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História Duskwood - Sombras do Passado (PAUSADA) - Capítulo Treze - Complicações à Vista


Escrita por: Riezan

Notas do Autor


Olá pessoas!
Já estou começando o esboço do capítulo da versão do Jake. Acredito que começarei a escrever mostrando algumas coisas do que acredito que tenha acontecido no episódio 1 do game. Claro, usando a história que criei como base de tudo. Espero que vocês gostem. Ela só será postada quando finalizar a história, visto que daria muito spoiler sobre ela. Provavelmente postada nessa mesma fanfic, para que todos que a favoritaram ou jogaram na biblioteca, possam ver.

Gostaria de agradecer aos comentários e pedir que continuem comentando, não tem ideia de como isso incentiva o autor a continuar a escrever. Isso dá ânimo e motivação.

Outra coisa, ando mais atarefada. Por trabalhar por conta própria eu ando com menos tempo para escrever, além disso, os capítulos estão ficando mais complicados de se escrever. Por esse motivo, pode ser que a partir de agora eu demore mais do que três dias para postar. Definitivamente demorarei mais agora do que antes, pois agora estou escrevendo o capítulo seguinte. E como há MUITOS detalhes, eu realmente demoro, retornando e editando algumas coisas enquanto escrevo. Por isso, SIM, vai demorar mais do que três dias. Caso eu termine antes, postarei normalmente.

Espero que gostem e boa leitura. Agradeço por cada comentário ❤️❤️❤️❤️

Capítulo 13 - Capítulo Treze - Complicações à Vista


Fanfic / Fanfiction Duskwood - Sombras do Passado (PAUSADA) - Capítulo Treze - Complicações à Vista

— Você é nova demais para namorar, Joan! — ela falava, enquanto caminhávamos por uma trilha que cortava caminho até a casa do nosso pai.

— Eu não quero namorar, eu quero a amizade dele, Jenny! — me ouvi falar — Você não pode me impedir de ter amigos!

O tropeço de alguém nos fez parar e virar. Uma garota de cabelos negros ajudava a de cabelos loiros a levantar. Elas estavam mais afastadas, permitindo que eu pudesse discutir com a minha irmã.

— Vocês vão ficar no quarto fazendo festa do pijama. — me virei, encarando Jennifer — E então falaremos sobre isso amanhã. Tudo bem? 

Eu suspirei, vendo ela sorrir para mim e tocar meu rosto.

— Um dia você vai entender o porquê de eu te proteger tanto, meu amor… e eu espero que você e seu irmão possam me perdoar pelo o que estou prestes a fazer.

— Do que você está falando?! — perguntei. Ela tinha os mesmos tons de cabelos meus. O mesmo ruivo. Os mesmos tons esverdeados dos olhos…

Ela abriu a boca para falar, mas um carro cantando pneu chamou nossa atenção. Eu gritei, mas não a alcançava. Me vi sendo jogada no chão, contra um rochedo próximo e então tudo ficar escuro.

 

Era noite quando eu acordei. Estava suada e o sonho ainda fervilhava em minha mente. Aquilo não era sonho.

Eram memórias.

Estava começando a lembrar do que havia acontecido. Provavelmente o meu encontro com Jordan havia acelerado as coisas na minha cabeça…

Olhei à minha volta, percebendo que estava na cama de um hospital. Olhei para o lado, notando que Jake encontrava-se sentado ali, mexendo em seu computador. Ele estava com seus óculos e parecia concentrado demais para notar que eu já havia acordado.

Me movi, mas a dor aguda em minhas costelas me fez gemer. Nesse instante ele me encarou, erguendo-se e largando o notebook na cadeira.

— Acho que perdemos o horário do nosso encontro. — murmurei, forçando um sorriso. Mas até o sorriso me causava dor.

Ele forçou um sorriso também, tocando delicadamente no meu rosto.

— Como se sente? — perguntou, segurando minha mão entre as suas.

— Dolorida, mas acho que isso é normal.

Jake acenou.

— O que aconteceu?! — perguntei, confusa, tentando sentar. Mas não foi uma boa ideia, pois isso quase me fez chorar. Me lembrava de que havia encontrado Jordan, mas… 

Jake se ergueu, ajustando a cama para mim e a elevando parcialmente. Então voltou a sentar próximo mais um vez.

— Não lembra do que aconteceu? — perguntou.

Eu suspirei, fechando os olhos, tentando pensar. Tudo que estava em minha mente era o sonho que havia acabado de ter. Mas, conforme forçava a mente sobre o assunto, flashs do que havia acontecido começavam a surgir.

— Estava esperando a Lilly, que foi atender um cliente. Algo chamou minha atenção. — falei, pensando no vaso quebrado — Ele me atraiu para o porão. Me derrubou das escadas e me torturou. 

A respiração de Jake estava pesada. Desde que o conheci pessoalmente, nunca havia visto aquele olhar que mantinha no rosto desde que me encontrou caída após o ataque.

Contei tudo que havia acontecido, até o momento dele me chamar e eu conseguir sair daquele local.

— Alfie disse que ele tinha dado a chave do porão para um "amigo mascarado". — murmurou Jake — Quando notamos o teu sumiço eu entrei em pânico. Sabia bem o que ele tinha feito. O maldito fugiu pela porta que há no porão. Aquela porta não tem nenhuma câmera, então não o pegou. 

— Ele me disse quem é, Jake. — falei, o interrompendo.

Jake arregalou os olhos, se calando no ato.

— É o Jordan. — respondi, sentindo as lágrimas caírem pelo meu rosto — Ele me culpa pela morte da irmã.

— Halisan…

Sacudi a cabeça, me arrependendo logo em seguida. Segurei ela, sentindo as mãos de Jake tocar as minhas.

Eu o encarei, sentindo ele tocar no meu rosto delicadamente, secando minhas lágrimas. Fiquei mirando seus olhos, sem nada dizer, até conseguir me acalmar o suficiente para não ter uma crise de pânico.

— Eu estou começando a lembrar, Jake. — falei, olhando para ele — Eu não preciso mais de um DNA para saber que sou a Joan. Eu lembrei da noite do atropelamento.

— Halisan… Você pode estar sob o efeito do estresse que passou hoje mais cedo…

— Eu não entendo porque você se nega a acreditar nisso! — reclamei, aborrecida — Você não se pergunta como eu sei falar e escrever em Alemão tão fluentemente, Jake?!

— Que?! — ele parecia procurar palavras para aquilo —, Não… Não sei!

— Eu nunca estudei alemão. Mas sei falar fluentemente. Eu não lembro de ter aprendido italiano também. Como você pode me explicar isso?!

Ele embrenhou as mãos nos cabelos, parecendo exasperado.

— O que você sonhou?! — perguntou, me encarando.

— Estava discutindo com a Jennifer. Sobre ela me proibir de falar com o Phill. No sonho eu sabia que ele estava se afastando de mim por conta dela. Mas ela me prometeu que conversaria comigo sobre isso mais pra frente. Hannah e Amy estavam ali, mas afastadas, dando espaço para eu conversar com ela… Jake, ela estava planejando fazer algo, disse que eu e Jordan teríamos de perdoá-la pelo o que estava para fazer. Não chegou a me dizer o que iria fazer, pois ouvimos o barulho de pneus. Um carro veio na nossa direção, para matar! Não foi acidente, ela foi assassinada! 

— Ela fez o que com você? 

— Me jogou para fora da trilha. Eu bati a cabeça numa parede rochosa e apaguei. Não vi mais nada. Como sabe que ela me jogou?

Ele me encarou seriamente por alguns minutos.

— Você já sonhou com isso antes.

— E mesmo assim ainda não acredita que eu seja a Joan. — eu sussurrei.

— Eu não quero acreditar que você seja ela pelo simples fato de que você corre muito mais riscos do que eu posso imaginar.

Eu permaneci em silêncio por alguns instantes, até sentir a mão dele na minha.

— Eles acreditam que eu seja a Joan, no fim das contas, Jake. Então nada muda.

— Suspeitam.

— Jordan não tem dúvidas disso. E eu nem pude olhar para o meu irmão… — sussurrei, sentindo as lágrimas voltarem o meu rosto — Estou descobrindo finalmente o meu passado. Meu irmão me odeia, Jake! Ele me culpa por algo que não fiz por querer.

Jake se abraçou a mim, tentando tomar cuidado para não magoar meus ferimentos. Permaneci daquela forma com ele por algum tempo, até conseguir me acalmar.

— Mas uma coisa que ele me disse me deixou confusa. — falei, após alguns minutos em silêncio — Ele falou que iria me matar primeiro e depois iria atrás da Hannah e dos outros.

Jake abriu a boca e fechou, parecendo surpreso.

— Não foi ele quem sequestrou a Hannah. Estamos lidando com dois criminosos, Jake. Não apenas um.

Aquilo mudaria tudo. Absolutamente tudo. Estávamos seguindo a pista de um maluco. Mas agora parecia ser mais de um.

— Tem certeza disso? — ele perguntou.

— Sim. Ele afirmou que depois de me matar iria atrás dela e dos outros. Se ele a sequestrou, por que iria atrás dela então? Não faz nenhum sentido isso, Jake!

O vi se erguer e zanzar pelo quarto, parecendo visivelmente perturbado.

— Vamos ter calma sobre isso, Halisan. Não podemos pôr os pés pelas mãos…

Eu grunhi quando me sentei, fazendo ele voltar para junto de mim, tentando me empurrar de volta para a cama. Segurei suas mãos, fazendo-o me encarar.

— Me diga o que está pensando. — pedi.

— Pode ser dois criminosos, mas acho que tudo está conectado.

— Também penso assim. O que Ted disse para gente faz todo o sentido agora. Alguém está fazendo queima de arquivo, eliminando testemunhas da morte de Jennifer. E outro está se vingando do que aconteceu no passado com ela, Jake, tudo ao mesmo tempo.

Permanecemos em silêncio por alguns instantes, até, por fim, ele falar.

— Se isso for verdade. E é! As coisas são muito piores do que eu imaginei, Halisan… e você é a união dos dois pontos. — murmurou — A chave de ambos os casos.

— Como?! — perguntei, confusa. — O que está dizendo?!

— Não há dúvidas de que você seja a Joan, pois suas memórias estão voltando. Alguém está matando as testemunhas, e assim como o Jordan, acredita que você seja a última testemunha que ainda está andando livremente por aí… E o seu irmão, que te culpa pelo atropelamento que vitimou a Jennifer. Você disse que ele falou que iria atrás do mandante, algo do tipo.

— Sim. Ele quer acabar comigo e com as meninas. E pode haver outro que está eliminando as testemunhas… céus, eu estou tão fodida. São dois atrás de mim. Não podemos esquecer do pessoal que está me caçando pra te pegar.

Eu senti falta de ar ao falar aquilo. Tudo estava se agravando, não era como eu imaginava que aconteceria 

— Hey — eu encarei Jake — descanse agora. Não pense nisso mais, você está machucada e precisa descansar.

Era mais fácil falar do que fazer.

— E eu te pergunto. Quem matou a Amy?! O Jordan ou quem está por trás do assassinato da Jennifer?!

— Por ela ter aparecido no memorial da Jennifer eu acredito que tenha sido seu irmão. — Jake murmurou — Mas pode ser uma pista falsa, alguém querendo que pensássemos isso também. 

— Tudo está ficando mais confuso ainda! — eu me exasperei — Não sei mais o que pensar!

— Isso agora pode esperar. Você precisa descansar. 

Ele me empurrou delicadamente de volta para cama, puxando as cobertas até o meu peito e segurando minhas mãos.

— E só pra saber, nosso encontro ainda está de pé, Halisan. — Jake sorriu, tocando meus lábios delicadamente — Logo estará em casa e eu farei você esquecer o que vivenciou hoje mais cedo.

Eu acenei, voltando a deitar a cabeça contra os travesseiros. A noite foi torturante. Precisei de mais de uma medicação para aliviar a dor e conseguir dormir.

No dia seguinte eu recebi a visita de Alan, que queria saber o que estava fazendo no hotel junto de "Aaron". A minha justificativa foi dizer que havia ido ali pela Lilly, que tinha nos chamado para tomar chá na casa dela, que era bem próxima do hotel. Via que ele não estava convencido disso, e que olhava para Jake de forma como se quisesse confrontá-lo. Mas nada disse. No fim das contas, não havia como ele saber se realmente era isso. As gravações do dia do meu ataque foram deletadas e com a Lilly afirmando que não sabia o que tinha acontecido, ele saiu do hospital parecendo seriamente irritado. 

Jake havia apagado os vídeos da gente chegando, da conversa dele com o Alfie e de como havia dirigido até o porão.

Eu também fiquei muito tempo no hospital como havia acontecido com Jake. Apesar de dolorida, não havia tido nenhuma fratura, apenas cortes superficiais e dor pelas quedas e agressões que havia sofrido. Então, depois de alguns dias, estava retornando para casa.

E como ocorreu com Jake, o pessoal estava todo ali para me receber. Era semelhante a um filme repetido, com a diferença, que era eu no lugar do Jake.

— Você vai cozinhar para mim também?! — perguntei, vendo Phill de avental.

— Lógico. Se tivesse tido um pouco mais de tempo, eu estaria só de avental e você teria o prazer de ver meu lindo traseiro exposto. Mas o Jake não deixou eu ficar assim para esperar por você aqui. — eu não segurei o riso ao ver Jake lançando uma almofada no Phill, que piscou para mim, rindo alto com a reação rabugenta do amigo. 

Apesar de todos estarem ali, aparentemente alegres, a tensão estava no ar. Eu contei o que havia acontecido, vendo as expressões de medo e até pânico neles. Sabia bem como estavam se sentindo, pois era o mesmo que eu sentia desde que consegui fugir daquele monstro que agora sabia ser meu irmão.

— Então o Homem Sem Rosto agora tem nome?! — perguntou Dan — É o Jordan?!

Eu acenei.

— Isso chega a ser assustador. — murmurou Phill — O Jordan era um cara legal. Ele defendia a irmã de tudo. Chega ser difícil de acreditar que o menino que fazia tudo pela irmã agora quer vê-la morta.

— Ele está com problemas sérios se acredita que a irmã é culpada por tudo isso. — comentou Jessy.

— E a Hannah? — murmurou Lilly — Tudo que tínhamos caiu por terra então?!

— Pelo o que descobri do Petrus Manteuffel ele não está no país. Está em viagem diplomática. — respondeu Jake — Se ele mandou silenciar as testemunhas, contratou um matador para isso.

— Espera, espera! — resmungou Cleo — O Homem Sem Rosto disse que havia pego a Hannah, não foi?

— Se ele falou isso poderia ser para causar mais medo. — comentou Dan — Causar terror na gente. 

— Ainda mais por saber que estávamos investigando.

— Isso não tá fazendo sentido algum! — exclamou Thomas. Ele levantou-se, caminhando pela sala — Eu vou para casa.

— Thomas! — chamei, vendo ele se virar e me olhar — Senta, eu ainda não terminei. — pedi, erguendo a mão para ele, que retornou, segurando-a entre as suas. Ele sentou-se do meu lado. Olhei a todos, mordendo os lábios e suspirando — Vamos nos acalmar e ver o que temos até então, tudo bem? Ainda não terminei de falar. Mas precisamos nos focar a partir de agora. Certo?

Todos acenaram e eu acenei de leve também.

— Precisamos pensar de modo racional agora. Se são dois criminosos, vamos tentar ver o que descobrimos até agora para saber o que cada um pode ter feito nessa história. Eu acredito que temos pistas de ambos os lados, mas estão misturadas porque não tínhamos ideia disso. Mas agora que sabemos, pode ser mais fácil de entender o que ainda não entendemos.

Eu encarei Jake, acenando de leve. Havia combinado com ele que tentaríamos fazer o que eu havia feito em casa, antes de vir para Duskwood. Seria mais prático de entender aquela bagunça em que nos encontrávamos.

Jake ergueu-se e subiu as escadas. Logo retornou com um quadro que eu usava para pendurar meus projetos. E algumas canetas.

— Sabemos que Hannah sentia que estava sendo seguida. — falou Jake, anotando o nome da Hannah no quadro — Era o Homem Sem Rosto ou era o outro criminoso?

— Antes disso, seria bom saber o motivo que a levou a começar uma investigação. — comentou Phill.

— O que podemos tentar ver se achamos algo na casa dela? — falou Cleo — Quando eu e Thomas fomos até lá, não mexemos em nada, pois ficamos sem jeito por um ter pego o outro invadindo.

Jake anotou numa lateral.

— Já temos algo para fazer. Buscar na casa dela alguma pista que possa nos dizer o porquê dela estar revivendo esse assunto.

— Eu acredito que quem estava seguindo ela era o Jordan. — falei.

— Também acho. Lembram da marca talhada em uma árvore que ela achou no meio da mata? — falou Jessy — Aquilo já era sobre a lenda. Alguém chegou a procurar sobre o local que a marca está?

— Vimos ela quando fomos procurar o Richy. — comentou Thomas.

— Estava próximo a parede de pedras. — comentou Cleo.

— É o Jordan. — falei, vendo todos me encararem — Esse foi o local em que a Jennifer foi atropelada. Então ele fez a marca no local em que a irmã morreu.

— Então quem começou a perseguir a Hannah era o Jordan. — Jake anotou no quadro — E a Amy?

— Foi morta e o corpo foi desovado diante do memorial da Jennifer. — comentou Lilly.

— Haviam penas de corvo? — perguntou Dan.

— Não. — respondeu Jessy — Somente o corpo.

— Então dá pra presumir que ela não foi morta pelo Jordan. — Phill — Quando houve o ataque do Richy vocês encontraram penas e sangue. Esse só o corpo estava no memorial.

— Poderia ser duas coisas isso. — eu falei — Uma, se passar pelo vingador da lenda. O que eu não acho provável, pois ainda não tínhamos nada com relação ao Homem Sem Rosto. Porém, isso poderia ser um aviso para a Hannah e aos demais ligados a ela. Se abrirem a boca terão o mesmo destino.

— O que me leva a crer que a Amy e a Hannah estavam investigando juntas. E a Amy deve ter descoberto algo realmente importante e que acabou sendo morta por isso. — comentou Dan.

— Então todo mundo está de acordo que a Amy foi assassinada pelo segundo criminoso. — falou Jake, fazendo uma nova anotação no quadro, agora com uma caneta de cor diferente — Porém as duas estavam pesquisando a lenda de Duskwood, o que me leva a pensar que elas sabiam que alguém as seguia, mas não tinham ideia de que eram dois criminosos distintos. — Jake anotou mais algumas coisas no quadro. Nomes “Homem Sem Rosto” e “Segundo Criminoso” apareceram com cores distintas — Devem ter encontrado a marca do corvo talhada na árvore. Muito provavelmente era um local que elas iriam seguido, por isso notaram a marca.

— É bem plausível. Amy desapareceu da aula de desenho. — comentou Cleo — Essa semana mesmo encontrei com a minha professora de Desenho no mercado. Conversando com ela, descobri que a Amy havia avisado que ficaria algum tempo ausente por estar lidando com problemas pessoais. Isso aconteceu a pelo menos duas semanas antes do seu assassinato e do sequestro da Hannah.

— Então já temos mais ou menos o tempo em que elas começaram a perceber que estavam sendo seguidas. Ao verem a marca na árvore ligaram a situação ao incidente. — comentei — Por isso começaram a buscar pela lenda. Querem apostar quanto que o livro está na casa da Amy?

— Ou da Hannah. — ponderou Phill.

Eu neguei com a cabeça.

— Hannah tinha uma edição na nuvem dela. Amy deveria estar com o livro da biblioteca.

— Poderíamos tentar entrar na casa da Amy? — perguntou Dan — Quem sabe não achamos algo mais, assim como esperamos encontrar na casa da Hannah.

— Melhor não invadirmos. — falou Jake — Eu vou dar jeito de conseguir entrarmos legalmente lá.

— Tipo um mandado? — perguntou Lilly.

Jake acenou.

— Você é agente da lei agora, Jake? — Dan soltou uma risadinha — Cuidado, o Alan anda na sua cola.

— Eu darei meu jeito. Vamos focar no que temos até agora.

Acenamos de leve.

— O Homem Sem Rosto buscava apenas ameaçar de longe. — comentei — Ele nunca atacou ninguém, só fazia ameaças para mim.

— Acredito que nessa época ele achava que você era apenas Halisan, uma riquinha italiana. — comentou Jessy, fazendo a gente sorrir — Mas a partir de quando que ele começou a acreditar que você era a Joan?

— Aconteceu alguma coisa nesse meio tempo que o fez mudar o foco. — falou Jake, observando o painel — Alguma coisa aconteceu com o Jordan, fazendo ele agir de forma mais agressiva.

— Ele atacou Richy para matar. Ele sabia, de alguma forma, que eu estava em uma ligação com ele. E foi a partir daí que não quis mais aparecer no vídeo. Será que ele achou que eu poderia reconhecê-lo mesmo com a máscara?

Vi Jake anotar ali, colocando um ponto de interrogação.

— Foi depois que ele começou a crer que a Halisan é a Joan e que nós invadimos o local que ele usava que decidiu ameaçar a todos. — murmurou Thomas — Até então é tudo focado no Homem Sem Rosto apenas ameaçando.

— Sim. — comentou Jake, com um braço cruzado, apoiando o outro, mantendo a mão contra seus lábios — O que temos do Segundo Criminoso? 

— A morte de George Madruga. Ted disse que ele exagerou no pedido de dinheiro. — comentei — Isso ocorreu no início do ano.

— Ele só foi morto porque estava extorquindo o Petrus. Segundo o Ted. — falou Jake, anotando no outro lado do quadro — Mas quero saber, como sabiam da Hannah, da Amy e da Joan?! — ele se virou, nos encarando — George viu as meninas? 

— Ele viu. — falei, me erguendo, parando ao lado de Jake — Mas por que só agora estão interessados em matá-las? — eu o encarei — Isso me leva a crer que o George sabia das meninas, da Joan, mas não disse nada na época.

— Se ele foi contratado para matar a Jennifer, saber que matou e deixou testemunhas para trás poderia dar ruim a ele. — comentou Lilly — Ele próprio poderia perder a vida. 

— Então ele sabia que haviam testemunhas. Mas nada disse para se preservar. — murmurou Jake, anotando algo no quadro — Então, por que agora?!

— E… — olhamos para Phill, que se ergueu e ficou do meu lado — E se as garotas souberam da morte do George?

— Poderia dar algum tipo de segurança para elas ao investigar. — falei, vendo as expressões deles — Mas eles acabaram descobrindo que elas eram testemunhas. Quem mais sabia disso?

— Ted Madruga. — murmurou Lilly.

Nós nos encaramos, completamente em silêncio.

— Ele deve ter contado, assim como fez com a gente. — falei.

— O que ele ganharia contando? E por que ele aceitou falar com vocês? — perguntou Jessy — Isso não faz sentido!

— Faz. — respondeu Jake. Vi que ele estava ficando pálido, a medida que algo surgia em sua mente — Agora sabem que Joan está viva, em Duskwood e investigando.

Minhas pernas tremeram e eu me encostei no balcão, puxando o ar com força.

— Eles já esperavam que isso pudesse acontecer. Mas Ted pode estar se condenando nisso. — comentou Dan — Ele deu o nome do Petrus para vocês.

— Deu mais informações do que poderia ter dado. Seria bom ele se cuidar ou vai amanhecer com a garganta cortada qualquer dia.

— Ele não está preocupado. — olhei para Jake, que parecia furioso — Ele acredita que falou para dois civis sobre Petrus. Não há como ligar o homem a isso. E ele não irá depor contra ou coisa do tipo. Então são só palavras ao vento.

Eu encarei Jake por alguns instantes. Via o ódio ferver em seus olhos. Mas havia algo mais ali, parecia diversão, alguma coisa que ele sabia. Ele me encarou e rapidamente se virou, anotando mais algumas coisas no quadro.

— Ainda acredito que Hannah esteja viva. — ele continuou — Se o Segundo Criminoso tivesse matado ela, já teríamos encontrado seu corpo. O mesmo para o Jordan. Então eu penso que possam estar segurando ela para conseguir informações. Ou até mesmo para atrair a amiga de infância dela. — Jake apontou para mim — Os próximos dias serão decisivos.

— Então o que faremos agora é: ir até a casa da Hannah; Conseguir um mandado e ir até a casa da Amy. — comentou Lilly.

— Sim. Além disso, estou buscando informações sobre Petrus. Mas é mais complicado do que pensei que seria, esse homem tem muito sigilo sobre sua vida pessoal. — comentou Jake — E não estou mais buscando nada da Joan, já que agora não tenho mais dúvidas de que a Halisan e a Joan são a mesma pessoa.

Ele se virou e todos me encararam. Eu encolhi os ombros.

— Estou lembrando. — falei, vendo os olhares de surpresa para mim.

— O que você lembrou? — perguntou Phill, tocando meu ombro.

— Eu lembrei da noite do festival. Não de tudo, mas… — eu suspirei, fechando os olhos — Hannah e Amy estavam lá. Jennifer também. Eu discutia com a Jennifer por sua causa. 

— Minha? — Phill perguntou, eu acenei.

— A Hannah e a Amy estavam afastadas, dando espaço para que nós duas pudéssemos conversar. Foi quando veio o carro. A Jennifer me jogou contra a parede rochosa e eu bati a cabeça. É o que me lembro.

— Hannah deve ter conseguido rastrear a Halisan. — falou Jake — E isso explica como o número dela chegou ao Thomas.

— Pode ter sido ela, como pode ter sido os sequestradores. — falou Lilly, fazendo a gente encará-la — Se eles queriam atrair ela para cá, isso era um plano perfeito.

— E justifica o Jordan agir de forma contrária. — completou Jessy — Ele não queria a nisso. Mudou de atitude quando soube quem, de fato, era a Halisan.

Por mais algum tempo conversamos sobre o caso, e após a janta, todos foram para suas respectivas casas. Estava exausta, de forma que nem sabia como ainda conseguia me mover.

Entrei no meu quarto, sentando na cama e olhando a volta. Eu fechei os olhos, suspirando fundo. Como minha vida havia virado do avesso daquela forma?!

Eu peguei o celular, digitando o número e o colocando no ouvido.

— Halisan?

— Oi, mamãe. — falei, parando perto da janela — Me diz uma coisa, quando fui adotada, vocês me ensinaram o idioma italiano? Ou eu já sabia?

— Que pergunta estranha é essa, querida? — ela riu, mas senti a tensão em sua voz.

— Você conhece Petrus Manteuffel? — perguntei.

— Hm, acho que não. Mas o nome é conhecido. Por quê?!

— E o papai conhece? — perguntei, vendo Jake com o fone de ouvido, parado contra a porta do meu quarto, tendo o celular em mãos. Certamente ele ouvia minha ligação.

— Espere, deixa eu perguntar.

Ouvi ela chamar papai. Jake se aproximou de mim, tocando meu rosto com carinho.

— Bem, ele disse que é o Chanceler Alemão. Ele está na Itália, a negócios. 

Eu abri a boca e fechei, surpresa.

— Negócios com o papai? — perguntei.

— Não sei dizer, e você sabe que seu pai não dirá. O que aconteceu, querida, você sumiu da cidade, não estamos conseguindo falar com você. Está com problemas?

— Não, só decidi viajar um pouco. — falei, sentindo as lágrimas caírem pelo meu rosto — Eu amo vocês.

— Também amamos você, Ruivinha. — eu fechei os olhos, apertando-os, ao ouvir o apelido que ela me dera desde que haviam me adotado — Mais do que pode imaginar.

— Tchau, mamãe.

Eu desliguei, sentindo os braços de Jake me envolverem.

— Será que eles estão envolvidos?

— Duvido muito. Mas acredito que Petrus saiba que seus pais lhe adotaram. E isso é muito bom. 

Eu encarei Jake, confusa.

— Seu pai é um cara rico e muito influente, Halisan. — ele falou — Sua família é uma das famílias mais tradicionais da Itália. Qualquer coisa que ele fizer contra alguém com o sobrenome Savoia irá respingar nele. 

— Se tentar algo será de forma que não ligue a ele. — falei.

Ele acenou.

— Vem, vamos descansar. Você precisa dormir. 

Após um relaxante banho, que não teve ajuda de Jake, já que eu me encontrava em melhor estado do que ele quando voltou para casa, eu me joguei na cama. Mas eu não conseguia dormir.

E pelo barulho de Jake zanzando pelo quarto dele, sabia que seria uma noite insone para nós dois.


Notas Finais


Colocarei aqui duas playlist. Uma que eu criei e outra que algumas meninas do face fizeram. Roubei algumas músicas, pois a playlist é maravilhosa.

A minha: https://open.spotify.com/playlist/2RhSMpGWtFXOfr3uQrF01Z?si=5a035cdc813b4d81

A delas: https://open.spotify.com/playlist/1DWehAH7HrHauhtbDali1s?si=27631c28c6ac47bf

Se houver dúvida, me gritem. Espero que gostem. Comentem, isso estimula o autor a continuar.
Obrigada e até mais!


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