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História Duas Bellas e um Grande Segredo - Presente de Casamento


Escrita por: MarryBlack

Notas do Autor


Boa noite queridos!

Desculpem postar só agora, o dia foi meio corrido...

Bora mais um capítulo!

Boa leitura a todos.*

Capítulo 30 - Presente de Casamento


POV Bella

Eu já imaginava o que estava por vir, dificilmente Alice e Rose deixariam passar batido tudo isso.

Então... – Alice começou assim que nos sentamos no sofá – Desde quando você canta?

Suspirei pesadamente, é, elas não deixariam passar batido.

–Ah, - fitei o fogo que ainda queimava na lareira – Tem algum tempo. – fiz pouco caso com o assunto, não precisava de um alvoroço por causa disso.

–Bella, - Rosalie tinha uma voz de incredibilidade – você canta maravilhosamente bem! Foi lindo! Como...? Quando...? – Rosalie não conseguia terminar uma frase.

–Aquela música era sua canção de ninar! – observou Alice também visivelmente surpresa com minha cantoria. Mesmo sabendo que não era uma pergunta eu concordei.

–Sim, era minha canção de ninar. – fiz uma breve pausa e continuei – Mas hoje é a canção de ninar de Nessie.

–Edward nunca nos contou que você cantava. – Rose afirmou pensativa.

Eu avaliei muito bem a situação, nenhum Cullen nunca soube que eu cantava, esse era mais um dos meus segredos. Eu não queria que aquelas duas sabendo desse pequeno dom, mas visto que elas já sabiam o maior dos meus segredos, não havia porque esconder algo tão banal.

–Ele nunca contou porque nunca soube que eu cantava – esclareci por fim – Vou pegar algo para comer. – sem nem esperar uma resposta me levantei e segui para a cozinha, comecei a preparar uma sopa. Obviamente, Alice e Rosalie me seguiram, sentaram-se à mesa e o interrogatório continuou.

–Então você aprendeu a cantar depois que partimos? – indagou Alice.

–Na verdade não. – respondi simplesmente – Eu já sabia cantar quando me mudei para Forks.

–Sério? – as duas disseram juntas. Eu não estava vendo seus rostos, mas pelo tom de voz de ambas, eu sabia que estavam cada vez mais surpresas.

–Sim, mas nunca mais cantei depois que vim para cá. – expliquei assim que acabei de colocar a sopa no fogo. Me sentei à mesa com elas – Só voltei mesmo a cantar quando descobri que estava grávida.

–Por que? – questionou Rose.

Eu lancei-lhe um olhar de pura incredibilidade, só podia ser brincadeira, né?

–Vocês não esperavam mesmo que eu mostrasse para VOCÊS, vampiros habilidosos em tudo, que meu chuveiro não me acha tão desafinada, não é? – perguntei sarcástica.

–Seu chuveiro não te acha tão desafinada? – repetiu Alice incrédula – Você só pode estar de sacanagem! Você canta MUITO bem, Bella! Melhor que todos nós! E desconfio que você saiba disso!

Suspirei pesadamente – E daí?

–Quando você pretendia nos contar desse dom? – Rosalie perguntou – Ou você pretendia se casar com meu irmão e nunca mais cantar? – ela usou o mesmo tom sarcástico que eu havia usado a pouco.

Fechei fortemente meus olhos, senti meu coração contrair, a dor de tal lembrança começava a me invadir. Eu não queria lembrar! Não queria sofrer por algo tão bobo novamente. Rapidamente me levantei e fui para o fogão me servir de um pouco de sopa, esta já estava pronta a essa altura. Nada respondi.

–E então? – insistiu Alice.

Eu podia sentir o olhar das duas fuzilando minhas costas mas tentei ignorar isso.

–Eu não quero falar sobre isso. – respondi tentando demonstrar indiferença, porém minha voz saiu falha, entregando-me.

As duas ficaram a me encarar enquanto eu retornava a mesa e começava a comer. Mesmo de cabeça baixa eu sabia que elas me olhavam com pena, tentei ignorar isso fitando apenas meu próprio prato.

–Era uma surpresa para ele, não era? – adivinhou Alice. Me mantive quieta, ainda comendo – O que você ia fazer? – pressionou ela.

Eu não queria falar. Não queria relembrar o quão ingênua eu fui, mas percebi que elas não me deixariam em paz. Minha única opção era falar. Pousei minha colher na mesa e levantei lentamente minha cabeça para poder encará-las.

–Ia... Ia ser meu presente de casamento para ele. – confessei sentindo as lágrimas chegarem – Eu nunca mais tive vontade de cantar depois que me mudei para Forks – eu não fazia a menor idéia do porque deu estar confessando tudo isso à elas, mas eu simplesmente não conseguia parar de falar – Depois que conheci vocês, eu voltei a me sentir feliz o suficiente para querer cantar novamente. Mas não me achava digna de cantar; vocês sempre foram perfeitos em tudo e, – fiz uma breve pausa e continuei – eu não podia me equiparar a vocês. Eu não contei a ninguém que sabia cantar, eu sabia que se Edward soubesse me faria cantar para ele e eu tinha muita vergonha; não queria cantar para alguém que possuía uma voz de anjo, seria humilhante! – tomei fôlego e continuei – Eu não cantei mais, as vezes Charlie verbalizava seu desgosto com isso, ele sempre gostou de me ouvir cantar – eu não mais enxergava as duas Cullen na minha frente, minha visão estava tomada por fashs dessa lembrança – Era óbvio que eu não guardaria para sempre esse segredo... Eu ia contar, eu QUERIA contar, só não sabia como fazer isso... Então, um dia, conversando com Charlie, eu comentei que queria contar a Edward sobre esse pequeno dom, mas não sabia como; ele me aconselhou a fazer uma surpresa e cantar para Edward no dia do casamento, seria até uma forma de declarar meu amor à ele. – as lágrimas começaram a deslizar por meu rosto com tal lembrança. – Eu ia aderir a idéia de Charlie, compus uma música para nosso casamento, mas nunca cheguei a canta tal música à ele, afinal – tentei dar um sorriso, agora voltando a fitar as duas irmãs – não houve casamento, não é?

Tanto Alice quanto Rosalie me fitavam com piedade, eu sabia a pena que elas estavam sentindo de mim, mas era menos incômodo pensar que o silêncio de ambas devia-se a surpresa pelo fato revelado, e não por dó.

Quando o silêncio já começava a se tonar constrangedor, Alice se levantou e veio me abraçar. Eu não queria que elas tivessem piedade de mim, mas ser abraçada daquela maneira e saber que eu não estava sozinha, saber que havia uma amiga com quem eu pudesse contar era reconfortante demais para eu ter coragem de objetar.

–Sinto muito, Bella. – sussurrou Alice sem se desvencilhar do abraço.

Sorri fracamente e me desvencilhei do abraço, eu tinha jurado não mais sofrer por algo tão frívolo.

–São águas passadas! – um falso animo me atingiu enquanto eu enxugava o resquício de lágrimas – Não se preocupem com isso... Foi a muito tempo. – mostrei indiferença, mesmo que em meu íntimo eu soubesse o quanto ainda me magoava lembrar de tal presente.

–Podemos ouvi-la? – pediu Rosalie.

–Ouvir o que? – eu não precisava me fazer de desentendida, eu realmente não sabia a onde ela estava querendo chegar.

–A música que você compôs para Edward; podemos ouvi-la?

Estaquei. A última coisa que eu esperava era por um pedido desses. O que eu deveria fazer? Não tinha certeza se queria as duas ouvindo tal canção. Alias, eu mal gostava de cantá-la, só o fazia quando Nessie me pedia. Todas as vezes que essa melodia era cantada eu sentia a solidão me abater, essas era a prova viva que eu realmente acreditei que seria feliz com Edward por toda a eternidade.

–Por favor, Bella! – insistiu Alice. Voltei a fita-las por alguns instantes; eu não queria cantar, mas iria, no fundo eu sempre soube que não conseguiria negar algo a aquelas duas quando as mesmas me pediam daquele jeito.

–Venham... – foi tudo que eu disse e me dirigi a sala. Sentei-me no banquinho do piano. As vampiras seguiram-me e sentaram-se no sofá.

–Você toca também? – Rosalie indagou abismada.

–Na verdade não... – respondi fitando as teclas – Nessie me ensinou o básico, mas a única música que eu realmente sei tocar é esta. – passei os dedos sobre as teclas mas sem tocá-las.

–Você que compôs a melodia também? – indagou Alice.

–Não... A melodia foi Renesmee quem compôs – toquei a primeira nota.

A medida que a melodia foi sendo tocada, eu me entregava a música. Enquanto eu cantava, fashs de momentos que passei com Edward vinham a minha mente.

 

“Feels like I have always known you / Parece que eu sempre te conheci

And I swear I dreamt about you / E eu juro que sonhei com você

All those endless nights I was alone / Todas aquelas noites sem fim em que eu estive sozinha

It's like I've spent forever searching / É como se eu tivesse sempre procurando

Now I know that it was worth it / E agora sei que valeu”

O resto da semana foi calmo. Eu me acostumei com a rotina de minhas aulas. Na sexta-feira, consegui reconhecer se não pelo nome, quase todos os alunos da escola. Na educação física, as meninas da minha turma aprenderam a não me passar a bola e sair rapidamente da minha frente se outro time tentava se aproveitar da minha fraqueza. Eu saía de seu caminho feliz.

Edward Cullen não voltou a escola.

Todos os dias eu observava anciosa até os demais Cullen entrarem no refeitório sem ele. Depois podia relaxar e participar da conversa do almoço. Centravase principalmente numa viagem ao La Push Ocean Park dali a duas semanas, que Mike estava organizando. Fui convidada e tive que concordar em ir, mais por educação do que por desejo. As praias devem ser quentes e secas.

Na sexta-feira eu estava perfeitamente à vontade entrando na minha aula de biologia; sem me preocupar mais se Edward estava ali ou não. Pelo que sabia, ele tinha saído da escola. Tentei não pensar nele, mas não conseguia reprimir completamente a preocupação de que eu fosse responsável por sua ausência contínua, embora isso fosse ridículo.

 

“With you it feels like I am finally home / Com você me sinto finalmente em casa

Fallen head over heels / Estou caindo

Thought I knew how it feels / Pensei que soubesse como era

But with you it's like the first day of my life / Mas com você parece que é sempre o primeiro dia da minha vida”

Paramos diante da última porta do corredor.

–Meu quarto – ele me informou, abrindo-o e me puxando para dentro.

(...)

–Você ainda está esperando que eu fuja aos gritos, não é? – conjecturei.

Um sorriso fraco tocou seus lábios e ele assentiu.

–Odeio romper sua bolha, mas você não é tão assustador quanto pensa. Na verdade, não acho você nada assustador. – menti casualmente.

Ele parou, erguendo as sobrancelhas numa descrença evidente. Depois faiscou um sorriso largo e malicioso.

–Você realmente não devia ter dito isso – ele riu.

Edward frunhiu, um som grave do fundo da garganta; seus lábios se curvaram para baixo sobre os dentes perfeitos. Sue corpo mudou de repente, meio agachado, tenso como um leão prestes a atacar.

Eu recuei, olhando fixamente.

–Não devia.

Não o vi saltar para mim – foi rápido demais. Só me vi de repente no ar e depois nos chocamos no sofá, batendo-o na parede. Em todo esse tempo, seus braços formavam uma gaiola de proteção em volta de mim – eu mal senti o impacto. Mais ainda estava arfando quando tentei me endireitar.

Ele não permitiu. Me enrolou em uma bolha em seu peito, segurando-me com mais firmeza do que correntes de ferro. Olhei para ele alarmada, mas ele parecia controlado, o queixo relaxado enquanto sorria, os olhos brilhando só de humor.

–O que você estava dizendo mesmo? – grunhiu ele de brincadeira.

–Que você é um monstro muito, muito terrível – eu disse, meu sarcasmo meio desfigurado por minha voz sem fôlego.

–Muito melhor assim – aprovou ele.

–Hmmm – Eu lutei. – Posso me levantar agora?

Ele se limitou a rir.

–Podemos entrar? – Uma voz suave soou no corredor.

Lutei para me libertar, mas Edward apenas me ajeitou para que eu ficasse sentada de forma mais cinvencional no colo dele. Pude ver então que eram Alice e Jasper atrás dela, na sleira da porta. Meu rosto ardeu, mas Edward parecia tranquilo.

–Entrem. – Edward ainda ria baixinho.

Alice pareceu não achar nada incomum em nosso abraço; ela entrou – quase dançou, seus movimentos eram tào graciosos – até o meio do quato, onde se sentou sinuosamente no chão. Jasper, porém, parou na porta, a expressão um poquinho chocada. Encarou Edward e eu me perguntei se ele estava testando o clima com sua sensibilidade incomum.

–Parecia quec você estava almoçando a Bella, e viemos ver se podíamos dividir – anunciou Alice.

Eu me enrijeci por um instante, até que percebi Edward sorrindo – ou do comentário dela, ou da minha reação. Eu não sabia.

–Desculpe, não acredito ter o suficiente de sobra – respondeu ele, os braços segurando-me despreocupadamente.

 

“Cause you leave me speechless when you talk to me / Por que você me deixa sem fala, quando fala comigo.

You leave me breathless the way you look at me / Você me deixa sem ar da maneira como olha para mim

You manage to disarm me, my soul is shining through / Você consegue desarmar, minha alma está brilhando”

–Tudo bem. – Quiquei escada abaixo – Estou decente.

Ele estava ao pé da escada, mais perto do que eu pensava, e eu saltei direto para ele. Ele me segurou, mantendo-me a uma distância cautelosa por alguns segundos antes de repentinamente me puxar para mais perto.

–Errado de novo – murmurou ele em meu ouvido – Você está totalmente incecente... Ninguém deve ser uma tentação tão grande, não é justo.

–Tentação, como? – perguntei – Posso trocar...

Ele suspirou, sacudindo a cabeça.

–Você é tão absurda. – Ele apertou os lábios frios delicadamente em minha testa e a sala girou. O cheiro de seu hálito me impossibilitava de pensar.

–Devo explicar como é tentadora para mim? – disse ele. Era obvialmente uma pergunta retórica. Seus dedos acompanharam lentamente minha coluna, sua respiração saindo com mais rapidez em minha pele. Minhas mãos estavam flácidas em seu peito e senti vertigem novamente. Ele inclinou a cabeça devagar e tocou os lábios frios nos meus pela segunda vez, com muito cuidado, separando-os um pouco.

E então eu desmaiei.

–Bella? – sua voz estava alarmada enquanto ele me pegava e me erguia.

–Você... me... deixa... fraca – eu o acusei, tonta.

–O que eu vou fazer com você? – gemeu ele, exaperado – Ontem eu a beijei e você me atacou! Hoje você desmaia nos meus braços!

Eu ri bem fraquinho, deixando que seus braços m apoiassem enquanto minha cabeça girava.

–É nisso que dá ser bom em tudo – ele suspirou.

–É esse o problema. – Eu ainda estava tonta – Você é bom demais. Muito, muito bom.

–Está enjoada? – perguntou ele; ele nunca me vira assim antes.

–Não... Não é o mesmo tipo de desmaio. – Sacui a cabeça, desculpando-me. – Acho que me esqueci de respirar.

 

“Can't help but surrender, my everything to you / Não posso evitar me render a você

I thought I could resist you / Pensei que pudesse resistir a você

I thought that I was strong / Pensei que fosse forte.”

Alice estava abruptamente ao meu lado, a mão dela estava erguida para o telefone, mas eu já estava discando. Ela viu o número.

"Eu acho que ele não está com o telefone dele", ela disse.

"Eu vou deixar uma mensagem"

O telefone tocou quatro vezes, seguidas por um bipe. Não havia nenhuma saudação.

"Você está com problemas" eu disse lentamente, enfatizando cada palavra."Problemas enormes. Ursos pardos raivosos não serão nada perto do que está te esperando em casa".

(…)

Eu fui dormir cedo naquela noite, me dobrando no sofá de novo.Ainda estava escuro quando eu acordei. Eu estava grogue, mas eu sabia que ainda não estava perto de ser manhã. Os meus olhos se fecharam e eu me estiquei, rolando. Eu levei um segundo pra perceber que o movimento devia ter me derrubado no chão. E eu estava muito mais confortável.

Eu rolei de volta, tentando enxergar.

Estava mais escuro que na noite passada - as nuvens estavam grossas demais para a lua brilhar através delas.

"Desculpe" ele murmurou tão suavemente que as palavras dele pareciam parteda escuridão. "Eu não queria te acordar".

Eu fiquei tensa, esperando pela fúria - tanto a dele quanto a minha - mas só

estava calmo e quieto na escuridão do quarto dele. Eu quase podia sentir a doçura da reunião no ar, uma fragrância separada do perfume da respiração dele; o vazio de quando estávamos separados deixou um gosto amargo. Uma coisa que eu não percebia conscientemente até que ele era removido.

Não havia fricção no espaço entre nós. A imobilidade era apaziguadora - não como a calma depois da tempestade, mas como uma noite clara que não foi nem tocada com o sonho de uma tempestade.

E eu não me importei se eu devia estar com raiva dele. Eu não me importava se

eu devia estar com raiva de todo mundo. Eu me inclinei pra ele, encontrei a sua mão na escuridão, e me puxei pra mais perto dele. Os braços dele me circundaram, me segurando contra o peito dele. Os meus lábios procuraram, caçando na garganta dele, no seu queixo, até que eu finalmente encontrei os lábios dele.

Edward me beijou suavemente por um momento, e então ele gargalhou.

"Eu estava todo preocupado por causa da briga que ia envergonhar os ursos

pardos, e é isso que eu ganho? Eu devia te deixar furiosa mais vezes".

"Me dê um minuto pra ajeitar isso", eu caçoei, beijando ele de novo.

"Eu espero o quanto você quiser", ele sussurrou nos meus lábios. Os dedos dele

se entrelaçaram nos meus cabelos.

A minha respiração estava ficando desigual. "Talvez de manhã".

"O que você preferir".

 

“I didn't see it coming / Não o vi chegando
You took me by surprise and / Você me tomou de surpresa e
You stole my heart before I could say no / Roubou meu coração antes que eu pudesse dizer não”

De três coisas eu estava convicta.

Primeira, Edward era um vampiro.

Segunda, havia uma parte dele – e eu não sabia que poder essa parte teria – que tinha sede do meu sangue.

E terceira, eu estava incondicional e irrevogavelmente apaixonada por ele.

= x =

 

 

"Você se importa se eu fizer uma coisa?", ele murmurou, seus braços se

apertaram ao meu redor.

"O que você quiser".

Mas ele me soltou e se afastou.

"Qualquer coisa menos isso", eu reclamei.

Ele me ignorou, pegando a minha mão e me puxando da cama também. Ele

ficou na minha frente, mãos nos meus ombros, o rosto sério.

"Agora, eu quero fazer isso. Por favor, por favor, mantenha em mente que você já concordou com isso, e não arruíne o momento pra mim".

"Oh, não", eu resfoleguei enquanto ele se pôs em um joelho.

"Seja boazinha", ele murmurou.

Eu respirei fundo.

"Isabella Swan?", ele olhou pra mim através daqueles cílios impossivelmentegrandes, os olhos dele estavam suaves mas, de alguma forma, chamuscando. "Eu prometo te amar pra sempre - todos os dias do pra sempre. Você quer se casar comigo?"

Havia muitas coisas que eu queria dizer, algumas delas não eram nem um pouco legais, e algumas delas eram mais pasmamente apaixonadas e românticas do que ele provavelmente sonhava que eu era capaz. Ao invés de me envergonhar com alguma dessas coisas, eu sussurrei. "Sim".

"Obrigado", ele disse simplesmente. Ele pegou minha mão esquerda e beijou todas as pontas dos meus dedos antes de beijar o anel que já era meu.

 

“You leave me speechless / Você me deixa sem fala
The way you smile, the way you touched my face / O seu cheiro, a maneira como você tocou meu rosto
You leave me breathless / Você me deixa sem ar
There's something that you do, I can't explain / Há algo que você faz, não posso explicar”

"Edward, não!", mas minha voz estava perdida por causa do barulho das badaladas.

Eu podia vê-lo agora. E eu podia ver que ele não podia me ver.

Realmente era ele, nada de alucinações dessa vez. E eu me dei conta de que as minhas alucinações eram mais falhas do que eu imaginava; elas nunca o fariam justiça.

Edward estava parado, imóvel como uma estátua, só a alguns passos do fim da ruela. Seus olhos estavam fechados, os círculos embaixo deles eram de um roxo escuro, os braços estavam relaxados ao lado dele, suas palmas viradas pra frente. A expressão dele era muito tranquila, como se ele estivesse sonhando com coisas agradáveis. A pele do seu peito de mármore estava nua - havia uma fina camada de tecido branco sobre os seus pés. A luz refletindo da calçada da praça refletia fracamente na pele dele.

Eu nunca havia visto nada mais lindo - mesmo estando correndo, sem fôlego e gritando, eu podia apreciar isso. E os últimos meses não significaram nada. E eu não me importava se ele não me queria. Eu nunca iria querer nada além dele, não importava quanto tempo eu vivesse.

O relógio bateu, e ele deu um longo passo em direção á luz.

"Não!", eu gritei. "Edward, olhe pra mim!"

Ele não estava ouvindo. Ele estava sorrindo muito levemente. Ele ergueu o pé pra dar o próximo passo que o colocaria diretamente na direção do sol.

Eu me choquei com ele com tanta violência que a força teria me jogado no chão se os braços dele não tivessem me pego e me segurado.

O impacto me deixou sem fôlego e fez minha cabeça pular pra trás.

Seu olhos se abriram lentamente enquanto o relógio badalava de novo.

Ele olhou pra mim com uma surpresa silenciosa.

"Incrível", ele disse, sua voz primorosa estava maravilhada, um pouco divertida. "Carlisle estava certo".

"Edward", eu tentei asfixiar, mas minha voz não fazia som. "Você tem que voltar para as sombras. Você precisa se mover!"

Ele parecia contente. A mão dele alisava suavamente a minha bochecha. Ele não parecia reparar que eu estava tentado forçá-lo pra trás. Pelo progresso que eu estava fazendo era melhor estar empurrando uma parede. O relógio badalou de novo, mas ele não se mexeu.

Era muito estranho, até onde eu sabia nós dois estávamos em perigo mortal.

Mesmo assim, naquele instante, eu me sentia bem.

Completa. Eu podia sentir meu coração disparado no meu peito, o sangue pulsando quente e rápido nas minhas veias de novo. Meus pulmões estavam cheios com o doce cheiro que vinha da pele dele. Era como se nunca houvesse existido um buraco no meu peito. Ele estava perfeito - não curado, mas era como se ele nunca tivesse estado lá pra começar.

 

“I'd run a million miles just to hear you say my name / Eu correria mil milhas só para ouvi você dizer meu nome

Baby / Meu bem”

"Bella, pare com isso agora!"

Meus musculos se travaram, me congelando onde eu estava. Porque não era a voz de Jéssica que me repreendia agora.

Era uma voz furiosa, uma voz familiar, uma voz linda - macia como veludo mesmos estando irritada. Era a voz dele - eu era exepcionalmente cuidadosa pra não pensar no nome dele - e eu estava surpresa de ver que o som dela não fez meus joelhos fraquejarem, me derrubando no pavimento com a tortura da perda.

Mas não havia dor, nenhum pouco.

No instante que eu ouví a voz dele, tudo ficou muito claro. Como se minha cabeça tivesse emergido de alguma piscina escura. Eu estava mais consciente de tudo - a visão, os sons, a sensação do vento frio que eu não havia percebido que estava soprando no meu rosto, os cheiros vindos da porta aberta do bar.

Eu olhei ao redor chocada.

"Volte pra Jéssica", a amável voz ordenou, ainda com raiva. "Você prometeu- nada estúpido".

Eu estava sozinha. Jéssica estava á alguns metros de distância de mim me olhando com olhos assustados. Contra a parede, os estranhos observavam, confusos, imaginando o que eu estava fazendo, ficando em pé sem me mexer no meio da rua.

Eu balancei minha cabeça, tentando entender. Eu sabia que ele não estava lá, e mesmo assim, eu o sentia improvavelmente perto, perto pela primeira vez desde... desde o fim. A raiva na voz dele era de preocupação, a mesma raiva que uma vez já me foi muito famíliar - uma coisa que eu já não ouvia pelo que pareceu ser uma vida inteira.

"Mantenha sua promessa". A voz estava desaparecendo, como se eu estivesse baixando o volume de um rádio.

Eu comecei a suspeitar que estava tendo algum tipo de alucinação. desencadeada, sem dúvida, pela memória - o deja vu, a estranha familiaridade da situação.

Eu corrí as possibilidades rapidamente na minha cabeça.

Opção um: eu estava louca. Esse era um termo apropriado pra pessoas que costumam ouvir vozes em sua cabeças.

Possível.

Opção dois: minha mente subconsciente estava me dando o que ela achava que queria. Esse era o desejo de cumprimento - um alívio momentâneo da dor que abraçava a idéia incorreta de que ele se importava se eu estava viva ou morta.

Eu estava projetando o que ele diria se A) ele estivesse aqui, e B) se ele estivesse de alguma forma se incomodando com o que pudesse acontecer comigo.

Provável.

Eu não podia ver uma terceira opção, então eu esperava que fosse a segunda opção e que isso fosse só o meu subconsciente ficando furioso, do que alguam coisa que acabasse me levando pro hospital.

A minha reação não foi muito sã, contudo - eu fiquei agradecida. O som da voz dele era uma coisa que eu temia estar perdendo, então, mais do que qualquer coisa, eu senti uma gratidão dominante porque o meu subconsciente havia guardado esse som melhor do que a minha mente consciente.

Eu não tinha permissão pra pensar nele. Isso era uma coisa com a qual eu tentava ser bem restrita. É claro que as vezes eu escorregava; eu sou só humana. Mas eu estava melhorando, e então agora a dor era uma coisa da qual eu podia me afastar por dias.

O custo era uma entorpecência que não acabava nunca. Entre a dor e o nada, eu escolhi o nada.Eu esperei pela dor agora. Eu não estava entorpecida - meus sentidos estavam estranhamente intensos depois de tanto tempo na neblina - mas a dor normal não apareceu. A única dor foi o desapontamento porque a voz estava desaparecendo.

Havia uma segunda escolha.

A coisa inteligente a fazer seria correr desses pensamentos potencialmente - e certamente mentalmente instáveis - destrutivos. Seria burrice encorajar essas alucinações. Mas a voz estava desaparecendo.

Eu dei outro passo em frente, testando.

"Bella, vire-se", ele rosnou.

Eu suspirei aliviada. A raiva era o que eu queria ouvir – uma evidência falsa, fabricada, de que ele se importava, um presente duvidoso do meu subconsciente.

 

= x =

 

Eu pisei na beira do precipício, mantendo meus olhos no espaço vazio á minha frente. Meus pés seguiram em frente cegamente, acariciando a margem da pedra quando a encontraram. Eu respirei fundo e segurei a respiração... esperando.

"Bella"

Eu sorrí e exalei.

Sim? Eu não respondí em voz alta, com medo que o som da minha voz alta fizesse a minha linda ilusão desaparecer. Ele parecia tão real, tão próximo. Era só quando mentir era reprovável como nessa hora que eu conseguia ouvir a memória real da sua voz - a textura aveludada, a entonação musical que fazia a mais perfeita das vozes.

"Não faça isso", ele implorou.

Você queria que eu fosse humana, eu lembrei ele. Bem, me observe.

"Por favor. Por mim".

Mas de outro jeito você não vai ficar comigo.

"Por favor", era só um sussurro na chuva forte que soprava os meus cabelos e encharcava as minhas roupas - me deixando tão molhada como se eu estivesse dando o segundo mergulho do dia.

Eu rolei nos calcanhares.

"Não, Bella!", ele estava com raiva agora, e a raiva era tão adorável.

Eu sorrí e ergui meus braços pra fora, como se eu fosse mergulhar, levantando o meu rosto para a chuva.

Mas eu estava bem treinada demais por causa dos anos de piscinas públicas - pés primeiro, primeira vez. Eu me inclinei para a frente, me abaixando pra conseguir mais impulso...

E me joguei no penhasco.

(...)

Foi aí que a corrente me pegou.

Eu estive tão preocupada com o tamanho dos penhascos, com o óbvio perigo da sua altura, das suas faces afiadas, que eu não havia me preocupado nem um pouco com a água negra esperando. Eu nunca sonhei que a verdadeira ameaça estivesse embaixo de mim, embaixo da maré alta.

Eu sentí que as ondas estavam brigando comigo, me jogando pra frente pra trás, como se estivessem determinadas a se juntarem pra me partir ao meio.

Eu sabia o jeito certo de evitar a maré cheia: era melhor nadar paralelamente até a praia do que lutar pra chegar na praia. Mas esse conhecimento não ajudou muito já que eu não sabia pra que lado a costa estava.

Eu nem sabia dizer pra que lado estava a superfície.

A água raivosa era preta em todas as direções; não havia nem um brilho pra me guiar. A gravidade era toda poderosa quando lutava com o ar, mas ela não era nada nas ondas - eu não conseguia me sentir sendo puxada pra baixo, ser guiada em nenhuma direção.

Eu só podia sentir o banho das correntes que me jogavam pra lá e pra cá como se eu fosse uma boneca de pano.

Eu lutei pra manter o meu ar pra dentro, pra manter os meus lábios selados na minha última reserva de oxigênio.

Não me surpreendeu que a minha ilusão de Edward estava lá. Ele me devia muito, levando em consideração que eu estava morrendo. Eu estava supresa de ver o quanto esse conhecimento era certo. Eu ia me afogar. Eu estava me afogando.

"Continue nadando!" Edward implorou urgentemente na minha cabeça.

Pra onde? Não havia nada além da escuridão. Não havia nenhum lugar pra nadar

"Pare com isso!", ele ordenou. "Não se atreva a desistir!"

A água gelada estava deixando meus braços e pernas dormentes. Eu nem sentia mais as ondas batendo. Agora era mais como uma vertigem, como um rodopio sem esperança na agua.

Mas eu escutei ele. Eu forcei meus braços a continuarem avançando, minhas pernas a chutarem com mais força, apesar de estar indo para uma direção diferente a cada segundo. Isso não estava levando a nada. Qual era o ponto?

"Lute!", ele gritou. "Droga, Bella, continue lutando".

Porque?

Eu não queria mais lutar. E não era a cabeça leve, o frio, e nem os meus braços falhando quando os meus musculos desistíram de exaustão, que me deixaram contente por estar aqui onde eu estava. Eu estava quase feliz por estar tudo acabado. Essa era uma morte mais fácil do que as outras que eu enfrentei. Estranhamente tranquila.

Eu pensei brevemente nos clichés, de como você devia ver a sua vida passando na frente dos seus olhos. Eu tinha muito mais sorte. Quem queria ver um replay, afinal?

Eu via ele, e eu não tinha vontade de lutar. Era tão claro, quase mais definido do que qualquer memória. Meu subconsciente havia guardado Edward com perfeição de detalhes, guardando ele para esse momento final.

Eu podia ver seu rosto perfeito como se ele estivesse realmente lá; o tom exato da sua pele gelada, o formato dos seus lábios, a linha da sua mandíbula, o brilho nos seus furiosos olhos dourados.

Ele estava com raiva, naturalmente, por eu estar desistindo. Seus dentes estavam trincados e suas narinas estavam infladas de raiva.

"Não! Bella, não!"

Meus ouvidos estavam cheios da água gelada, mas a voz dele estava mais clara que nunca. Eu ignorei as palavras dele e tentei me concentrar no som da sua voz. Porque eu iria lutar quando estava tão feliz por estar aqui?

Mesmo com os meus pulmões queimando por mais ar e com minhas pernas congeladas pela água fria, eu estava feliz. Eu havia me esquecido do que é a verdadeira felicidade.

Felicidade. Isso fazia toda a coisa de estar morrendo ser bem suportável.

A corrente ganhou nesse momento, me jogando abruptamente contra alguma coisa dura, uma rocha invisível na escuridão. Ela bateu solidamente no meu peito, me atingindo como uma barra de ferro, e então o ar foi roubado dos meus pulmões, escapando com uma grossa nuvem de bolhas prateadas.

A água entrou pela minha garganta, me engasgando e queimando. A barra de aço parecia estar me arrastando, me puxando pra longe de Edward, mais profundamente para a escuridão, para o fundo do oceano.

Adeus, eu te amo, foi meu último pensamento.

 

A música chegou ao fim e com ela toda a força que juntei para não sofrer por Edward.

As lágrimas caiam intensamente de meus olhos, a dor era aguda demais, os fashs de minha vida com o vampiro de olhos hipnotizantes não saiam mais de minha cabeça.

Senti mãos gélidas e suaves me pegarem no colo, mesmo as lágrimas não me permitindo enxergar, eu sabia que era Alice.

Ela me levou para, provavelmente, meu quarto, e me apoiou em um lugar macio que julguei ser minha cama. Ela apoiou minha cabeça em seu colo, logo senti as mãos de Rose afagando meus cabelos. Ninguém nada disse, e eu me permiti chorar até não ter mais lágrimas. Foi assim que o sono me encontrou; chorando ao lado de duas amigas, as magoas dos sonhos destruídos de um casamento.


Notas Finais


Tadinha da Bella, eu fiquei com pena dela, e vocês o que acharam?

Me contem nos comentários!

Beijos,

Marry Black.*


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