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História Efeito Borboleta - Forgive us now for what we've done


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 13 - Forgive us now for what we've done


13 — Forgive us now for what we've done

Harry POV

As coisas no Largo do Grimmauld não haviam progredido com a passagem dos dias.

Monstro ainda não havia retornado trazendo Mundungo, e os ânimos pioraram quando duas figuras encapuzadas passaram a fazer guarda na porta da casa.

Provavelmente comensais da morte, esperando que um de nós aparecesse.

Ao que tudo indicava, não sabiam que estávamos ali, mas se mantinham de olho na porta dia e noite.

Draco havia tentado reconhecer eles, mas pela janela era difícil ter certeza, e isso tudo só o fez ficar paranoico.

Ele passava o dia inteiro caminhando pela casa, olhando para as portas e janelas, e eu sabia que seu nível de afetação estava piorando cada vez mais, conforme não chegavam notícias de casa.

E Draco Malfoy era alguém muito intenso, ao ficar espiando dia e noite pela janela, resmungando sozinho.

Foi engraçado em um dia onde ele simplesmente parou na minha frente, na hora do almoço, muito sério.

Ele costumava fazer suas refeições em horários diferentes dos nossos, sempre preferindo estar sozinho.

Então vê-lo invadir a cozinha daquela maneira nos deixou surpreso.

— Vamos voltar com as aulas de oclumencia. Termine de comer logo — Ordenou, e eu apenas congelei com o garfo na direção da boca, e assenti, confuso com o rompante dele.

Hermione soltou um risinho assim que ele passou pela porta, e eu me virei para ela.

— É estranho ver que ele é tão humano quanto nós. Não sei, jamais imaginei ele passando por situações corriqueiras como preocupação e estresse.

— Eu acho que sim — Concordei, e não quis admitir o quanto foi uma boa ideia voltar co as aulas.

Usar toda minha energia e confusão apenas direcionadas para resolver o problema de fechar meus pensamentos.

Parecia ser muito promissor, e me ajudou a ficar mais tranquilo.

Em um dia, só percebemos que havia anoitecido porque Hermione entrou na sala de jantar para nos dizer que deveríamos fazer uma pausa para comer.

Era fácil estar com Draco.

Absolutamente fácil.

Trancados em uma sala, em profundo silencio, nos concentrando em qualquer coisa que não fosse a preocupação e a frustração.

Eu passei a finalmente ter progressos muitíssimos significativos com as aulas de oclumencia, e em uma tarde tranquila de terça, ele não conseguiu invadir minha mente.

Nós dois trocamos um sorriso, agitados por aquele avanço, mas qualquer coisa que pensássemos em dizer se silenciou quando ouvimos um som vindo da entrada.

Eu e Draco saltamos das cadeiras, correndo para a porta e seguimos naquela direção com as varinhas erguidas, seguidos por Ron e Mione, cada um vindo de uma parte da casa.

— Sou eu! Remus!

Mantive a varinha erguida, tal como Draco, encarando a figura na entrada, vendo ele soltar um suspiro de alívio ao nos ver, mas ainda tinha as mãos erguidas e rendidas pela desconfiança em nossas expressões.

— Sou Remus John Lupin, fui seu professor e lhe ensinei o feitiço do Patrono, Harry, que assume a forma de um veado — Disse ao compreender a desconfiança, e parecendo aprovar.

— Eu tinha que verificar — Falei, e ele concordou com um sorriso.

— Como professor de vocês, estou orgulhoso — Murmurou para mim e Draco — Conseguiu se salvar e pegar meu aviso. Fico satisfeito. Temi por você — Disse a Draco — Invadiram todos os esconderijos.

Levamos ele para a sala, e Remus nos contou do caos que se instaurou com a morte do Ministro, e como agora o mundo bruxo estava horrível, caçando nascidos trouxas ou qualquer coisa do tipo.

A bestialidade estava solta no ar, junto ao medo e a morte.

Isso nos apavorou, afinal tínhamos noção de que tudo deveria estar indo mal, mas é claro que não fazíamos ideia das dimensões.

Mas foi ótimo ouvir que apesar de tudo, todos estavam bem e que não haviam tido perdas.

— Vocês quatro precisam de cuidado. Estão sendo vigiados. Os dois ali na frente não sabem que estão aqui, ou já teriam colocado mais pessoas. Precisei aparatar no degrau da porta para não me verem. Mas ainda assim, mantenham guarda. Lucius Malfoy colocou pessoas atrás de você Draco. Tente nunca estar visível, e mantenha estoque de poção polissuco, caso precise. Já vocês três... bem, estão sendo procurados pelo Ministério.

— Eu vou poder voltar com você? — Draco questionou com ansiedade, e Remus suspirou.

— Eu, naturalmente, estou sendo caçado. Não posso ficar em qualquer lugar sem comprometer pessoas, e ao mesmo tempo, estou tentando salvar os que posso. Não tem como ficar comigo, Draco. E essa é mais uma das razões que eu te procuro agora, Harry — Disse me olhando e eu soube perfeitamente o que ele diria — Eu sei o que estou pedindo a vocês. Mas... Dumbledore jurou proteger Draco. Ele tem sido um bom aliado. Será que...

— Eu posso ficar por contra própria — Draco interveio, quase incomodado.

— Não é seguro. Estar sozinho não é seguro agora.

— Mas você...

— São coisas diferentes!

— Ainda assim...

— Você é tão teimoso! — Remus bradou, e isso obviamente fez o que ele esperava.

Me fez recordar das tantas vezes que ele brigou com Sirius, naquela mesma casa, pela teimosia de meu padrinho.

— Eu posso falar com vocês? — Questionei para Ron e Mione, que me seguiram na direção da cozinha, onde nos tranquei, vendo que ambos me olhavam avaliativos, e já desconfiados.

— Sério?!

— O que acham? — Ignorei a pergunta de Ronald, e Hermione suspirou.

— Não é justo colocarmos ele para fora. Querendo ou não, Malfoy tem nos ajudado muito!

— Sim, mas... eu não confio nele — Ron insistiu.

— Mas não precisamos confiar. Está funcionando. Só dizemos a ele o que queremos. Ele nunca pergunta nada, e sempre tenta ajudar — Insisti com uma ansiedade desconhecida.

— É, mas o que garante que ele não está fazendo isso apenas para salvar a própria pele? Que quando tudo passar, ele vai desaparecer, ou se bandear para o outro lado se as coisas ficarem feias?

— Mas Dumbledore...

— Dumbledore confiou em Snape — Ron devolveu — Eu quero acreditar que estamos seguros. Eu quero mesmo, Harry, acreditar que ele não é uma ameaça. Mas...

— Eu sei — Concordei, um pouco ansioso — E acho que tenho tendência a confiar demais em Dumbledore — Confessei, e Hermione sorriu.

— Como seu pai, você jamais iria desconfiar de um amigo assim. Isso é doce, Harry — Elogiou, mas eu ignorei.

Não era o tipo de coisa que me fazia sentir bem em ouvir.

Que meu pai confiava demais nas pessoas.

Que meu pai, morto, confiava demais nas pessoas, como eu.

— Então... eu confio demais, Ronald confia de menos. Você é quem tem que decidir, Mione — Pontuei por fim, e ela arregalou os olhos — Ele pode ter nos infernizado, mas Draco realmente disse coisas horríveis sobre você em algum momento de nossas vidas. Se disser que não, você tem esse direito.

— Eu... não sei se... — Ela disse, olhando para Ron, que suspirou.

— Você também é a mais esperta entre nós, somos totalmente conscientes disso. Apenas decida. Vamos conviver com sua decisão, porque acreditamos em você.

— Eu acho que ele pode ser de alguma ajuda. Tenho certeza que você também pensa isso, Harry — Ela se virou para mim, com indecisão e quase como se implorasse para não ser ela a decidir.

Eu sabia que Hermione às vezes se sobrecarregava pensando que tinha sempre que estar certa em tudo.

— Sim, eu acho. Ele tem sido de alguma ajuda. Me treinou em oclumencia, nos deu aquele manual de comensais, aquilo com Monstro e R.A.B... Ele parece útil.

— Tudo bem. Mas se em algum momento qualquer um de nós sentir que não vai funcionar, então... Vamos dar apenas uma chance — Ron decidiu, e eu concordei.

— Não é como se ter Draco por perto fosse mudar muita coisa — Garanti — Quero dizer... ele vai nos ajudar, e nada além. O que poderia acontecer de mais? — Eu ri ao final, e os dois pareceram aliviados.

— É, você tem razão — O ruivo concordou, sorrindo.

Eu me virei para retornar para a sala, sentindo que Ronald e Hermione tinham ficado na cozinha para conversar sobre qualquer coisa, ou muito provavelmente flertarem.

Ultimamente Ron tinha essa necessidade de dizer, a cada vez que ela tomava uma decisão, sobre como a achava muito esperta.

 Ao ouvir as vozes de Draco e Remus conversando, apenas grudei o corpo na parede e fiquei em silêncio, movido pela curiosidade.

Foi automático espionar, mas ninguém ficaria surpreso de me flagrasse.

Hermione sempre dizia que eu era um pouco intrometido.

E, até onde eu sabia, isso era algo que todos pensavam sobre mim.

— E como tem sido?

— Chato — Draco respondeu com um suspiro afetado e dramático.

— Vocês não tem brigado, certo? Espero maturidade dos quatro.

— Não, não brigamos. Só... é chato. Eu fico o tempo inteiro sozinho, longe do caminho do trio dourado. Sou quase um fantasma.

— Eu sinto por isso. Mas é o melhor para você, ficar com eles. Se Harry permitir...

— Ele vai permitir — Draco disse em tom de resmungo — Ele é todo... altruísta, simpático e prestativo.

— Oh, sim. Harry é um ser humano terrível — Remus disse, porque Draco havia enumerado quase como se fossem defeitos.

— Ele me irrita — Draco avisou — Está sempre sendo compreensível e... falando comigo. Ajudando todo mundo. Sendo... legal. Eu acho que ele é assim só para me irritar — Informou com certa birra na voz, e eu me vi sorrindo.

Não conseguia deixar de perceber que Draco me divertia muito quando estava sendo ele mesmo.

— Draco, já conversamos sobre isso. O mundo não gira ao seu redor. Nem tudo no universo é sobre você.

— Eu, educadamente, vou ter que discordar — Falou, e Remus riu.

— Harry é um garoto bom. Eu sempre pensei que jamais encontraria pessoas tão boas quanto os pais dele, mas Harry... Ele consegue ser ainda melhor. É um menino muito justo, e com grande coração. Ele não toma atitudes gentis para agradar ninguém, ou para te provocar. Ele é assim.

— Você gosta muito dele.

— É claro.

— Você também é meio que um padrinho dele, não é?

— Meio que sim — Remus concordou, e pela sua voz, parecia sorrir.

Isso me fez sentir algo bom dentro do coração, porque nunca havíamos falado sobre aquilo.

— Você e o vira-lata idiota — Continuou em observação.

— Já disse para não chamá-lo assim.

— Você chama ele assim o tempo inteiro!

— Só eu posso chamar Sirius de Vira-latas idiota, Draco — Insistiu, e antes que dissesse mais alguma coisa, ouvi os passos dos meus amigos vindo em minha direção.

Nós retornamos para a sala, e por estar andando alguns passos a frente, eu fui o único a ver os dois ali parados, de frente um para o outro, e Remus com a mão sobre o ombro de Draco, com um olhar gentil, enquanto o loiro ria.

Ao me verem, Draco se afastou rapidamente, erguendo aquela expressão de vazio, e os dois esperaram Ron e Mione chegarem.

— Você vem sendo de grande ajuda. Não é problema algum ficar conosco. Só... gostaríamos de manter você sabendo o mínimo possível — Pedi, e Draco concordou com um aceno.

— Prefiro dessa maneira — Garantiu, e Remus sorriu satisfeito.

— É tempo de nos mantermos unidos. Tenho certeza que vocês farão um bom grupo — Disse otimista, e cada um de nós apenas sorriu duvidoso, sem querer questionar ou concordar com algo.

Só algumas horas mais tarde, após Remus se despedir, foi que Draco me procurou.

Depois da primeira noite, que ele foi dormir na sala, ele havia se instalado em um dos quartos do segundo andar.

Eu e os outros dois continuávamos dormindo na sala, juntos, e depois de me ajeitar no saco de dormir, e ficar encarando o teto, eu ouvi um som baixinho, como um ‘psiu’.

Virei o rosto, vendo que os outros dois dormiam, e olhei para a porta, notando a silhueta de Draco ali, que me chamou com um gesto quando ganhou minha atenção.

Silenciosamente, me levantei e segui até a cozinha, onde ele estava indo, vendo ele se recostar na bancada, me olhando por um longo instante, com a luz única sendo da varinha dele.

— O que?

— Eu preciso perguntar uma coisa.

— Agora? O que houve? — Cocei os olhos, bocejando, e ele suspirou.

— Algum tempo atrás, você me disse que algumas pessoas... No mundo trouxa... Elas... podem ter um tipo de... preconceito? Diferente? Sobre... pessoas... como... eu? — A frase veio muito pausada e confusa, e eu notei alguma ansiedade vinda de Draco.

— Sim — Concordei com um novo bocejo — Sim, tem sim.

— Eu só fiquei me perguntando, se de alguma forma... — Ele moveu os olhos para a porta, e eu franzi o nariz ao entender.

— Não! — Garanti — De maneira alguma. Ron e Mione não são assim. Você não deve se preocupar com isso, com nenhum de nós — Afirmei, e ele soltou o ar pela boca, um pouco aliviado.

— Certo — Concordou, erguendo os olhos azuis para mim, que tinham um tom muito chamativo ao serem iluminados pela claridade da varinha.

Jamais tinha percebido como aquela cor era... legal.

— Por quê? Pretendendo ter muitos encontros? Sair com muitos caras? — Brinquei, vendo ele rir.

— Absolutamente. Pretendo levar uma vida de promiscuidade completa pelo mundo enquanto estou com o esquadrão suicida da grifinória — Revirou os olhos — Eu só queria ter certeza de que... está tudo bem.

— Está — Insisti, e ele assentiu.

— Você não contou a eles — Disse, e parecia certo do que falava.

— É claro que não.

— Mas você parece mesmo ser o tipo de pessoa que conta tudo para eles.

— Eu conto. Mas não era um segredo meu para contar a eles. E não mudaria em nada a vida de ninguém saber disso — Insisti, e ele assentiu, me olhando avaliativo.

— Não seja tão bonzinho comigo, ainda sou o cara malvado da sonserina — Avisou, e eu entendi que era para descontrair qualquer clima estranho entre nós.

— Somos boas pessoas — Afirmei, e ele pareceu não saber o que dizer — Nós realmente somos bons. Quero dizer... nem sempre as pessoas são boas o tempo todo, mas... você entendeu. Estamos do lado daqueles que lutam por todos. Não escolhemos quem merece, ou fazemos alguma seleção. Todas as vidas importam. Não faz diferença para nós que tipo de pessoa você é, ou a vida que leva, as coisas que ama ou odeia. Toda vida importa.

— Soa como Dumbledore — Ele confessou, e eu sorri minimamente.

— Eu sou por completo um homem de Dumbledore — Falei, rindo comigo mesmo ao lembrar que aquela havia sido a frase de Fudge para me definir, há tanto tempo atrás, sobre minha lealdade.

— Isso é bem legal — Draco sorriu, mas parou por um instante, quase pensativo — E um pouco gay — Ele murmurou, e eu ergui os olhos para seu rosto, que me encarava um pouco avaliativo.

Pareceu não fazer questão de disfarçar ao pousar a mão no queixo, pensativo ao me olhar da cabeça aos pés, e eu revirei os olhos.

— Para com isso! Eu não sou gay — Falei achando engraçada a forma como ele ignorou o que eu estava dizendo, ainda avaliando.

— Inconclusivo — Murmurou com a sobrancelha franzida, e eu jamais tinha notado como Draco era uma pessoa expressiva.

Costumava achar ele apenas uma coisa sem emoções, mas quando se prestava atenção, ele tinha um jeitinho muito afetado de demonstrar claramente o que estava pensando.

E me irritava bastante perceber como ele conseguia fazer as coisas girarem ao redor do próprio ponto de vista.

— Eu acabei de dizer que não sou gay. No sexto ano...

— Eu sei sobre Chang. A escola toda sabe. Você sabe que ela só namorou você para dizer que estava com o eleito e tampar o buraco que o ex deixou, não sabe?

— Você é delicado como um hipogrifo — Observei, e ele deu de ombros.

— Só estou te avisando que o fato de ter trocado um beijo bizarro com ela não quer dizer nada. Como eu disse, inconclusivo.

E ele realmente fez uma cena ao sair, tal como se sua palavra precisasse ser a última, caminhando para fora da cozinha, tal como se desfilasse.

Draco tinha um andar muito característico e marcado, era outra coisa que eu havia notado.

Voltei para meu saco de dormir, me ajeitando ali confortavelmente, sem deixar de pensar que as vezes, quando estava sozinho com Draco, eu sentia algo legal entre nós.

Ele era engraçado, contrariando tudo o que eu pensava de sua personalidade.

Tanto que, pouco antes de dormir, eu me deixei rir baixinho da idiotice dele.

‘Inconclusivo’

Sim, Draco era totalmente engraçado.


Notas Finais


Saudade de quando o Harry estava em crise com a própria sexualidade em Black Water hahahaha
O Harry daqui não é tão lerdinho, podem ficar tranquilos!
As coisas entre drarry serão bem naturais, e vão acontecendo aos poucos.
Por enquanto, apenas se divirtam com Harry temendo admirar Draco além do que ele acha que é permitido, e com o Draco sendo o centro das atenções do jeitinho que ele gosta!
Até o próximo!


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