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História Efeito Colateral - T e n


Escrita por: deadler

Capítulo 10 - T e n


Fanfic / Fanfiction Efeito Colateral - T e n

Audrey desceu da garupa da moto de Justin e tirou o capacete, entregando-lhe logo em seguida. Ele desligou a moto e tirou seu capacete também, porém não desceu do veículo. Ela olhou para a entrada dos dormitórios e viu apenas duas garotas conversando em frente. Voltou a olhar para ele.

— Então... – disse ela, sem saber o que realmente dizer.

— Então... – ele repetiu.

— Obrigada pela carona – disse, por fim.

Ele colocou um capacete na garupa e outro em cima de sua perna, apoiou os braços nele e se inclinou, chegando mais perto dela. Centímetros separavam seus rostos.

— Disponha – disse baixinho, antes de colar seus lábios nos de Audrey.

Foi apenas um colar de lábios, um selinho, porém Audrey sentiu aquele arrepio delicioso na nuca outra vez. Ela não sabia como era possível Justin causar esse efeito nela, porém estava adorando. Justin deixou mais dois beijos molhados na boca de Audrey e beijou sua testa. Colocou seu capacete e colocou o que Audrey estava usando em seu braço. Acelerou a moto e sumiu das vistas de Audrey.

Com um sorriso no rosto, ela passou pelas garotas que cochichavam entre si e foi para o quarto. Pegou a chave em seu bolso e destrancou a porta, abrindo-a em seguida. Quando entrou, viu Claire chorando ao telefone.

— Graças a Deus.

Ela avançou em Audrey, apertando-a em um abraço sufocado. Sem entender nada, ela abraçou a amiga de volta, que continuava chorando. Olhou em volta e só então percebeu Andy sentado em sua cama, também com um telefone em mãos. Ele suspirou parecendo estar aliviado e guardou o aparelho.

— O que aconteceu?

Audrey perguntou para Claire, porém foi Andy quem respondeu.

— Você sumiu por três horas e não atendia o telefone. A gente achou que você tinha sido sequestrada ou algo do tipo.

Ela quase não acreditou no que estava ouvindo. O pouco de chuva que tomaram quando foram para o apartamento de Justin havia molhado seu celular, então ela achou melhor deixar ele desligado e sem bateria por um tempo, mas errou em não avisar Claire e sabia disso. Falou que iria voltar para casa de táxi e ficou mais de três horas fora, se fosse ela no lugar da morena, também pensaria o pior. Audrey se sentiu mal por isso.

Soluçando de chorar, Claire se afastou de Audrey e começou a gritar.

— Onde você estava? Eu achei que tinha morrido! Eu liguei para a polícia, mas eles disseram que não podiam fazer nada.

— Eu estou bem e estou aqui. Olha para mim, estou bem – Audrey garantiu.

Claire olhou para ela e foi se acalmando aos poucos. Passou a mão no rosto, limpando as lágrimas. Andy a abraçou de lado e afagou o cabelo dela.

— Você está bem mesmo? – ela perguntou baixinho, olhando para Audrey.

Ela sorriu e respondeu.

— Claro que estou.

Estendeu os braços para Claire e a mesma não pensou antes de se jogar nos braços da amiga.

— Desculpa deixar você preocupada. Prometo que não vai acontecer mais – prometeu a loira.

Claire assentiu.

— Você está bem, isso que importa. Deus, eu nem acredito que você está bem! Nunca mais vou te deixar para trás.

— Você não me deixou para trás. Eu quis ficar – ela discordou.

— Não discute – Claire mandou.

Elas se soltaram e Claire resmungou que precisava de um banho. Pegou seu nécessaire e saiu do quarto, indo para o banheiro compartilhado. Andy e Audrey ficaram sozinhos e ela estava cansada demais para discutir, então apenas passou por ele, pegou um pijama em sua cômoda e jogou em cima da cama. A única coisa que passava por sua cabeça era Justin. Seus beijos, suas mãos sob seu corpo, o jeito em que ele a enlouquecia com apenas um olhar.

Ela sentia o olhar de Andy queimando em si, mas fingiu não ligar. Ela já sabia que ele não a queria perto de seu irmão e ela não iria se afastar de Justin. Assuntou encerrado.

A garota pegou uns livros que estavam jogados em cima da cama e empilhou-os, deixando eles organizados, para depois coloca-los em cima da mesa de estudos.

— Fico feliz que esteja bem – Andy quebrou o silêncio.

— Será? Talvez se eu tivesse morrido você ficaria feliz, afinal, eu não iria mais atormentar seu irmão.

Audrey se descontrolou e disse a primeira coisa que veio em sua cabeça, porém se arrependeu imediatamente. Acusá-lo de ficar feliz com a morte dela era um golpe baixo demais. Ela suspirou e se virou, encarando Andy. Ele a olhava completamente sério e ela soube que o irritou profundamente.

— Andy, descu...

Audrey não teve chances de continuar, porque ele simplesmente abriu a porta e saiu do quarto, deixando-a sozinha com sua culpa esmagando seu coração.

Ela não podia continuar nessa situação com Andy e sabia disso. Porém, ainda estava chateada com o que ele havia feito dias atrás. Agora a situação havia se invertido e ela era orgulhosa demais para admitir isso.

Claire voltou do banho e não fez perguntas. A morena ainda estava um pouco sensível pelo quase-sumiço da amiga, então deitou na cama com a amiga e as duas dormiram juntas.

O dia amanheceu e foi a primeira vez que Audrey realmente cogitou a ideia de não ir para a aula e ficar na cama o dia todo. Seu corpo estava pesado e ela não tinha a mínima vontade de estudar. Mas precisava manter sua bolsa e ter notas boas.

Assim que tirou sua coberta e colocou os pés no chão, percebeu o quanto o dia estava frio. Na verdade, congelando.

Acordou Claire, que estava na metade da cama, quase derrubando Audrey no chão. Após ouvir alguns resmungos da amiga, foi para o banheiro tomar banho. Após um banho quente e rápido, se arrumou. Vestiu uma calça jeans, uma blusa branca de mangas compridas e colocou o moletom mais quente que achou no meio de suas roupas. Quando saiu para, finalmente, ir para sua sala, Claire ainda estava terminando de se arrumar.

Entrou na sala e se sentou em seu lugar de costume. Andy já estava sentado, ao lado de Rosie. Assim que Rosie percebeu o clima estranho entre os dois, parou de provocar Audrey. Na frente dela, é claro. Vivia falando mal da garota para todos que quisessem ouvir. E também, Audrey havia parado de revidar as provocações da garota, então ao perceber que estava falando sozinha, Rosie decidiu ficar quieta em seu canto.

Na hora do almoço, Audrey viu Claire e Andy conversando enquanto riam. Eles estavam um do lado do outro e pareciam estar animados. Ela sabia que isso não iria durar, porque no momento em que ela sentasse com eles, Andy iria se calar.

Foi para a fila e pegou sua bandeja. Após ter pego tudo que iria comer, saiu do refeitório. Andou pelos corredores até chegar no ginásio. No momento que passou pelas portas pôde ver Justin sentado no mesmo lugar, almoçando sozinho, como sempre.

Não mais.

Justin percebeu a presença dela e encarou-a, enquanto ela subia na arquibancada e sentava ao lado dele. Arqueou suas sobrancelhas, completamente confuso. Ela simplesmente começou a comer, como se fosse nada demais. Vendo que ela não iria dizer nada, pronunciou-se.

— Oi? – disse, porém saiu como uma pergunta.

— Olá – ela responder de volta, tomando seu suco.

— O que você está fazendo aqui?

Ela parou o que estava fazendo e olhou em volta. Depois olhou para ele, como se Justin fosse louco.

— Almoçando – disse o óbvio.

Justin deixou a comida de lado e suspirou, para depois olhar para ela.

— Audrey, você não precisa deixar seus amigos de lado para ficar aqui. Eu estou bem, sério. Fico aqui sozinho todos os dias, já me acostumei.

Ela riu.

— Eu sei. Mas, no momento, prefiro ficar aqui do que estragar o almoço da minha melhor amiga. O clima entre seu irmão e eu não está muito bom – confessou.

Justin olhou-a, confuso.

— Por que?

Foi aí que ela percebeu que havia dito demais. Se ela dissesse o motivo, provavelmente Justin iria atrás de Andy tirar satisfações. Ou não, talvez ele não iria ligar. Porém, ela não queria arriscar. E se entrasse nesse assunto agora, iria acabar entrando no assunto proibido, que era o passado de Justin. Ela havia adorado o tempo que passou com Justin na noite anterior e queria manter aquele clima. Ela iria saber o que havia acontecido com ele e porque todos o olhavam daquele jeito no momento certo. A atração que sentia por ele era maior que a curiosidade.

— Coisas entre mim e ele. Nada que você precise se preocupar – ela fez pouco caso – Daqui a pouco já está tudo bem de novo, você vai ver.

Ela realmente queria acreditar nisso.

Justin não acreditou numa só palavra dita por ela, mas preferiu deixar quieto.

Eles almoçaram em silêncio. Em alguns momentos Audrey pegava Justin olhando para ela, porém não dizia nada. Não era um silêncio constrangedor, era apenas silêncio. Quando Justin disse algo, era a respeito do emprego dela. A princípio ela riu, achando que ele estava brincando quando disse que ela estava contratada. Depois, ficou feliz ao saber que tinha um emprego. Iria trabalhar três dias na semana — nos dias que não tinha aula de tarde —, apenas no período da tarde, e iria ganhar por hora trabalhada. Para ela, estava maravilhoso. Era tudo que precisava.

Essa tarde Audrey tinha aula, então eles se despediram com um aceno e cada um foi para seu canto. A aula dela passou lentamente. Ela não estava prestando atenção nenhuma, e prometeu a si mesma que assim que voltasse para o quarto iria estudar. Precisava estudar. As provas já estavam perto e ela tinha que tirar a nota mais perto do máximo possível, só assim ficaria mais tranquila.

Quando a aula acabou, Audrey foi direto para o dormitório. Estava exausta e não sabia o porquê. Sentia seu corpo pesado, como se não dormisse direito a semanas. Atravessou o campus inteiro lentamente, com alguns livros em seus braços. Soltou um suspiro de alívio quando viu a entrada dos dormitórios.

Claire deveria estar no quarto. Hoje ela não tinha aula de tarde, porém tinha de noite, o que era péssimo para Audrey. Ela estava odiando os horários das aulas. Abriu a porta do quarto e deu de cara com Claire sentada no chão brincando com um gato.

Um gatinho cinza minúsculo. Era um filhote.

Animais eram proibidos na universidade.

— De quem é esse gato? – perguntou enquanto jogava suas coisas em cima da cama.

A amiga olhou para Audrey e sorriu, enquanto acariciava o animal.

— Encontrei ele andando aqui perto sozinho e não consegui deixar para trás. Ele estava me seguindo! – respondeu.

Claire era, definitivamente, louca.

— Animais são proibidos aqui, você sabe – comentou.

A morena fez um biquinho e Audrey sentou no chão, pegou o animalzinho e colocou-o em seu colo. Levou-o até seu nariz e inspirou. Ele cheirava a sabonete. Claire havia dado um bom banho nele, estava tão limpinho.

Audrey amava animais. Nunca teve nenhum bicho de estimação, seu pai era o tipo de pessoa que tinha alergia a tudo, principalmente a pelos. Ele não podia ver um animal que começava a tossir. Ela sempre quis ter um gatinho ou um cachorro, mas nunca pôde.

O gato soltou um miado e lambeu o dedo de Audrey. Ela sorriu ao sentir a textura da língua do bicho entrar em contato com seu dedo. Era estranho, fazia cócegas.  

— Eu sei, mas não tenho coragem de jogar ele na rua – Claire respondeu — A gente tem que arrumar um lugar para ele ficar, sem que ninguém descubra.

— Você já deu um nome para ele? – quis saber.

— Claro que sim. O nome dele é Gato.

Audrey parou de acariciar o animal e olhou para Claire. A amiga tinha sérios problemas mentais.

— O nome do gato é Gato? – repetiu, apenas para ter certeza de que estava ouvindo direito.

Claire apenas assentiu com um sorriso no rosto. Audrey balançou a cabeça em negação, porém também sorriu.

— Ok Gato, tenho um lugar perfeito para você, só preciso convencer o dono.


Notas Finais




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