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História Duas Listras - Dramione - Aquele dia insuportável


Escrita por: ReidGray

Capítulo 2 - Aquele dia insuportável


Fanfic / Fanfiction Duas Listras - Dramione - Aquele dia insuportável

O cenário que encarava era o mesmo, a instituição escolar estava novamente de portas abertas, os jovens adentrando, uns já reencontrando os colegas de turma, os amigos que mantinham contato fora da escola já pareciam ter seu próprio grupo com isso ignorando o restante, os novatos seguiam perdidos até a diretoria para enfim encontrar as salas que iriam estudar o ano todo e lá estava ela, totalmente perdida e fora da realidade.

Imaginou-se que estava incluída na lista de mulheres que não terminaria o ano do colégio em paz, se preocupar apenas com a faculdade, trabalho ou qualquer coisa que desejasse para o futuro, ela estava na lista de mulheres que não tinha como manter uma criança e não tinha como conseguir algo de bom tanto para si como para aquele ser que se formava dentro dela, afinal, para conseguir tudo isso ela precisava passar por aquele lugar antes.

Queria rir de desgosto, afinal, não demoraria para sua barriga aparecer, não demoraria para todos perguntarem quem era o pai, o que iria fazer, fora os comentários sobre ser uma azarada por ter engravidado, por ter sido idiota por não ter sido responsável, e a pena daqueles que imaginava como deveria ser difícil. Por céus, ninguém nunca iria saber como era estar daquela forma sem estar dentro daquela situação.

Não desejaria aquele sentimento de angústia nem para sua pior inimiga, era torturante. Era sentir como se uma bomba tivesse explodido em cima de todos os seus sonhos, de todos seus desejos e toda vida que tinha planejado para o futuro. Afinal, um dia era apenas uma adolescente de dezesseis anos viciada em livros, viciada em séries, jogadora de vôlei e noutro era uma adolescente lidando com um bebê dentro de si, e ela não tinha muito tempo para se tornar capacitada ou amadurecer, ela iria encarar algo que queria com quase trinta anos naquela tenra idade e não tinha muito o que fazer. Ou tinha?

— Vamos amiga. — Gina disse lhe pegando pela mão e lhe tirando da breve desatenção que tinha lhe atingindo. — Você consegue, um dia de cada vez.

Hermione suspirou virando-se para encarar a expressão de Gina, ela parecia a única com positividade naquele momento.

— E qual dia será hoje?

— O de sempre, o primeiro dia de aula, apenas isso. — respondeu, então, a puxou pela mão andando em direção dos enormes portões da escola.

A cada passo Hermione sentia como se seu coração fosse explodir, talvez, fosse pelo fato que a vida que tinha planejado para si parecia cada vez mais distante, ou pelo simples fato de que iria vê-lo, ela não fazia ideia do que iria acontecer, ela precisava contar para ele, certo? Era o mínimo, contudo, ela estava com tanto medo da reação dele que isso apenas lhe fazia querer fugir para outro país e voltar depois de dez anos com aquela notícia para cima dele.

Oh, seria um belo clichê, ela desesperada é mandada embora pelos pais e ele nunca fica sabendo da criança, ela volta depois e ambos descobrem que estavam predestinados a ficarem juntos para sempre e ela percebe que errou ao fugir mesmo sendo obrigada ou não, contudo, a vida não era assim, Hermione sabia disso, apenas pelo fato de que querendo ou não ela teria que conviver e criá-lo, mesmo se ele não lhe apoiasse nisso. Ou teria como mudar isso também?

— Ei gente. — Gina falou alto atraindo atenção de seus amigos, o grupo no qual era integrante.

Hermione coçou sua nuca, se o fato de estar grávida fosse o único problema seria mais fácil, porém, não era só isso, claro que não era, principalmente, ao ver aquele sorriso largo naquele rosto, suspirou, além de engravidar de outro rapaz, ela ainda teve capacidade de trair seu namorado.

Não achou estranho Gina questionar quem era o pai, afinal, como sua melhor amiga imaginou que ela fez essa pergunta, pois devia saber que tinha outra pessoa nesse rolo ou que deveria ter feito burrada, bem, acertou nesses pensamentos quando Gina disse que havia lhe visto aos beijos com ele naquela maldita festa.

Então, o questionamento do motivo dela não ter enfiado a mão na sua cara surgiu na sua mente e Gina apenas suspirou e afirmou que odiou o que viu e seu ato de traição, contudo, ela estava totalmente atualizada sobre aquele seu namoro de oito meses e não achou nada estranho ver algo do tipo, mesmo considerando que o seu parceiro fosse o privilegiado por sua mente a ser protagonista de uma história como aquela e não ela, a certinha e juizada de todas.

— Olá amor. — viu ele abrir um sorriso antes de selar seus lábios nos seus por alguns segundos, então, fingiu um sorriso.

— Olá gente. — saudou.

— Todo mundo caiu na mesma sala? — ouviu um dos seus amigos fazer a pergunta, Harry, com seus óculos redondos e seus cabelos úmidos apenas enlaçou seu braço nos ombros de Gina que "gentilmente" os tirou.

— Sem toques, lembra? — questionou ela, ácida.

Harry revirou os olhos, mas sorriu, dava para nota que nada do que ela dissesse iria lhe impedir de tentar algo com aquela garota, Hermione achava engraçado e corajoso ele não desistir de tentar conquistar Gina quando claramente que ela não estava nenhum pouco envolvida com ele.

— Tudo bem, sem toques por enquanto e…

Gina virou-se de costas e seguiu rumo em direção da sala, riu baixinho, vendo Harry correr atrás dela, apostava que ele ainda andava com aquele grupo apenas porque era melhor amigo de Ron, seu namorado.

— Ele ainda vai casar com ela. — ouviu sua outra amiga dizer, seus olhos avaliaram Luna, ela estava totalmente concentrada no celular, os longos cabelos loiros soltos e o uniforme levemente curto, ela realmente não se importava com as etiquetas padrões da escola, para si era algo insuportável e Luna odiava regras. — Em todo caso, quem não persistir nada consegue. — deu de ombros, puxou Hermione com a mão. — Vamos para a sala, parece que esse ano vão colocar uma nova capitã no time.

— Ei… — protestou Ron, ouviu Dino rir ao seu lado. O último integrante do grupo, o moreno que estava com os fones de ouvidos em volta do pescoço e segurava uma garrafa de coca-cola. — Essas garotas amam roubar minha namorada.

— Elas vieram primeiro, acostume-se. — alfinetou Dino, seguindo-as.

Segundos depois Hermione passava pela sala de aula dando-se conta que era a mesma turma dos anos anteriores, não achou estranho, visto que, era último ano de todos. Como se cada um soubesse seu próprio lugar e panelinha, cada um ia se guiando para um lugar da sala e ela ficava na última cadeira, da primeira fileira ao lado da janela. Sentou-se, jogando sua bolsa sobre a mesa e automaticamente pegando um livro, queria refugiar sua mente por alguns minutos que ainda lhe restava e agradecendo por nenhum de seus amigos e nem seu namorado irem lhe encher a paciência, agradeceu Gina internamente por isso.

Então, abriu o livro na página que havia parado, Peças Infernais - Anjo Mecânico, era o seu mais novo amor e iria devorar todas as sagas da autora, quando finalmente havia conseguido se misturar na história, desviou seus olhos para ele que adentrava na sala.

Foi impossível não analisá-lo, a blusa social azul escura do colégio estava com alguns botões abertos, enquanto que a gravata estava folgada no pescoço, os cabelos estavam bagunçados como se tivesse acabado de acordar, e a expressão era de uma pessoa realmente em paz, mordeu sua bochecha internamente, não sabendo por quanto tempo Draco iria continuar como se fosse apenas um adolescente normal.

Desviou os olhos quando ele retribuiu, porém, sabia o caminho que ele iria fazer, seguir reto até o final da última cadeira, da última fileira, do lado da parede, então, em dias alternados ele apenas deitava a cabeça na mesa até o professor entrar na sala ou ficava conversando com seus amigos, contudo, por mais que soubesse como ele agia toda manhã - mesmo sem querer - afinal, estudar com uma pessoa anos consecutivos lhe dava a sensação de conhecê-la, não conseguia desviar o olhar dele, observando pelo canto do olho, viu quando ele revirou os olhos para algo que a aquela loira disse, Astória como de costume sentou-se na frente dele, previu que eles iriam falar algo ou até discutir, contudo, ela foi mais rápida desistindo de sentar-se no mesmo lugar de sempre e mudando com Blásio que ocupou o lugar da garota.

Não achou estranho, afinal, naquela noite ele mesmo disse que o namoro deles iam mal, que haviam terminado tantas vezes que não tinha como contar nos dedos e não sabia o motivo de ficar nesse lance de terminar e voltar com ela, contudo, mesmo assim ele tinha admitido que tinha um carinho por ela, pois era sua amiga antes mesmo de ser namorada.

Hermione pegou-se pensando se um dia iria ficar assim com Ron, contudo, percebeu que não iria ter voltar quando ele soubesse que ela havia lhe traído com Draco Malfoy, o seu colega de classe que nunca tinha se misturado muito, apenas trocado poucas palavras que lhe eram necessárias.

Naquela história Draco não estava namorando oficialmente com Astória, mas, seria uma traição mesmo assim? Ou apenas ela foi a infiel?

Suspirou, fechando o livro quando viu a professora adentrar na sala cumprimentando todos que lhe responderam, tentou prestar atenção em tudo o que ela dizia, porém, sua mente estava em outro lugar, precisamente em outra pessoa, aquela que estava totalmente concentrado na matéria.

Depois que fosse explodir aquela bomba no colo de Draco, seriam dois adolescentes alheios ao que acontecia ao redor.



Ele não sabia exatamente o motivo de ficar observando-a, afinal, por mais que ele soubesse quem era ela nunca havia sido amigos, colegas de turma no máximo, contudo, desde da metade do ano passado ele vinha lhe analisando mais do que o normal, algo nela vinha lhe chamando a atenção, mas não sabia o que era, ainda mais quando deu-se conta que seus olhos não paravam de seguir a garota por todos os lados.

Será que ela havia retornado das férias diferente, além, claro, de voltar namorando um de seus amigos, algo que sinceramente pensou que nunca iria acontecer, pois ao seu ver Ronald era um fracote que não tinha capacidade de conquistar uma garota, contudo, naquela época onde ele colocou-a como alvo de seus olhos, sempre prestando atenção nela - mesmo quando estava com o namorado - e tendo pensamentos como aquele sendo formados, Draco havia acertado algo pela metade.

Eventualmente, naquela noite ele ouviu aquelas palavras vindas daquela boca  - que ele achava belíssima - apenas afirmando algo que imaginou que sabia, então, nunca pensou que seria ele a quebrar algo tão importante para ela, ao auge dos seus dezessete anos Draco nunca gostou tanto de uma simples noite regada a gemidos tímidos e a toques, afinal, a única garota que transou em sua vida era sua novamente namorada, perdeu sua virgindade com ela, aprendeu tudo com ela e naquela noite ele tocou em outra mulher, uma que naquele momento deu-se conta que vinha lhe desejando alguns meses.

Admitiu para si mesmo que foi uma surpresa quando ela lhe disse aquelas coisas, não pensou que o seu namorado fosse tão inútil e fracote como imaginou, ou que ele era um garoto que a respeitava extremamente pelo simples fato de não agir em nada para transar com sua namorada.

Seus olhos não conseguiam desviar dela, sentada ao lado dele enquanto comia seu lanche, parecia tão alheia ao que acontecia ao seu redor, seus amigos pareciam entretidos em uma conversa animada, não ela, que não estava dando muita atenção para ninguém, nem mesmo para Ron que tentava a todo custo manter um diálogo com ela.

Questionou-se se era peso na consciência. Havia traído o namorado consigo, e não foi um simples beijo, e mesmo odiando o sentimento de rejeição Draco não queria que ela tivesse se arrependido, pois ele não estava e repetiria tudo novamente.

Então, os olhos castanhos dela foram em sua direção, parecia tão perdidos e aflitos, pareciam gritar por socorro e Draco não os desviou, não queria e não conseguia, ela lhe atraía de uma forma diferente, ela parecia lhe puxar para um mar de incógnita. Ouviu a voz de Astória falar algo ao seu lado, apenas acenou com a cabeça tentando fazê-la prestar atenção em outra coisa, afinal, os olhos se mantinham conectados como se dissesse algo, então, ela desviou, disse algo e levantou-se da mesa seguindo para a porta.

— Eu já volto, podem jogar no lixo meu lanche. — disse levantando.

— Vai aonde? — perguntou Blásio.

— Na diretoria, meus pais pediram para eu ir pedir um documento lá. — mentiu.

— Quer que eu vá com você? — Astória perguntou oferecendo-se, mesmo mexendo no celular e não lhe dando atenção.

— Não precisa. — negou, então, seguiu em direção da porta, ele iria procurá-la, não sabia exatamente o porque, apenas desejava beijar aqueles lábios novamente.

A única certeza que tinha naquele momento era o fato que Hermione havia perdido a virgindade consigo.




Sufoco.

Aquele dia estava sendo sufocante, na sala de aula por breves momentos havia conseguido prestar atenção na aula, porém, nunca durava tempo suficiente para esquecer-se do que estava acontecendo consigo, tinha vontade de simplesmente sair daquela sala e nunca mais voltar.

Ela se sentia tão perdida.

Não sabia o que fazer, não sabia se contava para Draco sobre a gravidez, ou como contaria para seus pais, como iria falar com Ron ou explicar a situação para seus amigos. Hermione não sabia o que fazer diante desse problema, pois a gravidez para si era um grande problema e ela não lhe aceitava.

Então, quando percebeu que aquelas íris de um azul cinzento lhe observava com uma atenção incomum e transbordando uma curiosidade infinita, não conseguiu permanecer naquele mesmo lugar, afinal, gostaria de ir até lá e dizer-lhe com palavras aflitas que estava grávida, porém, não tinha coragem.

A reação dele era uma incógnita.

Por mais que desejasse vê-lo tão perdido e aflito, ainda se sentia hesitante, não sabia como abordá-lo e o medo de ficar sozinha naquela situação era o pior de tudo. Então, simplesmente levantou-se da mesa dando uma desculpa qualquer e rumou para a biblioteca, tentava impedir que o bolo de angústia subisse por sua garganta e derramassem por seus olhos.

Novamente a vontade de chorar surgiu e cada segundo que se passava estava mais difícil fingir que tudo estava normal e que ela estava bem, pois, a última coisa naquele momento era o fato de que se sentia bem. Desejando não retornar para a sala, ela entrou no único lugar que pudesse, enfim, desviar seus pensamentos para qualquer lugar, menos sua realidade dolorosa.

Concentrou-se em procurar algo que pudesse ler e se distrair, sentou-se na última mesa e tentou a todo custo prestar atenção ao que lia, sem notar que Draco havia entrado na biblioteca e se escondido atrás de uma estante, retirando os livros e fazendo um buraco para observá-la. Não sabia exatamente o que se passava na sua mente, só tinha certeza que por mais que tentasse ele não conseguia desviar sua atenção dela.

Hermione era o alvo mais belo que seus olhos já captaram.

Achava ela linda quando chegava na escola, quando se arrumava e ia jogar vôlei, quando ficava estudando na sala de aula, principalmente, quando lia. A concentração dela e as expressões eram as melhores, não duvidaria se soubesse decifrar o estágio emocional do livro apenas ao olhá-la.

Contudo, aquela noite ela estava impecável, tão bela que não conseguia prestar atenção em mais nada, a não ser ela, que para sua oportunidade havia brigado com o namorado e decidido a permanecer o resto da noite longe dele, talvez, o álcool - que não deveria ter tomado - lhe fez ter coragem quando observou a amiga dela deixá-la sozinha, então, ele foi até lá e ofereceu sua companhia, quando percebeu, andavam pela casa, conversando e contando coisas que nunca pensou que iriam compartilhar um com o outro, então, de repente, era um quarto vazio, uma porta trancada e roupas jogadas pelo chão.

O que ele achava tão atraente naquela garota?

Ou melhor, por que ela se tornou tão atraente, assim, de repente?

Suspirou, ele gostaria tanto ir abordá-la, contudo, tinha uma hesitação profunda, talvez, pela primeira vez o medo da rejeição fosse mais palpável. Então, virou-se decidindo ir embora, não iria perturbá-la, talvez, nunca voltasse a falar com ela. Sem perceber que assim que passou pela porta Hermione começou a limpar sua face após perceber que o sentimento de angústia e tristeza lhe abateram, porém, não tinha nada haver com a história que lia.

Draco guiou-se pelos corredores até encontrar Astória seguindo em direção da sala enquanto ainda mexia no celular, suspirou, ele tinha que tirar aqueles pensamentos de sua mente, não adiantaria de nada.

— Ei gata. — chamou, então, observou-a lhe encarar, soltando um riso, ela sempre achava engraçado essa forma de chamá-la.

— Oi amor.

Draco passou o braço pelos seus ombros.

— Vamos sair hoje a tarde? Que tal um parque? — perguntou, ele desejava mais que tudo tirar de si pensamentos, onde, Hermione estava envolvida.




Notas Finais


Hey guys!

O que estão achando?
Tadinha da Hermione, toda perdida. E esse Draco todo observador, heim?

Bem, fico feliz pelos comentários e favoritos. Até mais, beijos da Lay.


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