos, desrespeitosos. Meu pai é um bêbado nojento e minha mãe... Bem, eu não deveria falar isso, mas ela é uma vadia. E eu, como se tivesse a obrigação de pagar pelos erros deles, tinha de ser, em tempo integral, a filha cristã maravilhosa. Minha mãe queria que eu fosse para um convento, ela tinha essa obsessão inexplicável com essa ideia, talvez por se sentir muito culpada por tudo o que acontecia. Meu pai fiscalizava toda a minha vida e... — suspirou pesadamente. — Bem, você não gostaria de saber tudo sobre o que eles faziam, acredite.

Assim que o silêncio seguiu, Susannah se arrependeu de tudo o que havia falado, mas Corey parecia ter ouvido com atenção.

— Eu acho que tenho a coisa certa para você. — foi a única coisa que ele disse antes de se levantar e ir até o balcão atrás do caixa.

Ela acompanhou os passos dele com os olhos, permitindo-se notar que estava começando a gostar da presença dele. Afinal, ele era bonito, até.

Corey teclou algumas coisas no computador velho e ruidoso e fez a loja toda ser inundada de música.

— Agora, — ele subiu o tom de voz. — aprenda que é música de verdade. Você deve ter perdido muita coisa em questão de música. Isso aqui, por exemplo, é...

— Iron Maiden. — ela abriu um sorriso animado cortando a fala dele. — Eu sei! Eu disse que meu pai fiscalizava minha vida, não meu gosto musical.

Corey abriu um sorriso largo e riu.

— Maravilha! Então acho que sua adolescência não foi tão desperdiçada como pensei.

— A escolha foi proposital?

— O quê?

Ela esperou um momento em silêncio até que sua parte preferida começar a tocar nos auto-falantes.

Run to the hills, run for your lives. — ela não se atreveu a seguir a melodia, apenas recitou. — É um hino para mim, ou algo assim?

— Deveria ser. — ele sorriu.

Corey abaixou o volume e seguiu para a porta, virando a plaquinha de “fechado” para “aberto”. Só então ela notou que já se passavam das nove da manhã. Pelo menos tivera certeza que dormira tempo suficiente para se revigorar. Ele parou no meio do caminho de volta e ficou fitando o nada por um tempo. Susannah pensou em abrir a boca para perguntar o que acontecera, mas só esperou.

— Quer saber de uma coisa? Eu tenho uma proposta para você.

A garota continuou quieta.

— Sabe... o Sid já não está podendo me ajudar aqui na loja e eu estou cheio de contas para pagar, não posso contratar ninguém esse mês. O problema é que eu preciso de um funcionário.

Susannah já sentia a boca se curvando levemente, mas esperou que ele continuasse.

— Eu sei que não é uma proposta nada boa para você, mas é que... Bom, não custa perguntar! Você aceitaria trabalhar para mim esse mês? Eu te pago esse mês com alimentação, moradia, roupa lavada, o que você precisar. Quer dizer, se você quiser, é claro. Mas juro que no próximo mês eu posso compensar o pagamento. 

Ela se iluminou num sorriso vibrante. Não podia acreditar em sua sorte.

Acreditou que talvez a vida não fosse tão terrível quanto ela pensaria que pudesse ser...

* * *

Susannah imaginou que passaria um mês dormindo no sofá da loja, mas estava enganada. Após o expediente – que ela se prontificou alegremente em cumprir – caminhou por dois quarteirões com Corey até seu apartamento. O prédio parecia antigo, mas estava bem preservado. O apartamento ficava no quarto andar e, só quando entrou e viu três homens na cozinha, percebeu que ele não morava sozinho.

Ninguém se cumprimentou, apenas silenciaram ao ver a estranha.

— Hey! — Sid parecia surpreso e olhou imediatamente para Corey. 

— Ah, pessoal, essa é a Susannah.

— A menina de ontem? — o mais alto de todos coçava o bigode despreocupadamente com a unha.

— Ela mesma. A gente fez um trato. — Corey explicou. — Ela vai trabalhar para mim na loja esse mês e ficar aqui em casa por esse tempo.

— E você nem imaginou em avisar a nós primeiro? — o alto continuava debruçado na bancada da cozinha. — Afinal, nós dividimos a merda do apartamento.

— Ahn, — Susannah sentiu o rosto corar de vergonha e começou a procurar por perdões. — olha, não precisa, eu posso...

— Relaxa. — ele gesticulou com a mão para a garota. — O problema não é com você. Corey que é muito irresponsável. Não é problema algum que fique aqui, só gostaria de um pouco mais de consideração da parte de nosso amigo.

— Foi uma decisão de última hora, James.

— Suas decisões sempre são de última hora, Corey. — ele plantou um sorriso falso no rosto. — Bom, não importa. Onde você vai colocá-la? No seu quarto? — uma sobrancelha se ergueu curiosamente.

— Não, eu pensei no estúdio. Não vou deixar que ela durma num quarto conosco nem que fique no sofá. — o baixinho se virou para a garota. — Acredite: o sofá não é nada confortável.

O estúdio era nada mais que o menor quarto do apartamento. Tinha isolamento acústico e era entulhado de instrumentos dos rapazes. Ela teria de dormir num colchão no chão, mas pelo menos desfrutaria de algum tipo de privacidade. Depois de conhecer o apartamento Susannah foi devidamente apresentada aos amigos de Corey e Sid. James – ou Jim, como ouvira ser chamado também – e Jay, o mais novo.

Ela achava que deveria se estar incômoda por ser a única garota entre eles, principalmente por ser uma completa estranha para eles, mas estava se sentindo tão bem vinda que aproveitou o máximo o sentimento de conforto que, até então, nunca antes sentira. Nem mesmo em sua própria casa.


Notas Finais


Só posso adiantar uma coisa: a partir do próximo capítulo vão começar as tretasss! êta lasqueira \o/ hahah
Pessoas lindas que estão acompanhando, meu muito obrigada mais uma vez! Quem tiver qualquer crítica construtiva ou pedido pode mandar a real, afinal tamo aqui pra isso né manas?
É isso aí, até o próximo! :)


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