Cristiano tentou de todo o jeito saber o motivo dos meus risos com Gressy, mais eu não contei e ele ficou com um bico enorme. Depois do momento de birra, a curiosidade dele para saber o conteúdo das minhas mensagens com o Benzema mais novo fez ele voltar ao normal.
Cris me ajudou com algumas respostas e meu encontro com Gressy acontece hoje.
- Pronta? – Cristiano pergunta.
- Acho que sim... – digo incerta.
Ele revira os olhos.
- Medo de que? – ele pergunta.
- Medo de falar alguma coisa errada, de não ser tão interessante...
- Você consegue tagarelar com todo o pessoal do time, sério que não iria conseguir com o Gressy? – ele pergunta.
- Os interesses são outros, bebe. – digo.
Ele ri.
- Verdade, mais é apenas um encontro de amigos. – ele diz.
- Tentarei encarar assim. – digo.
- Ah, gostei de ver você usando um dos seus novos óculos. – ele diz apontando para o meu rosto.
- Depois de todo aquele dinheiro gasto, eu tenho que usar eles bastante. – digo e ele ri.
- Vamos que eu vou te deixar na sorveteria e depois tenho um compromisso. – ele diz.
- Com a senhorita Miss? – pergunto.
Ele ri de lado.
- É, com ela mesmo. – ele diz.
- Isso vai dar namoro... – comento.
Ele ri.
- Vamos logo sua lesma. - ele me apressa.
Pego minha mochilinha e saio com ele.
Meus vizinhos pareciam ter se acostumado com a presença de Cristiano, assim como já estavam acostumados a ver o capitão e o lateral esquerdo em frente ao prédio a minha espera.
Cristiano e eu fomos conversando até a sorveteria, ele me passou mais algumas dicas e me disse para ficar tranquila.
- Se ele vacilar, você me conta ok? – ele diz.
- Ok.
- Qualquer coisa me liga. – ele fala beijando meu rosto.
- Tudo bem, Mozão. – digo.
Saio do carro e entro na sorveteria. Olho para os lados e encontro Gressy acenando para mim. Vou até ele e nos cumprimentamos.
- Está esperando a muito tempo? – pergunto.
- Não, não... acabei de chegar. – ele diz e sorri.
- Veio da faculdade? – pergunto.
A mochila aberta e o livro em cima da mesa chamaram minha atenção.
- Foi... tive que ir para uma palestra e aproveitei para terminar um trabalho. – ele fala e começa a guardar o livro.
Ele era muito diferente de Karim.
- Você nunca quis ser igual ao seu irmão? Digo, ser jogador de futebol. – pergunto curiosa.
- Já, muitas vezes, mais percebi que somos diferentes... eu sempre tive mais habilidade na escola do que com uma bola de futebol, enquanto com Karim foi o contrario. – ele diz.
Balanço a cabeça positivamente.
- Vamos pedir? – ele pergunta.
- Vamos.
Pegamos o cardápio e sem nem pensar duas vezes eu escolhi uma banana Split.
- Eu quero um sorvete de chocolate e você? – ele pergunta.
- Uma banana Split. – digo.
- Ok.
Ele chama a garçonete e fazemos nossos pedidos.
Cinco minutos depois nossos pedidos já estavam em nossas mãos.
Eu não comia banana Split a tanto tempo que tive que me controlar muito para não devorar aquilo em segundos.
- Você se forma quando? – pergunto.
- No final do ano que vem... – ele diz.
- Uau... já sabe o que vai fazer depois? – pergunto.
- Eu acabei de conseguir um estagio no Real Madrid e eu quero muito crescer lá dentro, então irei me dedicar a aprender outros idiomas e a fazer uma pós-graduação. – ele fala.
- Seremos colegas de trabalho? – pergunto boquiaberta.
- Sim. Irei cuidar de toda a assistência técnica dos computadores do clube. – ele explica.
- Que legal. – digo animada.
Ele sorri.
Percebo que me empolguei demais e começo a dar atenção a minha delicia gelada. Mesmo tentando me manter focada na minha banana Split, eu percebo Gressy colocar sua cadeira mais próxima da minha.
- Deixa eu provar? – ele pergunta.
Levanto minha cabeça e olho para ele.
- Então eu vou querer provar o seu sorvete também. – digo e ele ri.
- Pode ser. – ele diz.
Encho minha colher e ofereço a ele e em seguida ele faz o mesmo comigo.
Aquilo me lembrou um pouco da minha infância, quando eu sempre experimentava a sobremesa de todo mundo só para ter certeza que tinha escolhido a minha certa.
- Deveria ter escolhido banana Split. – ele diz roubando mais uma colherada da minha sobremesa.
Ele falava com um sotaque francês tão fofo.
- Ei, pare de roubar meu alimento. – reclamo rindo e dando um tapinha na mão dele.
Ele ri e encosta a testa no meu ombro.
- Desculpa, mais está muito bom. – ele diz levantando a cabeça.
Estávamos muito próximos e eu fiquei de certa forma apreensiva. Estávamos nos encarando e...
- Joana! – escuto uma voz infantil me chamar.
Eu e Gressy nos assustamos um pouco e procuramos de onde vinha, mais logo parei, já que meus olhos foram tapados.
- Adivinha quem é. – a pessoa diz.
A pessoa em questão era Cristiano Ronaldo Júnior.
- Ai meu Deus, quem será? – me faço de desentendida tateando as mãos dele.
O pequeno ri.
- Como não sabes quem sou? – ele pergunta com aquele sotaque português.
- Ah... deixa eu ver... es o Ronaldo? – pergunto.
- Qual dos? – ele questiona.
- Cristiano. – digo rindo.
- Falta só um pouquinho. – ele diz.
- Júnior.
- Acertou. – ele diz livrando meus olhos.
Fico sem enxergar nada, já que as mãos dele deixaram as lentes do meus óculos cheias de digitais.
Tiro os óculos e limpo na blusa.
- Oi Gressy. – Júnior fala.
- Iai Júnior? – Gressy cumprimenta o pequeno.
- Você está com quem? – questiono Júnior.
- Com o meu pai. – ele diz e aponta.
Olho para onde ele apontou e vejo Cristiano cercado por fãs.
- Vocês vieram tomar sorvete, não foi? Você quer que sabor? – pergunto a ele.
- Morango e chocolate. – ele diz.
- Dois? Eu acho que vou ter que te ajudar. – digo fazendo cocegas nele.
Escutamos um toque de celular e era o de Gressy.
Ele atende, enquanto eu peço o sorvete de Júnior.
- Agora Alain? Não dá para ser outra hora? – ele questiona ao telefone.
- Você sempre está enrolado demais para cumprir com suas obrigações.
Gressy parecia irritado.
- Eu vou tentar dar um jeito. – ele finaliza.
Ele suspira.
- Me desculpe, mais eu preciso ir. – Gressy diz.
- Algo sério? – pergunto.
- Só o meu parceiro de equipe irresponsável, que não vai poder ir entregar o trabalho. – ele diz e revira os olhos.
- Boa sorte, lá. – digo.
- Obrigado. – ele diz e beija minha bochecha.
Junior acena para ele e ele bagunça o cabelo do pequeno.
Gressy paga a nossa conta, mesmo com o meu protesto e depois vai embora.
- Finalmente consegui atender todo mundo. – Cristiano diz ao se sentar.
- Ninguém mandou ser o melhor do mundo. – digo.
- Júnior atrapalhou seu encontro? – ele pergunta.
- Não, de forma alguma. – digo ajeitando o pequeno no meu colo.
- Joana, meu pai tem uma amiga muito chata, eu não gostei dela nem um pouquinho. – Júnior fala.
Olho para Cristiano sem entender.
- Longa história. – ele fala.
Mudamos de assunto e ele pede uma banana Split. Eu estava satisfeita com o que tinha comido, mais eles ficaram me tentando tanto que eu acabei me rendendo a um sorvete de chocolate só para acompanhar eles.
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