História E se... - Clexa - Música 3

Lexa

Estou na sala de som a ouvir a última música que gravamos, pelos sorrisos estamos em sintonia e esta música será o single para o álbum, depois da festa de lançamento do EP a discográfica avançou com a proposta para quatro anos de música. Um álbum por ano e uma tour por cada! O pessoal em casa ficou louco e espero que tanto a Anya como o Aden consigam o tempo para me virem visitar como prometeram na última vídeo-chamada que fizemos visto que os meus pais será mais complicado com os trabalhos de ambos. 

Titus o técnico de som é um conselheiro incrível, tenho melhorado imenso as minhas capacidades vocais desde que ele se sentiu mais a vontade de ser frontal comigo, as nossas sessões de improviso são um pouco como as que tinha em casa com a Anya e tenho que lhe agradecer a forma como me tem ajudado com as saudades. Emori é a guitarrista e Ontari toca baixo, são como cão e gato de tão diferentes que são e quando juntas de bom humor toda a gente sabe que as gargalhadas vão ser uma constante, Roan é o nosso baterista e o engatatão que pelos vistos ninguém resiste e o Nyko está nas teclas sendo o mais calmo e ponderado dos integrantes da minha banda.

- Os downloads estão a ser a loucura! - Lincoln entra na sala de som, vem com a gravata aberta e o botão da camisa desapertado, é algo estranho de se ver, mas vem uma uma felicidade tão contagiante que todos acabamos envolvidos. - O que é isto que estou a ouvir?!

- Uma das músicas do álbum, eles trabalham muito bem juntos mas continuo a achar que seria genial aqui um dueto! - Titus já nos tinha dito isso, em parte não nego que ali uma voz masculina iria fazer toda a diferença, isso é algo que eu e o Lincoln também já discutimos umas vezes, o meu sucesso está muito bom mas ter uma música com alguém já bem introduzido neste mundo seria um impulso valioso. - Que achas Lincoln?

- Adoro a música mas sim penso que um dueto poderia fazer toda a diferença, vou contactar alguns artistas da discográfica e depois vemos quem estaria disponível. Pode ser Lex?!

- Por mim... Confio nas tuas decisões sabes disso! - Continuo sentada no chão, sinto-me mais tranquila a trabalhar assim, sinto os dedos da Ontari que está deitada no sofá atrás de mim no meu cabelo e aquele pequeno toque faz-me pensar numa certa loira. - Se mantivermos este ritmo temos o álbum gravado antes do prazo que nos foi dado, o Titus acha isso!

- Titus?!

- É fácil trabalhar com ela, toda a banda está em sintonia e temos conseguido progressos muito bons, muito provavelmente terás todo o álbum uma ou duas semanas mais cedo que o previsto inicialmente.

- É por isso que te adoro! - Aquele gigante abaixa-se a minha frente e beija-me a testa de forma muito desajeitada, a gargalhada cresce em todos quando na brincadeira ele cai ao meu lado e quase faz com que a minha guitarra vá ao chão. - Merda... Vocês estão dispensados então até eu ter alguém para o dueto, queres que te leve a casa Lexa?

- Obrigada Lincoln mas eu peço um Uber, não te preocupes que já me entendo um pouco melhor na cidade.

- Sabes que não tenho problema em te dar boleia mas se não me queres espero que não te esqueças que amanhã temos a entrevista cedo, um carro vai-te buscar por volta das 9h!

- Sim Linc... - Evito o punho dele que me vinha dar um amigável abanão cheio de amor por causa da forma como o tratei, já todos se habituaram a nossa forma de trabalhar sempre a implicar um com o outro, ele é dos mais novos produtores desta editora e eu sou o seu primeiro grande sucesso. - Isso é tentativa de agressão! 

Chego a casa em menos de meia hora, ligo o gira-discos e deixo a música invadir aquele meu espaço, estou feliz e tranquila quando deixo o meu corpo cair no sofá, o dia foi longo mas muito produtivo. Olho para a pequena mesa em frente do sofá e logo as memórias do meu jantar improvisado com a Clarke chegam a mim, aquela noite foi mais do que estava a querer e acredito que foi bem menos do que ela estava a planear conseguir comigo. Devo ter sido algo monótono e bem inferior ao eu ela está habituada... Mas... Bolas não consigo não sorrir ao pensar nela...

- Alexandra este teu sorriso prova que estás a cair na cantiga da caçadora e se bem me lembro não era isso que querias! 

***

- Então este é o mundo secreto da Lexa?! - Clarke está a observar a minha sala enquanto eu estou na cozinha e consigo vê-la sem qualquer problema no meu apartamento com o conceito de open space. - Adoro as fotografias e já não via tantos discos de vinil há muito tempo, és mesmo uma nerd por música não és?!

- Um pouco... - Avanço com duas taças para o vinho e uma garrafa para a mesa pequena que está em frente do meu sofá e onde já espalhei a comida, permito-me observá-la por uns momentos enquanto ela está concentrada a olhar para as fotografias na minha parede, tem as ancas formosas e o peito avantajado. Um pequeno sinal por cima do lábio prende a minha atenção e o queixo dela faz-me querer usar a minha boca de forma muito imprópria ou talvez como ela quer que eu use, é uma mulher muito atraente e infelizmente ela tem plena noção disso. - Não estavas com fome?!

- Estou faminta! - A forma como me olha e fala faz-me acreditar que aquela frase está cheia de segundas intenções, mordo o lábio inferior numa tentativa de acalmar o facto de que também eu quero o mesmo que ela parece querer. - Podemos sentar-nos no chão ou preferes o no sofá?!

- Chão definitivamente... - Eu sento-me e ela segue o meu exemplo, está tão perto de mim que sinto o joelho dela demasiado perto do meu, bosta eu não sentia desejo assim tão puro e bruto desde os primeiros anos de namoro com a Costia, preciso de criar alguma distância saudável dela para garantir que a minha sanidade se mantém mais ou menos activa. - Netflix?!

- Pode ser, vou gostar também de descobrir o que vês escondida no conforto do teu sofá!

- Consegues ser muito idiota quando queres, sabes disso?!

- Sei... É o meu charme!

A conversa começou suave, em pouco tempo descobri que sempre quis ser médica e que o pai faleceu num acidente quando estava na adolescência, que ainda mantém as amizades da sua infância com uma lealdade que não consegue ter numa relação romântica afectiva. Sim ela admite que não é capaz de se envolver emocionalmente com alguém porque segundo ela o amor são só reacções químicas no cérebro que conseguem ser tão desnecessárias como imensamente desprovidas de uma lógica palpável!

- Então nunca te apaixonaste?! - Continuo no chão mas estou um pouco mais relaxada depois de temos consumido em conjunto praticamente uma garrafa e meia de vinho, tento mudar um pouco de posição quando sinto os dedos dela a passearem na pele do meu braço e tendo em conta que estou um pouco em falha com o controlo será melhor manter uma distancia de segurança. - Como é possível?

- Porque estás tão surpresa?! Já trocamos algumas conversas e duvido que não tenhas chegado à conclusão de que sou um pouco desprovida de romantismos e sou um pouco mais directa nas minhas necessidades básicas...

- Ou seja és uma jogadora que adora adicionar mais nomes na sua lista de conquistas!

- Prefiro considerar-me um espirito livre, alguém que sabe o que quer e tem a certeza do que não quer, é muito feliz com as suas conquistas mais ou menos diárias.

- Às vezes gostava de ser assim...

- O que te impede?!

- Sexo sem sentimentos é fazível mas também é muito vazio, uma noite é possível mas mais que isso é perigoso e complica tudo... Não sou pessoa para ter um alguém diferente todas as noites, talvez eu seja iludida mas ainda acredito que sexo com um pouco de sentimentos torna tudo melhor.

- Nesse campo não posso opinar, nunca tive alguém na cama com quem tivesse sentimentos, felizmente ainda não tive esse problema...

- Achas mesmo que os sentimentos são um problema?!

- Estás na música, para vocês ou para os escritores ou para os poetas ou para o actores, os sentimentos são o vosso maior trunfo. Para mim os sentimentos são o ponto que faz a diferença em eu estar 100% focada numa cirurgia ou estar a pensar numa certa pessoa que tem ocupado os meus pensamentos!

- Teria que ser alguém extraordinário para ter essa capacidade... - Solto uma gargalhada e sinto o corpo dela aproximar-se um pouco mais de mim, os olhos azuis estão um pouco mais escuros e sei que tudo nela é luxuria e desejo, será que quero parar isso... - Uma modelo da Victoria Secret talvez?!

- Ou uma certa tímida... - Aquele azul está tão escuro que quase me parecem dois poços negros cheios de desejo, é uma reprodução fiel de tudo o que estou a sentir, ela aproximasse um pouco mais e consigo sentir o perfume suave que usa a invadir-me as narinas. Sinto as pontas dos dedos dela a subirem o meu braço, um arrepio descontrolado preenche o meu corpo demasiado rápido para eu não ter vergonha da minha reacção. Sinto os lábios dela encontrarem o caminho para o meu pescoço, os beijos são leves e quando a sinto respirar não consigo segurar um gemido dengoso. - Queres que pare Lexa?

- Não... Não pares Clarke!

Dei-lhe o sinal de inicio de corrida, os lábios dela nos meus são suaves e controlados, a língua dela dança com a minha de uma forma que todo o meu corpo se sente aquecer de um jeito explosivo. Faço o meu corpo cair e ela logo me segue, as mãos dela encontraram caminho pela bainha da minha camisa, arranha-me levemente a barriga e quando gemo na boca dela sinto que não sou a única que o controlo está a ficar muito curto. Sigo a dica dela e faço as minhas mãos encontrarem o caminho para as costas dela, arranho-a com desejo e quando ouço o gemido que ela não segura o meu pouco controlo desaparece de vez.

- Isso é golpe baixo...

- Vamos para a cama?! O chão não é o lugar mais confortável para continuar-mos... - Começa um chupão no meu pescoço e sei que devia pedir para não me marcar que tenho quase a certeza que tenho algo importante que envolve expor-me ou numa entrevista ou noutra sessão fotográfica mas não consigo pedir e gemo um pouco mais. - Anda Clarke...

Ela olha-me com um beicinho adorável quando eu fujo debaixo dela e me levanto rapidamente sem lhe dar tempo para me agarrar de forma mais apertada e me manter no chão na posição em que estávamos a ter prazer. Sentasse e fica a observar-me, continua com um sorriso arrogante de quem sabe que me tem exactamente onde me queria, mas algo muda quando eu começo a aproximar-me, o sorriso fica carinhoso e o olhar um pouco mais suave quando me vê estender a mão para ela.

- Queres mesmo que te siga para o quarto Lexa?

- Quero Clarke... Tu não queres?!

- Mais que qualquer outra coisa, neste momento, só te quero seguir...

Agarra-me com desejo e vamos aos encontroes para o quarto, ainda mal conheço o apartamento e isso valeu uns quantos palavrões enquanto batíamos nos móveis por onde passávamos, neste momento acredito que ela tem um problema com o meu pescoço porque lá esta a boca dela de novo a explorar a linha do meu pescoço como se fosse a melhor coisa que lhe podia acontecer naquele momento. A minha camisa está aberta, quando foi que ela me abriu a camisa?! Agarro-lhe a camisola e tiro-a, quero sentir a pele dela no meu corpo e assim que conseguimos cair na cama já não sei onde estão as minhas calças. Estamos só com a roupa interior, aproveito que o meu corpo está sobre o dela para lhe beijar a barriga e explorar aqueles seios que me tem feito imagina-la demasiadas vezes. Desvio o soutien e levo o mamilo esquerdo dela para a minha boca, ela fecha os olhos e geme a medida que vou alternando entre chupar e mordiscar, faço a minha mão passar o tecido das cuecas e gemo quando a sinto totalmente pronta para mim. Já tinha saudades de estar assim tão solta de todas as preocupações que tem ocupado a minha cabeça, faço dois dedos entrarem e o gemido dela é a melhor melodia que ouvi nos últimos tempos. Começo um movimento lento de vai e vem, o corpo dela logo segue o meu movimento, os gemidos começam a multiplicar-se tanto que por momentos me questiono se os meus vizinhos vão ouvir alguma coisa.

Levo os dedos para a minha boca, ela está surpreendida com a minha atitude, o sabor dela explode na minha boca e quero mais. Desço a minha boca pela barriga definida dela, passo a minha língua pela virilha dela, solto uma quantidade enorme de beijos para a deixar louca com desejo de algo que lhe quero dar mas que quero que ela me peça. Agarra-me no cabelo em desespero de causa e tenta fazer com que a minha boca vá diretamente ao centro dela, nego-lhe isso e respiro perto para ela sentir a proximidade que conseguiu.

- Estás a deixa-me louca Lexa!

- Diz-me o que queres Clarke...

- Quero a ti, agora mesmo, rápido por favor!

Não preciso que me diga duas vezes, faço a minha língua percorrer toda a sua extensão, o sabor dela é tudo o que quero neste momento. Passeio pelo clitoris antes de avançar e a penetrar com a língua, vou alternando o que faço e em pouco tempo sinto-a vir na minha boca, aquele gemido é das coisas mais gloriosas que ouvi alguma vez na minha vida.

- Estás bem?

- Depois de todo o meu discurso de sexo sem compromisso e ter muitas conquistas sinto-me levemente humilhada por estar a tremer como uma miúda que acabou de sair da puberdade!

- Tens piada Clarke...

- Para alguém que só faz coisas com sentimentos tens uma língua de sonho, acho que agora é a minha vez de te meter a tremer como uma adolescente para equilibrar as coisas...

- Dei cabe do teu ego?! - Não me responde e desaparece do meu campo de visão, sinto a língua dela começar a trabalhar e arranca demasiado rápido um gemido profundo da minha parte por isso neste momento sei exactamente o que ela sentiu. - Oh merda... Fodasse... Clarke!

Sinto o meu corpo todo suado, olho para o relógio que tenho na mesinha de cabeceira e reparo que já passa das 4h da manhã e ainda me sinto demasiado acordada, aquela loira ocupa metade da minha cama cama e não consigo parar de pensar que acabei de cometer um erro enorme. Eu não fodo por foder, eu nunca fiz uma coisa destas! Sou tão idiota...

***

- Bolas... - O meu estado é claramente deplorável depois de me recordar da noite que passei com a Clarke, estico o meu corpo e sinto a minha coluna estalar. - Preciso de um banho gelado para não me sentir tão adolescente perdida nas hormonas descontroladas, só falta ter borbulhas para me sentir novamente com catorze anos!