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História Efeito Borboleta - Poor old Jim's white as a ghost


Escrita por: Kashi_

Notas do Autor


Att de hoje dedicada para Mimi (Vogoogie)!
Boa leitura, doces!

Capítulo 44 - Poor old Jim's white as a ghost


44 — Poor old Jim's white as a ghost

Draco POV

Eu odiava mudanças.

Sempre fui assim, e era impossível conseguir controlar esse desgosto de quanto algo saia do meu controle.

Então eu estava me sentindo muito nervoso quando Harry foi conversar com Sirius no quarto, e notei quando Remus sentou ao meu lado.

— Namorado de Harry, hã? — Murmurou, e eu ergui os olhos para ele, suspirando.

— Vai reclamar disso?

— Não, claro que não. Sempre desconfiei que havia algo ali.

— Não havia nada ali. Aconteceu recentemente.

— Não insulte minha inteligência, Draco — Disse sorrindo — Eu tinha todas as razões do mundo para passar o dia todo reclamando dele quando vivemos juntos. Estava preocupado, Harry era impulsivo e não me contava o que planejava. Mas você... sua implicância com ele não era normal.

— Não sei do que está falando!

— Certo dia, você abriu o armário de vassouras para pegar ingredientes de poções armazenados, e saiu de lá rindo porque viu uma vassoura que te fez lembrar do cabelo dele.

— Qualquer um que já viu Harry quando acorda pensa em uma vassoura!

— E você era totalmente incapaz de fazer qualquer poção sem dizer ‘Duvido que Potter conseguiria fazer isso’.

— Isso não significa absolutamente nada — Insisti, quase birrento, sentindo nostalgia pela época que morávamos juntos.

— Isso sempre me fez pensar — Continuou, me ignorando — Que sua obcessão por ele era... ou inveja... ou uma paixonite desastrosa.

Ergui os olhos para Remus, que sorria com aquela bondade de sempre, e isso me fez piscar surpreso ao compreender o quanto ele tinha certeza do que dizia.

— Você fez de propósito? Quando... ficou insinuando que ele poderia ser gay?

— Achei que... naquela noite, quando te perguntei se também achava que ele era gay... você admitiria alguma coisa. Mas isso só te fez ficar resmungando sozinho, muito mal humorado.

— Você me deixou curioso — Murmurei, e ele sorriu.

— Na manhã seguinte você acordou mais cedo do que de costume para se arrumar para as aulas de oclumência.

Sorri de canto, lembrando do quanto havia agido como um idiota emocionado demais, e ergui os olhos para ele outra vez.

— Tão óbvio?

— Sim — Concordou, parecendo se animar ao ver que eu tinha cedido — Vocês falavam demais um sobre o outro para não significar algo. Estive preocupado no começo que fosse uma obcessão doentia, mas fiquei aliviado ao reconhecer o que estava vendo. Eu sei exatamente como um Potter age quando se sente atraído por alguém — Contou com um sorriso suave.

— Estamos juntos há pouca semanas — Falei por fim, um tanto cansado — Demoramos um pouco pra...

— Imagino. E me surpreende estarem juntos. Tem tanta coisa acontecendo na vida de vocês!

— Acho que justamente por isso precisávamos ficar juntos — Falei com um suspiro cansado — Até tentamos esperar a guerra, e tudo passar. Mas... ele quase morre ao menos uma vez por semana. Não há qualquer garantia de que...

— É, eu sei como é. Estar perto de Harry é sempre um desafio. Mas me diga... Porque está bravo com ele?

Suspirei outra vez.

— Eu achei que algo havia acontecido, de novo. Ele desapareceu. Não disse nada, eu não sabia onde ele estava. Foi irresponsável e egoísta sair daquela forma. Harry sabe o quanto me preocupo. Não é a primeira vez que ele faz isso.

— Draco, você está namorando um grifinório. Quanto antes aceitar, mais fácil será. Ele não vai parar para pensar. Vai seguir os instintos, vai fazer no automático. E só Pensar nas consequências depois. Esse é Harry. Ele não é só um grifinório qualquer. Ele vem de uma linhagem inteira dessa casa.

— Você acha que tem outro jeito? — O interrompi, e ele me olhou sem entender — De tirar Harry disso. De terminar a guerra sem que ele precise se envolver.

— Se houvesse qualquer outro jeito, Draco, eu juro a você que teria descoberto. Mas... você sabe disso.

— Sei — Falei, porque havia sido uma pergunta tola.

A profecia era autorrealizadora.

Assim como Voldemort se condenou quando tentou atacar Harry quando bebê.

A luta teria que acontecer, e eu me sentia terrível ao perceber que não tinha como impedir.

— Vamos cuidar dele. Harry sempre consegue sobreviver. Apenas... tenha fé.

Assenti, encarando o chão, e ele tocou meu ombro em conforto.

— Sirius não vai te deixar em paz agora, sabe disso não é? Ele vai te testar o tempo todo, tentar te irritar e arranjar confusão com você por qualquer razão.

— Ele não pode simplesmente agir como um homem adulto?

— Claro que não. Que ideia absurda — Disse revirando os olhos, e isso me fez sorrir minimamente.

— Parabéns. A propósito. Por ter conseguido.

— Não teria dado certo sem sua ajuda — Admitiu me encarando com bondade — Você que teve a ideia de que animais podem atravessar barreiras. Que a alma pode se camuflar em alguns feitiços de proteção, e isso talvez ajudasse eu e Sirius a passarmos.

— Digo o tempo todo para as pessoas que sou genial, mas ninguém me dá credito por isso — Reclamei, vendo ele rir e revirar os olhos.

— Esperava que já houvesse aprendido a receber elogios, mas você continua incorrigível.

— Porque iria querer corrigir algo em mim, se eu sou perfeito? — Rebati, e ele me encarou com visível repreensão.

— Só... estou curioso sobre algo. Porque não contou a ele? Se estão juntos há tanto tempo, por que...?

— Eu ter tido a ideia não significa que funcionaria. Harry provavelmente largaria tudo para tentar atravessar a barreira, para tentar ajudar. Isso o colocaria em risco. E ainda existia a possibilidade de não funcionar. Jamais me perdoaria se enchesse o coração dele de esperanças e...

— Eu sei — Ele concordou — Você gosta mesmo dele. Eu sabia, mas... ver vocês agora... A forma como o protegeu quando chegamos... Avançaram um bocado nesse tempo juntos.

— Nunca tem ninguém para proteger ele — Murmurei, erguendo os olhos para ele, com firmeza — E... isso me fez pensar. Em Dumbledore.

— Dumbledore?

— Ele me treinou. Me fez mais paranoico do que já sou. Me dava livros com feitiços avançados para aprender. Eu achava que era para manter minha mente ocupada, na época em que sofria pressão de Você-sabe-quem para matá-lo. Depois de um tempo, passei a acreditar que era porque queria que eu lutasse junto com a ordem. Mas então... ele me disse que pretendia desde o começo forjar minha morte e me esconder.

Remus piscou surpreso, assentindo ao entender minha linha de raciocínio.

— Acha que ele planejava desde o começo te deixar responsável por Harry?

— É a única explicação! Porque ele teria me treinado daquela forma se pretendia me esconder? E a maior parte do que me ensinou, era... como proteção. Feitiços, encantamentos. Ele costumava planejar com muita antecedência. E... a cada dia isso parece ficar mais claro para mim. E ao mesmo tempo... estar perto de Harry só... me fazia querer isso. Ser quem estaria ali.

— Harry é um garoto forte. Passou por muitas coisas, e...

— Sozinho — Insisti, cruzando os braços — Ele esteve sozinho por todos esses anos, assistindo as pessoas irem embora. E a cada pouco que conhecia sobre ele, só me fazia ter raiva de todos ao redor. Até mesmo de você, às vezes.

Ele se calou por um instante, desviando osolhos para o chão.

— É claro que você deve pensar que ao invés de salvar Sirius, eu deveria estar cuidando de Harry — Ele disse, sem grande surpresa — Mas você não entende que...

— Eu entendo — Admiti, balançando os ombros — Se estivesse no seu lugar, provavelmente teria feito o mesmo. Mas ainda assim, não significa que é certo. Se ele houvesse morrido... — Abaixei a voz, negando com a cabeça — Se algo houvesse acontecido a Harry, eu apenas queria saber o que você diria para Sirius.

— Você se engana se pensa que ele não ficou com raiva quando soube que eu não tornei a procurar Harry. Quando... quando soube que vocês tinham saído do Largo do Grimmauld, que eu não tinha rastro de vocês... Apenas me convenci de que ajudaria muito mais indo resgatar Sirius do que tentando encontrar vocês. Eu sei que fui egoísta, e eu não me arrependo, Draco.

Assenti, porque entendia aquele sentimento.

Sabia o quanto o amor poderia ser egoísta.

— Eu só... odeio que ele não seja prioridade de todo mundo — Murmurei, e Remus riu.

— Ele passou por todo tipo de situação e injustiça. E é quem, entre toda a humanidade, menos merece sofrer. Harry é...

— Eu sei — Murmurei, com um suspiro — Me deixa maluco não saber como posso proteger ele.

— Nós vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance, Draco!

— É por isso que você precisa convencer ele a me deixar ir — Falei, erguendo os olhos para o rosto dele, vendo-o me encarar com censura.

— Eu não acho que seja uma ideia prudente, Draco.

— Eu posso entrar e sair. Posso passar por isso sozinho. Não quero que ele se arrisque de novo, e que...

— Se você realmente conhece seu namorado, sabe que não tenho qualquer poder de convencê-lo a mudar de ideia.

Bufei, irritado. Um pouco comigo mesmo, porque Remus tinha razão.

— Eu odeio me sentir assim, Odeio não conseguir fazer algo por ele, algo para... tirá-lo dessa porcaria toda!

— Eu sei. E o fato de você se importar tanto, é o que vai nos ajudar. Nós vamos passar por isso, Draco. Você precisa acreditar. Apenas tenha um pouco de fé — Pediu, com muita calma.

E eu apenas olhei para ele, deixando que enxergasse o quanto eu me sentia perdido.

— Amar Harry Potter está me matando — Confessei, encarando ele, vendo sua expressão muito surpresa.

E eu nem se quer percebi que foi a primeira vez que admiti em voz alta.

Que disse que aquilo que sentia era amor.

Eu só... estava muito cansado.

— Draco...

— Eu não... não sei até onde aguento, Remus — Sussurrei baixinho, olhando a redor para ver se Ronald e Hermione não estavam próximos para ouvir — Acordo todos os dias pensando que em algum momento ele vai se ferir. Durmo tendo pesadelos sobre um dia onde ele não vai estar mais aqui. Todas as vezes que olho para ele, parte de mim já começa a se preparar pela perda. E isso... isso está me destruindo, cada dia um pouco mais. Eu não aguento, Remus, viver pensando no dia em que ele vai me deixar.

Parei de falar quando Ronald e Hermione se jogaram no sofá próximo de nós, e vi como Remus me olhou cheio de preocupação.

Parecia querer dizer algo, ao mesmo tempo em que se mostrava sem palavras, com a expressão cheia de pesar.

Era bom finalmente dizer para alguém como eu me sentia angustiado.

Como meu coração batia mais rápido sempre que Harry estava ao meu lado, e nem sempre era um sentimento bom.

Às vezes eu só olhava para ele, e me perguntava o que eu faria quando ele não estivesse mais ao meu lado. O que faria depois que ele deixasse de ser o menino que sobreviveu.

Como seria acordar todos os dias, sabendo que ele não voltaria para meus braços?

No instante seguinte, eu vi Harry vir, um tanto sem jeito pelo corredor.

— Sirius precisa de você agora — Ele disse para Remus, que assentiu.

Ele se ergueu, me lançando um último olhar de preocupação antes de desaparecer pelo corredor, e Ronald agora mexia na própria mochila, parecendo procurar por algo.

— Ei, cara. Eu e Mione vamos dobrar o turno. Vá dormir um pouco — Disse a Harry, com um sorriso mínimo.

— Os turnos noturnos são meus e de Draco. Vocês precisam descansar — Ele respondeu automaticamente, e Hermione sorriu para ele.

— Você passou por emoções fortes hoje. Apenas vá descansar, Harry.

— Mas...

— É sério, estamos bem — Ronald garantiu para ele, com um sorriso ao tirar uma caixa de dentro da mochila, pousando sobre a mesa de centro, e se sentou no chão diante dela — Vou ensinar Hermione a jogar xadrez bruxo.

Nós dois olhamos para ela, que balançou os ombros.

— Não sabemos quando vamos precisar saber jogar de novo. Achei que vale a pena aprender — Disse apressada, e eu achava engraçado como os dois eram idiotas.

— Aposto que em poucas partidas, vai estar me humilhando — Ronald disse sorrindo, e ela retribuiu.

— Vou pegar uns biscoitos — Disse, seguindo para a cozinha, e Harry me encarou. Eu sentia seu olhar sobre mim.

— Draco? Você não... vem?

— Não. Pode ir dormir. Vou assistir o jogo — Falei sem olhar para ele, e Ronald ergueu o olhar para mim, parecendo contrariado.

Apenas indicou com a cabeça que eu fosse, e eu neguei com a cabeça, cruzando os braços.

E arrotou.

Muito alto e nojento, de um jeito que me fez pular do sofá, indignado ao caminhar, passando por Harry e segui direto para o quarto.

Eu ouvi a risada do ruivo, mas ignorei, extremamente inconformado enquanto removia os sapatos, me dando por vencido.

Estava atormentado, precisava dormir.

— Porque não me contou? — Ele perguntou, e eu continuei de costas, trocando rapidamente a camiseta pra algo confortável para dormir, ouvindo ele fechar a porta — Sobre Remus, e o que ele pretendia?

— Ele pediu segredo — Murmurei, ouvindo ele suspirar quando atirei um moletom na cabeça dele, mas vi com o canto dos olhos ele remover a camiseta que vestia, assim como os sapatos, e trocar.

— Eu te contei todos meus segredos, Draco!

— Não era um segredo meu, para que pudesse te dizer.

— Ainda assim, isso me envolvia! Você tinha que ter dito! Eu tinha direito de saber! Poderia ter ajudado Sirius, tirado ele de lá mais...

— E para que eu diria isso? Para te assistir morrer mais rápido? — Rebati, erguendo o rosto, vendo ele congelar me encarando, de forma que foi pego de surpresa quando joguei uma calça para ele, e a peça caiu no chão.

Harry parecia muito surpreso, e eu percebi que estava descontando nele minha própria frustração.

Imediatamente, suspirei, tentando engolir a irritação.

— Você não poderia ter ajudado. Remus é adulto, é muito esperto e precisou de tempo para conseguir descobrir tudo e como fazer isso. E ainda assim, ele mesmo admitiu que não tinha certeza ao fazer. Porque eu te diria isso? Para te encher de esperança? Não te faria qualquer bem, Harry.

— Eu iria querer saber, mesmos assim!

— Não se trata de você — Reclamei, removendo minha calça e a troquei também, vendo ele fazer o mesmo da outra ponta do quarto após pegar ela do chão, ambos muito irritados.

— Como pode dizer isso? Sirius faz parte de mim! É claro que...

— Você tem ideia de como eu iria me sentir se tivesse te enchido de esperança, e depois descobríssemos que Remus simplesmente morreu tentando? Eu sei o quanto isso tudo foi difícil para você, e sou a última pessoa no mundo que iria querer ver você sofrer aquela perda de novo. Te ver passar por aquilo outra vez. Você pode se esquecer as vezes, Harry mas eu prometi que ia cuidar de você.

Ele suspirou, se aproximando de mim, parecendo se dar por vencido ao diminuir a expressão irritada, e pareceu que ia me abraçar, mas eu desviei e deitei na cama, vendo ele arquear o cenho para mim.

— Estou com raiva de você — Avisei, vendo ele subir na cama, me encarando curioso com os olhos verdes bonitos.

— Eu não fiz nada!

— Nada? — Falei indignado, e ele me encarou de braços cruzados — Harry você tem ideia de como eu me senti quando não te encontrei na casa? Quando procurei por você e não te achei?

— Eu...

— Nada justifica você sair daquela maneira. Foi uma das coisas mais egoístas que você fez! — Acusei, e ele desviou o olhar.

— Não foi egoísta! Eu só...!

— Você poderia ter me chamado. Poderia ter me avisado que ouviu algo. Eu estava logo ali — Apontei o banheiro — Mas você preferiu sair desprotegido pela janela! Sem avisar ninguém! Isso poderia ter sido uma armadilha!

— Eu reconheci o...

— Você não é a droga de um cachorro para reconhecer uivo de ninguém! Não importa. Deveria ter dito para alguém. Você não pode simplesmente fazer uma coisa dessas, Harry. Eu estou aqui, e já prometi que vou estar ao seu lado. Que vou te defender, e estou disposto a fazer isso até mesmo quando você estiver errado. A única coisa que peço em troca é que você pense em mim. Que considere o quanto me preocupo, e o quanto esse tipo de comportamento me deixa chateado!

— Eu penso em você...

— Não nesses momentos. Nessas horas, você só pensa em você e no que você quer. Eu sou seu namorado, o mínimo que estou pedindo é para me avisar quando for fazer uma idiotice desse jeito!

Ele pareceu muito ofendido com o que eu disse, porque se moveu para a ponta da cama, deitando ali com raiva, de costas para mim.

Apenas fiz o mesmo, sentindo meu coração batendo muito depressa cheio de adrenalina, e me enrosquei no cobertor, sem vontade de me virar para ele.

Eu sabia que parte do comportamento dele era quase automático.

Harry estava tão habituado a não ter ninguém que se importava com ele, que em momento de perigo nunca achava que deveria contar para alguém ou pedir ajuda. Ele fazia tudo sozinho.

Só que isso não lhe dava o direito de agir dessa maneira. Não comigo. E a minha raiva era totalmente justa.

Mas só nos primeiros momentos.

Porque aquela voz traiçoeira da minha consciência, simplesmente me fez perceber que estávamos os dois juntos ali. Agora.

E eu não sabia se poderíamos estar assim sempre.

Não sabia se algum dia eu me lembraria daquele dia com mágoa por não ter aproveitado a chance que tinha ao lado dele.

Ultimamente minha cabeça só funcionava dessa forma.

Pensando em aproveitar todos os segundos com ele, enquanto tinha oportunidade.

Enquanto ele estava vivo.

E foi por isso que me dei por vencido, movendo na cama e me virei, passando os braços ao redor dele.

Ainda estava com raiva, mas não queria me arrepender de nada.

Ele se deixou abraçar, se aconchegando contra meu corpo, mas sem virar na minha direção.

— Ainda estou bravo com você — Ele murmurou quando enterrei o rosto em seu pescoço.

— Te perguntei alguma coisa? — Rebati, e ele moveu a perna para trás e chutou minha canela.

— Estúpido!

— Idiota — Resmunguei, sentindo ele se aconchegar ainda mais contra meu corpo, e firmei os braços ao seu redor.

— Insuportável.

— Ridículo.

— Desprezível.

— Cretino.

— Tonto — Disse, e isso me fez revirar os olhos.

— É Potter, você venceu. Não consigo pensar em nada pior do que isso — Falei com ironia, movendo as pernas para fugir do segundo chute.

Caímos em silencio, e eu vi ele esticar o braço e puxar a varinha pousada ao lado do travesseiro, fazendo as luzes apagarem.

E ficamos daquela forma, abraçados raivosos no silêncio do quarto, digerindo a nossa primeira discussão como casal.

Era totalmente estranho ter ele agarrado em mim, quanto sentia tanta raiva e frustração.

Até ele se mover, afastando meu abraço, e isso me deixou indignado, enquanto deitava de costas na cama.

— Não vou me desculpar, não me arrependo de nada do que falei, e além disso...

— Ai, cala a boca! — Ele reclamou, espontaneamente deitando sobre mim, e me beijou.

E de um jeito estranho...Parecia ser exatamente o que precisávamos.

Puxei ele contra mim, sentindo-o passar uma perna para o outro lado do meu corpo, e embora precisasse esticar o pescoço para lhe beijar, era gostosa a sensação de tê-lo praticamente sentado no meu colo, debruçado sobre mim.

Havia algo exigente no beijo dele, apressado. Ainda tinha raiva ali, mas apenas fazia o ósculo ser mais intenso, e minhas mãos correram por suas costas, deslizando por sua cintura, sentindo-o com firmeza.

Harry ainda estava ali.

Meu Harry ainda estava ali, comigo.

Girei o corpo, derrubando ele sobre a cama, e usei as pernas para afastar seus joelhos.

Não era idiota de deixar aquelas armas perigosas livres, lembrava muito bem da dor que senti a última vez que ele se deixou levar e me deu uma joelhada.

Ele pareceu entender, porque cedeu espaço, e nenhum de nós parecia se importar com o quanto aquilo era íntimo.

Eu sentia todo o corpo dele abaixo do meu, enquanto suas mãos corriam desesperadas por meu cabelo, guiando minha cabeça e meus movimentos para continuarmos a nos beijar.

Eu senti como ele deslizou os dedos por minha nuca, percorrendo por minhas costas, me deixando arrepiado conforme buscava ar, descendo os lábios para seu pescoço, e finalmente as mãos dele estavam na barra da minha camisa.

Ele pareceu não pensar sobre o assunto ao guiar ambas para dentro, deslizando por minha pele arrepiada, gerando um calor e ansiedade com o toque de suas mãos quentes, que se prendiam vez ou outra na minha camiseta, e eu senti impaciência nos atos dele, tanto quanto nos meus.

Voltei o corpo para trás, sem querer pensar no que fazia ao arrancar a camiseta, sentindo minha pele se contrair quando ele pousou as mãos sobre meu abdômen e me puxou de volta para si, com pressa.

Nossos lábios voltaram a se encontrar, enquanto nos pressionávamos juntos, e minhas mãos corriam pela lateral de seu corpo, sentindo quando ele moveu as pernas, as enroscando ao meu redor, cruzando-as atrás de meu corpo.

Isso fez nós dois rompermos o beijo, apenas sentindo aquele tremor de desejo e vontade nos invadir, porque a amplitude do contato deixava muito óbvio que nossos corpos estavam reagindo rápido demais.

Harry soltava a respiração acelerada, e eu sentia seu coração batendo muito depressa quando ele envolveu as mãos, pressionando a minha nuca, e tornamos a nos beijar, agora com uma urgência ainda mais óbvia.

Eu me movi, porque era impossível continuar parado. Não com aquele beijo, não com as pernas dele se remexendo na minha cintura, não com nossos corpos pressionados daquela forma tão boa.

Eu me movi para trás, afastando suas pernas da minha cintura, ouvindo ele soltar um suspiro de reclamação, mas apenas o fiz sentar e ele entendeu, porque removeu a camiseta, enquanto chutava o cobertor pra longe de nós.

Estava tudo quente demais naquele instante, e ele tremeu quando levei as mãos para alisar seu corpo, sentindo sua pele macia contra as palmas das mãos. Ele estava segurando a respiração em um sinal claro de ansiedade, mas ficou muito quieto enquanto eu fazia isso.

O quarto estava escuro, e a pouca luminosidade vinha da janela, porque eu não fechei a parte que deixava o ambiente totalmente isolado da claridade. Apenas fechei o vidro.

Ainda assim, a claridade me permitia ver contornos do corpo dele, ainda que não os detalhes, e talvez isso estivesse ajudando nós dois a nos deixarmos levar daquela forma.

Eu senti ele se contrair, tremendo de leve, mas sem me impedir quando contornei o cós da calça com a ponta dos dedos, e me inclinei para perto do rosto dele, deixando um beijo suave em seus lábios.

Quando fiz menção de puxar o elástico do moletom, ele segurou minhas mãos para me impedir, soltando um arfar baixinho.

— Você primeiro — Disse, e isso me fez sorrir ao afastar momentaneamente dele, sentindo alguma ansiedade ao me livrar do restante das roupas, vendo ele fazer a mesma coisa.

Agora estávamos os dois um de frente para o outro, e havia alguma distância que foi reduzida por ambos, conforme eu o puxava para meu colo e ele vinha com facilidade.

A sensação era indescritível. Toda apele quente dele junto a minha, o calor de seu corpo, a sensação gostosa de senti-lo tão entregue, unindo a expectativa e ansiedade.

Ele havia pousado ambas as mãos sobre meus ombros, tal como eu pousei as minhas em sua cintura, e nenhum de nós se moveu, desfrutando aquele momento por um instante, os dois um tanto sem jeito.

— Se quiser acender a luz para poder me olhar, não me importo — Murmurei, ao lhe beijar suavemente, sentindo Harry prender meu lábio inferior entre os dentes.

— Ainda estou com raiva de você, idiota — Murmurou, e eu puxei sua cintura para que ele colasse o corpo ao meu, e isso fez ambos arfarmos baixinho.

Em um ato espontâneo de coragem, deslizei a mão da cintura dele, passeando por seu umbigo, descendo conforme ele se contraia todo e soltava arfares baixinhos contra meus lábios.

— Eu sou seu idiota — O lembrei, me sentindo arrepiar com a forma que ele ofegou no instante em que envolvi meus dedos ao seu redor.

Automaticamente, ele pressionou o corpo contra o meu, causando uma fricção gostosa, e deitou a testa contra meu ombro, tremendo conforme eu movia os dedos devagar, sentindo-o reagir muito positivamente.

Ele copiou meu gesto, levando uma das mãos para meu corpo, deslizando suavemente e de forma extremamente lenta, quase maldoso ao cobrir a glande, e focar carinho só ali, ainda que sua cintura se movesse em claro sinal para que eu acelerasse o que fazia.

Essa diferença de sintonia me fez suspirar, sentindo meu corpo inteiro se contrair, e inclinei o rosto na direção dele, sentindo-o soltando arfares conforme nos beijávamos.

Por vezes nossos braços se esbarravam nos movimentos, e a falta de ar o fez pousar a testa contra a lateral do meu rosto, estando no meu colo. Isso o fazia estar um pouco mais alto, o que definitivamente estava acabando com o meu raciocínio.

Sentir a respiração quente dele bater contra minha orelha, ouvir seus suspiros conforme eu movia mais rapidamente, enquanto ele apenas parecia brincar comigo, me empurrando para um estágio de total confusão e prazer.

— Hmmm — Ele gemeu muito prolongado contra minha orelha, me fazendo fechar os olhos e respirar fundo, totalmente envolvido em Harry, em seu corpo, seus gemidos, e movimentos.

— Mais rápido — Me dei por vencido e quase choraminguei para ele, sentindo-o deslizar os lábios pelo lóbulo da minha orelha.

— Cala a boca — Foi tudo o que disse, em um resmungo contrariado.

E eu poderia lhe devolver na mesma moeda, mas não conseguia me frear. Não conseguia diminuir o ritmo, porque ter ele tremendo e gemendo daquela forma tão íntima entre meus braços estava me deixando totalmente louco por ele.

Mas ele cedeu, deslizando os dedos para segurar da base, começando a me masturbar, o aperto firme me fazendo soltar um gemido abafado ao morder os lábios.

Eu me sentia totalmente hipnotizado por ele, e isso me fez levar a mão livre por suas pernas, acariciando suas coxas, deslizando para apertar suas nádegas, passeando por todo seu corpo.

A cada gemido que ele soltava, muito baixinho só para mim, eu me sentina ainda mais incentivado, e essa sensação estonteante mesclada com a masturbação conjunta estava nos deixando cada vez mais atordoados.

Eu ergui o rosto, tomando ele para um beijo, sentindo o ritmo errático nos nossos punhos nos fazendo gemer um contra os lábios do outro. E ele ainda movia a cintura, se esfregando contra mim, tão solto e a vontade, que apenas me deixava ainda mais fascinado.

— Meu idiota — Ele disse contra meus lábios, a mão livre agarrada firmemente a minha nuca, e isso me fez sorrir.

— Seu — Concordei com um arfar, fechando os olhos ao sentir meu corpo inteiro ser varrido por aquela sensação gostosa, e joguei a cabeça para trás, sem me conter.

Eu senti ele voltar os lábios para meu pescoço, subindo para minha orelha, e ficou com a cabeça pousada ali, se deixando gemer meu nome muito baixinho e rouco, com a respiração acelerada.

Era uma das melhores sensações do mundo, e eu lhe dediquei atenção especial nos movimentos, sentindo ele chegar ao orgasmo, murmurando várias vezes ‘Meu, meu, meu’, a mão livre se agarrando em meus ombros com possessividade.

Isso obviamente foi o me limite, e eu o segui em uma explosão de prazer que me fez sentir o corpo inteiro vibrar.

Nós ficamos longos instantes ali respirando entrecortados, até eu deixar o corpo cair para trás e me deitar, com Harry ainda sobre mim.

Quando finalmente estávamos conseguindo nos recuperar, ele ergueu o rosto para o meu, e eu sentia que me encarava.

— Ainda estou com raiva de você — Falamos ao mesmo tempo um para o outro, tornando a cair em silencio.

Não houve qualquer conversa. Fomos juntos tomar um banho breve, e eu arrumei novamente a cama para dormirmos após vestirmos apenas roupa íntima.

 Ainda estávamos quentes demais.

Nos abraçamos, agora confortáveis e consideravelmente mais calmos, embora ainda confusos por nossa primeira briga e desentendimento.

Ainda assim, poucos instantes antes de apagar, eu não consegui deixar de pensar que estar com Harry era algo doloroso, difícil e perigoso.

Mas eu jamais mudaria absolutamente nada na minha vida, porque cada decisão me trouxe até ele.

E eu confiava que o que eu sentia por Harry me ajudaria a passar por qualquer dificuldade que aparecesse no futuro.

Só esperava que no final, depois de tudo isso...

Ele estivesse ali.

Ele adormeceu primeiro, então não viu quando uma de minhas mãos deslizou por seu corpo, até parar sobre seu coração.

Fiquei quietinho daquele jeito, sentindo as batidas me acalmando a ponto de finalmente conseguir dormir, depois de uma lágrima escorrer silenciosa e solitária por minha bochecha.

Amar Harry Potter estava me matando.


Notas Finais


Estão gostando dessa fic super soft e levinha????????
É um capítulo com bastante emoção, porque ao mesmo tempo que é lindo ver o quanto o Draco ama o Harry, também é muito triste.
Ele tentando se apegar a cada instante, porque sente no fundo que vai perder o Harry.
E ele admitiu em voz alta que sabe que ama ele!!!!!!
E eles dormiram abraçadinhos, super bravos, mas MUITO ABRAÇADINHOS.
Amo eles um tantão!
rs Espero que estejam gostando rs
Até o próximo!


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