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História E se... - Clexa - Música 1


Escrita por: LiaKei

Notas do Autor


Vamos tentar uma história um pouco mais leve, depois digam-me o que acham!

Capítulo 1 - Música 1


Lexa

 

Mudar de casa é sempre complicado, são caixas e mais caixas e mais malas e discussões sobre como arrumar as coisas, naquele momento entendemos quanta tralha conseguimos guardar durante a nossa vida, por isso ainda estou sentada no chão do meu novo apartamento com uma caneca de vinho tinto. Entre caixas e malas e sim uma caneca porque não encontro os copos e tenho quase a certeza que desapareceram... Os meus pais já partiram e sem a ajuda deles aposto que a minha mudança teria demorado bem mais, os meus instrumentos musicais ainda estão espalhados por todo o lado e a minha vontade de arrumar tudo é muito pouca. Aqui estou eu, Alexandra Woods, no alto dos meus vinte e seis anos a começar uma carreira na música depois de alguns anos a produzir bandas pequenas tive finalmente a minha oportunidade. Nova York é um sonho, desde que o meu pai me ofereceu a primeira guitarra que esta cidade era o meu destino favorito!

Estico o corpo e decido trocar as lentes que já me estão a chatear, os meus óculos de massa são o meu segredo desde que os meus produtores pediram para parar de os usar em publico, prendo o cabelo num coque muito mal feito e aumento o som do gira-discos. Não consigo segurar um sorriso, a minha mãe nunca entendeu esta minha paixão pelo som que sai de um disco, aquela pureza é algo divino. Um pouco como fotografia, mas fotografia a serio e nada de coisas digitais, cada câmara apanha a luz de forma diferente e permite assim que cada foto seja especial. Olho para a sala e reparo que estão já alguns pregos colocados na parede, pelo menos isso vai poupar algum trabalho, começo a colocar as minhas fotos favoritas. Todas a preto e branco e todas tiradas pela Costia... A última que coloco é a fonte onde ela me disse o primeiro “amo-te”, foi com ela que aprendi a fotografar e a revelar, aprendi a ver o mundo da mesma forma iluminada que ela. 

O meu estômago protesta, já passa das 21h e não como já faz umas nove horas, ainda não conheço muito bem a zona que vou morar visto que foi alguém da editora que arranjou este apartamento para mim. Tenho quase a certeza que passei por uma pizzaria a vir para cá, procuro os meus ténis na confusão que está a minha sala e vou ao quarto buscar um casaco, felizmente a minha mãe arrumou todo o quarto antes de partir e ainda me fez a cama. Aquela mulher é uma santa e quem disser o contrario está muito enganado! Agarro no telemóvel e nas chaves, saio do apartamento e ouço o meu primeiro single a tocar no apartamento em frente do meu, para minha surpresa isso ainda me faz sentir tímida e desajeitada. Afinal ainda só passara seis meses desde que toda a loucura começou!

 

***

 

- Lexa a banda que era suposto abrir pelos vistos não apareceu, vamos ter que tapar o buraco de alguma forma! - Anya aparece sem aviso e acaba por me assustar, estava a tratar dos últimos retoques na mesa de mistura para garantir que tudo estava para lá de perfeito esta noite. A informação de que uma produtores de Nova York estariam presentes caiu no nosso colo e não quero perder a oportunidade para os Grounders. - Que me dizes de pegares na guitarra e subires no palco?!

- Estás louca?!

- Um pouco... Já encontrei os engravatados, estão perto do bar! - Olho para onde ela me indica, se é suposto eles passarem despercebidos estão a fazer um trabalho terrível. - Até tu com esses óculos enormes os consegues ver não?!

Reviro os olhos e volto a minha atenção para o que estou a fazer, conheci a Anya no conservatório e embora tenha uma aparência despreocupada é um génio em tudo o que é música clássica. Ficamos amigas no primeiro momento e rapidamente decidimos viver juntas, em pouco tempo começamos a produzir música juntas e quando terminamos a nossa formação foi fácil arranjarmos rapidamente emprego. A principio ela foi chamada como primeiro violino para uma orquestra em Boston e eu para o piano, tantas regras começaram a chatea-la e numa noite em que bebemos demais criamos a nossa produtora. No dia a seguir entregamos as cartas de despedimento e uma semana depois já tínhamos três bandas ao nosso cuidado, não somos grandes mas estamos muito bem no mercado emergente. 

- Como vamos tapar o buraco?

- Vais cantar!

- Não sejas idiota, sabes que não o faço desde o nosso tempo no conservatório e só o fazia quando gastavas o dinheiro que era suposto ser para pagar a renda da casa...

- Devo relembrar que ganhavas muito bem?!

- Idiota! - Acerto os microfones e deixo que o meu corpo caia na cadeira atrás de mim, é um problema não ter a banda de abertura, precisava arranjar alguém que me ocupasse aquele espaço, um espetáculo não pode ficar assim directo. - Quantas músicas precisamos?

- Pelos menos quatro para não parecer mal, tens a tua guitarra no carro e sei que podes muito bem meter pelo menos umas oito músicas originais muito facilmente. 

- Vai lá buscar a guitarra! - Vou até a casa de banho, olho para o espelho e embora não esteja mal também não tenho o melhor aspecto para actuar. A minha camisa quadrados vermelhos s pretos está aberta, tenho um top preto por baixo e jeans, o meu cabelo está num coque mais ou menos decente com uma madeixa solta e estou com os meus óculos de massa pretos que pouco escondem os meus olhos verdes. Estou nervosa... Merda estou mesmo nervosa... - Ei, Aden, a Anya já voltou?

- Já, foi meter a tua guitarra no palco, precisas que mude alguma coisa?! - Estou de volta a mesa de mistura, ali tudo é simples enquanto em cima do palco eu tenho medo dos erros que sei que ali não cometo. - Nop podes deixar como está!

- Vais mesmo cantar Lexa?

- Pelos vistos... - O Aden é meu meio irmão, três anos mais novo que eu, um deslize do meu pai que felizmente a minha mãe soube perdoar. Não podíamos ser mais diferentes, ele com o cabelo de um loiro escuro e olhos castanhos e eu com o cabelo castanho claro e olhos verdes, ele pragmático e agarrado aos números e eu apaixonada e perdida em notas musicas e escalas e ritmo. - Os teus amigos resolveram faltar!

- Desculpa...

- Na boa!

- Pronta Lex?! - Anya aparece e quase me mata de susto, num qualquer momento da árvore genealógica dela a família dela ganhou poderes de ninja só pode! - Vai correr bem, confia...

Caminho devagar para o palco, a minha velha Gibson já está pronta para mim e sei que a Anya já a afinou, agarro nela e passo a correia, volto a meter o phone que tenho para ouvir o que a Anya me quiser dizer. Assim que me aproximo do microfone sinto todo o publico prender o olhar em mim, os nervos que estavam a flor da pele parecem desaparecer totalmente, respiro fundo como a Costia me ensinou e abro o meu melhor sorriso. 

- Boa noite... Imagino que estejam a pensar quem raio é ela, lamento informar que a banda que vinha fazer a abertura teve um imprevisto e por isso mesmo irei eu tratar de vos entreter por um bocado. - O meu nome é Alexandra Woods e espero que gostem...

Começo com uma das minhas músicas mais antigas, algo que nunca mostrei as bandas com que trabalho, em poucos momentos sinto que prendi o público, na segunda música decido acelerar um pouco e quando chega a quarta música já todos batem palmas. Este é o momento da minha dualidade, morro de medo de subir ao palco mas quando aqui estou sinto que realmente estou no sitio certo.

- Lex canta a música nova que tens andado a preparar, aquela da fonte! - Naquele momento sinto um pouco de ódio da Anya, aquela música não está pronta e ela nem deveria saber da existência dela, mordo o lábio inferior. - Arrisca!

- Bem vou para a minha última música e deixem que vos diga que são dos melhores públicos que já tive... Esta música é especial, algo que tenho andado a trabalhar e não sei se já se pode considerar pronta mas quero que a ouçam, escrevi para uma pessoa muito especial que passou na minha vida...

Começo devagar, tenho os olhos fechados e consigo naquele momento voltar para a nossa fonte e ver como eu e a Costia fomos felizes, terminamos em bons termos é verdade mas esquecer um amor é difícil. Foram seis anos juntas e ouvir um “amo-te mas já não estou apaixonada por ti” custou mas foi necessário, ela ainda é a minha melhor amiga depois de tudo e por isso escrevi aquela música. Já conheci a nova namorada dela, fiquei feliz, muito feliz... Estranhamente feliz ou talvez masoquistamente feliz... A música termina e logo os aplausos invadem os meus ouvidos, estava tão perdida nas memórias que sou apanhada desprevenida pela forma efusiva com que a música foi recebida. Saio do palco incapaz de conter um enorme sorriso, logos os braços da Anya e do Aden me prendem no abraço apertado, nem consigo ouvir o que me dizem mas pelos sorrisos que tem também eles ficaram num estado explosivo após a minha actuação.

- Alexandra Woods?! - Um dos engravatados aproximasse de nós, Anya logo o observa de cima abaixo como quem procura uma falha e tenho quase a certeza que é bem capaz de já ter descoberto pelo menos quatro formas de o fazer tremer. - Podemos conversar em privado?!

- Pode falar... Se é por causa dos Grounders talvez seja melhor esperar pelo actuação deles não?! - Anya ataca logo, aquele jeito dela despachado por vezes é um problema mas sei que aconteça o que acontecer ela vai sempre defender-me aconteça o que acontecer. - Pelo menos eu acho mais prudente!

- Não quero falar sobre os Grounders na verdade quero falar sobre si, sobre levar Alexandra Woods a outro patamar?! Quero que esta última música toque em todas as rádios em dois meses e depois quero que te mudes para Nova York, vamos meter-te nos tops!

 

***

 

A vida tem destas coisas, num momento estamos a preparar um concerto e no outro estamos a entrar numa pizzaria porque estamos a morrer de fome depois de nos mudarmos para a cidade dos nossos sonhos. 

- Extra pepperoni por favor... - Faço o meu pedido e perco-me no telemóvel enquanto espero, o meu Instagram tem estado ao rubro, pelo menos o meu profissional visto que o pessoal continua calmo e familiarmente amigável. Observo uma loira que entrou na pizzaria, ela parece alheia a tudo, o cabelo tal como o meu está um pouco despenteado e tem um lenço enorme ao pescoço que parece acolhedor. Quando me olha sorri muito suavemente e avança para fazer o pedido, quando se encosta na parede ao meu lado tal como eu agarra o telemóvel e sem querer reparo que está numa aplicação de encontros e não consigo segurar um sorriso. Como pode uma mulher tão atraente, aqueles olhos azuis são divinais, se rebaixar a uma aplicação tão desprovida de contacto. Vejo um homem chamar-me para me entregar a minha pizza e logo me aproximo do balcão. - Obrigada!

- Devia saber que é muito feio ver o que as pessoas estão a fazer ao telemóvel! - Ela não levantou os olhos do pequeno aparelho quando me aproximei para agarrar alguns guardanapos e sou apanhada totalmente desprevenida com aquela voz rouca. Sei que estou a corar, ser apanhada a olhar para os assuntos privados de alguém definitivamente não estava nos planos para a minha noite. - Ficas adorável corada, quem diria que o meu dia iria ficar agradável...

- Desculpa...

- Porque pedes desculpa diz lá?! - Ela abre um sorriso e os olhos azuis ficam um pouco mais escuros, ela parece uma predadora pronta a atacar-me, tudo é sedução e não estou habituada a isto. - Por teres invadido a minha privacidade ou por seres terrivelmente adorável quando ficas tímida?!

- Ambas...

A gargalhada que ela solta é profunda e faz o meu corpo perder-se um pouco mais na timidez que aquela mulher teve a capacidade de me tirar sem pensar duas vezes, ela está a ter imenso prazer no meu total embaraço. Se eu tivesse um buraco enorme por perto era bem capaz de me atirar para ele sem sequer reflectir, preferia partir uma perna a ter aqueles azuis olhos presos em mim enquanto a vejo morder o lábio inferior. 

- Nunca peças desculpa por seres das mulheres mais interessantes num lugar! - Ela olha para o lado e sorri, avança para o balcão e eu não sei se desato a correr para casa ou se espero que aquela mulher regresse, bem o meu corpo decidiu ficar parado feito um completo idiota. - Obrigada...

- Quer mais alguma coisa Dra Griffin?!

- Não hoje estou bem... - A atenção dela voltasse novamente para mim, continuo com a sensação que aquela mulher é uma predadora que adora que as mulheres que observa se sintam tão perdidas como estou neste momento. - Espero voltar a ver-te, numa próxima pergunta o meu nome, pode ser que também isso te deixe tímida e tu corada é algo divino de se ver. Tem uma boa noite!

- Noite! - E lá vai ela e cá fiquei eu com uma pizza numa caixa e muito incapaz de articular duas palavras, quem raio é esta mulher e o que raio fez ela comigo?! Foste terrível Alexandra, se tiveres alguma sorte na tua vida provavelmente nunca mais a vais ver, pelo menos se a sorte estiver do meu lado aquele enorme falhanço nunca mais se repete! - Grande idiota Lexa...


Notas Finais


Mostrem esse amor...


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