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História Eccentric - Amor Doce - Castiel - Longfic - Indiferença


Escrita por: Greinnis

Notas do Autor


Mais um capítulo, espero que gostem <3

Capítulo 4 - Indiferença


Fanfic / Fanfiction Eccentric - Amor Doce - Castiel - Longfic - Indiferença

Eu cumpria, bastante compenetrada, uma missão de combate ao lado do meu clã e mais uma vez tive sucesso, sorri animada, enquanto entrava no chat do jogo para receber as honras dos jogadores.

- Lynn?! - A voz do Castiel me desconectou do meu mundo de fantasias e me encontrei bastante surpresa, ao notar que o mesmo estava em pé ao meu lado.

- An? Oi? O que você faz aqui? - Indaguei confusa, sem entender como e quando ele tinha entrado no meu quarto. 

- Desculpa, eu bati na porta e você não respondeu, então fiquei preocupado e entrei.

- Eu estou bem, obrigada por se preocupar... - Respondi atordoada.

Eu estava um pouco assustada e bem confusa, por ter o garoto no meu quarto e queria falar alguma coisa, além daquela resposta curta, mas eu congelei, eu não estava acostumada a lidar com as pessoas e não sabia bem como reagir com elas.

- Bom, vou indo então... - Ele deu as costas e foi em direção da porta.

- Okay, até amanhã... - Respondi inibida, ainda atordoada com a presença inesperada dele e me recriminando mentalmente por não conseguir dizer mais nada. 

No dia seguinte, fui para a aula bastante tensa, pois sabia que teria que encarar vários olhares curiosos e julgadores, por causa da crise que eu tinha tido no pátio. Eu me desliguei completamente durante as primeiras aulas, sem conseguir entender uma única palavra do que os professores disseram e, antes que a Rosalya me falasse qualquer coisa sobre eu passar o intervalo com ela, saí assim que o sinal tocou e fui correndo me esconder no porão

- Hey, olha só quem chegou! - Castiel exclamou sorridente, assim que me viu descer as escadas, ele estava encostado em um canto da parede, fumando um cigarro.

Sem respondê-lo, por estar bastante envergonhada, eu sentei no último degrau, coloquei meus fones de ouvido e comecei a ouvir música no celular. Após terminar de fumar, o ruivo sentou ao meu lado e falou alguma coisa, mas o som alto me impediu de ouví-lo, ao notar que ele continuava falando, eu tirei um dos fones.

- Desculpa, você falou alguma coisa? O som não me deixou ouvir. - Questionei inibida, sem encará-lo. 

- Eu perguntei o que você está ouvindo... 

- Ramones. - Respondi ainda sem encará-lo.

- Posso ouvir com você? 

- Compartilhar fones de ouvidos não é um ato higiênico, eles podem abrigar milhares de fungos e bactérias, que passam de uma pessoa para outra. - Respondi séria e ele riu.

- É só você tirar do fone e colocar na caixa de som do celular... - Ele sugeriu despreocupado, respondi um "okay" indiferente e fiz o que ele pediu. - Lynn, a música que você cantou ontem na sua casa, também é um clássico Inglês? - Castiel perguntou pensativo.

- Não, é só uma bobagem que eu escrevi. 

- Achei a melodia bem bonita e, o que eu consegui entender da letra, é bem intenso... - Castiel comentou com um sorriso leve. - Você quer conversar sobre o que aconteceu ontem? - Ele perguntou receoso e eu respondi com um "não" seco.

Passamos o restante do intervalo ouvindo música, ambos completamente calados, e voltamos para a sala de aula juntos, o que gerou olhares e comentários de algumas pessoas. Nos dias que se seguiram, eu continuei "fugindo" para o porão nos intervalos e o Castiel continuou me acompanhando, em todos os dias fizemos exatamente a mesma coisa, ouvimos música no meu celular e em total silêncio, mas, diferentemente da semana anterior, senti que estávamos passando aquele momento juntos, não apenas dividindo o mesmo espaço. Lysandre explicou para a direção que eu não estava em uma boa semana e na quinta-feira eu não precisei participar da segunda reunião do clube de musica, assim como não fui penalizada por ter faltado na aula extra de espanhol. Em um piscar de olhos, já era sexta-feira novamente e eu estava ansiosa para poder passar mais dois dias inteiros longe da escola, assim que o sinal da última aula tocou, eu peguei o meu material e ia saindo apressada, mas a namorada do meu tio mais velho me impediu.

- Lynn, espera! - Rosalya chamou quase gritando, enquanto corria até mim, acompanhada pelo Alexy.

- Você não ia no piquenique com a gente? - Alexy perguntou chateado. 

- Você já se livrou da gente nos últimos três intervalos! - Rosalya reclamou.

- Eu tinha esquecido, mas, se vocês fazem questão, eu os acompanho. - Respondi sem ânimo.

Esperamos Iris na saída e fomos comprar pães, frios e geléia, em uma mercearia próxima da escola, dividimos o valor total entre nós quatro e fomos para o parque. Conforme as participantes do piquenique iam chegando, Rosalya, Alexy e Iris me apresentavam oficialmente para elas. 

A primeira a chegar foi a Priya, uma garota Indiana, muito bonita e simpática, ela contou que entrara na escola no semestre anterior e que mudava de cidade constantemente, por causa do trabalho do pai, a morena levou para o piquenique algumas Samosas, que é uma espécie de pastel indiano, além da toalha que estendemos na grama. Poucos minutos depois da indiana, chegou a Viollette, uma garota com belos cabelos arroxeado, tão ou mais tímida do que eu, a garota, que estudava em Sweet Amoris desde o primário, levou muffins de chocolate para degustarmos. Por fim, Melody e Kim chegaram juntas, a primeira, era um pouco séria, mas também muito simpática, e a segunda era o oposto da amiga, bem menos comportada e bastante engraçada; Kim levou biscoitos doces e talheres descartáveis e Melody, que era a responsável pelas bebidas, levou sucos e refrigerantes.

 Embora eu tivesse certas restrições alimentares, por não me acostumar com a textura e sabor de alguns alimentos, tentei disfarçar o incomodo e a aversão de provar coisas novas, para não parecer que estava me desfazendo da comida dos outros, e me aventurei a provar tudo o que levaram, o que foi ótimo, pois me apaixonei pelas tais Samosas.

[...]

Eu comia mais um dos deliciosos salgados da Priya, enquanto observava a conversa em silêncio, tentando não me perder nos meus pensamentos e ignorar a vontade de ir para casa. Eles falavam sobre um baile de Halloween, que em breve aconteceria na escola, mas eu não consegui absorver muitos outros detalhes, além desses.

- Você vai né, Lynn? - Alexy perguntou empolgado.

- Eu não gosto muito desse tipo de evento. - Respondi timidamente.

- Eu também não vou... Tenho vergonha de usar fantasia. - Viollette comentou inibida.

- Não sei o que faço com vocês duas! - O garoto fez um biquinho de insatisfação.

- Relaxa, Alex, convenceremos elas! - Rosalya afirmou confiante e as outras riram.

- Priya, eu nunca havia comido samosas antes, são deliciosas, obrigada! - Comentei educadamente.

- Obrigadinha! - A indiana agradeceu sorridente. 

- Na verdade, tudo está delicioso, vocês todas mandaram muito bem! - Elogiei fazendo um esforço enorme para manter um tom animado.

- Quero aproveitar o momento de elogios, para parabenizar o seu feito na aula de filosofia, sua colocação foi perfeita, Lynn! - Melody elogiou gentilmente e os outros concordaram.

Aos pouco, fui deixando o medo de lado e me sentia um pouco mais à vontade, a sensação de estar cercada por pessoas que agiam com tanta simpatia comigo era totalmente nova e muito agradável. Conversávamos sobre a "chatice" da professora de química e sobre os grupos formados, quando um cachorro enorme atropelou o nosso piquenique e pulou em cima de mim.

- Dragon?! - Indaguei assustada e o enorme animal confirmou com um latido. - O que você faz aqui? Você ainda lembra de mim? - Perguntei rindo, enquanto acariciava o cachorro, que deitou de barriga para cima.

- Aí está você! - Castiel exclamou ofegante. - Agora eu entendi o que deixou ele tão afobado, acho que ele sentiu o seu cheiro. - Ele comentou me encarando. - Desculpem, eu não consegui segurar ele! - O ruivo completou sem graça, ao ver o estrago que o cachorro tinha feito no nosso piquenique. 

- Não tem problema, está dando para recuperar a maioria das coisas, além disso, já havíamos comido quase tudo. - Iris respondeu despreocupada, enquanto arrumava a bagunça deixada por Dragon, e as outras concordaram com a fala da amiga.

- Já que você está aqui, termina o piquenique com a gente! - Priya sugeriu animada. 

- Okay... Parece que o Dragon não está com vontade de ir embora mesmo! - Castiel respondeu divertidamente, fitando o cachorro, que apoiava sua cabeça em meu colo. - Qual era o assunto? - Ele perguntou sorridente, enquanto sentava ao meu lado.

- Os grupos de química. - Respondeu Rosalya.

- Estou feliz com o meu par! - Castiel afirmou com um risinho de canto e olhando para mim.

- Na hora também fiquei bem feliz por ter caído com alguém que eu conhecia. - Comentei indiferente.

- Vou fingir que é um elogio. - Castiel comentou em tom jocoso e os outros riram, eu não entendi qual era a graça, mas fiquei com vergonha de perguntar, então apenas ignorei.

Conversamos mais um pouco, ainda sobre os grupos de química, até eu checar as horas no celular e lembrar que tinha uma missão importante para cumprir no jogo online.

- Eu agradeço o convite e a companhia de vocês, mas eu preciso ir. - Falei apressada, enquanto levantava.

- Eu acompanho você. - Castiel sugeriu educadamente e também levantou.

- Não precisa, sua casa fica aqui perto. 

- Eu preciso conversar com o Lysandre sobre um assunto da banda, já aproveito a ocasião. - Ele explicou em tom despreocupado e Iris o encarou com uma expressão que parecia séria, mas não falou nada.

Nos despedimos de todos, passamos na casa dele para deixarmos o Dragon e fomos até a minha de ônibus, no caminho fomos conversando sobre bandas punks e outros assuntos relacionados a música, Castiel também perguntou o motivo da minha pressa e eu contei sobre o meu jogo online, ele parecia bem interessado no assunto, então eu expliquei o principio básico do jogo para ele. Assim que chegamos, eu subi apressada para jogar e nem me despedi do Castiel, passei o final de semana enfiada no quarto, me dividindo entre jogo, leitura e escrita. Na semana seguinte, continuei passando os intervalos no porão, ouvindo música com o Castiel e, por mais que ficássemos a maior parte do tempo em silêncio, eu me sentia bem na companhia dele e estava me acostumando com aquela rotina, ir para a escola já não era algo que eu odiava tanto, pelo contrário, eu até aguardava ansiosa por isso.

Mais uma quinta-feira chegou e, após as aulas acabarem, eu almocei rapidamente na lanchonete ao lado da escola e fui para a reunião do clube de música, além de mim, do Castiel e da Iris, o Lysandre, o Viktor, o Nathaniel, a Pryia e um garoto chamado Jean, que era de outra turma, também faziam parte do clube. Anette, a professora de música, era muito simpática e didática, ela pediu para que eu me apresentasse rapidamente e dizer se eu tocava algum instrumento, já que eu havia faltado nas duas primeiras reuniões.

- Meu nome é Lynnette, eu toco piano e um pouco de gaita de fole. Eu também gosto bastante de cantar... - Me apresentei timidamente e com uma certa ansiedade, mas sem muita dificuldade, já que os membros eram quase todos conhecidos.

- Ótimo, Lynnete! Já que você toca piano e gosta de cantar, poderia fazer as duas coisas para nós? Você não precisa se preocupar com afinação, eu só preciso avaliar o seu timbre. - A professora pediu em tom gentil.

Eu fiquei tão tensa e ansiosa com o pedido, que não consegui respondê-la e comecei a cutucar as unhas de uma mão e a roer a da outra, enquanto tentava controlar o nervosismo, para não sair correndo.

- Canta "Greenleeves", Lynn! - Castiel sugeriu sorridente. - Se quiser, eu fico do seu lado. - Ele completou pegando a minha mão.

P.O.V. Castiel

Eu tinha acabado de discutir com o Nathaniel, que insistia em cobrar a assinatura dos meus pais na minha rematrícula, sendo que nem mesmo a diretora exigia tal coisa, por eu ser emancipado, certeza que ele só estava implicando com isso para me irritar. Saí nervoso do grêmio e quase passei por cima da garota ruiva e sardenta que entrara encolhida e curvada no local, a mesma garota que depois esbarrou em mim na sala de música e no porão. O Lyssandre já tinha conversado sobre ela comigo, com a Iris, com a Rosalya e com o Viktor, sem nos dar muitos detalhes, ele apenas nos explicou que se tratava de sua sobrinha, o que é bem estranho, já que os dois têm praticamente a mesma idade, e nos pediu para darmos uma força com a sua adaptação, pois a garota tinha uma "personalidade diferente, por causa da sua história complicada", segundo palavras do próprio. Infelizmente, a conheci em um dia de extremo mau humor e não controlei minha a irritação, mas ao vê-la tão desesperada, tentei me controlar e me desculpei, em nome da minha amizade com o Lysandre. 

A reação da garota me intrigou muito, primeiro por ficar tão abalada com um apelido bobo, eu agia assim com todo mundo e nunca ninguém chorara antes, depois, por sua expressão de aversão quando eu a toquei e também por sua atitude de começar a cantar, ignorando totalmente a minha presença, aliás, ela fez o mesmo mais tarde na sala de música. Eu estava acostumado a ter dezenas de garotas caindo aos meus pés e aparece uma que simplesmente consegue esquecer que eu existo, mesmo estando ao meu lado, e isso me deixou curioso, a personalidade tão inusitada daquela garota me intrigou e eu quis me aproximar mais, fazendo um esforço enorme para exercitar a pouca paciência que eu tinha, já que parecia impossível prever quando ela reagiria mal à algum comentário. Passei a ir para o porão em quase todos os intervalos, já prevendo que a Lynn também o faria, mas ela ficava tão conectada com o seu próprio mundo, que não conseguimos desenvolver uma conversa, mas na segunda semana de aula as coisas começaram a mudar e, após ela aceitar nos acompanhar no ensaio da banda, começamos a nos aproximar um pouco mais.

Confesso que rapidamente acabei me encantado pela Lynn, primeiro pelo seu jeito e depois por sua beleza, e, à partir daí, a minha aproximação deixou de ser apenas por pura curiosidade. A beleza daquela garotinha assustada me chamou a atenção já no primeiro dia em que nos conhecemos, mas ao discutir com a Iris sobre a genética da Lynn, eu parei para reparar melhor no seu rosto, com traços tão delicados, contornado pelos seus longos e acobreados cabelos e enfeitado por centenas de sardas, que tornavam sua beleza única; seus olhos grandes, esverdeados e levemente amendoados, sempre tão fugitivos e evitando cruzar com os meus, pareciam me enfeitiçar e me imploravam para descobrir o que eles escondiam, e sua boca pequena, delicada e carnuda, me atraia de um jeito completamente novo. Fazia apenas duas semanas que eu a conhecia e já não conseguia mais parar de pensar nela, eu passei a noite ansioso para que o próximo dia chegasse, para podermos nos encontrar na escola. 

Vê-la tão corajosa, defendendo a sua tese filosófica, me alegrou de uma forma estranha, era uma espécie de empatia, que eu nunca tinha sentido por ninguém antes, eu estava feliz por ela ter vencido a timidez e se expressado e, mais tarde, ao encontrá-la caída no chão, tão fragilizada e assustada, despedaçou o coração que eu pensava que não tinha. Eu não entendi bem o que acontecia com a Lynn, não sabia se era uma espécie de surto, ou se alguém a tinha atacado, mas a vontade de protegê-la me dominou e eu senti um alívio imenso quando vi que a minha ideia, de colocar a música que ela cantou no primeiro dia de aula, funcionou e comemorei mentalmente por ter passado uma noite inteira procurando a tal música na internet. Ela parecia tão desesperada e com medo de soltar a minha mão, que eu resolvi acompanhá-la até a sua casa e fui surpreendido com a sua canção, embora fosse delicioso ouvir a sua voz melodiosa e afinada, os trechos que eu consegui entender da letra, cantada em inglês, eram tão deprimentes, que eu me perguntava se era outra música desconhecida por mim, ou se tinha sido escrita por ela. Antes que eu pudesse ter qualquer reação, a Lynn pediu licença para os tios e subiu as escadas correndo, mais uma vez, parecia que ela esqueceu da minha existência e isso, de uma forma bem conflitante, me irritava e, ao mesmo tempo, me atraia.

[...]

- Posso ir ver como a Lynn está? - Pedi preocupado.

- Não sei se é boa ideia, Castiel... Antes eu quero que você me explique o que está querendo com ela... - Meu amigo indagou bastante sério.

- Não quero nada, só quero saber se ela está bem. - Rebati seco.

- Você conheceu ela no começo da semana passada, Castiel... Tanta preocupação não faz sentido! Te conheço bem e não quero que a Lynnette seja mais uma peça nos seus joguinhos de conquista, ela não é uma garota comum. - Meu amigo argumentou irritado, embora mantivesse seu costumeiro tom calmo. 

- Caramba, Lysandre! Você sempre reclama do meu egoísmo e quando eu sinto vontade de ajudar alguém, você desconfia e fica cheio de acusações?! Não estou te reconhecendo, agir assim não combina com você! - Reclamei impaciente.

- Me desculpa, você tem razão, eu só estou muito preocupado com a Lynn. - Lysandre explicou arrependido.

- Eu também estou preocupado, será que eu posso ir falar com ela, ou terei que marcar hora com você? - Questionei ironicamente.

- Acalmem-se os dois! - Leigh interviu calmo. - Será que alguém pode me explicar o que aconteceu com a Lynn? 

- Não sei, quando eu cheguei no pátio ela estava caída no chão e depois de levantar começou a fazer uns movimentos estranhos... Minutos antes, eu tinha passado pela Ambre e suas "hienas" e elas riam muito, desconfio que elas tenham feito algo, mas é só uma teoria. - Expliquei reflexivo.

- Ela teve uma crise, Leigh. - Lysandre contou triste.

- E como ela voltou? - Leigh perguntou preocupado.

- O Castiel colocou "Greensleeves" para tocar no celular e depois tirou ela de lá. Ela não quis soltar a mão dele depois disso. - Lysandre me encarou agradecido.

- Como você sabia da música? - Leigh questionou intrigado.

- Ouvi ela cantando e arrisquei... O que tem de errado com ela, afinal? - Perguntei curioso e os dois se olharam tensos.

- Alguns traumas que não vêm ao caso. - Leigh respondeu calmo. - Pelo que vocês dois me contaram, você parece fazer bem para ela, então concordo que você vá vê-la, inclusive, acho que é uma grande indelicadeza lhe negar isso, após saber que você a ajudou tanto. - Ele completou com um sorriso leve e Lysandre concordou com o irmão.

Subi para o quarto da Lynn e, após bater na porta por diversas vezes e não ter resposta, fiquei preocupado e entrei sem permissão. A garota estava vidrada no computador, jogando algo que eu desconhecia e parecia ignorar que eu estava ali.

- Lynn, desculpa entrar sem permissão, eu fiquei preocupado. - Falei um pouco envergonhado, enquanto me aproximava dela, a garota continuou jogando, sem me responder. - Lynn? - Ensaiei tocar nela, mas, ao lembrar do primeiro dia de aula, desisti.

Definitivamente, a Lynn não tinha notado a minha presença, sem saber o que fazer, fiquei a observando jogar, ela estava tão concentrada que eu fiquei curioso com o jogo e tentei entendê-lo. Parecia ser alguma história medieval e eu deduzi que ela era a elfa arqueira, que lutava ao lado de um monte de criaturas estranhas, que eu não fazia ideia de quais espécies eram. Ela terminou o que parecia ser uma batalha e, enquanto abria um sorriso largo, entrou em uma espécie de chat; para não invadir sua privacidade, eu parei de olhar para a tela do computador e voltei a fitá-la. Ela usava uma blusa de moletom bege e preta, com mangas médias, e um shorts preto curto, reparei que seu corpo alto e magro, que até então eu só tinha visto coberto por camadas de roupas largas e longas, era muito bonito e suntuoso. Me repreendi mentalmente por estar prestando tanta atenção no corpo da garota e tentei chamá-la novamente.

- An? Oi? O que você faz aqui? - Ela atropelou as perguntas, parecendo voltar de um transe.

- Desculpa, eu bati na porta e você não respondeu, então fiquei preocupado e entrei... - Respondi um pouco envergonhado.

- Eu estou bem, obrigada por se preocupar... - Lynn respondeu educadamente.

- Bom, vou indo então... - Falei desanimado.

- Okay, até amanhã! - Ela se despediu com indiferença.

Saí do quarto pensativo e ainda mais intrigado, me despedi do Leigh e do Lysandre e fui embora imerso em pensamentos, eu só conseguia pensar na Lynn e no jeito excêntrico dela. Conforme os dias foram passando, a minha vontade de ficar ao lado dela só aumentava e eu fazia de tudo para me aproximar. O destino me ajudou, a colocando no meu caminho quando eu levei o Dragon para passear, ela foi novamente indiferente comigo e, estranhamente, isso parecia me atrair ainda mais. Na semana seguinte, eu mal podia esperar a hora do intervalo, para continuar passando ao lado dela no porão, não combinamos nada, mas eu sabia que ia encontrá-la lá todos os dias, ficávamos em silêncio na maior parte do tempo, mas eu me sentia satisfeito por apenas ouvir música com ela, diferente da semana anterior, a minha presença já não era tão ignorada. Eu não queria me sentir atraído pela sobrinha do meu melhor amigo, em respeito a ele, mas a cada segundo que eu passava com a Lynn, sentia mais vontade de conquistá-la, eu estava obstinado a conseguir alcançar o mais difícil dos meus desafios, sem calcular muito bem as consequências disso.

Fim P.O.V. Castiel

 


Notas Finais


Desculpem qualquer erro e até o próximo capítulo <3


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