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História E se... - Clexa - Paciente 10


Escrita por: LiaKei

Notas do Autor


Estava tão inspirada com os vossos comentários que quando comecei a escrever só parei quando terminei... Espero que gostem!

Capítulo 20 - Paciente 10


Clarke

 

O que raio aconteceu?! Que foi esta discussão?! Merda... Merda... Merda... Okay eu passei-me um bocado, um bocado é claramente um eufemismo, quando vi a fotografia do beijo mas toda a explicação da Lexa foi bastante sincera e plausível... E se ela disse a verdade?! Se aquilo foi um momento que foi um erro e ela encerrou tudo?! Sento-me na minha cadeira e tento acalmar as lágrimas que caem já sem controlo, olho para a saca onde ela trouxe o nosso almoço e a minha choradeira piora drasticamente ao reparar que ela foi ao meu restaurante italiano favorito. Eu exagerei não foi?! 

Tento acalmar a minha respiração que está totalmente descompassada, não chorava assim desde que o meu pai faleceu, não estou a conseguir respirar como deve ser e para me tentar acalmar sei que chamar o Bell era a melhor solução mas não é a melhor altura quando nós ainda andamos sobre gelo sempre que falamos. Mandou uma mensagem a O e fico a espera que ela apareça...

- Ei loira... O que se passou?

- Eu... A Lexa... Eu...

- Se ela te fez chorar fez bosta e eu vou soltar a minha fúria nela!

- Não sei se foi ela a fazer bosta ou se fui eu que extrapolei tudo e piorei a situação... O... Dói tanto...

- Calma C... - Ela puxa-me para um abraço apertado e as lágrimas voltam a cair sem controlo, porra como é possível doer um orgão que eu sei que não dói assim?! - Conta-me o que aconteceu!

- Olha... - Passo-lhe o meu telemóvel e ela começa a ver o site que tenho aberto, porque raio decidi ir ao Facebook hoje enquanto esperava pela Lexa?! - Nós discutimos...

- COMO SE ATREVEU ELA A BEIJAR ESTA RUIVA DESAVERGONHADA?! - A O parece quase tão irritada como eu estive quando a Lexa chegou com o nosso almoço, deixo os meus olhos perderem-se na saca com a comida e recordo-me como ela me pareceu sincera e magoada com o meu ataque. - Eu vou matá-la! 

- Ela explicou-me o que aconteceu... Foi a Costia que teve um momento quando lhe explicou porque terminou a relação delas e a beijou mas a Lexa terminou o beijo...

- Porque raio anda ela com a ex?!

- A mãe da Lexa... Ela lutou contra cancro e ganhou no passado mas pelos vistos nas últimas analises apresentou um novo crescimento de massa... A Costia era namorada da Lexa da última vez e elas são amigas... Estavam a falar só pelo que entendi...

- Não gosto dessa amizade mas no fundo entendo, acho que é um pouco como tu e o meu irmão e a Lexa nunca te pediu para te afastares dele...

- Ela não sabe...

- Clarke Griffin como assim ela não sabe?!

- Nunca lhe disse com quem fui para a cama, ela sabe que foram algumas pessoas e uma delas a Niylah mas nunca lhe dei uma lista... Da mesma forma que nunca lhe perguntei com quantas pessoas foi para a cama depois da Costia! Além disso ela ia pedi-la em casamento...

- Conhecendo a Lexa como começo a conhecer não devem ter sido mais de cinco já a incluir-te claro! Pelo que entendi elas namoraram imenso tempo, até me perguntei como não estavam já no próximo passo de uma relação, isso era previsível Clarke! - Ela abre um sorriso leve, sei bem o que se passa na cabeça da O e ela já está a prever que eu pensei demais e exagerei na minha reacção aquelas fotografias que apareceram naquele site idiota. - Discutiram feio?

- Sim... Não... Talvez... Não sei... Eu fui idiota sem qualquer sombra para duvidas e ela saiu daqui a chorar porque eu disse que precisava de tempo... Estava aterrorizada com a ideia de lhe dizer o que não devia... Com medo de estragar um pouco mais as coisas com ela... Medo de a perder...

- E como estás agora?

- Mais calma... Com medo de ter cometido um erro enorme e a ter afastado de mim... Medo de ela não me querer mais ver... 

- Então vamos almoçar o que ela te trouxe e depois vais terminar o teu turno, vai para a casa dela e vão fazer sexo de “não vamos discutir mais” muito ruidoso para os vizinhos ouvirem e imaginarem todas as posições sórdidas que vocês vão estar a fazer! 

Comemos num ambiente mais calmo, revejo toda a minha discussão com a Lexa e compreendo como falhei, recordo do meu pai me dizer que até o melhor ouvinte se torna surdo quando discute com quem ama. Ele estava certo, totalmente certo... Fiquei cega e embora escutasse as explicações da morena eu não estava a ouvir minimamente o que ela me estava a dizer, esqueci a dor que ela deve estar a sentir e o medo e condenei-a por procurar um pouco da paz que estar em casa trás a cada um de nós. Ela está aqui sozinha, independentemente de se dar bem com a equipa com que trabalha e independentemente de eu ter entrado na vida dela, a Lexa deve sentir-se tremendamente só sem a família por perto. 

Avanço com as minhas consultas e quando um dos meus pacientes falta decido ir ter ao escritório da minha mãe, isto não é algo que eu faça com regularidade mas sinceramente preciso de um pouco do carinho que ela me consegue dar. Bato a porta e ouço o seu resmungar que normalmente significa que quem quer que bata a porta pode entrar.

- Clarke espera um bocadinho de nada! - Vejo-a a carregar nas teclas do portátil com uma raiva cheia de violenta, quem quer que seja a pessoa que vai receber o e-mail dela eu temo pela vida dele. - O que se passa meu anjo?

- Acho que cometi um erro mãe...

- Então?!

- Fui impulsiva, não controlei os meus sentimentos como me ensinaste e quando dei por mim estava a cometer provavelmente o meu pior erro dos últimos tempos...

- Queres contar?!

- Como te disse ontem quando cancelei o nosso jantar a mãe da Lexa teve uma recaída, hoje ela não foi trabalhar e qual o meu espanto quando aparecem fotos dela com a ex numa site de fofocas e uma das fotos é um beijo...

- Como tua mãe quero explodir um pouco mas algo que diz que teres perdido o controlo é que piorou tudo... Por isso vou-te deixar falar!

- Claro que eu explodi e acusei de me trair e tudo mais... Ela explicou que a Costia é um pouco da casa que ela não tem aqui, demorei a entender o que isso significava e foi preciso recordar-me como me custou fazer o internamento longe, também me explicou que teve finalmente a explicação da Costia para o final do namoro delas e foi a ex que ficou emotiva e a beijou...

- Tudo me parece, embora difícil de assimilar, completamente plausível e ela foi sincera nas explicações?

- Foi mãe... Acho que a Lexa é um pouco incapaz de mentir... 

- Bem me parecia, ela é uma mulher muito doce, muito correcta Clarke... Tu e o teu pai sempre sentiram muito, vibraram muito com os sentimentos, não imaginas como invejei a vossa forma de ver o mundo... Mas por vezes sentir algo de forma explosiva é também mais complicado de controlar... Quando o teu pai morreu tu fechaste os teus sentimentos até a Lexa aparecer... Não a deixes fugir...

- Vou terminar o meu dia e vou para casa... Mãe importaste que peça os dados da mãe da Lexa e passe a um dos nossos colegas de oncologia para analisar?!

- Pensei que já o tinhas feito! - Ela abre um sorriso, conhece-me tão bem que as vezes pergunto-me como podemos parecer tão diferentes. - Trata disso que se necessário eu acerto as coisas para uma transferência!

- Obrigada...

Nunca fui daquelas filhas que se abre com a mãe, até isso a Lexa mudou em mim de uma forma tão profunda, acelero tudo o que ainda tenho para fazer. Estou totalmente focada e evito olhar para o telemóvel, sei que a Lexa não me vai mandar uma mensagem e o que quero falar com ela não pode ser tratado numa mensagem ou chamada. Vou a passo apressado para o meu carro, passo pela O e o Bell que me olham com carinho por isso sei que o Bell já deve saber o que se passou, felizmente hoje parece que o acaso decidiu ajudar-me e o transito flui bem, uma das músicas dela toca no rádio e caio no limbo entre o orgulho e a tristeza. Assim que estaciono o carro fico perdida na duvida de que chave usar, se vou ou não ao apartamento da Lexa, eu quero realmente resolver as coisas com ela mas tenho medo de tudo o que pode acontecer. Que raio acontece comigo se ela decidir numa mais estar comigo?! Merda... Estou a ser egoísta!

Abro a porta, o apartamento está perdido na escuridão, um medo gélido forma conta de mim, o apartamento nunca está assim quando a Lexa está em casa. Está tudo frio, não há música, não há Lexa, não há aquele calor familiar que me faz perder naqueles braços que se tornaram a minha casa.

- Lex... Amor...

Não há resposta... Não há som... Não há vida... Acendo as luzes, a guitarra favorita dela não está aqui e quando caminho meia a correr para o quarto reparo que uma das pequenas malas que ela tinha empilhadas num dos cantos está a faltar. As lágrimas já caem pelo meu rosto, não sei o que pensar e tudo o que quero gritar é um desculpa... Desculpa não te ter ouvido... Desculpa ter explodido... Desculpa ter duvidado... Desculpa ter perdido para o medo... Desculpa se te magoei... Desculpa meu amor... Desculpa...

Vejo um papel estranho em cima da ilha, está ali um bilhete dela, aquela letra pequena e perfeita tal e qual a mulher que eu amo... Porra como a amo... Os meus dedos desenham o que ela escreveu e as lágrimas não me deixam ver o que ela escreveu, tento acalmar-me para descobrir quais foram as ultimas palavras dela para mim.

 

"Não é o tempo nem a oportunidade que determinam a intimidade, é só a disposição. Sete anos seriam insuficientes para algumas pessoas se conhecerem, e sete dias são mais que suficientes para outras."

Sabes que me conheces, sabes que te amo, sabes que és mais do que alguma vez pensei merecer depois de tudo o que vivi... Nunca te menti ou omiti nada, terás o teu espaço e espero que saibas que podes realmente contar comigo seja qual for a tua decisão...

Com amor Lexa.

 

O meu corpo cai ao lado da ilha, sinto a parede fria nas minhas costas, as lágrimas caem já sem qualquer controlo. Nunca pensei amar quanto mais ser totalmente consumida por alguém tão igual e diferente de mim que se tornou uma parte tão vasta e profunda da minha vida, recordo-me de ler Jane Austen e não entender minimamente como era possível se achar aquilo um tipo de amor válido. Até queres olhos verdes se prenderem em mim... Aquela citação é tão nossa...

- Onde estás Lexa... - Sei que estou a perguntar ao vazio e que ninguém me vai responder, o meu corpo cai em posição fetal no chão e a dor é física. Ligo-lhe e o telemóvel está desligado, não posso contar com ela se não tem o telemóvel ligado quando preciso de lhe pedir desculpa por ter sido idiota. - Amor... Por favor não me deixes...

Acordo a meio da noite, o meu corpo dói e nem sinal da Lexa, arrasto-me para a cama que ainda tem o cheiro dela mas já não consigo chorar mais pelos vistos as lágrimas esgotam-se num qualquer momento de uso excessivo. Tento ligar-lhe novamente e continua o sinal de desligado, começo a ficar preocupada mas sendo 4h da manhã não é prudente ligar para a Anya a perguntar pela Lexa. Vou dormir mesmo com a roupa que tenho no corpo, não tenho força para mais.

A luz está forte quando abro os olhos, estou sozinha na cama, não há bilhetes fofos da parte da Lexa nem sinal de ela ter regressado. Sento-me e esfrego os olhos numa tentativa de acordar deste pesadelo que mergulhei quando vi aquelas fotografias e ceguei de qualquer razão. Tomo um banho lento, quero lavar do meu corpo todas as marcas daquela discussão que me arrependo tanto de ter tido. Deixo o meu corpo cair na cama só de toalha e volto a tentar ligar para a Lexa, finalmente está a chamar... Oh Deus está a chamar...

- Clarke...

- Oh Lexa... Estava tão preocupada! - Sento-me rápido na cama, começo a calcular o tempo que preciso para me vestir e sair de casa ao seu encontro, preciso estar com ela e dizer-lhe que a amo e que quero o seu perdão. - Onde estás amor que vou já ter contigo...

- Não podes Clarke...

- Como não posso?! Onde estás que eu vou, precisamos falar...

- Boston!

- Boston?! 

- Sim... Vim estar com a minha mãe, ela precisa de mim e eu preciso da minha família!

- Boston... - Disseste que ias ter com ela Clarke que raio vais fazer agora?! Na minha cabeça explodem mil e um problemas que o meu lado lado pragmático tenta resolver a toda a velocidade, seria imprudente nesta altura largar tudo e ir ter com ela. Contudo tento em conta a lista de pessoas que levei para a cama será que alguma vez fui propriamente prudente?! - Eu vou para aí...

- Clarke...

- Lexa nem tentes... Eu amo-te e fui uma completa idiotia ontem, esta conversa não é para ter assim e eu preciso que entendas os meus medos... Tenho tanto medo de ser traída como tenho medo de te perder... E esses medos só me ficarem quase te perder... Não vou permitir isso e para garantir a nossa felicidade, sim eu sei que és feliz comigo, por isso mesmo espera por mim aí hoje mesmo... Amo-te Lexa...

- Também te amo Clarke...

- Esperas por mim?!

- Sempre...

Tenho dias de férias para gozar e por pouco profissional que seja eu realmente preciso de os gozar agora, preciso de estar com a Lexa e quero realmente que ela entenda que aconteça o que acontecer eu nunca seria capaz de a abandonar ainda mais nesta altura tão complicada que ela e a família enfrentam. Observo as horas e sei que a minha mãe já acordou, espero que ela esteja em modo mãe e não em modo chefe...

- Clarke o que se passa?!

- A Lexa está em Boston e eu preciso de estar com ela!

- Bem... Quando vais para lá?

- Hoje...

- Hoje?!

- Sim... Mãe...

- Eu trato dos teus pacientes, as reuniões que tenho são simples, vou descontar os dias de férias...

- Estava a contar com isso... Mãe e a Niylah?!

- Já comi pequenos-almoços mais complicados que ela, não te preocupes que com ela posso eu bem...

- Obrigada!

- Clarke...

 - Sim mãe!

- Não faças merda e traz a tua miúda para casa...

- Vou tentar... 

Agarro no meu iPad e coloco-me no próximo avião para Boston, envio uma fotografia do meu cartão de embarque para a Lexa e recebo como resposta um amo-te e um coração. Pelo menos isto parece-me bem quando corro para minha casa para preparar uma mala pequena, não discuti quantos dias estaria em Boston com a minha mãe e vou possivelmente aproveitar para recolher informações sobre o caso clinico da Indra para trazer comigo. Estou a ser terrivelmente impulsiva e no táxi a caminho para o aeroporto calculo todos os ataque que a Niylah deve estar já a planear assim que se apercebeu que não estou no hospital para levar com a sua terrível forma de ser. 

A viagem é de mais ou menos quarenta e cinco minutos, felizmente consegui fazer o meu check-in online e não perdi tempo nisso, quando aterro tento ser o mais rápido que consigo a desembarcar e a agarrar a minha mala. A Lexa disse que estaria a minha espera, caminho para a zona das chegadas e procuro os olhos verdes que me deixam totalmente perdida de amor. Ali está ela, tão simples de óculos e uma camisa básica que a faz ficar mais atraente aos meus olhos, caminho para ela e sinto-me tímida.

- Desculpa Lex...

- Desculpa eu Clarke, não devia ter permitido aquele nível de proximidade por parte da Costia, foi um erro que não volto a cometer.

- Lex... - Diz a verdade Clarke, não enroles! - Eu não te deixei explicar, ou melhor não ouvi, tive tanto medo de sofrer que me fiz sofrer no processo mas pior que isso é saber que te magoei como nunca o quis fazer. Eu sinto-me tão pouco merecedora do teu amor mas amo-te tão profundamente que no momento em que podia fazer tudo certo eu consegui fazer tudo errado, tu nunca me pediste explicações ou discutiste o meu passado e eu falhei Lexa...

- Clarke... Vamos aprender a confiar juntas?!

- Ainda me queres?! Depois disto tudo?!

- Nunca me passou pela cabeça te deixar Clarke, nem por um segundo... Anda, a minha família está a nossa espera...

- Ei Lexa...

- Hum!

- Eu amo-te...

- Também te amo, hoje e sempre, o acaso vai fazer com que eu te vá encontrar mesmo quando nos tivermos perdido uma da outra...


Notas Finais


Lamento informar mas estamos a caminhar também para o fim da primeira parte...


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