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História Dust and Gold - VII. Forgotten what we're living for


Escrita por: Finholdt

Notas do Autor


Cara, eu não tenho palavras pra essa demora.
O QUE FOI ISSO?????

Primeiro, eu não morri; Na verdade, eu mudei de cidade, voltei pra faculdade e consegui um emprego de tempo integral. Bem legal, né?
Agora eu finalmente consegui me situar um pouco com a minha nova rotina! Eu estou com esse capítulo e essas na geladeira há MESES! E ficou TÃO ENORME QUE EU TIVE QUE DIVIDIR EM DOIS!

enfim, vocês não estão interessados na minha história, vamos ao que interessa~

Capítulo 8 - VII. Forgotten what we're living for


Fanfic / Fanfiction Dust and Gold - VII. Forgotten what we're living for

Quando acordei, a primeira coisa que saiu da minha boca foi—

— Cadê o Damian?

Porque eu acabei de ter o sonho mais estranho sobre ele me esfaqueando pelas costas mas sem chance que isso foi real. Mesmo se nós não estamos nos falando agora, Damian continua sendo meu melhor amigo, ele jamais iria...

— Ah, querido. — disse minha mãe, segurando minha mão. — E-eu sinto tanto...

Seus olhos lilases estavam vermelhos de tanto chorar e instantaneamente me senti mal por fazê-la chorar. Mas isso ainda não respondia minha pergunta.

— Mãe, eu-eu — Tossi — nós precisamos achar o Damian! Eu tive um sonho estranho e ‘tô preocupado que ele—

— Jon, Damian se foi.

Minha voz se prendeu em minha garganta e engasgado com minhas próprias palavras. Isso não pode ser— Só— Quê?

— O quê?

— Jon, Damian é procurado agora. Ele atacou os Titãs e quase matou você.

Eu sabia que ela estava falando e até mesmo ouvi as palavras, mas nada fazia sentido. Eu não conseguia processar o que ela dizia. Era como se eu estivesse debaixo d'água e tudo estivesse desfocado. Mas Lois Lane sempre foi uma mulher honesta e direta. Eu sabia que ela estava falando a verdade, eu apenas não queria acreditar. Senti lágrimas se formando em meus olhos enquanto uma onda de náusea e desespero me encobria. Por quê? Por que ele fez isso? Ele está... Como ele chegou a esse ponto? Como pude o deixar chegar a esse ponto? Por que ele simplesmente não falou comigo? Meu melhor amigo acabou de tentar me matar, e pelo quê?

— P-por quê?

Olhei para minha mãe nos olhos e ela sabia qual era a real pergunta que eu não me atrevia em dizer em voz alta.

Ela suspirou, massageando as têmporas numa tentativa de aliviar o estresse.

— Querido, que diferença faz? Isso só vai te machucar mais.

— Mamãe, por favor. — As lágrimas estavam começando a cair mas eu estava focado demais na conversa para notar.

— Eu— — Ela respirou fundo uma vez, exalando lentamente. — Ele não queria te matar, não de verdade. A intenção era te machucar tanto que apenas o Poço poderia te salvar. Ele queria fazer um acordo com o seu pai. Sua vida pela família dele de volta.

Respirar era um custo, mas dei o meu melhor ao inalar todo o ar que meus pulmões podiam suportar. Damian...

— E papai...?

— Ele enganou o Damian e comprou tempo para o Flash salvar você. Agradeça-o mais tarde, okay? Seu pai está procurando pelo Damian desde que ele viu que você ia ficar bem, mas você nos deu um baita susto, pirralho. Nunca mais faça isso.

— Mãe... — Sussurrei, nem ao menos tentando esconder minha devastação. — Mamãe, meu melhor amigo tentou me matar. Eu- o que eu faço?

— Você faz o que nós te criamos pra fazer. O que heróis fazem. Você o salva.

Mas isso apenas me deixou com raiva.

— Ele não quer ser salvo! Pelo menos, não por mim! Eu apenas tentei ser um bom amigo, qual o problema dele?! — Eu sabia que eu estava sendo injusto mas que se dane tudo, meu melhor amigo tentou me matar!

Minhas lágrimas caíam de forma incontrolável, meus pulmões fecharam e meu coração acelerou tanto que poderia apostar corrida com o Wally. Eu precisava socar algo, gritar, fazer algum estrago que poderia comparar com o buraco que eu sentia em meu peito.

— Jon!

Mas eu não conseguia ouvir. Eu precisava cair fora dali. As lágrimas em meus olhos começaram a vaporizar com a visão de calor acumulada. Eu estava fervendo. Com fúria, com luto, com dor.

Levantei de minha cama, ignorando o olhar preocupado de minha mãe e a irritação em minha pele pelo ferimento causado por... Por Damian. Deus, como doía pensar nisso. Abri a janela do meu quarto e disparei para o céu aberto, voando tão rápido que meus olhos irritados doeram. Um soluço escapou de minha garganta enquanto eu voava para bem, bem longe dali. Do apartamento, da minha mãe, da verdade que eu apenas não conseguia acreditar.

Por quê?

Por que ele fez isso? Por que ele me traiu?

Por que eu não pude ser o suficiente?

Isso me parou de uma vez. Parei em algum telhado qualquer, de um arranha-céu qualquer e cai em meus joelhos, desolado.

Porque no final, era isso, né?

Eu só não era importante para o Damian. Eu era apenas um guri com poderes que seria bom ter como aliado. Droga, ele mesmo insistia em repetir sem parar que não éramos amigos, como fui idiota em pensar que ele só estava sendo, bem, Damian. Nossa amizade, meus sentimentos... Eles eram nada. Nada pra ele.

Damian não se importa comigo. Talvez nunca tenha se importado.

E agora eu não posso me importar com ele também. Mesmo se eu sempre tenha.

[x][x][x]

6 horas. Foi quanto tempo eu passei no telhado, esperando algum sinal de vida de Damian, na vã e inútil e idiota esperança de que ele iria ligar e explicar. Dizer que foi tudo um engano.

Eu não conseguia comer. Acho que chorei tanto que desidratei. Eu sentia meu corpo fraco, mas não tinha o mínimo de vontade de me levantar do sofá e voltar pra casa.

O que me fez desistir de esperar foi puramente as milhares de mensagens preocupadas dos meus pais. Com passos incertos e uma tristeza e decepção que não cabia dentro do meu corpo de onze anos – quase fazendo doze -, fui para casa.

Papai não estava em casa quando eu finalmente voltei, nem mamãe. Eles deixaram um bilhete, no entanto. Dizendo que a mãe estava no Planeta e o pai em algum lugar no Canadá.

Era melhor assim, eu não queria que eles me vissem tão arrasado.

Trôpego, entrei no meu quarto, olhando em volta com olhos que não viam. Os pôsteres, de repente, pareciam infantis e sem cor. Os livros espalhados, sem graça.

No entanto, algo me chamou a atenção.

Minha janela tinha continuado aberta e em cima da escrivaninha havia uma caixa pequena, de sapato, que com certeza não estava lá antes. Talvez mamãe tenha deixado algo para mim? Ainda desinteressado, fui até a caixa, abrindo a tampa.

Havia— havia um pássaro dentro da caixa. Um robin. E ele estava morto.

Que— o que isso significava?! Quem deixou isso? Nada nesta droga de dia estava fazendo sentido e eu só queria sumir para não ter que lidar com tanta bagagem emocional jogada pra cima de mim de uma vez.

Minha respiração acelerou mais uma vez e antecipando mais um ataque de pânico, me forcei a fechar os olhos e por a cabeça entre os joelhos. Ajudou um pouco, eu já não sentia meu corpo tremendo sem parar.

Pra ser honesto, eu sentia absolutamente nada.

Olhei novamente para dentro da caixa, dessa vez notando um pequeno bilhete embaixo do passarinho. Com cuidado, tirei o papel ensanguentado e vi seu conteúdo, de apenas três palavras.

“Não me procure”

Não estava nem assinado, mas eu conhecia essa letra.

Foi o soco final. Foi a conclusão. Damian não ia voltar. Ele não ia se explicar, porque, como eu mesmo já disse mais cedo, Damian nunca ligou para mim.

Novamente senti lágrimas subindo, mas eu estava cansado de chorar. Cansado de me sentir devastado. Damian não merecia minhas lágrimas. Não mais.

Com um rugido de fúria, pela segunda vez no mesmo dia, disparei em alto voo pela minha janela.

Mas dessa vez eu tinha um objetivo.

Voei com os olhos em chamas e o coração congelado para debaixo d’água, na nossa— agora minha sede de operações.

Eu estava possesso. Magoado além do que palavras poderiam transmitir, mais furioso do que jamais estive. E maldição, eu finalmente tinha parado de me sentir tão mal.

Gritei tão alto que deixaria Canário Negro orgulhosa. Gritei até sentir minhas cordas vocais coçando, pedindo por clemência.

Essa droga de base tinha sido meu lugar especial com Damian. Suponho que no final, tenha sempre sido apenas meu, também.

E quer saber? Que se foda isso.

Que se foda isso tudo.

Minha visão de calor disparou como um tiro, detonando o sofá marrom em um segundo, e droga, finalmente eu conseguia sentir alguma coisa boa.

Trinquei os dentes e continuei destruindo tudo com minha visão de calor. De forma distante, pude ouvir um grito estrangulado e depois alguns segundos pude notar que esse som saiu de mim.

Porém isso não me parou.

Do que adianta esse lugar ser um memorial para todas as memórias que eu e Damian compartilhamos, de quando finalmente — finalmente — nos tornamos melhores amigos? Eu não queria isso. Eu queria nada dessa droga unilateral.

Eu queria que tudo simplesmente queimasse.

~*~*~*~

Em algum momento, Ibn deve ter perdido os sentidos. Façam suas opostas se foi por causa das queimaduras de segundo grau, a perda de sangue, alguma costela quebrada que atingiu algum órgão, ou o choque de ter a perna brutalmente quebrada.

Ibn apostaria na perda de sangue.

Mesmo com consciência, Ibn tomou cuidado para não demonstrar que estava acordado. Algo muito estranho havia acontecido com Kent, e Ibn deve ter muito cuidado com suas próximas ações daqui em diante.

Certo, vamos aos fatos, pensou Ibn.

Mara pegou a Kryptonita vermelha de meu estoque pessoal e confrontou Kent com isso.

Obviamente, Kent saiu vitorioso dessa história.

Esse cara... Não é o Jon.

Ibn resistiu a vontade de grunhir em frustração.

Sabia que estava sendo ridículo – as pessoas mudam, droga, ele é a prova viva disso. Se J- Kent deixou de ser tão cuidadoso com sua força e potencial então é isso. Não importa se Kent nunca teria estômago para tortura direta, não importando o quão furioso ele estivesse ou a vontade latente de ensinar uma lição.

As pessoas... mudam.

Igual ele.

Não é?

...

Mas...

E estamos sendo hipotéticos aqui...

Mas e se for algo externo? E se esse não for Kent de verdade? Ibn ainda não teve a oportunidade de explorar os efeitos das diferentes kryptonitas em Superboy. Qualquer coisa pode ter acontecido.

Ele não pode abaixar sua guarda novamente, como mais cedo.

Ibn não é homem de arrumar desculpas para se justificar, mas não há outro tipo de explicação pelo motivo de seu corpo ter congelado tão intensamente ao ver Kent daquele jeito. Era mais do que hipócrita da sua parte, se sentir assim confuso.

“Você sempre foi um pedaço de merda”

Sim, não é como se ele não soubesse disso.

Ugh, para de pensar nisso. Você sabia no que estava se metendo, não sabia, Ibn? Vai conquistar nada se começar com a auto piedade.

Maldição, Kent deve ter feito um baita número nele, se Ibn estava sendo todo reflexivo e sentimentalista.

Um barulho metálico alcançou seus ouvidos, o deixando alerta. Talvez seja Mara finalmente sendo útil e vindo lhe resgatar dessa palhaçada que ela mesma criou?

Cansado demais para impertinência, Ibn girou a cabeça para ver o novo visitante, levemente receoso ao ver o S. Levou os olhos para o teto, esperando seu destino.

— O... quê...? Veio- — tossiu, irritado com a queimação que sentia em todo o corpo. —...para o segundo round?

Os passos pararam abruptamente, o deixando intrigado. Para onde o fazendeiro foi?

— Ah... Eu... Estava na esperança de ter sido tudo um sonho...

Ibn franziu o cenho, agora dando sua total atenção para a forma hesitante de Superboy.

O mesmo Superboy que estava completamente sujo de sangue. De seu sangue. Que ele tirou na base da tortura.

— Ah, claro... Óbvio que você estava sendo controlado... Quem entrou... na sua cabeça... dessa vez?

Kent trocou o peso de um pé para o outro, ainda sem coragem de se aproximar do corpo acabado de Ibn. Ele até tiraria sarro disso se sua vida não estivesse em uma linha tão fina.

— Eu não, ah... Estava sendo controlado. Pelo menos, eu acho que não... Ugh, por que estou me explicando para você?

— Provavelmente porque você me torturou há algumas horas atrás.

A feição de Kent era a de um homem que acabou de ser socado no estômago. Imediatamente, o jovem garoto colocou as mãos no rosto, tentando esconder sua vulnerabilidade.

Um ato vão, claro. Ibn sempre soube ler o fazendeiro com a palma da mão, ele sempre teve esse incômodo problema de usar o coração nas mangas, se deixando completamente exposto.

Revirou os olhos, estalando a língua em seu típico “tt”.

— Estou quase decepcionado, Kent. Achei que você finalmente tinha tomado coragem, mas vejo que era tudo falso.

Cala a boca!

O grito veio como um tiro, silenciando Ibn completamente. A postura de Kent agora estava na defensiva, quase agressiva. Os olhos completamente vermelhos em fúria.

— Você me irrita! Eu estou me sentindo péssimo desde que a Estelar me nocauteou na Torre porque tentei me engraçar com ela! Ravena olhou na minha mente e viu que ninguém me manipulando e eu já sei que tem ninguém na minha cabeça, que é tudo eu. Eu SEI. Vim aqui porque por mais que só de olhar na sua cara eu tenha vontade de te arrebentar, eu sou bem melhor do que isso.

Ainda em seu discurso, Kent se aproximou com passos firmes, irradiando raiva com cada poro de seu ser.

— Eu sou melhor que você. E uma estúpida droga ou seja lá o que aquilo era não vai me fazer esquecer isso de novo. Ouviu bem?

— Melhor... que eu, você diz. Acho... que não.

— Você-

“É só um garotinho órfão assustado”, você já disse.

Novamente, isso fez Kent parar onde estava, as feições conflitas. Ele parecia querer brigar e se desculpar ao mesmo tempo. É uma expressão tão típica de Jon Kent que Ibn não pode evitar a leve risada de escapar seus lábios secos e ensanguentados.

O som deve ter chocado o fazendeiro de vez, já que ele parou completamente de se mover, olhando Ibn como se o estivesse vendo pela primeira vez.

Ah, não, isso é ruim.

Como que para protestar da conversa mais civil que eles tem em anos, o corpo de Ibn decidiu que aquele era o momento certo para se dobrar para frente e tossir sangue.

Kent empalideceu, piscando várias vezes para a forma miserável de Ibn, quebrando o encanto. E então, contra todas as expectativas que Ibn tinha conjurado mais cedo sobre o próximo movimento dele, Kent correu até o kit de primeiros socorros empoeirado do bunker e praticamente voou até onde Ibn estava preso.

De certa forma, Ibn está e não está surpreso.

Kent quebrou as correntes que lhe prendiam sem qualquer esforço, como sempre sendo irritante. Ele tinha aquele olhar determinado mas mordia o lábio, mostrando sua insegurança.

Provavelmente se perguntando se estava fazendo o certo.

Provavelmente não.

Em total silêncio, Kent limpou as queimaduras no peito de Ibn, cuidadosamente passando o medicamento nas feridas. Ele passou as mãos pelas costelas de Ibn, tentando achar a fraturada e então colocando gelo no machucado.

Um por um, Kent foi desinfetando cada corte e machucado que encontrava no corpo de Ibn, até mesmo os que nem foi ele quem causou.

Tanto tempo havia se passado desde que Kent começou a brincar de médico em total silêncio, quebrado apenas para ele murmurar que tinha quebrado a perna de Ibn em três lugares, que Ibn quase se assustou quando ouviu a voz do mais novo novamente.

Eu... Sinto muito... — As palavras saíram tão baixas, que Ibn não teve certeza se ouviu direito.

Ao notar que o mais velho estava prestando atenção, Kent respirou fundo e continuou.

— Uma parte de mim, que só você trás, realmente queria fazer e dizer todas aquelas coisas, mas... Mas ao mesmo tempo não? Eu- eu não entendo bem o que aconteceu, mas é como se eu estivesse, hum, drogado? Em adrenalina. Como se nada pudesse me atingir, como se você não me afetasse mais. Mas... Isso não é verdade. Nada do que eu disse ou fiz foi verdade.

Ibn piscou, dessa vez completamente sem palavras.

—D- Ib-... Você não é nada daquilo.

Ibn não respondeu a isso e Kent parecia ter dito tudo o que queria, pois voltou a trabalha em silêncio.

Esse fazendeiro, com certeza ele entendeu nada. Esse tempo todo...

Vários minutos haviam se passado quando Ibn finalmente disse algo.

— Talvez.

Kent vacilou, sem querendo apertando a tala na perna de Ibn um pouco demais, surpreso demais.

— Ai! Cuidado com isso!

— Uh, certo! Desculpe... Ah, “talvez” o quê?

— Tt, preste atenção, Kent... — Ibn respirou fundo e continuou: — Talvez... você esteja errado, ou talvez você esteja certo. Apenas... Talvez.

Kent abriu a boca para protestar, mas Ibn continuou, fingindo que não notou.

— Afinal, eu matei Damian Wayne, não é mesmo?

Isso fez o mais novo ficar absolutamente imóvel. Ibn supões que era compreensível, em todos esses anos, eles nunca falaram sobre Damian desde que ele deixou aquele Robin para Jon.

— Damian sempre foi tão emotivo, não acha? Sentia demais, se preocupava demais, se importava demais. Ele não teria psicológico o suficiente para fazer o que precisava ser feito.

O herói mal parecia estar respirando ao lado de Ibn, mas ele não o deixou isso o distrair.

— Mas se te trás algum conforto, Damian já estava morto quando eu dei um fim a ele. Ele já estava morto há um bom tempo.

— Isso... Isso é mentira!

Havia tanta força na voz de Kent, tanta emoção pura e mal colocada, que Ibn não pode deixar de olhar, com as sobrancelhas erguidas.

— Damian... Damian era uma das pessoas mais fortes, mais espertas, mais brilhantes que já conheci! Ele- ele- ele era- foi- meu amigo! Tão incrível que absolutamente tudo que ele fazia era brilhante e impressionante, mesmo que eu nunca dissesse porque sabia que ia apenas subir naquele cabeção enorme! Você- não se atreva a falar essas coisas do Damian. Ele era mais forte que isso! — Sua voz quebrou aqui. — E-e todos os dias eu- eu sinto tanta falta do melhor amigo que perdi naquele dia em uma estúpida sorveteria.

Ibn queria fazer muitas coisas nesse momento. Queria perguntar “Era mesmo?” para o fazendeiro e analisar sua reação. Queria sumir daquele bunker amaldiçoado e ir logo para a segurança da ilha. Queria dar um soco bem dado naquela cara estúpida e determinada de Superboy, ainda suja de sangue. Mas mais do que tudo... Queria fazer com que a ardência atrás de seus olhos sumisse.

Desviou o olhar de Kent para um ponto qualquer, sentindo-se sem forças para continuar lidando com essa montanha russa emocional.

— Ibn é quem sou agora. E logo vou me tornar Ra’s, então você deveria comigo agora, em vez de estar cuidando dos meus ferimentos.

Um soluço alto foi ouvido e por um terrível momento, Ibn se preocupou de ter sido a fonte do som, quando sentiu braços fortes o abraçando. Em choque, Ibn não conseguiu ter outra reação além de arregalar os olhos para o corpo do herói abraçando o seu, sacudindo-se violentamente com soluços mal contidos.

— Eu não aguento mais! Primeiro essa droga que mexeu com a minha cabeça, depois a Ravena revirando minhas memórias, depois toda- toda essa droga contigo e Damian e não dá mais! Por mais furioso que você me deixe, por mais machucado e magoado e ferido. Por todas as vezes que eu realmente pensei em te matar para acabar com a dor em meu peito. Eu-eu não consigo mais. Estou exausto de te odiar, eu não sou assim.

[x][x][x]

Aquele dia estava sendo demais para o meu psicológico. Me encontrei completamente sem forças enquanto vomitava todos os meus sentimentos verdadeiros na cara de Ibn.

Mamãe estava certa, é claro. Eu realmente estava obcecado, mas raiva e rancor deixaram de ser a principal razão e se tornaram apenas a desculpa.

— Então você vai me matar com gentileza.

Havia um certo tom contemplativo em sua voz, como se estivesse comentando fatos.

Me afastei de seu corpo tão estranho e familiar e o olhei diretamente nos olhos verdes. E então inalei fundo, piscando repetidas vezes.

Porque pela primeira vez em tantos e tantos anos, eu pude reconhecer Damian na máscara de Ibn.

Com o coração acelerado, segurei seu rosto com as duas mãos, colando nossas testas juntas.

— O que deu em você, Damian? — Sussurrei, com medo de assustá-lo e eu o perder de vez.

Ibn se encolheu tão violentamente que eu podia muito bem ter lhe dado um tapa. Ele não me olhava nos olhos.

— Olha pra mim. — Pedi, sem fôlego.

Ele balançou a cabeça, ainda sem me olhar, e o parei, forçando-o a ficar parado.

— Por favor.

— Não consigo. — Ele sussurrou, tão quietamente.

— Por quê?

— Porque dói demais.

Isso só podia ser um sonho.

— O que aconteceu com a gente, Damian?

Uma de suas mãos encontrou a minha, ainda em seu rosto, onde ele deu uma leve apertada.

— A vida, suponho. Me solte, Kent.

— Não até você olhar pra mim.

Damian fechou os olhos de vez, balançando a cabeça com mais firmeza, como se tentasse arrancar minhas mãos de seu rosto apenas com isso. Rá, sem chances.

— Você está estragando tudo.

— Não me importo. Eu te quero de volta.

Damian, meu amigo Damian, soltou uma risada incrédula mas não abriu os olhos.

— Você nem sabe o que diz.

— Sei exatamente o que estou dizendo. Eu quero Damian de volta.

— O que você está pedindo é impossível.

— "Nada é impossível, apenas improvável". — Citei.

Isso fez ele abrir os olhos e me olhar, incrédulo e divertido de um jeito que apenas Damian me olhava.

— Você acabou de citar Como Treinar o Seu Dragão pra mim?

— Você quem me emprestou os livros.

Rimos, ainda absorvendo o absurdo da situação toda. E se ele não quis comentar das lágrimas que insistem em sair dos meus olhos, não vai ser eu quem vai apontar que ele mesmo está com os olhos verdes brilhantes demais pela umidade.

A risada durou muito pouco, e logo Damian já estava sério de novo, dessa vez me olhando nos olhos.

— Jon, é tarde demais.

— Não é. Ainda tem bom em você! — E por Deus, como é bom finalmente saber.

Mas Damian apenas olhou para baixo, negando com a cabeça.

— Esqueça... Só me esquece, Jon. Damian morreu, você precisa aceitar isso.

Apertei os lábios, frustrado. Ele quem precisava aceitar que Ibn era uma farsa.

Porque ele era, certo?

E eu vou provar pra aquele cabeça dura, nem que seja a última coisa que eu faça.


Notas Finais


QUAISQUER ERROS CÊIS ME AVISAM PQ SÃO 2:41 DA MANHÃ E EU SÓ QUERIA POSTAR LOGO


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