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História E se for amor? - Domingo ensolarado


Escrita por: HeyBiaaa_

Notas do Autor


Chegamos no 50 hem pessoal. E pensar que ao criar essa fic, eu pensava em terminá-la com — no máximo — 25 capítulos.

Capítulo 50 - Domingo ensolarado


Fanfic / Fanfiction E se for amor? - Domingo ensolarado

A primeira semana estava sendo normal. Normal demais. Chegava a ser incômodo. O mês de Junho havia chegado, e com ele os prenúncios do calor do verão. Os dias, embora lindos e ensolarados não estavam tendo tanta graça sem Hanji. Farlan e Isabel, notando o comum, porém preocupante silêncio do amigo, decidiram montar um plano para animá-lo. Ambos estranhavam o fato de Levi estar escondendo tudo o que pensava, embora ele sempre agisse assim. Havia um fato: Levi era o cara mais resmungão, silencioso e perfeccionista do mundo, mas nunca perdia a chance de xingar alguém por sua incompetência, por exemplo. Mas dessa vez, nem isso ele fazia. "Sabe Farlan, eu acho aquela Hanji uma exagerada, mas admito que a convivência dela com o maninho havia o deixado bem mais leve, flexível e até mais bem-humorado", comentou Isabel, após sair do trabalho e partir para o apartamento de Farlan. Pizza a esperava por lá.

  — Aliás, Farlan... Por que você não namora a Liza? — perguntou Isabel em tom descontraído. Sua boca estava suja de molho de pizza e ela não tirava os olhos do outro pedaço. Farlan quase se engasgou com a pergunta da garota.

  — Pare de fazer perguntas idiotas! Vocês adolescentes não sabem ficar quietos?

  — Por que está falando igual ao Levi? Eu só quero saber... já que Liza não se deu bem com ele, talvez com você dê certo. Sei que vocês estão saindo juntos ultimamente.

  — Isso não tem nada a ver. Nós sempre saímos juntos!

  — Mas antes vocês dois me convidavam, e agora começaram a passear por aí sozinhos e sem me consultar.

  — Há conversas que precisam ficar entre adultos, Isabel!

  — Mas eu sou uma adulta, ora bolas!

  — Você acabou de completar dezoito anos. Cale a boca.

  — Mas...

  — Quieta!

  Isabel fez bico e desceu o refrigerante de goela abaixo. Farlan ficou pensativo por alguns minutos até soltar um. "Vamos todos pra praia".

 

Sábado, 11 de Junho de 2013

 

  Os pesadelos de Levi estavam voltando à tona e escancarando suas memórias. Sonhava com Kuchel, e dessa vez já conseguia enxergar perfeitamente seu rosto; sonhava com Kelly e com as histórias que a mesma contava antes dele dormir. Porém, quando Kenny Ackerman surgia nos sonhos, Levi sempre acordava de sobressalto.

  Noite após noite, suas olheiras estavam ficando cada vez mais evidentes, e nem o calor do verão fazia Levi perder o tom pálido de sua pele. Elizabeth, sua assistente, como sempre se preocupou. Levi estava se exaurindo de tanto trabalhar, e suas enxaquecas se tornavam cada vez mais constantes.

  — Chefe, pode ir pra casa, pois acho que não é necessário adiantar as revisões de quarta-feira. Amanhã ainda é domingo e eu peço que o senhor durma bastante e faça uma caminhada ao ar livre. Nós dois sabemos que o tempo está ótimo e o senhor precisa pegar uma corzinha — alertou Elizabeth.

  — Não me venha com seus apelos. Não estou afim de debater com você. Aliás está quente demais lá fora.

  — Ora ora, está com medo de derreter? Então alguém aqui é feito de vela?

  Levi a olhou sério, sem achar graça. Ela suavizou o sorriso e o encarou por mais alguns segundos; logo empurrou a cadeira de Levi para o lado, tomando o espaço. Ela agarrou o mouse, salvou todas as edições e desligou o computador de seu chefe, fazendo com que o mesmo desejasse mata-la.

  Levi ficou parado, olhando para a tela negra do computador. Os olhos estavam um tanto pertubados e arregalados. Levi quase agarrou seu precioso grampeador e o tacou na testa de sua assistente, mas estava petrificado demais para agir.

  — Não me olhe assim... eu só quero o seu bem, e até salvei tudo antes de desligar.

  — Oh, nada mal. Como você é cuidadosa — ironizou Levi.

  — Mudando de assunto, Farlan e Isabel estão combinando de irmos à praia amanhã.

 — Você odeia praias, então não me diga que concordou com eles — ele semicerrou os olhos, se levantou e saiu do escritório. Elizabeth o seguiu, trancando a porta destrás de si. 

  — Eu odeio nadar. É diferente. Por exemplo, eu gosto de observar o horizonte e sentir a brisa.

  — Você e sua híper sensibilidade. Não me venha com esse papo.

  — Não seja tão duro.

  — E não seja tão sonhadora.

  Minutos após, já fora da Editora, ambos cruzaram os braços e partiram em direções opostas. Levi decidiu voltar pra casa à pé. O dia realmente não estava nada mal. Por ser fim de tarde, o calor excessivo já havia dado uma trégua e estava suportável. Ele até mesmo pensou em aceitar a proposta dos amigos, então passou  na padaria, comprou um baguete, queijo e algumas frutas para dividir com eles na manhã seguinte. Estava começando a se animar, até porque refletiu sobre o assunto e pensou que Hanji adoraria vê-lo se divertir. Ele precisaria ter novidades para contar a ela quando esta voltasse. Praia, quem sabe não fosse má ideia...

 

 

  No dia seguinte, domingo, Levi acordou, fez trinta e cinco flexões, tomou chá, leu o jornal do dia e tomou banho. Tudo isso antes das 7 da manhã. Neste momento, ele escuta alguém bater insistentemente na porta. Ele até já sabia quem era, somente pela batida ritmada. Era Isabel.

  — Irmãozão! — ela salta nele e abraça seu pescoço.

  Levi bagunça os cabelos dela e a empurra para o lado quando a mesma tenta beijar sua bochecha.

  — Ei Isabel, o que está fazendo aqui tão cedo? 

  — Praia!!

  — Não vou.

  — Mas...

  — Não.

  — Vai sim. A Liza e o Farlan já estão lá embaixo no carro, te esperando.

  — Oh, é mesmo? Então volte lá e despache eles para longe.

  — Estamos todos sem grana... então por favor irmãozão. Pegue um óculos escuro, um protetor solar, roupa de banho e... e sua carteira — insistiu ela, enfântizando a ultima palavra. 

  Para Levi, era óbvio o que estava acontecendo ali. Farlan, cara de pau e estrategista, havia esquecido a carteira de propósito — ou fingido esquecer. Tudo isso para que o caridoso Levi cedesse à chantagem.

  — Sou eu quem estou pedindo, por favor... — Isabel expressou aquela feição de cachorrinho perdido, fazendo Levi perder os prumos. Elizabeth era imbatível e nunca cedia as pressões da garota; Farlan também não cedia, mas Levi, apesar de ser o homem mais ranzinza do planeta, era o responsável por bancar o papel de irmão mais velho dessa pirralha.

  — Por favor! — choramingou Isabel.

  — Tsc. Me espere aqui fora e não ouse entrar com esses sapatos podres.

  Isabel sorriu e se sentou no chão do corredor, segurando os próprios joelhos. Dez minutos depois, Levi sai com uma mochila nas costas e o óculos escuro já no rosto. Vestia uma calça jenas e uma camisa listrada em tons de azul.

  — Vamos logo. — ordenou ele, com aquela expressão de mandão.

 

  Entraram no carro e Farlan dá partida. Estavam a caminho de Cannes, costa Sul da França. 

  Chegaram em menos de duas horas, e claro, a praia estava lotada. Custou-se a achar um local com espaço para se sentar sob o guarda-sol. Era isso o que mais irritava Levi nas praias. Como um lugar lodado como aquele poderia receber fama de "lazer divertido para relaxar com a família e amigos"? Aquilo era um verdadeiro inferno.

  — Levi, o protetor solar — disse Elizabeth, voltanto em seguida o olhar para Isabel, que reclamava da fome que sentia.

  — Não precisa avisar, eu já sei — resmungou ele.

  — Vou comprar sorvete. Que sabor vocês preferem?

  — Morango! — grita Isabel.

  — Pra mim pode ser qualquer um. Mas eu ficaria feliz com um de chocolate — diz Elizabeth.

  Os três observam Levi, que acabou de tirar a camisa e estava distraído passando protetor solar nos braços. Ele odeia essa coisa. Sempre diz isso à Hanji, mas ela também insiste que ele precisa usar mais do que as outras pessoas.

  — E você Levi? — pergunta seu amigo.

  — O que tem eu?

  — Qual o sabor?

  — Quê?

  — Vou comprar sorvete, cara.

  — Ah... pistache.

  — Argh — murmura Isabel.

  Farlan demorou a voltar por estar distraído conversando com uma ruiva grega chamada Petra. Conversavam como se já se conhececem à decadas. Ele lhe pagou um drink gelado e se despediu, deixando o número de seu telefone. A jovem estava na França à passeio.

  Ao voltar, encontrou a cara de feia dos três. Levi logo esboçou um tédio mortal e de deitou na toalha, com os olhos fechados, escondendo-se por detrás dos óculos escuros. Pretendia cochilar, se não houvesse sentido uma pá de areia cobrir suas pernas. Era Isabel, tentando brincar de enterra-lo.

  — Não seja burra.

  — Mas irmãozão, isso é divertido, sério.

  — Não!

  Isabel abaixou a cabeça e pegou seu sorvete das mãos de Farlan, que sorriu.

  — Sua manorada ficaria feliz em saber que você está se divertindo com seus amigos — diz Elizabeth. Ô mulher complicada, parecia estar sempre lendo as situações e a mente das pessoas — Se quiser de divertir, não há nada que te impeça. Aliás eu soube que ela adora ouvir e ler suas histórias. Ser coberto até o pescoço de areia por uma jovenzinha não é algo que ponha em risco sua vida.

  Liza o acertou como um alfinete e Levi cedeu. Pegou seu sorvete e se sentou, esticando as pernas. Ao fitar Isabel, contribuiu para que a mesma entendesse seu sinal de permissão.

  Ela correu até a água, encheu um pequeno baldinho e voltou. Começou a cobrir as pernas de Levi, enquanto o mesmo se distraía tomando sorvete e observando o horizonte. 

  Horizonte... Talvez Elizabeth não seja a única a sonhar...

  Depois de tomar todo o pistache, percebeu-se coberto de areia. Tempos após, deitado, ele se encontrava coberto até o pescoço. A areia estava fria e até que era uma sensação agradável. Mas somente a ideia de ficar completamente sujo depois disso já lhe causava comichões por todo o corpo.

Farlan não parava de fotografá-lo, até que Liza sussurrou algo no ouvido do mesmo. "Eu queria tanto que ele sorrisse. Nem me lembro da ultima vez que o vi mostrar os dentes". Ele entendeu a mensagem e percebeu que a cabeça e os pés de Levi foram as únicas partes a ficarem descobertas. Isso só podia significar uma coisa...

  Entregou o celular à Liza e pediu que ela fotografasse as próximas cenas. Farlan se abaixou e sentou-se na areia, próximo as pés de seu amigo. Logo começou a fazer cócegas nos pés de Levi. Mas uma surpresa. Levi apenas levantou a sobrancelha. Só isso. 

  "Nossa que sem graça!" gritou Isabel, emburrada. Foi a vez de Elizabeth se aproximar e devolver o celular à Farlan. Ela catucou os pés de Levi no exato ponto onde sabia que lhe atingiria. 

  Levi se contorceu e começou a gargalhar alto, sem conseguir se controlar. Por pouco não engoliu areia. Foi uma cena engraçada, no mínimo, e Farlan estava filmando. Não era foto... era vídeo. 

  — Isso! Vou mostrar esse video para aquela grega maluca — brincou Farlan, se referindo à Hanji.

  Ao conseguir de desprender da areia, Levi se ergue se súbito e recupera a postura, olhando feio para os amigos, que não conseguiam parar de rir. Mais tarde, Levi olharia o próprio reflexo na janela e pensaria com certo pesar: "Que merda. Deve ser terrível morrer torturado por cócegas". Mas ao menos ele havia se divertido — mesmo que de maneira forçada.

 

 

  Estava sendo um domingo agradável para todos, embora Levi, até mesmo na praia, continuasse se sentindo observado. Era esquisito, e aquilo podia estar se tornando uma paranóia grave.

  Uma triste e vil paranoia.

 

 

 

 

 

 

  Ou não.



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