Efêmero

Bendita foi a hora que fui ver a notificação dessa capa, ela já estava salva na minha biblioteca e nunca imaginei que ficaria tão feliz e triste com uma história curta e inefável.

Eu fico sem graça de dizer isso mas sei exatamente como Sunghoon se sente. Um tempo atrás, eu acabei me apaixonando. Foi curto mas foi o suficiente para que essa pessoa alugasse uma mansão na minha mente. Eu ainda guardo incertezas se eu amo ou não essa pessoa depois de todos esses anos. Mesmo sem perceber, minha mente sempre volta para essa época, isso me causa um sensação agridoce e é exatamente isso que me faz pensar em como eu e o Sunghoon somos parecidos: nós entregamos nosso coração para pessoas que não durariam em nossa vida, e isso culmina para uma sensação de dor e felicidade. Pq foi o mais perto que chegamos de amar alguém.

Essa é a minha interpretação, apenas estou abrindo meu coração rs. Fico imensamente feliz com essa fic. Não por ser uma história feliz mas eu penso que não sou o único nesse dilema, e isso me conforta de alguma forma :3 um dia superamos isso (spoiler: não vamos)

É estranha a maneira como a conexão com o enredo me pegou forte quando terminei a leitura e fiquei apenas pensando e absorvendo cada palavra e parágrafo. No começo, parecia como um doce de bala fini: tem uma aparência doce, delicada, mas ao tato do paladar vai ficando cada vez mais agridoce. E eu não sei o porquê, mas me lembrou muito de uma música da Melanie, Bittersweet Tragedy. O nome parece combinar bem. O começo sugere algo doce à visão, mas é acre ao paladar ao absorver as palavras do eu lírico. E isso é muito tocante, de certo modo.

A comparação entre Sunoo e os elementos da natureza como nuvens, pássaros e o sol foi de uma elegância absurda, que pesa habilmente o sentimentalismo do que a estória retrata. A efemeridade do amor alheio é tão carregada, que mesmo que o ato de amar seja bonito, também é capaz de machucar e deixar marcado; ainda que a pessoa amada seja associada a algo passageiro. Isso me fez lembrar de muitas vezes pelas quais eu também senti o mesmo, e me doeu tanto o peito ao ponto de poder sentir espinhos por dentro de mim. É estranho pensar, agora, no quanto era conflituoso sentir tanto saudosismo misturado ao sentimento de perda de algo que sequer havia sido meu. Acredito que seja esse sentimento que está escancarado em cada linha poética desse capítulo.

Sua escrita é tão bela, tão poética e ao mesmo tão acessível ao entendimento que não posso dizer que não seja delicada; é de uma beleza inconfundível, mesmo que carregue um peso emotivo muito grande em seu conteúdo. É envolvente e é como um cobertor, porque, ao terminar, deixa uma colcha de retalhos de tantos pensamentos identificáveis, se tornando algo marcante. Lindo, lindo, lindo, de verdade. É como se essa estória, na sua escrita delicada, estivesse lembrando através das vivências do protagonista de que as coisas que são mais preciosas, muitas vezes, são aquelas que escapam aos dedos, que não vêm para ficar, que só estão de passagem.

E eu confesso que isso me deixou muito pensativo, olhando para o nada ao terminar, me sentindo até um pouco melancólico. Eu senti essa estória. Definitivamente. Foi algo profundo, que realmente aponta para o modo como se vive e se deixa passar preciosidades sem que haja chances de que fiquem. Fiquei me lamentando por Sunghoon, mas também por Sunoo. A efemeridade do amor, por incrível que pareça, não machuca apenas um lado, e não é a curto prazo. E acho que dói um pouco mais pensar nisso, porque fica implícito que Sunghoon ainda espera por aquele que o coração ama.

Acho que falei e divaguei demais, peço perdão! Eu adorei a estorinha, e ela me atingiu em cheio. Desbloqueou algumas memórias também. Como eu disse antes: marcante. Curto, melancólico e absolutamente belíssimo! 💙