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História Ei, Vossa Alteza (Min Yoongi) - Capítulo 14


Escrita por: Dii_Kook

Notas do Autor


Espero que gostem 💙

Capítulo 15 - Capítulo 14


Fanfic / Fanfiction Ei, Vossa Alteza (Min Yoongi) - Capítulo 14

• Min Yoongi •

O que fazer para fugir de alguém como Park Verônica?

1. Forjar a própria morte e mudar de nome?

2. Fingir um desmaio e fugir do hospital no meio da noite?

3. "Acidentalmente" perder a memória?

Verônica é mimada, autoritária e persistente. Para ela aceitar um não como resposta, você precisa esgotar todos os outros recursos. E olhe lá.

Eu admiro isso nela? Sim, mas também acho que enche o saco às vezes ter alguém tão birrento no seu pé. Eu só admiro porque ela não se esconde, não é como um certo alguém desprovido de altura que se esconde através de máscaras para esconder a verdadeira podridão que tem por dentro.

– Certo, entra aí.

Falei, dando um passo para o lado para que a morena conseguisse entrar. Assim que o fez, fechei a porta e me coloquei ao seu lado.

– Vamos para o meu quarto. As paredes costumam ter ouvidos aqui.

– É, é bom ninguém escutar o que eu tenho a dizer.

Tive de reunir todas as minhas forças intelectuais para não contorcer meu rosto em uma careta ao escutá-la dizer aquela frase.

Guiei a menina pelas escadas, apesar da Park já conhecer aquela casa muito bem. Passamos pelos corredor dos quartos e logo alcançamos a minha porta preta, facilmente identificada por conta dos adesivos estravagantes de correntes, microfones, caricaturas de cantores de rap e afins. O meu estilo.

Abri a porta como o perfeito cavalheiro que não sou, e Verônica passou pela entrada. Não precisei oferecer um lugar para que ela se sentasse, a garota o fez sozinha, escolhendo a beirada da cama.

Depois que me certifiquei que a porta estava totalmente fechada, sem brechas para algum curioso ficar escutando por detrás, peguei minha cadeira da escrivaninha e coloquei de frente para Verônica, com uma distância razoável de si.

Os olhos traiçoeiros dela foram até as minhas pernas longes da sua, logo em seguida ela subiu para o meu rosto, estampando um estranho sorriso nos lábios.

– Então você está pegando a princesinha.

Suspirei, já sabendo que aquela não seria uma conversa tranquila e amigável. Coloquei a mão em frente ao rosto e balancei minha cabeça negativamente, a sensação de estar contra a parede não é muito boa, e eu não gosto de me sentir assim.

– Sim, estamos ficando. Por quê? – minha voz saiu densa, pesada.

– Ah, eu vou ser direta. – ela bateu as mãos em suas coxas. – Não quero mais isso. Tipo, não quero vocês juntos.

Foi inevitável não franzir meu cenho e soltar um riso soprado, ironizando bem o seu "desejo". Minha perna direita se colocou sobre a esquerda, e eu cruzei os braços em frente ao peito.

– Verônica, eu já fiquei com outras garotas ao mesmo tempo que ficava com você, não? Na realidade, ainda faço isso.

– Eu sei. – ela balançou a cabeça. Estranhamente intacta quanto a minha pose sarcástica.

– E por que agora seria diferente?

– Porque eu quero.

Os lábios pintados de vermelho se curvaram para cima, num sorriso que mostrou os dentes impecáveis da garota.

– Eu não me importo que você fique com outras garotas, porque eu sempre fui a prioridade. A exclusividade. E eu quero continuar assim. – ela se ergueu, fazendo-me assim ter de levantar meu rosto para encará-la. – Porque eu sou a primeira em tudo. A melhor.

– E o que Merllya tem a ver com esse seu complexo de insegurança fodido?

De repente, a expressão orgulhosa de Verônica se transformou num ódio descomunal. Seus olhos pareciam chamas me queimando, só que, alguns segundos depois, ela as apagou e fingiu que não tinha se abalado com a minha alfinetada.

– Você é diferente com ela, é completamente estranho pensar que Min Yoongi está gostando de alguém, ainda mais alguém como ela, tão ingênua, mas eu percebo como você fica quando ela está por perto. – Verônica dobrou sua mão de modo que suas unhas ficassem de frente para o seu rosto. Ela pareceu analisá-las, mesmo sabendo que estavam impecável. Sempre estão. – Sabe, Min Yoongi, eu não sou muito receptiva quanto a mudanças. Eu gosto das coisas como elas são, então...

Revirei meus olhos. Eu já conheço a personalidade venenosa de Verônica, mas por vê-la despejar toxicidade em outras pessoas, não em mim. Agora que está sendo ao contrário, acho que teremos problemas.

Porque eu não gosto de ser ameaçado.

– E o que você quer, minha filha? – esbravejei. – Você não disse que seria direta? Para mim você está fazendo todo esse discurso pra nada.

– Eu quero que você se afaste dela. – cruzou seus braços.

– Caso contrário...?

– Caso contrário, eu irei tirá-la do time das Hadas. Merllya deixará de ser uma animadora.

Fiquei incontáveis segundos olhando para a cara da Park, sem realmente acreditar que ela havia dito aquelas palavras. Mas não demorou para eu expressar toda a minha incredulidade em forma de risadas, ou melhor, gargalhadas.

Isso é patético.

– Meu Deus, Verônica. Você acha que estamos num filme clichê americano?

Ela usa seu dinheiro para intimidar os alunos do nosso colégio, os bolsistas principalmente, mas com Merllya, por motivos óbvios, ela não pode fazer isso. Porém não achei qu iria apelar para algo tão infantil, é ridículo, até mesmo para ela.

– A equipe é importante para ela, Min Yoongi. E o jogo está tão próximo... Seria uma pena S/N ser banida, logo quando faltam apenas duas semanas. – respondeu-me, não parecendo abalada com a minha ridicularização dirigida a si. – E você sendo o culpado disso? Que péssimo.

– Beleza, ela pode estar até super empolgada, mas tenho certeza que não seria como perder um membro da família. Ela supera. – respondi convencido, relaxando minha postura agora que não tinha com o que me preocupar verdadeiramente.

– Tudo isso para continuar ficando com ela, Yoongi? Desde quando você ficou tão... Fraco?

Meu punho direito se fechou sobre meu colo e travei meu maxilar diante daquela afronta, no entanto, não iria dar esse gostinho para Verônica. Ela sabe como me irrita quanto tentam me colocar por baixo, me diminuir, todavia não deixarei que o faça.

– Era só isso? Se for, já pode ir embora. Seu recado foi dado.

Me levantei da cadeira, o movimento brusco lançou o objeto um pouco para trás, só que eu não me importei. Caminhei rapidamente até a porta do meu quarto e girei a maçaneta, exibindo a passagem livre para a morena.

– Você sabe a saída. – falei, olhando diretamente em seu rosto.

Abri um sorriso satisfeito quando vi os lábios da menor apertados, seu corpo parecia tremer como se ela estivesse a beira de um colapso, e eu tive ainda mais certeza disso quando vi a mesma exibir um sorriso trêmulo. Claramente frustrada, Verônica caminhou até mim com passos fundos, no entanto, antes de passar definitivamente pela porta do quarto, ela parou e se virou. 

– Tenta perguntar para ela o porquê de ser tão importante estar na equipe. Você vai se surpreender. – sua mão veio até meu rosto, e dessa vez eu não me afastei, apenas deixei que ela o fizesse sozinha. – Te dou 24 horas para se decidir. Ou você se afasta, ou eu tiro ela do time. Você decide.

Respirei fundo, recitando mentalmente um mantra para manter a calma.

– Tá, eu pergunto. Agora vai.

É a primeira vez que expulso Verônica daqui de casa, ou melhor, é a primeira vez que expulso ela de qualquer lugar. Sempre fora o contrário, quando eu estava com uma garota e ela aparecia, a outra instantaneamente ia para o banco reserva.

E eu sei como a essa mudança está afetando a Park. Seu sorriso satisfeito não me engana, porque seus lábios estão tremendo e posso ver que suas unhas já deixaram marcas profundas na palma de sua mão.

Assim que a morena sumiu pelo corredor, levando consigo todo o ar pesado e quase deixando um rastro de fogo pelo tapete vermelho que cobre os caminhos da casa, fechei a porta do meu quarto novamente e me atirei na cama. O ar entrou pelos meus pulmões e se espalhou pelo meu ser como uma brisa fresca, relaxando meus músculos antes tencionados. Apesar de não ter sido nada extravagante, essa discussão com Verônica me deixou cansado.

Todavia, não preocupado.

°•°

Quando Verônica passou por mim e Merllya, eu envolvia os ombros da morena com meu braço direito, trazendo seu corpo para perto. Verônica passou com os olhos fincados aos meus e deixou um sorriso escapar quando percebeu meu movimento, até que me deu as costas.

Aquela conversa que tivera consigo ontem não me atormentou durante a noite, mas minha curiosidade não me deixava ignorar a sua dica. Eu preciso perguntar para Merllya sobre o jogo.

– Ei, S/N. – chamei-a, que largou suas batatas fritas e olhou para meu rosto. Agradeço mentalmente por nossos colegas não estarem aqui agora, assim eu posso me concentrar melhor no ponto importante. – E os ensaios, das Hadas? Como estão indo?

Os olhos dela brilharam quando mencionei o nome do grupo. Mas eu já sabia que Merllya gosta demais dessa vivência de animadora.

– Estão indo bem, eu estou me dando muito bem! Verônica só está mais exigente comigo, mas é de se esperar visto que entrei há pouco tempo na equipe e já vou enfrentar um grande evento.

Ah, sim, é por isso sim. Não tem nada a ver com a obsessão maluca dela por mim.

– Ah, que bom. – abri um sorriso. Falso. Mas convincente. – É, você deve estar bem empolgada depois de todos os filmes que assistiu. Viver um clichezinho.

– Meus pais vão me assistir.

O suco que estava quase descendo pela minha garganta voltou e queimou meu nariz. Por pouco eu não cuspi tudo na mesa, mas senti minha garganta queimar quando o líquido adocicado desceu de forma brusca quando o empurrei de volta.

Vendo meu desespero e meu olhar de pânico, Merllya abriu um pouco mais seus olhos e levou as mãos até meus ombros.

– Calma, calma! Eles não virão me assistir. – disse, sabendo o motivo de eu ficar tão alarmado. – Woo-bin contratou um homem para registrar os momentos, as danças. E vai exibir para os meus pais, acho que ao vivo.

Puta que me pariu.

– Por isso estou tão preocupada em ser perfeita, porque se for ao vivo, não posso errar. Seria vergonhoso demais errar na frente de um campo inteiro, porém, seria bem pior errar para os meus pais. – ela suspirou. – Se fossem gravações podiam até editar, mas será ao vivo. Eles estarão assistindo como se estivessem aqui, comigo.

O corpo de Merllya estava parcialmente virado para mim, e ela olhava fixamente para as batatas amareladas a sua frente, perdida em pensamentos.

Não era apenas uma realização de viver um clichê de filme americano. Não era apenas para saciar o desejo de uma adolescente iludida pela mídia. É mais que isso.

– Então – voltei a falar, agora precisando engolir uma vez para fortalecer a voz. – É bem importante para você, não é?

– Sim, muito. Yoongi, sabe quando seus pais iam na sua escola ver suas apresentações de infância? Os musicais, os desenhos, as dancinhas que as professoras criavam?

Assenti.

– Eu nunca tive isso. Nunca pude cantar uma música bonitinha no dia das mães com meus colegas de turma, ou dançar em alguma festa na escola com um uniforme divertido. – S/N pausou por um momento, parecendo procurar as palavras certas. – Eu nunca pude ver os olhares orgulhosos do meu pai depois de me ver fazer uma simples dancinha, ou ver minha mãe chorar emocionada por eu ter dito que amo ela numa música. Meus pais ficam orgulhosos com os testes que meus professores aplicam para mim para mostrar o meu desenvolvimento. Ficam orgulhosos com os discursos de treinamento que eu escrevo. Mas nunca vi eles... Emocionados por algo que eu fiz.

Eu, sinceramente, gostaria de voltar num tempo e, sei lá, ser comido por um crocodilo gigante e monstruoso que me engoliria numa só mordida, sem nem precisar mastigar.

Para mim pode parecer algo bobo, tipo, quem é que sonha com isso? Eu tive isso, eu vi minha mãe chorar todos os anos enquanto eu cantava a mesma música de dias das mães no ensino fundamental. Ganhei brinquedos do meu pai depois de me apresentar na escola, mesmo errando alguns passos e dançando todo desengonçado. Tive meus desenhos completamente aleatórios, e abstratos, exaltados como se eu fosse um grande artista quando era criança.

Eu tive essa infância. A infância que a maioria teve.

E agora eu vejo que, porra, para algumas pessoas é importante. Ter esse tipo de apoio, quando se é um ser tão ingênuo a ponto de se achar o melhor desenhista do mundo por seu pai dizer que o seu redemoinho de lápis verde super parece um dinossauro, pode ser importante para algumas pessoas. A emoção.

Merllya não teve isso, Merllya não teve seus pais emocionados por coisas que ela fez. Eu não acho que os pais dela não são amorosos consigo, porém, pelas coisas que ela diz, eles parecem muito severos quanto à sua educação. Como ela mesma disse, por testes aplicados e discursos de treinamento.

Eles estão criando uma rainha.

– Tenho certeza que você vai ser perfeita, Lya. E que seus pais vão ficar orgulhosos e emocionados.

E eu não vou impedir isso de acontecer.


Notas Finais


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