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História E se seu nome fosse Acaso? - O pior dia


Escrita por: saturnbarrell

Notas do Autor


esse capítulo me fez chorar um pouco, confesso </3

espero que gostem, boa leitura :]

Capítulo 29 - O pior dia


Fanfic / Fanfiction E se seu nome fosse Acaso? - O pior dia

8 de maio 2018

O dia estava uma porcaria.

Tudo parecia uma conspiração do demônio pra me fazer jogar tudo para o alto e só me esconder entre minhas cobertas.

Duas secretárias pediram demissão pela manhã - motivo oculto -, Henry havia ficado doente e nem para a escola foi, meu pai e Mary brigaram feito malucos pela manhã e Regina não me dá notícias há dois dias.

Meu corpo parecia parcialmente congelado, já que tudo que eu conseguia fazer era olhar para a parede branca do meu escritório, tentando controlar o movimento do meu diafragma desregulado.

Duas batidas fracas são ouvidas, e uns cinco segundos depois viro meu pescoço, encontrando a mulher de olhos castanhos e cabelos loiros e lisos me sorrindo cordialmente.

-Senhorita Swan, os candidatos para a vaga de recepcionista acabaram de chegar. A senhorita poderá atendê-las agora? -Ela questiona, segurando sua prancheta contra o peito.

Tentando me recuperar, pigarreio e ponho meu óculos de grau - que odeio, aliás.

-Claro, senhorita Adams. Mande-as entrar. Ah, por favor, cancele todas as minhas reuniões do dia de hoje. Não estou com cabeça nenhuma para isso, remarque para amanhã.

-Sim, senhora.

Levanto da cadeira, derramando uma quantidade boa de café em minha xícara amarela. Não consegui pregar os olhos nessa última noite, meu corpo parecia desligado ainda, assim como minha mente.

-Com licença. -Uma morena põe sua cabeça para dentro da minha sala, com os olhos meio arregalados ao fitar minhas janelas de vidro.

-Pode entrar! Sente-se, por favor. -A mulher faz o que eu mando, sentando em minha frente. Saco a ficha que a sra. Adams havia me entregado hoje bem cedo, lendo as informações em letras garrafais. -Ruby Lucas, vinte e seis anos...-Leio em voz alta, sob o olhar acanhado da outra. -Aqui diz que você já trabalhou em grandes empresas, senhorita Lucas. Como nunca ouvi sobre a senhorita antes? -Cruzo minhas mãos em cima da mesa.

-Não aparecia tanto em eventos importantes nem nada do tipo, eu era mais do tipo reserva e que ajudava no backstage.

Ela ri e eu afirmo.

-Entendo. Bom, espero que a senhorita Adams já tenha lhe informado como as coisas funcionarão e tudo de mais importante que a senhorita deverá fazer para mim. Não tolero incompetência. -Vejo quando ela engole a seco, afirmando rapidamente com a cabeça.

-Sim, sim! Ela já me disse tudo.

-Ótimo. Por hoje, é isso. Vou examinar os outros candidatos e ligo para você, qualquer coisa. -Levantamos juntas, trocando um aperto ameno de mãos. -Tenha um bom dia.

-A senhorita também. Muito obrigada.

A morena de mechas vermelhas fecha a minha porta em um clique surdo, fazendo-me cair de costas na cadeira marrom. Só queria aceitar qualquer uma e acabar logo com aquele tormento.

(...)

-Como ele está, Dolly? -Questiono, ao entrar no quarto do pequeno e vê-lo deitado em sua cama sob o olhar preocupado de Dolores.

As entrevistas demoraram muito mais do que pensei, consumindo assim todo meu dia, todo meu café e toda a minha paciência.

-Está com febre. -Dolores informa e eu sento ao lado de um Henry adormecido, deixando um beijo casto em sua testa quente.

-Precisamos levá-lo ao hospital, Dolly. Não sei como tratar essas coisas, ele pode piorar. -Passo as mãos por seus fios lisinhos, sentindo meu coração apertar.

-Seu pai disse que já estava vindo para casa, ele disse que levaria vocês. -Ela informa, guardando o termômetro na caixa.

-Ótimo.

-Vá tomar um banho, filha. Você chegou agora, está cansada. Eu fico com ele por mais alguns minutos, não tem problema. -Dolly acaricia minhas costas com o cenho levemente preocupado.

-Você é um anjo, Dolly. -Deixo um beijo em sua bochecha e ela ri, batendo em minha bunda para que eu saísse logo de lá.

Vou para o meu quarto, me desfaço das roupas, deixando-as pelo chão mesmo e tento, mais uma vez, ligar para o celular de Regina mas só caía na caixa postal.

Não sabia mais o que pensar.

Ela poderia ter desligado o aparelho por conta de uma reunião importante, o celular poderia ter descarregado e ela ter esquecido o carregador no quarto do hotel, o lugar poderia não ter sinal...sei lá! Eu só não queria pensar no pior.

Tomo um banho rápido e quente, visto meus jeans escuros, uma blusa de manga comprida e preta, um sobretudo da mesma cor e minhas botas. O dia estava castigando.

Volto para o quarto de Henry e suspiro ao ver que meu pai já o colocava em seus braços, com ele ainda adormecido.

-Emma, querida, me ajude a abrir o carro, por favor. -Afirmo, abrindo a porta para ele e deslizando Henry para dentro, arrumando seu cinto em seu corpo mole.

O caminho para o hospital foi feito em um silêncio grande. Eu e meu pai estávamos tensos e amedrontados, talvez ele mais do que eu. Resolvi não questionar nada sobre a briga que ouvi mais cedo, não era da minha conta, de qualquer forma.

-Senhorita Swan, boa noite!

Já vim tanto nesse hospital, que estava sendo reconhecida até pelas paredes. Arrumo Henry em meu braço e ele abraça minha nuca, descansando a cabeça em meu ombro.

-Boa noite, Daniel.

-A senhorita Mills não está, ela foi para Nova Iorque. -Arqueio as sobrancelhas pela informação super desnecessária.

-É, eu sei. Henry não está muito bem, você poderia examiná-lo ou precisamos esperar em algum lugar? -Meu olhar cai para a sala de espera vazia.

-Hoje foi um dia bem tranquilo, pode vir que eu mesmo faço a consulta. -Meu pai fica esperando na salinha branca e eu acompanho o homem moreno, colocando um Henry manhoso deitado na caminha branca. Coloco-me ao seu lado quando ele abre os olhinhos, me fitando com medo.

-Está tudo bem, rapaz. Vamos só fazer um exame rápido para ver se está tudo bem. -Daniel fala, antes que eu pudesse o fazer.

Ele faz todos os exames necessários até constantes que não era nada muito grave, era só um resfriado que estava dando nessa mudança climática maluca.

-E o que eu faço com essas febres? -Questiono, quando ele termina tudo e Henry volta a sentar ao meu lado.

-Eu vou passar um remédio responsável pelo controle dessas febres, mas se ainda não melhorar, eu quero que recorra ao banho. -Afirmo, acariciando os cabelos de Henry, que já estava levemente tombado para o meu lado. -E se, mesmo assim ainda persistir, a senhorita volta, ok?

-Certo. -Ele me entrega a folha com os três medicamentos que teríamos que comprar para lidar com esse resfriado.

-Esse rapaz vai ficar bem logo. -Eles trocam um hi-five preguiçoso e eu riu.

-Obrigada, senhor Colter.

-Ah, não! Só Daniel, por favor.

-Muito obrigada, só Daniel. -O moreno ri, passando as mãos pelos cabelos bagunçados. -Vamos, querido?

Henry afirma, levantando os braços para que eu o colocasse no colo.

Nisso ele era a Mills perfeitamente. 

Manhoso como ela.

Nos despedimos de Henry e saímos da sala. Assim que dobramos o corredor, ouvimos gritos vindos da entrada. Henry levanta rapidamente a cabeça e eu o aperto contra meu corpo, arregalando os olhos ao ver os médicos correndo e levando a maca com um homem em cima.

-Gold? -Solto, em um sussurro.

Levo o olhar para meu pai, que estava em pé em posição de defesa, mas antes que eu possa falar qualquer coisa o choro abrupto de Henry interrompe qualquer linha de raciocínio que eu pudesse ter.

-Garoto? O que foi isso? -Questiono, tentando fitá-lo, mas ele não permite, apertando ainda mais meu braço com suas mãos pequenas. -Henry, eu estou preocupada!

E nada.

Meu pai se aproxima de nós dois com um semblante preocupado, me olhando como se tentasse entender o que estava acontecendo. Sem poder fazer nada, apenas acaricio as costas do moreninho que ainda chorava com força, soluçando alto.

-O que foi que aconteceu?

-Não sei, pai. Ele começou a chorar do nada. -Meu pai tenta pegá-lo dos meus braços, mas o choro de Henry só intensifica.

Vencidos pela resistência dele, apenas voltamos para casa em um silêncio que só era quebrado por seus soluços altos.

Não conseguimos separá-lo de mim um segundo sequer. David para na farmácia, desce para comprar os remédios e eu continuo acariciando os cabelos do menor.

-Henrs, me diga o que aconteceu, por favor. Você está me deixando preocupada. -Sussurro, com a voz trêmula.

-Era ele...

Franzo o cenho por seu sussurro desconexo, e seu choro só intensifica ainda mais.

-Ele quem, Henry? 

-Aqui estão. -Meu pai me entrega a sacola com os medicamentos e Henry se cala, com as lágrimas rolando silenciosamente.

Assim que chegamos em casa, Dolly nos fita com o semblante preocupado, mas deixo meu pai explicá-la o que houve - pelo menos o que entendemos - e subo com ele em meu colo, me agarrando como um filhote de coala.

-Você precisa tomar um banho, Henrs. Que tal o pijama de dinossauro? Awwwr! -Imito o som do dinossauro, mas ele permanece com a cabeça em minha nuca, recluso. -Vamos lá.

A hora do banho foi a pior.

A água tinha que ser gelada para passar sua febre, o tempo estava congelando e ele tremia quando eu tirava cada peça de sua roupa, chorando como se eu tivesse o batendo. Mal percebo que estou chorando junto dele.

-Henrs, por favor...-Peço, mas ele não ouve, ainda chorando alto. -Está bem, vem, eu vou com você. Vem cá.

Ele cola em meus braços e entramos no chuveiro juntos. Tentando espantar o frio e focar em passar o sabonete em suas costas e atrás da orelha, era tudo que eu fazia.

Assim que terminamos, ele já chorava de forma rouca e baixa, enrolado na toalha verde e ainda abraçado ao meu corpo encharcado.

Não entendia o por que daquilo, mas tinha certeza que era sobre o que acontecera naquele orfanato idiota. Henry ainda estava muito machucado com tudo, apesar de tentar ser mais maduro do que sua idade permitia.

-Preciso me enxugar. -Tento me soltar de seu corpo, mas ele nega, me apertando ainda mais. Suspiro trêmula, sentando no chão com ele em meu colo. 

-Canta?

Ele sussurra e eu sorrio de lado, enxugando minhas bochechas molhadas pelas lágrimas.

-Só por você. -Sussurro.

Oh, why you look so sad?
Tears are in your eyes
Come on and come to me now
Don't be ashamed to cry
Let me see you through
'cause I've seen the dark side too
When the night falls on you
You don't know what to do
Nothing you confess
Could make me love you less

(Oh, porque você parece tão triste?
Há lágrimas em seus olhos
Venha e venha para mim agora
Não tenha vergonha de chorar
Deixe-me compreender você
Porque eu passei pelo pior também
Quando a noite cai sobre você
Você não sabe o que fazer
Nada que você confesse
Poderia me fazer te amar menos)

I'll stand by you
I'll stand by you
Won't let nobody hurt you
I'll stand by you

(Eu estarei do seu lado
Eu estarei do seu lado
Não deixarei ninguém te machucar
Eu estarei do seu lado)

So if you're mad, get mad
Don't hold it all inside
Come on and talk to me now
Hey, what you got to hide?
I get angry too
Well I'm a lot like you
When you're standing at the crossroads
And don't know which path to choose
Let me come along
'cause even if you're wrong

(Então se você está louco, fique louco
Não guarde tudo isso dentro de você
Venha e fale comigo agora
Hey, o que você tem para esconder?
Eu fico irritado também
Bem eu sou muito parecido com você
Quando você está em uma encruzilhada
E não sabe qual caminho escolher
Deixe-me ir junto
Porque mesmo que você esteja errado)

I'll stand by you
I'll stand by you
Won't let nobody hurt you
I'll stand by you
Take me in, into your darkest hour
And I'll never desert you
I'll stand by you

(Eu estarei do seu lado
Eu estarei do seu lado
Não deixarei ninguém te machucar
Eu estarei do seu lado
Leve-me, nas suas horas mais escuras
E eu nunca vou te abandonar
Eu estarei do seu lado)

Assim que percebo sua respiração compassada, coloco ele em baixo de seu edredom mais grosso, deixo um beijo em sua testa e vou até meu quarto para me secar.

Visto meu conjunto grosso de moletom e sento na ponta da cama, passando as mãos por meu rosto ainda molhado pelas lágrimas. Eu estava apavorada por não saber o que se passava na cabeça dele, me sentia inútil, impotente. Era a pior sensação.

Acordo de meus devaneios ao ouvir meu celular tocando.

-Alô?

-Amor? Céus, me desculpa por...

-Você só pode estar maluca, Mills! -A interrompo, levantando da cama e soluçando. Meu coração estava apertado dentro do peito, e quando percebi que minhas pernas não aguentariam meu peso, caio de joelhos no chão. -Você tem noção de quantos cenários horríveis imaginei você passando? Pra quê tem a porra de um celular se não atende as ligações?

-Emma, eu...

-Vai se foder, Regina!

Desligo a ligação e parto o celular em dois ao jogá-lo contra a parede.

Com os ombros trêmulos, caio no chão, sentindo uma dor insuportável em meu coração. 

Estou aliviada por estar tudo bem, mas minha mente ainda me pregava peças sobre os cenários horríveis que ela poderia ter passado sem eu ao seu lado para fazer nada. Novamente, a sensação de impotência me domina, fazendo-me abraçar meus joelhos e chorar alto, sentindo como se minha cabeça fosse um explodir.

-Tia Emma? -Pulo de susto ao ouvir a voz de Henry na porta do meu quarto.

-Ei, garoto! Por quê acordou?

-Não chora, por favor. -Ele senta no meu colo, passando os dedinhos por minha bochecha.

Sorrio de lado, beijando sua testa.

-Vamos dormir, pirralho. Já deu por hoje.


Notas Finais


ai, não culpem a Regina, por favor. no próximo capítulo vamos ver o que houve para esse sumiço dela repentino.

espero que tenham gostado!

beijão da tia Izah, até o próximo<3


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