Acordo com Mónica sacudindo o meu corpo e abro os olhos completamente irritada. Eu estava sonhando que era casada com o Ian Somelhalder e que vivia numa linda casa, mas depois me apaixonei por Dean e fugimos juntos. Queria ao menos saber como o sonho acabava. Isso não se faz.
Sento na cama e observo seu sorriso demoníaco. Alguma coisa aconteceu. Tenho até medo de perguntar pergunta que é. Mas como ela é assim a maior parte do tempo, não deve ser nada. O estranho é que ela nunca me acorda.
— Você tem visita, bela adormecida! — Ela diz.
— O quê? — Pergunto. Talvez seja o efeito do sono.
— Tem visita. É um homem muito lindo. Se você não quiser ficar com ele, pode dar ele para mim? — Ela puxa o meu braço para levantar.
— O quê? — Não estou entendendo nada. Ainda estou processando o que se passa na minha vida.
Ela ri. — Vá tomar um banho e esteja apresentável. Ele não vai querer esperar muito.
— Ele? Espera!
Ela me empurra para o banheiro. — Um dos homens que sai com você.
— Isso soa muito horrível, sabia? — Expulso ela e tomo o meu banho.
Demoro mais ou menos uma hora. Mónica não foi explícita ao dizer quem era. Podia ao menos dizer como estava vestido ou a cor dos seus olhos. Infelizmente, não tenho nenhuma informação. Não queria ver eles hoje, mas não posso fazer nada se um deles decidiu me ver.
Visto um vestido ombro a ombro preto e curto e faço um rabo de cavalo. Olho para mim no espelho para saber se estou simples demais. Mas eu estou em casa. O que importa? Será que Hillary ou Elena ficam lindas em casa?
Saio do quarto antes que mude de roupa e vou para a sala de estar. Sou recebida com um sorriso. Mas não um sorriso qualquer. O sorriso sarcástico de Andrew Bianchi, obviamente. Eu devia saber que era ele. Porquê não olhei para a janela para ver o carro dele?
Bom, normalmente quando acordo, demoro muito tempo para processar as coisas ou pensar em algo inteligente. Preciso de um tempo e de um bom café.
Andrew está lindo, não posso negar isso. Na verdade, sempre está. Ele está com uma calça preta, sapatos pretos, camiseta preta e um casaco de malha (aquele que os homens ricos usam muito) castanho.
— Olhem quem decidiu aparecer?
— Oi! O que está fazendo aqui? — Pergunto e cruzo os braços.
— Você não atendia as minhas ligações. O que queria que eu fizesse? — Ele levanta e se aproxima de mim.
Não sei o que responder. Suspiro e desvio o olhar. Claro que não vou dizer que fiquei completamente intimidada com Hillary.
Leya vem na sala com chá e biscoitos e coloca na mesa de centro. — Seus biscoitos, Andrew! — Ela olha para mim depois sai.
— Você demorou tanto que tive que pedir alguma coisa. — Ele senta no sofá novamente. Sento ao seu lado.
— Você não existe!
— Demorou tanto porquê? — Ele sorri. — Queria estar linda para mim?
— Andrew, por favor! Aqui não é o lugar certo para a gente conversar. Entenda. Meus tios podem ouvir e...
— Eu entendo, amor. Não vou poder beijar você. Mas só beijo essa boquinha se me der uma boa explicação do porquê não ter atendido as minhas ligações. — Ele come um biscoito.
Meu estômago reclama rugindo.
Ele sorri para mim de um jeito doce. Meu coração derrete na hora. E quase desmaio quando ele me dá um biscoito na boca. Fico completamente emburrada.
— Desculpa! Esqueci que não comeu nada.
— Tudo bem. — Engulo o que está na minha boca.
— Podemos conversar em outro lugar e comer. Podemos depois andar de cavalos.
— Hoje não. Não quero andar de cavalos, Andrew.
— Sobre as minhas ligações...
— Eu precisava de um tempo para pensar. — Respondo.
— Sobre?
— Sobre nós, sobre você, sobre tudo. Com você por perto não seria fácil.
— Enviava uma mensagem dizendo não incomodar. — Ele serve chá numa chávena.
— Desculpa!
— Tudo bem. Eu pensei que tinha feito algo errado, que não queria mais nada comigo. — Me entrega o chá.
— Você não está com fome?
— Não. Você precisa mais do que eu. Coma! — Ele olha para os meus pés.
— O que foi?
— Você tinha razão quando disse que tinha pés lindos. Não entendo porquê os esconde.
— Eu não escondo. Sério que vamos falar sobre os meus pés? — Rio.
— Qualquer coisa, desde que prolongue a conversa e possa olhar para você esse tempo todo. — Ele morde o lábio inferior. — Eu não me importo de conversar sobre seus livros, seu cabelo, suas unhas, até sobre a origem do seu nome.
Devo estar que nem um tomate nesse momento. Eu não quero ter dúvidas. Porquê isso está sendo tão difícil? Porquê essa confusão toda? Andrew e Dean estão me deixando louca.
— Podemos sair para conversar se você quiser.
— Claro que sim. — Ele se aproxima e sorri. Qual é a ideia dele?
Termino o chá, despeço Leya e saímos.
Olho pelos vidros do carro distraída. Me pergunto o que Dean viu em mim depois de uma mulher como Elena ou o que Andrew viu em mim depois de Hillary. Suspiro e apoio o rosto no vidro.
Andrew segura a minha mão e beija. Olho para ele, pensando se foi boa ideia a gente ter saído. Era suposto estar afastada deles. Porquê Andrew teve que vir atrás de mim?
— O que você está pensando? — Ele pergunta.
— Não importa! — Suspiro. — Há quanto tempo você e Hillary... Vocês...
— Dois meses. Já não ficamos há dois meses. — Ele responde apesar de não gostar da pergunta. — É isso que está te incomodando? Hillary?
— Não. — Digo, mas não sou convincente.
— Ah, amor! — Ele me aproxima dele, tirando seu cinto de segurança. Olho para ele. — Eu nunca gostei dela. Foi só um caso. Nada mais.
— E você pensa que isso me faz sentir melhor? — Pergunto.
— Nunca dei flores para ela. Nunca a levei para patinar, cinema essas coisas. Era só um jantar seguido de... você sabe. — Ele se afasta. — Sinto muito. Estou piorando as coisas, não é? O que eu quero dizer é que... Com você é diferente. Você me leva a querer mais. Entende?
— Eu acho que sim.
— Não está brava comigo? — Ele acaricia o meu rosto.
— Não. Além disso, não sou sua namorada para ficar desse jeito.
— Avery! — Ele diz em tom de repreensão.
— Disse algo errado? Alguma mentira?
Ele não responde.
O motorista pára o carro e desçemos. Pensei que ele iria me levar para um café super caro com música ao vivo e talheres de ouro, mas felizmente é na Starbucks. Fico aliviada por isso.
Fazemos o nosso pedido e ocupamos um lugar. Andrew olha para mim como se estivesse analisando cada centímetro do meu rosto, depois bebe seu café.
— Quando ganhou paixão pela leitura? — Pergunta.
— Desde pequena. Meu pai comprava livros para mim. O tempo passou e virei uma viciada. E você?
— Meu caso é diferente. Não gostava de ler. Tudo começou quando... — Ele tenta continuar as palavras, mas eu já entendi. — Depois da minha mãe. — Para ele é difícil dizer que sua mãe morreu. Percebi. — Eu passava muito tempo sozinho e procurei alguma coisa para me distrair. Encontrei meu consolo nos livros. Era um refúgio para mim. Ainda é, na verdade.
— Não fazia ideia. Posso fazer uma pergunta?
— Está bem. Vou deixar passar essa. Faça a outra pergunta. — Ele ri.
— Você parece tão sozinho. Você não tem amigos, primos, tios ou coisas assim?
— Tenho um amigo, que também é advogado. — Ele não respondeu completamente a pergunta. Acho que esse assunto o incomoda.
— Porquê você fez direito? — Pergunto só para mudar de assunto.
— Felizmente, foi por paixão. Era a única coisa que era compatível comigo. Não me imaginava fazendo outra coisa. Estava no sangue. Agora vamos falar sobre você. Ando curioso sobre muitas coisas.
— Não sou tão misteriosa assim.
— Promete que vai ser sincera nas respostas?
— Prometo!
— Me fala primeiro dos seus relacionamentos. Houve alguém que você já amou? — Bebe o café, olhando para mim.
— Não. Meus relacionamentos não eram propriamente sérios. Talvez coisas de adolescente.
— Espera! Há quanto tempo está solteira?
— Se você considerar que meus relacionamentos foram realmente relacionamentos, eu diria que estou há seis anos solteira. Mas se não considerar, então, vinte e um anos.
— Então, você é virgem? — Pergunta.
— Andrew! — Eu coro.
— Não fique com vergonha. Isso não é uma coisa que precisa ter vergonha. — Ele olha para mim de um jeito estranho. — Então, isso é um sim.
— Você está fazendo perguntas muito particulares, não acha?
— Estamos nos conhecendo. Acho isso justo. Pode fazer perguntas sobre mim também, se a deixa mais à vontade.
— Tudo bem. Quando você perdeu a sua? — Pergunto.
— Não esperava essa, amor! Mas vou ser sincero com você. Com dezessete anos. E foi só por curiosidade. Antes eu não era tão sério e responsável assim.
— E com quem foi?
— Com alguém que não tenho contato há anos.
— Você conta essas coisas para as outras mulheres? — Pergunto.
— Eu sou um homem muito sério, Avery. Quando eu me relaciono é muito sério, quando é apenas um caso não vou muito fundo nisso. Você perguntou se eu conto. Presente. O que quer dizer que acha que saio com outras enquanto saio com você. Meu amor, eu não sou homem de ter muitas mulheres. Eu tenho sempre um e único foco. — Ele olha para mim profundamente. — Se estou saindo com você, acredite que é só você. E não contei essas coisas para as mulheres que já se envolveram comigo de alguma forma. Algumas sim, mas as que tive um relacionamento sério.
Não sei o que dizer quanto a isso. Devia festejar por ser a única mulher que ele leva para sair? Mas é verdade isso?
— Foi uma curiosidade. Os homens não têm uma boa fama.
— Não vamos discutir sobre isso. — Bebe o café. — Mas vou dizer uma coisa. Preste atenção! — Ele sorri. — Você não precisa se preocupar com as outras mulheres.
— Você sabe vender o seu peixe! — Brinco. — Sinceramente, Andrew, eu sempre pensei que homens como você só ficam com supermodelos, atrizes famosas e essas coisas. Nunca poderia imaginar que estava na sua lista.
— Devia saber. Você tem um conjunto de requisitos para a mulher perfeita. Você é inteligente, delicada, você é meiga, você é muito especial. Você não é uma megera, não é uma mulher fácil. Você é mais compatível comigo do que pensa.
Isso me faz sorrir e não consigo tirar o sorriso do rosto. Quero parar, mas não consigo. Isso não está acontecendo comigo. Falta Dean me dizer algo fofo, o que ele sempre faz. Mas eu estou ferrada.
Bebo o café e olho para ele. — O que acha que senhor Bianchi vai pensar sobre isso?
— Não precisa se preocupar com isso. Eu sei lidar com o meu pai. Vou tratar do assunto.
— Andrew...
— Não volte a fazer o que fez ontem, por favor! Prefiro que me diga que não quer me ver ou falar comigo do que ignorar minhas ligações. Promete que não vai voltar a fazer isso? — Ele segura a minha mão. Olho para ele piscando várias vezes.
— Se você vai ficar mais tranquilo com isso... Eu não faço novamente. — Respondo.
— Obrigado.
— Está bem.
Terminamos o café e saímos do Starbucks. Andrew segura a minha mão e me leva com ele. Só para passear mesmo. E ele está distraído sorrindo como se a vida fosse maravilhosa. Eu não sabia que poderia causar esse efeito nos homens.
— Porquê está tão sorridente? — Pergunto simplesmente porque quero ouvir dizer que é por minha causa.
— Amor! Sabe o que eu sonhei hoje?
— Claro que não! — Respondo como se ele fosse idiota. Mas, céus! Ele é o Andrew Bianchi. Doutorado em Direito aos trinta anos. Tem até livros escritos. Ele é um procurador competente, ajudou Jake... me perdi. Onde mesmo eu queria chegar?
— Tente imaginar! — Paramos. Ele vira para mim.
— Você está falando sério? — Rio.
— Feche os olhos! — Ele sorri.
— O quê?
— Feche os olhos! Confie em mim.
Eu fecho os olhos. Aposto que vai me beijar. Mas não vou mentir. Eu quero que faça isso.
— Imagine um lindo pôr do sol e um jardim cheio de flores perto de um rio. — Ele sussurra no meu ouvido.
— Sim.
— Ótimo! — Ele me levanta. — Continue com os olhos fechados.
— Andrew!
— Agora imagine nós dois nessa posição dentro do rio.
— Consigo imaginar. — Sorrio.
— Agora, eu beijo você. — Ele diz e me beija. Toma os meus lábios nos seus, ainda me levantando. E consigo imaginar em como seu sonho foi maravilhoso. Com certeza, ele não quereria acordar.
Ele chupa meu lábio inferior, morde e depois insere sua língua na minha boca novamente, me beijando com carinho. O seu beijo é algo que não dá para descrever. Eu simplesmente estou perdida. É um beco sem saídas.
Seus braços apertam ao redor da minha cintura e eu abro os olhos para olhar enquanto ele me beija desse jeito apaixonante. Um beijo que me faz perguntar do porquê eu ter ignorado ele e não ter ligado para ele.
Andrew se afasta e me põe no chão, depois acaricia o meu rosto. — Se eu pedisse você em namoro agora? O que me diria, meu amor?
— Que é muito cedo! Você sabe disso.
Suspira. — Sim. Tem razão. Mas eu sou paciente.
Desvio o olhar, mas ele segura o meu queixo e me faz olhar para ele. Seus olhos estão suaves e brilhando. Acho que está mais lindo do que nunca. Muito mais.
— O que foi? — Pergunto.
— Isso não é brincadeira para mim. Estou realmente gostando de você, Avery. Muito. — Ele acaricia meus ombros. — Porquê precisava pensar sobre nós?
— Porque eu estou confusa sobre o que eu quero, Andrew. Você não vai entender.
— Talvez eu entenda. Mas tudo bem. Eu vou com calma com você. — Ele sorri e beija os meus lábios. E ele diz que está indo com calma.
— Preciso voltar para casa. — Digo. — Você sabe. Tenho coisas para fazer.
— Tudo bem. Quando posso vê-la novamente? — Ele beija meu pescoço.
— Depois falamos sobre isso, está bem?
— Está bem. — Ele me leva até seu carro. — Vamos para casa.
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