Sete anos depois...
O loiro batia o pé irritado, já eram mais de duas da manhã e seus gêmeos ainda não chegavam. Não sabia o que faziam, mas sabia que não era bom, há tempos ambos, especialmente Ichiro, andavam estranhos, mas nenhum dos dois dizia nada, mesmo quando os colocava contra a parede.
- Quer que eu vá buscá-los pai? – Menma lhe perguntou, agora com seus vinte anos estava muito mais maduro, seu físico havia mudado muito, estava alto, até mais que Naruto, com músculos firmes e masculinos, tinha muitas meninas babando a sua volta, mas ele só tinha olhos para uma pessoa, o esposo de seu pai. Já em personalidade, havia amadurecido, mas ainda conservava aquela rebeldia da pré-adolescência, especialmente com Sasuke, o qual já nem chamava mais de papi, pelo distanciamento após ter se mudado com Naruto, quase nem via “sua mãe” e irmão.
- Faria isso por mim filho? – o mais jovem assentiu.
- Claro.
(...)
Mesmo não havia dito a seu pai, tinha uma ideia de onde seus irmãos poderiam estar, esta que apenas se confirmou quando chegou aquela boate e os encontrou, Jiro praticamente engolindo uma garota em um canto mais afastado, as mãos nas coxas desta, enquanto a mesma se esfregava descaradamente, enquanto Ichiro ria sem parar na pista de dança, com um copo de alguma bebida na mão. Decidiu se aproximar primeiro do mais jovem dos gêmeos.
- Vem, vamos para casa. – puxou o braço do garoto, que o empurrou.
- Me solta! O que pensa que faz? – pôde enxergar os olhos avermelhados do mais jovem, as pupilas dilatadas, estava drogado.
- O que você fez? Andou se drogando de novo? – o menor sorriu de lado.
- Como se você nunca o houvesse feito. – Menma apertou os punhos.
- Foi só uma vez. Só para experimentar. – respondeu, ainda lembrando de como seu pai o havia descoberto e o havia feito prometer que nunca mais faria.
- Ah é? Tem certeza? – provocou o menor – Não quer sentir de novo? A sensação de liberdade... de felicidade... – e queria, queria muito. Viu seu irmão tirar algo de seu bolso e lhe estender – Vamos... só mais uma vez. – e assim como a primeira vez que Ichiro o havia oferecido, mais uma vez acabou cedendo.
(...)
- Ainda acordado bebê? – Sasuke perguntou, já eram quatro da manhã, e havia levantado para ir ao banheiro, quando se deparou com a luz do quarto de seu filho acesa, o garoto lhe levantou os olhos, sonolento.
- Tenho uma prova amanhã papi, preciso estudar. – Sasuke lhe sorriu, faziam três anos, quando Ren tinha apenas treze, este lhe havia pedido que lhe ensinasse a linguagem de sinais, segundo o pequeno, queria entender melhor seu papi, e desde então a relação de ambos apenas se fortaleceu.
- Pois então farei alguma coisa para você. – foi até a cozinha e preparou um chocolate quente, colocando chantilly por cima, seu menino sorriu largo.
- Obrigado papi. Te amo. – Sasuke lhe sorriu, lhe deixando um beijo na testa.
- Também te amo anjo. Tente dormir um pouquinho quando acabar. – o menino assentiu, para logo voltar à seus cadernos, Sasuke deu a volta, retornando a seu quarto, mas algo em seu peito doeu, tinha um pressentimento ruim, como se algo de muito grave estivesse acontecendo, e apenas um nome lhe veio à mente – Menma...
(...)
Já era manhã quando os três irmãos chegaram em casa, Naruto havia tido de ir trabalhar, deixando a Sai a missão de interrogá-los. Os três chegaram rindo, mesmo apenas dois deles estivessem drogados, o terceiro estava muito bêbado e feliz por ter conseguido estar com pelo menos cinco meninas naquela festa, uma delas ainda virgem.
- E a estúpida já estava fazendo planos de onde moraríamos... quantos filhos teríamos... como se eu fosse me casar com uma vadia com quem tive sexo numa festa. – Jiro zombava da menina, sob as risadas de seus irmãos, os três paralisaram quando encontraram Sai parado, de braços cruzados os encarando.
- Onde estavam? – perguntou sério, seus filhos sorriram.
- Nos divertindo, papi. – Ichiro falou, deixando um beijo na bochecha de seu progenitor, antes de subir as escadas, para ir à seu quarto.
- Foi uma noite maravilhosa, papi. – Jiro fez o mesmo, deixando um beijo na bochecha do pálido, para então seguir a seu irmão.
- Menma... – o mencionado o olhava de cima a baixo, o pálido ainda de robe, era bonito, muito bonito – Onde estavam? O qu... – não pôde seguir o que falava quando sentiu as mãos do mais jovem em sua cintura.
- Shhh... “papi” Sai. – falou com ironia, completamente bêbado e drogado – Será um segredinho nosso. – e então colou seus lábios aos do mais velho, que abriu os olhos impactado, mas acabou se rendendo à tentação e pulando em seu enteado, envolvendo as pernas na cintura deste, para então subirem as escadas ainda em meio à beijos, até o quarto do mais jovem, onde entregaram-se à paixão pela primeira vez, mas não a última.
(...)
Duas semanas depois...
Faziam pelo menos três anos que Naruto não tocava em si, sabia que o loiro já não sentia desejo, e honestamente, nem ele mais sentia, ambos divergiam em muitas coisas e só não se separavam para não romper a “família perfeita” que haviam criado. Sai sentia-se necessitado, necessitado de que alguém o tocasse, o beijasse, o fizesse seu e não podia negar que Menma o chamava a atenção. O menino que havia visto crescer agora era um homem, um homem bonito e forte, que o fazia estremecer entre seus braços, o queria, queria tudo dele e lhe daria tudo o que pedisse, contanto que continuasse o tocando da mesma forma.
- Sua barba está crescendo. – tocou o rosto do mais jovem, ambos estavam na cama do garoto mais uma vez, depois de uma tarde de paixão.
- Estou feio? – Sai negou.
- Não. Te deixa com mais cara de homem. – Menma sorriu de lado.
- Então vou deixar crescer. Só para você. – beijou os lábios do pálido, que se derreteu, sentindo as mãos do garoto percorrem suas costas e então descerem à seus glúteos, para os apertarem, como ele havia começado a gostar de fazer, ambos se sorriram, para entregarem-se novamente um ao outro.
(...)
O moreno havia entrado naquela galeria apenas por curiosidade, após seu filho ter falado muito animadamente dela. Seus olhos foram aos quadros, um mais belo que o outro, lhe traziam diversos sentimentos, solidão, tristeza, esperança, nostalgia e um grande e inexplicável amor, amor era o principal sentimento que aqueles quadros lhe transmitiam. Olhou a um em específico, onde uma mulher sorria, de cabeça baixa, sem mostrar o rosto pelo chapéu que o cobria, acariciando uma barriga enorme de provavelmente vários meses de gravidez, era o quadro mais bonito que já havia visto.
- Gostou? – se surpreendeu quando a voz falou às suas costas e girando-se encontrou aquele rosto já familiar – Parece que o destino sempre quer nos juntar. – ele também sorriu, assentindo.
- Ve-io ver... sua ir-mã? – Gaara negou.
- Na verdade... vim expor meus quadros. – os olhos obsidianas do menor se arregalaram.
- Foi... foi voc-ê... foi... foi... – o ruivo riu pela ansiedade do moreno, e assentiu.
- Sim, são meus. Todos eles. – Sasuke sorriu.
- S-ão... lin-dos.
- Obrigado. Toma um café comigo? – Sasuke assentiu.
- Cla-ro. Desde que... n-ão se-ja suco.
(...)
- Comecei a pintar quando minha esposa ficou doente, queria alegrá-la, sabia que ela não tinha muito tempo.
- O que... e-la tinha? – perguntou, o ruivo abaixou os olhos por um instante.
- Câncer... leucemia. – Sasuke abriu os olhos surpreso, a mesma doença que seu pequeno Ren havia tido há anos atrás e então entendeu, era por isso que Gaara havia decidido se tornar um doador.
- Por i-sso do-ou a... me-dula... n-ão é? – Gaara sorriu, assentindo.
- Matsuri nunca fez o tratamento, porque estava grávida e achava que prejudicaria nosso filho. No final nenhum dos dois suportou e eu acabei sozinho. Eu... só queria evitar que outras pessoas passassem pelo mesmo. Entende? – o moreno balançou a cabeça em afirmação.
- Aque-le... quadro... o da mu-lher... grá-vida... é ela... n-ão é? – o ruivo sorriu fraco dessa vez.
- O fiz logo que ela e meu filho faleceram. É meu quadro favorito. – e Sasuke lhe sorriu em entendimento, havia se tornado o favorito dele também.
(...)
Semanas depois...
- Essa é da boa. Nossa melhor mercadoria, pode conferir, é de graça. – Ichiro lhe falava, oferecendo aquele pó branco. Menma o olhava, mordendo o lábio inferior.
- De graça? – seu irmão lhe sorriu de lado.
- Claro. Mas se gostar terá que comprar. – o moreno engoliu saliva e então tomou o pacotinho das mãos de seu otouto, sem saber no que de verdade estava se metendo.
(...)
Dois meses depois...
- Alguém viu meu relógio? – a pergunta de Naruto fez a seu primogênito se afogar com o suco que tomava.
- Menma... está bem? – perguntou o esposo de seu pai, lhe dando leves tapinhas nas costas, seu pai o olhava desconfiado.
- S-sim... estou. É... não pai, eu não vi seu relógio. Você viu Jiro? – seu irmão deu de ombros, mais preocupado em ler as mensagens de seu celular.
- Deve ter sido a empregada, Naruto. Eu nunca confiei nela, aposto que roubou. – seu esposo acusou, e o loiro encarou a todos na mesa, pousando seu olhar por último no moreno de olhos azuis, sim, só podia ser a empregada, não podia acreditar em outra hipótese, se recusava a acreditar.
(...)
- Mas Uzumaki-san, eu não fiz nada, não roubei seu relógio, jamais roubei nada, de ninguém. Deve ter sido outra pessoa. – a empregada chorava, praticamente implorando ao loiro, não podia perder aquele emprego, tinha uma mãe doente para cuidar.
- Está supondo que um de meus filhos roubou? Meu esposo? Ou está supondo que eu mesmo escondi de propósito? – a mulher negava desesperadamente com a cabeça.
- N-não eu...
- Está demitida. – foi enfático.
- NÃO!!! POR FAVOR... – ela se jogou aos pés do loiro, precisava muito daquele emprego.
- Vá embora, antes que eu chame a polícia. – foi o último que disse, antes de deixar a mulher aos prantos na cozinha, seu coração pesado, sentia que fazia algo errado, mas não queria acreditar, não podia ser outra pessoa.
(...)
- Aqui está, como prometido. – o moreno entregou o caro relógio ao homem à sua frente, que o analisou.
- Sabe que isso ainda não cobre a sua dívida, não sabe? – o homem mais velho lhe falou, Menma abaixou os olhos.
- Eu vou pagar o resto, prometo.
- Seu tempo está acabando. Tem dois dias para me entregar algo, ou então... – mas o jovem Uzumaki preferia não saber o que significava aquele então.
(...)
- Eu não sei o que fazer... tenho só dois dias para conseguir algo... ou então... – o moreno puxou seus próprios cabelos, em desespero.
- Então o pague. – Ichiro falou, como se fosse simples.
- Já dei tudo o que tinha. Meu carro, meu celular, minha televisão, até algumas roupas...
- E o relógio de otou-san. – completou o mais novo, Menma se tencionou – Sei que foi você, Menma.
- Não vai contar, vai? – perguntou angustiado, o loiro sorriu.
- Você é meu irmão, é claro que não vou contar. E mais... tenho algo que talvez te ajude. – mostrou o pacotinho com aquele pó branco, o mais velho lambeu os lábios.
- De graça? – o mais jovem assentiu.
- É um presente... do seu irmão que te ama muito.
(...)
Dois dias depois...
Estava desesperado, os dois dias que aquele homem lhe havia dado chegavam a seu fim, assim como seu tempo e não sabia como faria para pagá-lo, não podia pegar mais nada de casa, ou seu pai o descobriria foi por isso que quando “sua mãe” lhe chamou, pelo telefone residencial, já que havia “perdido” seu celular, teve uma ideia, sabia que era errado, mas era sua única opção.
(...)
Sasuke havia ficado muito emocionado quando seu filho aceitou seu convite para jantar com eles. Era o aniversário do dia em que Ren havia se recuperado por completo do câncer, o pequeno e ele sempre o comemoravam, mas esta seria a primeira vez a ter Menma junto a eles nesse dia especial, o tornando ainda mais especial.
- O que faço? Será que ele ainda gosta das mesmas coisas? – gesticulava nervosamente o moreno, sob as risadas de seu caçula. Há anos não cozinhava nada a seu já não tão pequeno Menma, já que as poucas visitas deste eram sempre rápidas, como se não quisesse estar no mesmo lugar que eles.
- Parece até que ele é o convidado de honra. – Sasuke corou pelo dito por seu pequeno filho, certo, havia se esquecido completamente da presença do outro homem – Tranquilo papi, tudo dará certo. Eu vou te ajudar. – deu uma piscadela ao mais velho, que sorriu pela ternura de seu filho, para então cada um colocar um avental e assim cozinharem juntos, como corriqueiramente acontecia.
(...)
- Parece que cheguei cedo. – o ruivo o encarou de cima a baixo – Está lindo. – o moreno franziu as sobrancelhas, para então arregalar os olhos e corar fortemente por ainda estar com seu avental, um lindo avental negro em formato de gatinho, com orelhas e tudo.
- F-foi pr-esente... de R-en. – respondeu ainda corado, ainda lembrava quando seu doce filho o havia presenteado aquele avental, lhe mostrando um parecido e branco, em formato de coelho que o menino havia comprado a si próprio, segundo ele para que cozinhassem juntos.
- Pois diria que ele acertou... está muito fofo. – o menor corou ainda mais, se é que era possível – É... vamos ficar aqui fora?
- C-CLA-RO QUE N-ÃO! – o Uchiha se recriminou mentalmente por ter gritado, e querendo ser tragado pela terra, deu passagem para que o maior entrasse.
- Anjo, já chegou! – Ren exclamou animado, adentrando a sala, vestido com aquele avental de coelho parecido ao de seu papi, “anjo”, era assim que o menino chamava ao ruivo desde que este o havia salvado há anos atrás, através de uma doação de medula, para o garoto Gaara era seu anjo da guarda e ficaria muito feliz se seu papi um dia se desse uma chance de ser feliz com aquele bonito ruivo.
- Como vai, Ren? – cumprimentou o maior ao garoto, com um abraço e um suave beijo na testa, o qual havia pegado o costume de fazer sempre que o via, ao menos uma vez por ano, naquela mesma data.
- Melhor agora que meu anjo chegou. Estávamos ansiosos, não é papi? – o mencionado nada respondeu, apenas sentiu suas bochechas arderem – Por que não ajuda papi a terminar o jantar?
- REN! – seu papi falou mais alto do que pretendia, corando um pouco ao perceber, o ruivo sorriu enternecido – G-gaa-ra é u-ma... visi-ta.
- Eu não me importo, Sasuke. Na verdade, gostaria de te ajudar. – o moreno desviou o olhar ao sentir a profundidade dos olhos aqua sobre si, estava nervoso como há anos não se sentia.
(...)
O pequeno Ren encarava com um sorriso a cena na cozinha, seu papi cozinhando junto aquele homem ruivo, o como este último fitava ao moreno, o como lhe dava uma prova de algo para que o Uchiha provasse e este corava fortemente, seu anjo usando seu avental de coelhinho sem se importar com nada além de seu papi, estava feliz, mas então a porta foi batida e suspirou ao saber quem certamente era e que provavelmente toda essa aura de felicidade se extinguiria pela rebeldia do recém-chegado.
- Finalmente. – Menma falou unicamente, quando o menor abriu a porta após sua terceira batida – Pensei que o surdo era Sasuke.
- Não fale assim de papi. – o menor falou entredentes, irritado, detestava a forma como seu irmão tratava à “sua mãe”, o outro contudo deu de ombros.
- Onde ele está? – perguntou unicamente, o menor apontou a cozinha.
- Na cozinha. Mas ele está acom... – não pôde terminar, já que seu irmão praticamente correu ao cômodo mencionado, suspirou, sabendo que nada bom viria, nunca vinha quando Menma estava por perto.
(...)
- N-ão cre-io... – o moreno tinha o rosto vermelho pelas risadas ao ouvir a história de como o ruivo havia enfiado a faca no próprio pé ao brincar que a passava entre os dedos das mãos.
- É sério. Gritei muito e quase desmaiei ao ver aquele monte de sangue. Foi aí que descobri que nunca poderia ser médico. – o Uchiha riu ainda mais ao imaginar a cena do ruivo sendo carregado pelos dois irmãos, com uma faca enfiada no pé.
- Cui-dado... enq-uanto co-rta... essas ce-bolas. – falou sarcástico, o ruivo sorriu, fazendo a alusão de cortar o próprio dedo, apenas queria vê-lo sorrir, mas todas as risadas se dissiparam, assim como o agradável clima tranquilo, quando uma terceira voz se fez presente.
- Interrompo algo? – a voz de Menma era áspera, irritável.
- Fi-lho... – Sasuke praticamente correu para abraçar ao garoto, apenas para ser cruelmente rejeitado, já que o garoto se desvencilhou antes mesmo que os braços de “sua mãe” o rodeassem, o Uchiha mordeu o lábio, sentindo-se deslocado, uma pressão em seu peito ao ver como seu filho o olhava friamente, para então sair dali e ir em direção aos quartos, queria chorar.
- Sasuke... – ouviu a voz de Gaara, e sorriu fraco ao maior, para então girar novamente ao fogão e terminar o jantar.
(...)
O Uzumaki aproveitou que “sua mãe” estava distraído com o jantar, e com aquele ruivo que a seu ver deveria ser apenas mais uma “presa”, para ir ao quarto do progenitor. Olhou a todos os lados, fazendo careta como tudo parecia pobre e sem requinte algum, o quarto era de uma tonalidade azul, com móveis na cor branco, e nele não havia nada mais que uma cama de casal, um guarda-roupas, dois criados-mudo e uma poltrona, onde a mochila que Sasuke usava para trabalhar estava, nas paredes dezenas de fotos do mais velho, de Ren e dele próprio. Bufou ao ver que não tinha nada de valor o qual pudesse levar, então se dirigiu à mochila negra que descansava na poltrona branca, despejando todo o conteúdo em cima da cama, encontrando nada mais que um celular velho e uma carteira. Pegou o pouco dinheiro que dentro da carteira havia e o celular velho e guardou todo o restante de volta na mochila, a colocando de volta na poltrona, quando a porta do quarto foi aberta.
- O que faz aqui? – seu irmãozinho lhe perguntou muito sério.
- Não importa. Saia daqui bastardo.
- Estava mexendo nas coisas de papi? – perguntou, sem se importar em como fora chamado anteriormente, já estava acostumado com tal tratamento de seu irmão.
- Já disse que não te importa. Saia daqui! – mandou, mas o menor não arredou o pé, ao contrário, se dirigiu até onde o primogênito estava – O que faz? Pare com isso! – falou, ao sentir como seu irmão parecia revistá-lo, não demorou para que o menor encontrasse o que Menma havia pegado.
- O que vai fazer com isso, Menma? Está roubando papi? Por quê? – o maior o empurrou contra a parede mais próxima, apertando seu pescoço, lhe tirando o fôlego.
- Se falar alguma coisa, te mato, ouviu bastardo? – e o soltou, o fazendo despencar ao chão, Ren tossiu ao sentir o ar entrar novamente a seus pulmões, seus olhos ardendo ao encarar a direção em que o mais velho havia ido.
(...)
- Men-ma... on-de vai... be-bê? – Sasuke perguntou ao vê-lo ir em direção à porta de saída.
- Não te importa. E você... – falou dessa vez ao ruivo – cuidado com ele, ele não é o que parece. – saiu, batendo a porta, deixando a ambos mais velhos impactados e a um deles novamente sentindo seus olhos arderem.
(...)
- Isso é muito pouco, não cobre nem a metade do que me deve. – o homem mais velho disse, vendo as poucas notas e aquele celular velho, que a ele seria inútil.
- Eu... eu juro que consigo. Só... só preciso de mais tempo. Eu...
- Seu tempo acabou. – o homem falou, apontando uma arma ao garoto.
- Não, por favor. Eu... eu faço qualquer coisa. Meu pai... meu pai tem muito dinheiro. Ele... ele tem um cofre, eu... eu posso tirar o que tem lá, sem que ninguém perceba. – o homem tirou a arma do rosto do garoto, pensando na proposta, e o garoto percebeu que havia feito algo muito errado ao ver como este assentia à sua proposta, seu pai lhe mataria.
(...)
Era madrugada quando quatro homens entraram junto ao Uzumaki à mansão em que este morava com o pai, o esposo deste e os irmãos. Ninguém viu nada, nem desconfiou de nada, Menma abriu o cofre, com a senha que seu pai lhe havia fornecido e em pouco tempo este já estava vazio. Na manhã seguinte uma nova empregada foi acusada, e infelizmente esta não escapou da prisão, ainda assim Menma ficou calado, não queria ser ele a ser preso.
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