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História E se...- John Wick - O estranho na chuva


Escrita por: ArianyCollins19

Notas do Autor


Por ser uma fanfic já é de se esperar que não vai ser igual aos filmes, eu mudei e vou mudar bastante algumas coisas ok? A ordem cronológica aqui não vai ser a mesma dos filmes, e eu tbm coloquei algumas coisas de minha criação no meio😅
Boa leitura 💙

Capítulo 1 - O estranho na chuva


Fanfic / Fanfiction E se...- John Wick - O estranho na chuva

"Até a próxima John..." 

As lembranças dos últimos dias ecoavam em sua cabeça enquanto ele mancava pela escura e vazia rua, a grossa chuva levando seu sangue derramado por seu novo inimigo. 

A partir daquele momento, John Wick teve a certeza de que sua vida nunca mais voltaria ao que era, ele sabia, mas uma parte de si, se apegava a esperança de que tudo ficaria bem, de que havia colocado um ponto final naquela história, afinal, o que somos nós sem esperança não é?


 ... 


Inevitável, seu corpo cedeu ao asfalto... 

A dor em seu corpo era entorpecida pelo frio da chuva que caía em sua pele, ao seu lado um Pitbull choramingava sentindo sua dor por ele. 

"Anda John, vamos para casa." 

John se obrigava a prosseguir, mas parecia impossível, era como se fosse congelar a qualquer momento. Não sabia a quanto tempo estava ali, se arrastando no asfalto pela vida, só sentiu quando seu corpo desistiu e cedeu de vez. 

Não era tão ruim, tentou se convencer, sua esposa estava morta, o cachorro que ganhara dela como seu último presente, morto e o responsável por isso também. 

John Wick não tinha nada que o prendia ali, exceto a dor, ele queria viver para se lembrar dela, Helen, o amor de sua vida, sentir a melancolia que era cada dia sem ela, como se, ao morrer, não haveria ninguém mais para se lembrar de sua amada e do quanto ela era boa demais para aquele mundo, mas este não é um sentimento bom, não é saudável, pensou ele fechando os olhos e deixando que a chuva levasse seus pensamentos. 

Não era tão ruim. 

________________________________________________________🌹


- Woman 

(Mulher) 

Let me be your Woman 

(Deixe me ser sua mulher) 

Woman, Woman, Woman 

(Mulher, mulher, mulher) 

I can be your Woman

(Eu posso ser sua mulher) 

Woman, Woman, Woman 

(Mulher, mulher, mulher) 

I know what you need 

(Eu sei do que você precisa) 


Cantava ela completamente desafinada ao volante de seu Jeep Renegade preto, não poderia estar mais feliz, no dia seguinte seria véspera de Natal e embora não tivesse com quem comemorar, era um alívio saber que não precisaria ir trabalhar. 

Poderia passar o dia só de blusão e calcinha, sentada em frente a Tv, maratonando quantas séries quisesse no catálogo da Netflix, devorar um pote de sorvete de flocos sem ninguém para encher o saco, escutar todas as músicas do álbum Lemonade da Beyoncé sem ter que ouvir seus vizinhos cristãos (que estavam viajando) reclamarem e lhe passarem um sermão sobre como suas músicas "mundanas" à levariam para o inferno... 

"Se Beyoncé for para o inferno, podem mudar o nome daquele lugar para paraíso", dizia ela debochada. 

Não é que não acreditasse em algo, pelo contrário, fôra por acreditar em Deus e em sua misericórdia divina e amor incondicional, que Isabella Olsson parou o carro, entrando instantâneamente num dilema interno. 

Havia um homem ali, ou o cadáver de um. Se não estava morto, estava gravemente ferido, precisando de ajuda. 

"Ou está bêbado e vai te estuprar", gritou seu lado logico. 

Mas ele não parecia ter forças nem para se manter de pé, quem dirá ataca-la. 

Ela então se lembrou dos programas policiais que assistia na HBO. Os ladrões sempre faziam isso, colocavam uma distração na estrada para forçar os motoristas a parar, assim que ô faziam, eles apareciam do meio do mato e levavam tudo, poderiam levar até a vítima e roubar seus órgãos... 

Ao pensar nisso, um leve tremor subiu a espinha da loira;

Seguir os ensinamentos de Deus sobre amar, perdoar e ajudar o próximo, ou a lógica e medo criados pelos inúmeros programas de Tv e seu pai, que apesar de tudo, sempre lhe ensinaram a não confiar e/ou ajudar estranhos? 

"Jesus foi morto por sua piedade", pensou ela, mas não conseguia, não dormiria em paz se deixasse aquele homem morrer daquela forma, e se já estivesse morto, poderia ao menos chamar a polícia para levar o cadáver do pobre coitado. 

Bella ainda pensava no que fazer quando o viu, havia um cachorro ali, sentado aos pés do homem; 

- Ai meu Deus!- Exclamou ela já abrindo a porta e descendo em meio ao temporal.- Pobrezinho!- Sussurrou ela se aproximando e acariciando o animal que apenas choramingava olhando seu dono. 

A loira, percebendo sua dor, se aproximou com cautela; 

Era um homem alto, pálido, cerca de uns 36 anos, de cabelos longos e negros, seu rosto de traços fortes exibia cortes e hematomas profundos 

"Será que ele foi assaltado ou agredido por algum bandido?", Pensava ela enquanto se ajoelhava ao seu lado, esticando dois dedos em direção ao seu pescoço afim de ver se ainda estava vivo. 

Assim que seus dedos tocaram a pele do homem, o mesmo começou a tossir como se tivesse se engasgando com a água, tal gesto fez com que a jovem pulasse para trás com um gritinho que a chuva abafou. 

"Bom, morto não está." 

- EI! SENHOR! ESTÁ ME OUVINDO?- Gritou ela, mas o homem nada disse, apenas tremia de tanto frio.- Ok...- Murmurou ela olhando ao redor, não havia mais ninguém ali. 

" Se eu morrer, pelo menos vou para o céu por ajudar alguém... Espero que Freddie Mercury esteja lá"

- LEVANTE A MÃO SE PODE ME OUVIR... POR FAVOR- Implorou ela, lentamente, vendo a mão direita do homem se erguer.- Graças a Deus. 

Bella respirou aliviada, já se aproximando;

- ME ESCUTA, EU VOU AJUDA-LO, TÁ BOM? PODE ANDAR? 

O moreno tentou se erguer, vendo sua dificuldade, Isabella, com uma mão, segurou seu braço o colocando sobre seus ombros e a outra passou ao redor de sua cintura, enquanto ia em direção ao carro. 

Com certa dificuldade, ela abriu a porta e o ajudou a se sentar, reclinando o banco para que ficasse mais confortável, o estranho, ela notou, parecia ter um corte profundo na lateral da barriga. 

Em seguida, abriu a porta traseira para que o cachorro também entrasse. 

- Ok... Tá tudo bem- Tentou se convencer ela enquanto dava a volta no carro. 


-Fique tranquilo- Começou ela assim que se sentou ao volante- Eu vou te levar para o hospital.- Informou já ligando o carro. 

- Não- Sussurrou John com as forças que tinha, fazendo a mulher ao seu lado tremer assustada com sua reação. 

Mas não poderia ir a um hospital, seria perigoso demais, fora que, Wick nunca foi muito fã deles.

- Não?... Tudo bem. Você quer ir a delegacia prestar queixa? Quem fez isso com você?

Ele faz que não, analisando pela primeira vez a mulher diante de si.  

Era jovem, pouco mais de vinte anos, cabelos loiros, soltos e molhados, rosto fino, corpo pequeno, olhos claros... 

Por fim, ele faz que não com a cabeca. 

- Mas você está muito machucado! Precisa de ajuda! 

- Foi só uma briga de bar... Eu comecei- Mentiu ele, e, embora a mulher parecesse não acreditar, não insistiu. 

Para aquele homem estar mentindo, ele deveria ter feito algo muito ruim; 

- Tudo bem, então me passa seu endereço ou o endereço de algum amigo, eu te deixo lá- Pediu ela já pegando o celular do suporte, fôra quando uma música estranhamente animada começou a tocar- Droga! Desculpe por isso... 

John a observou clicar na tela do aparelho com a mão trêmula, abrindo no GPS; 

Para onde ele iria? Não poderia levar uma estranha para dentro de sua casa, fora o risco de ainda ter algum homem de Viggo cercando o lugar, o hotel, não parecia uma boa opção naquele momento. John queria se livrar de seu maldito passado de vez e voltar lá não ajudaria em nada.

Onde ele poderia ficar em segurança? 

Foi então que se lembrou;

Tinha uma casa de campo a qual passava as férias com a esposa, um pouco afastado da cidade.

Assim que ele passou o endereço, Bella tratou de dirigir, não era muito boa nisso e com o nervosismo então... Coisa que não passou despercebida pelos olhos atentos de Jonathan no banco do carona. 


(...) 


- Adoro animais, você tem um cachorro muito bonito. Qual o nome dele?- Pergunta Isabella tentando puxar assunto.

Estava dirigindo a quase uma hora ao lado do homem misterioso, que não dissera uma palavra o caminho todo. 

Ao olhar para ele, o mesmo parecia distraído fitando a chuva ao lado de fora, e ela preferiu então se calar. 

John apenas pensava no que faria... Queria voltar a vida de antes, ser alguém normal, e embora planejasse fazer isso, uma voz irritante no fundo de sua cabeça lhe dizia que isso era se iludir demais. 

"Quem entra nessa vida, nunca sai!", Lhe disse Viggo certa vez, e embora não quisesse acreditar, John sabia que era a verdade. 

Ele tentou e por um tempo até deu certo, mas então o destino ô colocou nesse caminho novamente... Será que valia a pena tentar mais uma vez? Quanto tempo de paz teria dessa vez? Estava disposto a descobrir ou desistiria de vez... 

Hahaha! Você nunca foi homem de abrir mão das coisas Jonathan, não é agora que vai começar, não é? Não... 

___________________________________________________________ 🌹 


Isabella Olsson entrou em uma ruazinha de terra, sentindo seus batimentos cardíacos acelerarem gradativamente. 

Estava bem longe do centro de New York aquela altura. 

...


- Chegamos!- Anuncia ela nervosa, parando diante de uma bela e grande casa de campo, com vista para o lago. 

O moreno apenas abriu a porta do carro, tentando se levantar. 

- Eu te ajudo- Disse ela descendo e indo a seu encontro, sendo seguida pelo Pitbull de pelo escuro. 

Subiram com dificuldades os degraus da entrada, ele era anormalmente grande comparado com os seus  1,60. 


- Está trancada- Anuncia ela forçando a maçaneta com a mão livre. 

- Nas plantas...- Ofega ele se apoiando no batente enquanto a loira procura nos baldes de flores mortas da entrada. 

- Achei!- Bella destrancou a porta e o ajudou a entrar. 

Enquanto a mais nova olhava ao redor encantada com a beleza daquele lugar, o homem apenas mancou em direção a sala de estar noutro cômodo

"Seja quem for, ele tem muito dinheiro", pensou ela, se ajoelhando em frente a lareira, a acendendo. 

Estava frio, ele ferido e molhado daquele jeito precisava se aquecer. 

A loira atiçava o fogo distraída, quando ouviu...

Aquele click, aquele maldito click que ouviu por toda a sua infância e parte da juventude, o click que suas próprias mãos já fizeram várias vezes... Ao olhar em direção ao corredor, encontrou o homem a poucos metros de si, uma 9mm apontada para seu peito. 

- Eu...- Começou ela se levantando. 

 - Mãos para cima!- Ordena ele, a voz mais firme do que antes. 

Com uma mão John segurava a arma enquanto a outra pressionava com força o machucado em sua barriga.

- Por favor- Implora a mulher já com lágrimas nos olhos. 

Ele viu quando ela, lentamente, levou a mão ao bolso traseiro de seu jeans; 

- Parada!

- Tome- Diz ela arremessando sua carteira em direção a ele- É tudo o que eu tenho, não é muito mas... Por favor... Nao me machuca- Suplicou ela ja caindo no choro, se odiando por ter ajudado aquele homem. 

"Parabéns Isabella, foi ser piedosa e agora vai morrer. Parabéns para você garota burra!" 

Ainda com a arma apontada, o homem se aproximou; 

- Me deixe revistar você?- Pediu ele lhe encarando. 

Seus olhos eram negros e vazios como a noite. 

Aparentemente sem muita escolha, ela apenas baixa a cabeça fazendo que sim.

Enquanto o estranho deslizava a mão por seu corpo, a loira pensou em atacá-lo, estava ferido, poderia muito bem lhe dar um chute entre as pernas e correr dali, jurando a si mesma nunca mais ajudar ninguém... Mas estava paralisada, embora ele não tocasse em seu corpo de maneira desrespeitosa (se é que aquilo era respeitoso), ela não conseguia se mexer, aquele simples gesto lhe dava gatilhos antigos dos quais não havia superado.


As roupas da mulher estavam ensopadas e ela tremia, mais de medo do que de frio. Estava limpa, pensou ele, mas assim que alcançou seu tornozelo direito... 

Ele puxa sua calça e sua meia, revelando uma faca muito bem afiada; 

Seus olhos se cruzam, os dele inexpressivos e indiferentes. 

-E-Eu sou uma mulher de 23 anos, solteira e que trabalha até a noite como garçonete... Eu preciso disso- Ele faz que sim, a colocando no lugar- E mesmo assim, olha onde estou- Sussurrou Bella sentindo as lágrimas aquecerem sua pele.

O homem se levanta com dificuldades; 

- Me desculpe- Pede ele- Não quero e não vou machucar você, fique tranquila. 

Bella seca as lágrimas e encara o homem confusa , se demorando na arma em sua mão.

- Você é policial? 

Ele nada diz, apenas pega e abre sua carteira, pegando sua identidade.

- Obrigado por me ajudar Isabella Olsson- Agradece ele lhe devolvendo o objeto sem pegar nada. - Você pode ir. - O mais velho aponta para a saída com um meio sorriso, tornando seu rosto menos assustador. 

- Você não vai atirar em mim pelas costas né?- Pergunta hesitante . 

"Como se ele fosse dizer, se fosse", ralha ela diante de sua burrice. 

- Não- John solta uma risada nasal, segurando o machucado fazendo uma cara de dor diante do gesto. 

- Você precisa de ajuda com isso? Tem certeza de que não quer ir ao Médico?

- Eu vou ficar bem, obrigado- Sem mais, ela lhe dá as costas, seguindo para longe dali. 


Naquela madrugada, após cuidar de seus machucados, John Wick se sentou em sua poltrona com um copo de uísque... Não conseguia parar de pensar naquela garota e em como fôra estranho ela cruzar seu caminho daquela forma, e em como parecia inocente e gentil demais para ser verdade. 

Parecia um anjo... Seu anjo da guarda, que lhe salvou da morte naquela noite fria.


                                                             ... 🌹


Notas Finais


Espero que tenham gostado👉😅👈.
Tentarei atualizar uma vez na semana. 💙


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