BONNIBEL POV:
Olhei o mais rápido possível e não a achei. Subi até o seu quarto e pude ver seu guarda roupa aberto, com uma caixa caída no chão. Me ajoelhei de frente para essa caixa e vi poucos remédios caídos, o que me fez pensar que haviam outros ali.
"Pra quê ela precisaria de remédios? Ela odeia remédios!!!"
Olhei para o guarda roupa, tentando ver se ela havia levado alguma coisa pois imaginei que tentaria fugir ou coisa assim, mas não. Estava tudo ali. Seu baixo, suas roupas, tudo.
Tudo menos os remédios.
Meu coração disparou. Aquilo só podia significar o que eu mais temia: uma tentativa de suicídio. Meus olhos encheram de lágrimas só de pensar nisso.
- Não... Marcy... onde você foi...
Corri o mais rápido que eu pude até meu pássaro gigante. Respirei fundo.
"Pensa, Bonni. Pensa. Ela só pode ter ido...até a montanha... onde só eu e ela sabemos onde fica."
Dei o comando e voei absurdamente rápido até lá.
- Marcy... por favor não faz isso...
Quando estava quase chegando, senti uma brisa fria tocar o meu rosto. Meu coração disparou muito e um sentimento de total desespero se instalou no meu peito, quase como um presságio de morte. Segurei minha respiração e dei um comendo para que meu pássaro fosse o mais rápido possível. Quando chegamos, antes mesmo de pousar eu pude ver o corpo de Marceline caído no chão.
- NÃO!
Pousamos e eu corri até ela, colocando sua cabeça por cima do meu colo.
- Marceline!!! Marceline, abre os olhos!!!! - dei leves tapas em seu rosto, porém ela estava completamente desmaiada e seus lábios estavam roxos. - Não!!!!!!!!! Marcy...por favor...não faz isso comigo... de novo não!!!!!!!! - Virei ela de lado, enfiei dois dedos em sua garganta e os tirei rapidamente, então ela começou a vomitar e pude ver todos os milhares de comprimidos que ela havia engolido. Assim que ela terminou de vomitar, voltou a respirar, mas ainda inconsciente.
Fiquei sentada de joelhos ao lado dela. Respirei fundo, coloquei as mãos no meu cabelo e comecei a chorar sem parar. Eu simplesmente não podia acreditar que ela havia tomado aquela decisão. Entendi seus motivos, é claro, mas... foi por pouco. Por tão pouco... e eu quase a perdi... de novo. Não conseguia acreditar que ela poderia ter morrido se eu não tivesse aparecido a tempo. E tudo isso...por minha culpa.
Tentei me recompor depois de algumas horas chorando. Começou a escurecer e eu não teria forças para levá-la de volta, então dei um jeito de arrastá-la perto do meu pássaro, onde improvisei um travesseiro com uma das minhas blusas de frio. Por sorte, eu tinha presa à cela do meu pássaro gigante, uma mochila com alguns suprimentos, como um cobertor térmico e garrafas de água. Cobri a Marceline, peguei uma das garrafas e dei um jeito de lavar sua boca e seu rosto com um pedaço da minha blusa que resolvi rasgar. Depois acendi uma fogueira e fiquei ao lado da Marceline, checando de meia em meia hora sua respiração e seus batimentos cardíacos através de seu pulso.
Tentei dormir, mas foi inútil. Minha preocupação com ela era tanta que não conseguia parar de pensar em como seria minha vida se ela tivesse conseguido se matar. Chorei até não aguentar mais. Depois fiquei me questionando se eu fazia mal para ela... se talvez...só talvez... ela fosse viver melhor sem a minha presença trazendo problemas para ela...
- Ah, Marcy... eu...só quero que você fique bem... - coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da sua orelha e suspirei.
MARCELINE POV:
- Marceline... - ela sussurrou sem retribuir o abraço, provavelmente ainda surpresa demais para expressar alguma reação.
- Eu... me lembro...
- V-você... c-como...o que... do que você...
Fechei meus olhos e comecei a chorar.
- ...De tudo...
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