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História E Se Fosse Verdade (ADAPTAÇÃO) - Voltando A Viver...


Escrita por: Ka-S

Capítulo 11 - Voltando A Viver...


Faz um mês que eu saí do hospital, nossa difícil acreditar que eu fiquei em coma por tanto tempo, imaginar que meus pais iriam desligar os aparelhos me deixou chateada, mas eu não posso culpa-los, eu mesma sempre fui a favor de não manter uma pessoa viva somente por causa dos aparelhos, mas quando uma coisa acontece com você é o suficiente pra te fazer mudar de ideia, sempre achei que as pessoas que ficam em coma por muito tempo, poderiam estar sofrendo e nada mais justo que a família autorizar que os equipamentos sejam desligados, mas hoje percebo o quanto esse pensamento é egoísta, não é porque somos médicos que sabemos de tudo, às vezes o paciente só está tentando nos dizer que precisa apenas de mais uma chance de continuar vivendo.

Imaginar que eu poderia nunca mais ver minha família e amigos, ou nunca mais poder admirar a natureza, me dá um aperto no peito, ainda estou de licença e não voltei ao trabalho, mas mesmo depois que eu voltar, eu não vou dedicar a minha vida somente ao hospital, eu sei que os pacientes precisam de mim, mas eu também preciso de mim, preciso aproveitar essa nova chance que a vida me deu, então eu vou viver enquanto ainda posso.

Mesmo com toda a felicidade que estou sentindo por continuar respirando, eu sinto um vazio no coração, parece que falta alguma coisa na minha vida, mas ainda não consegui descobrir o que é, ando pelas ruas como se eu já estivesse passado por lugares dos quais eu nunca estive antes.

Depois de passar alguns horas da manhã no parque da cidade, resolvi dar uma passada no meu apartamento. Quando saí do hospital meus pais insistiram pra que eu ficasse um tempo na casa deles, eu vi o quanto eles estavam se sentindo culpados por terem autorizado que os equipamentos fosse desligados, e eu também queria passar mais tempo com eles e com Sofi, além disso minha mãe disse que tinha alugado meu apartamento pra uma mulher, e eu confesso que estou preocupada de encontrar minha casa toda destruída, vai saber o tipo de pessoa que estava na minha casa.

A corretora avisou que a mulher sairia de lá essa semana, acho que já deu tempo dela sair.

Dei uma última olhada na bela paisagem a minha frente e peguei um táxi, já que com o acidente meu carro partiu dessa pra melhor.

O taxista parou no farol vermelho em frente a uma loja esquisita, e meio obscura, algo naquela loja chamou minha atenção.

Dei um sorriso amarelo quando uma mulher morena com um livro estranho na mão riu pra mim e fez sinal de positivo com a mão.

— Moça vai descer?— O motorista perguntou o taxista, fiquei tanto tempo olhando pro meu prédio que nem percebi que ainda estava dentro do táxi. — Tirei do bolso uma nota de 30 dólares, saí do táxi sem nem esperar pelo troco.

Dei uma boa olhada no bairro, e fiquei feliz em ver que continua do mesmo jeito.

— Senhorita Camila!— Falou o homem de meia idade com uma expressão de surpresa estampada no rosto.

— Jeremy.— Dei a volta no balcão da sua recepção e dei um abraço apertado no porteiro.

— Criança como é bom ver você.— O homem falou com todo carinho.— Como você está menina?

— Também é bom te ver Jeremy.— Separei nosso abraço e segurei suas mãos.— Estou ótima e você também me parece bem.

— Vai voltar morar aqui?

— É o que eu mais quero. Hum... Você sabe me dizer se a moradora temporária deixou a chave aqui?

— Ah, espere aqui.— Ele se afastou e pegou um molho de chaves que estava pendurado no chaveiro.— Uma moça muito simpática, mas com um olhar triste deixou elas aqui ontem de manhã.

— Obrigada Jeremy. Bom, agora vou subir pra dar uma olhada no estado em que a deixou meu apartamento.— Ele deu um beijo na minha testa e eu subi os lances de escada até meu apartamento.— Pelo menos a porta está do mesmo jeito que eu.— Falei pra mim mesma. Entrei no meu apartamento e me surpreendi ao ver que estava na mais perfeita ordem, dei uma olhada na cozinha, nos quartos e no banheiro.— Bom, por aqui também está tudo em ordem.— Agradeci mentalmente por uma pessoa organizada ter ficado na minha casa, segui pro único lugar que faltava, e meu lugar favorito no mundo.

Subi a escada pro terraço meu queixo caiu ao ver um jardim com flores lindas. Como isso aconteceu? — Nossa...— Podia sentir meus olhos brilhando, está exatamente como eu queria, na verdade está muito melhor, preciso agradecer quem é que seja que tenha feito isso.

— Oi...— Ouvi uma voz atrás de mim. Me virei e me deparei com a mulher do hospital, depois que ele foi embora, ninguém mais tocou no assunto, só falaram que os aparelhos não tinham sido desligados por causa dela, naquele dia não tive tempo de ver o quanto ela é linda, essa jaqueta com coturnos dava um ar de bad girl.— Desculpe não queria incomodar, pensei que não tivesse ninguém.— Vendo ela ali, senti uma estranha sensação de preenchimento.

— Como entrou aqui?— Perguntei desconfiada.

— A chave extra debaixo do extintor.— Mostrou a chave.

— E o que veio fazer aqui?

— Esqueci de pegar uma coisa.

— Era você que estava morando aqui?— Ela assentiu.

— Não se preocupe já estou indo embora...— Ela me dei uma última olhando intensa. — Adeus Camz.— Esse apelido me pareceu tão familiar, tentei puxar na memória de onde eu já tinha escutado ele, mas não veio nada.

— Lauren né? — Ela parou e se virou pra mim.— A chave extra.— Ela voltou a se aproximar e estendeu a chave.— Nossos olhares se encontraram com uma intensidade tão forte, que eu me senti ligada a ela de alguma forma, analisei todo seu rosto enquanto ela me olhando de uma forma que eu não pude decifrar o que seus olhos estavam dizendo.

— Da onde eu te conheço?— Perguntei confusa, e eu não estava falando da cena do hospital, tenho a impressão que a conhecia antes disso.

— Dos seus sonhos talvez.— Ela olhou pra chave em sua mão que estava estendida, estendi a minha mão e fiquei aguardando ela me entregar a chave, nossos olhos permaneciam ligados um no outro, senti o frio percorrer meu corpo, quando sua mão tocou a minha, fui invadida com cenas.


EU SÓ QUERIA OUTRA CHANCE...

PODEMOS IR PRA QUALQUER LUGAR DO MUNDO...

EU QUERO FAZER UMA COISA...

EU ACORDARIA SE VOCÊ PUDESSE ME TOCAR DE VERDADE...

EU TE AMO CAMILA...


— Lauren! Você conseguiu...— Meus olhos marejaram, olhei meu corpo, olhei pra Lauren e uma lágrima solitária escorrer pelo meu rosto.— Lauren você conseguiu.— Ela tocou meu rosto, fui pega de surpresa quando seus lábios tocaram os meus em um beijo puro e emocionado, era apenas um selinho mas cheio de sentimentos.— Separei nossos lábios e envolvi seu rosto com as minhas mãos.

— Eu também te amo Lauren.



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