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História Ekaya - Pity Party (part. III)


Escrita por: gravityfallz

Notas do Autor


WERE BACK, BITCHEEEES!
(não podia perder essa, desculpa jshdk)
Entãao, pessoal, voltei. E eu sei que devo MUITAS explicações, até porque ficar 3 meses sem postar n é brincadeira, né non?
Eee, pra compensar toda a demora, ESSE CAP TA GIGANTE!
Varias tretas, varias cenas Castlynn, varias tretas... já disse tretas? hauhshsh
Aproveitem o capitulo, jujubinhas do meu core sz
(isso foi muito gay... amei)
Boa leitura!

Capítulo 9 - Pity Party (part. III)


 

Coloquei a minha mão direita na testa e percebi que eu estava suando frio. Minha cabeça estava girando, e só voltei para si quando ouvi a voz de Castiel.

 

— Lynn? — Ele perguntou, com os olhos arregalados, aparentemente preocupado. — O que aconteceu?

 

— Aquela garota loira que estava falando com você... — Disse, tentando conter meu nervosismo. — Ela não é de Ekaya. É do meu mundo. E acabou de sumir com a Velmin.

 

— Espera, o quê? — Falou, franzindo o cenho. — Como você pôde deixar que ela ficasse com a Velmin?!

 

— Eu não deixei, Castiel! — Respondi, irritada. — É uma longa história. Eu preciso encontrar ela, e rápido.

 

— Eu vou com você. Conheço esse lugar melhor do que ninguém.

 

Assenti a cabeça, prestes a me levantar, mas então percebi que ele ainda segurava minha mão. A soltei rapidamente, envergonhada, e me levantei do banco. Ele fez o mesmo.

 

Andamos pela calçada, olhando sempre para os lados na esperança de que encontrássemos Ambre. Porém, infelizmente, tudo o que víamos eram pessoas e árvores — mesmo parecendo uma “cidade grande”, ainda havia muito verde ali. Era fascinante o quanto Ekaya era tão diferente do meu mundo.

 

— Andar descalço é normal no lugar em que você vive? — Castiel perguntou, com um tom sarcástico, olhando para os meus pés com uma das sobrancelhas arqueada.

 

— Como eu disse, é uma longa história — respondi.

 

— Quer que eu te carregue no colo? — Perguntou, sem deixar de exibir seu sorriso malicioso.

 

— É muita “honra” sua, mas eu passo, obrigada — respondi, no mesmo tom de ironia que ele. 

 

— É uma pena — disse, ainda com seu tom sarcástico. — Mas, e aí, vai me contar o que aconteceu entre você e a loira lá?

 

— O.k., eu conto — disse, olhando para ele. — Resumidamente, o que aconteceu foi que a “loira lá” me odeia desde que eu comecei a namorar o irmão dela. Então eu fiz uma coisa para ela, e Ambre resolveu se vingar me dando como “presente de aniversário” um quarto totalmente revirado e com coisas quebradas e rasgadas. Ela também descobriu onde estava a Velmin. Eu tentei lutar com ela, mas foi inútil, porque no fim nós duas acabamos vindo pra cá. — Revirei os olhos. Ela era tão... Insuportável!

 

— E o que você fez pra ela? — Perguntou, me olhando com um sorriso de lado.

 

— Eu só... — Mordi os lábios. — Dei um tapa nela. Mas foi merecido!

 

— Estou começando a gostar mais de você, garota — Disse, alargando o sorriso. — Mas eu estou impressionado pelo fato de alguém querer namorar uma tábua. 

 

— Eu não sou uma tábua! — Cismei, unindo as sobrancelhas. — E eu e meu namorado... Nós terminamos. — Completei, ainda abalada com o fato.

 

— Então quer dizer que você não resistiu ao charme Castiel? — Perguntou, ainda com aquele sorriso sádico que só ele sabia fazer. Merda, por que ele tinha que sorrir assim sempre?! — Eu sabia que você não resistiria.

 

— Nem nos seus sonhos, querido — respondi, com um sorriso irônico.

 

— Ah, é? — Disse, em um tom de desafio, se virando de frente para mim e, para minha surpresa, me pegando pela cintura. Seu corpo estava tão colado ao meu que eu juro que ouvi seu coração batendo. Ou seria o meu? — Aposto que não. 

 

— C-Castiel, o q-que diabos você está... — Ele mordeu os lábios e eu, por algum motivo, fiquei paralisada olhando para sua boca. Eu queria me mexer, mas era como se eu estivesse em algum tipo de transe.

 

E então, de repente, ele se soltou de mim e deu uma risada que eu não consegui decifrar. O quê?!

 

— Você está toda vermelha! — Debochou, e eu coloquei as mãos na minha bochecha. Elas pareciam estar queimando. — Realmente achou que eu iria querer uma tábua que nem você? 

 

— Eu fico vermelha toda hora, isso é completamente normal! — Me defendi, recusando-me a olhar em seus olhos.  

 

— Claro... — Falou, ironicamente. 

 

— É verdade! — Me defendi, torcendo mentalmente para que eu não estivesse mais corada. 

 

E passamos uma boa parte do tempo assim; retrucando um ao outro. E ele, como sempre, com aquele sorriso irônico que já estava virando rotina. 

 

Andamos até chegarmos a mesma floresta que estava com Jade naquele dia; como eu estava sem minha capa e quase ninguém ia ali, achamos que seria melhor se andássemos por aquele caminho.

 

— Eu não aguento mais! — Exclamei, me sentando na grama. — Não vamos achar ela nunca — apoiei as mãos na testa. Esse aniversário não poderia ficar pior.

 

— Se você continuar sentada na grama, não mesmo — disse, se sentando em frente a mim. 

 

— Já andamos meio mundo e até agora nada dela! — Reclamei, agora com as mãos apoiadas no queixo. 

 

— Você reclama demais! — Exclamou, se levantando. — Se for para você ficar com esse drama todo, eu vou embora. 

 

Castiel levantou e começou a andar rumo à cidade novamente. “Pode ir embora, eu nem ligo mesmo!”, pensei, ainda sentada na grama. O dia foi bastante longo, eu realmente precisava descansar.

  

Porém, em uma fração de segundos, meu corpo foi bruscamente jogado para uma conífera que estava próxima a mim, por uma força gravitacional muito, muito estranha. 

 

Parecia até... Magia

 

Todo o meu corpo bateu com força no tronco da árvore e senti um líquido quente descer em minha testa, que parecia estar latejando de tanta dor. 

 

Eu enxerguei uma silhueta passar bem rápido diante de mim, porém não pude ver mais nada, pois logo em seguida tudo ao meu redor foi escurecendo, até que eu não visse mais nada.

 

***

 

— Lynn? — A voz de Castiel ecoava em meus ouvidos. — Lynn, acorda!

 

Abri as pálpebras lentamente e enxerguei o garoto de cabelos vermelhos me sacudindo incessantemente. Quando ele percebeu que eu havia acordado, suspirou, aparentemente aliviado.

 

— O que aconteceu com o “se você for ficar com esse drama todo, eu vou embora”, hm? — Perguntei, com a voz um pouco fraca. 

 

— Eu ouvi um barulho e vim te socorrer. Você não pode ficar um segundo longe de mim que já atrai confusão, parece até um ímã humano de problemas — ele sorriu e eu revirei os olhos. — Mas, diz aí, você andou bebendo o quê pra ficar se arremessando em árvores?

 

— Eu não fiz isso porque quis! — Argumentei. — Alguma coisa me fez fazer isso... Algum tipo de “força gravitacional”...

 

— Repetindo a pergunta: O que você andou bebendo?

 

— Eu não bebi nada! — Exclamei, brava por ele não acreditar em mim. — Por quê você acha que eu iria querer me atirar em uma árvore de repente?!

 

Ele fechou o punho e colocou sobre a boca, como se estivesse bebendo algo. Eu revirei os olhos mais uma vez e desisti de tentar argumentar com ele. 

 

— É... Sua testa — Senti um líquido escorrer sobre meu rosto, e toquei com o meu dedo; era sangue. — Está sangrando bastante. — Castiel tirou sua jaqueta e colocou em minha testa, como uma forma de estancar o sangramento. — Segure, vai ajudar por um tempo.

 

Assenti, obedecendo ao que ele havia dito.

 

— E não continue com essa coisa de aventureira — ele falou, agora mais sério. — Não vai dar certo. Não nessas condições.

 

— Mas eu não posso deixar que ela fique com a Velmin! — Argumentei, com o tom de voz mais firme.

 

— Você é burra ou o quê?! — Disse, elevando mais a voz. — Você está tão fraca que nem consegue levantar, garota.

 

— Eu consigo, sim! — Falei, impulsionando os braços na grama para conseguir levantar. Eu até consegui, mas logo fui ficando zonza e perdendo o equilíbrio. Castiel me segurou pela cintura para que eu não caísse. 

 

— Viu? 

 

Odiava admitir que ele tinha razão.

 

Antes que eu pudesse dar uma resposta a sua altura, uma silhueta conhecida me chamou a atenção. Cerrei os olhos para enxergar mais atentamente, e quando vi aqueles cachos loiros já desvendei quem era.

 

A-Ambre! — Exclamei, deixando sua jaqueta cair no chão devido ao fato, com os olhos arregalados.

 

— Quem? — Ele me perguntou, me encarando como se eu estivesse louca.

 

— É ela a garota que eu estava procurando, Castiel! — Apontei em direção da loira, com um sorriso no rosto. — Finalmente!

 

Eu já estava prestes à correr em sua direção, mas então lembrei que estava muito fraca para isso. 

 

O céu já estava escurecendo e meu cabelo, que antes estava preso em um coque perfeito, agora se encontrava solto; sem falar do meu vestido, que estava sujo. Eu nem sei o que falar para minha mãe quando chegar em casa; Isso se eu chegasse em casa. 

 

— Acho que ela está desmaiada — disse Castiel, me devaneando de meus pensamentos. — Pronto, mais uma... 

 

Desmaiada?

 

Apoiei minhas mãos na grama com força e me levantei do chão, tentando andar em direção à Ambre. No entanto, o máximo que eu pude fazer foi dar pequenos passos. 

 

— Criador, como você é inútil. 

 

Castiel se aproximou de mim e fez a coisa mais inusitada que poderia ter feito: me carregou no colo. 

 

Eu estava tão vermelha que poderia jurar que estava da cor de seus cabelos.

 

Ele caminhou até Ambre e me colocou no chão da forma mais desajeitada possível. Mas era o Castiel... O que poderia se esperar dele? 

 

— A boca dela está sangrando — disse, analisando-a melhor. — Alguém deve ter a atingido tão forte que ela desmaiou... Mas quem? E por quê?

 

— Talvez seja a mesma pessoa invisível que te fez agarrar a árvore — Castiel falou, de maneira provocativa.

 

— Não é hora para brincadeira — disse, nervosa. Olhei novamente para Ambre e percebi que havia algo brilhante em sua mão; a Velmin.

 

— Obrigada Senhor, obrigada Senhor, obrigada Senhor! — Repeti, explodindo de felicidade.

 

A Velmin estava aqui, nas minhas mãos... Quero dizer, nas mãos da Ambre, para ser mais exata. Ah, mas isso não importa! O que importa é que agora eu vou poder finalmente voltar para casa! E, pela primeira vez na vida, eu estava feliz por isso...

 

Peguei delicadamente a pedra das mãos dela e a segurei, sorrindo.

 

— Isso quer dizer que sua aventura acaba por aqui?

 

— É, acho que sim! — respondi, olhando para ele. — Por quê? Vai sentir minha falta, garoto? — Perguntei, o provocando.

 

— De você não, só dos seus vexames, mesmo — falou, sorrindo ironicamente. — Falando sério, quem mais iria se agarrar em árvores?

 

Revirei os olhos, deixando escapar um pequeno riso. Segurei na mão de Ambre — hoje era o dia dos acontecimentos impossíveis — para ela vir comigo até o nosso mundo, e, antes de partir, acenei para Castiel.

 

— Se cuida, garota — ele bagunçou meu cabelo, e eu deixei um sorriso involuntário escapar. E não me perguntem o motivo deste sorriso, porque, sinceramente, nem eu mesma sei.

 

Apertei a Velmin, e logo tudo ficou branco. Por um momento, nunca achei que iria ver essa luz novamente.

 

Logo estávamos no meu quarto bagunçado novamente; rapidamente soltei a mão da Ambre, frustrada por não ter nenhum álcool gel por perto. A garota foi abrindo os olhos lentamente, e escondi a Velmin no lugar mais próximo e seguro que encontrei; debaixo da cama.

 

— O que diabos... — Ela murmurou, olhando tudo ao redor de forma confusa.

 

— Foi uma briga muito feia, querida — inventei, tentando manter a postura. 

 

— Eu tive um sonho... Parecia tão real... — Sussurrou para si mesma, como se eu nem estivesse ali. — Eu estava em outro mundo... E então no final apareceu uma mulher e... — De repente ela parou, como se estivesse caindo na realidade. — Espera, por que eu estou contando tudo isso para você? Que nojo. Sai da minha frente.

 

Ela se levantou, colocou seu salto alto e tentou andar da forma mais formal possível, por mais que ainda cambaleasse um pouco.

 

De que mulher ela estava falando? Bem, isso não importa. O bom é que ela achou que tudo foi um sonho, e isso já era o suficiente.

 

Ambre esbarrou em mim propositalmente, me desequilibrando e fazendo-me ter que apoiar na cama para não cair. Mas eu não reagi; estava muito cansada para isso. 

 

Ela saiu do quarto e eu sentei na cama, respirando forte. Esse foi, sem dúvidas, o dia mais estranho da minha vida.

 

— Posso entrar? — Uma voz soou atrás da porta. Eu conhecia aquela voz...

 

— Pode, sim! — Respondi, e a pessoa entrou no quarto.

 

Kentin! 

 

Ele estava com as mesmas roupas que vestia hoje de manhã; uma camisa preta por cima de uma jaqueta branca folgada, uma calça jeans preta e coturnos da mesma cor. Seu cabelo estava perfeitamente bagunçado, e isso o tornava mais lindo ainda.

 

— O... O que aconteceu com você? — Perguntou, me olhando de cima a baixo.

 

— É uma longa história — respondi, soltando uma risada nervosa. 

 

O rapaz se ajoelhou na beira da cama e passou os dedos em meu cabelo de forma carinhosa.

 

— Você continua linda. — Disse, exibindo um sorriso doce. 

 

  Kentin era tão gentil... Por que todos os garotos não poderiam ser como ele? 

 

— O-obrigada — respondi, sorrindo de volta.

 

— Eu te trouxe um presente — falou, me entregando uma caixa com um embrulho de pequenos corações. 

 

— M-mas não precisava! 

 

— Ah, que isso! — Ele piscou para mim. Juro que se ele continuar assim, eu não vou responder por mim... O.k., Lynn, se controla! — Claro que precisava. Vamos, abra!

 

Eu peguei o presente, abrindo com cuidado para não rasgar o embrulho. Abri a caixa e me deparei com um ursinho de pelúcia de braços abertos, como se estivesse prestes a me abraçar. 

 

— É tão lindo! — Exclamei, sorrindo. — O-o ursinho! 

 

Ele riu, provavelmente por causa da forma como eu estava nervosa diante dele. Mas como não ficar? 

 

— Que bom que você gostou!

 

— Eu amei! É... Desculpe o incoveniente, mas como você descobriu que eu morava aqui? 

 

— A-ah, e-eu... Eu vou ter que ir agora — disse, olhando para o seu relógio de pulso. Ele parecia tenso. — Me desculpe.

 

— Mas já? — Perguntei, o olhando com uma cara de um daqueles cachorrinhos sem dono. 

 

— Infelizmente, sim — respondeu com ternura, se levantando e beijando minha bochecha. — Nos vemos outro dia, tudo bem? 

 

— Tudo bem — respondi, sorrindo. 

 

Ele se levantou e saiu do quarto. Eu fiquei estática, olhando para a porta. Kentin era... Um príncipe. 

 

Neste momento, meus pensamentos foram interrompidos por alguém que empurrou bruscamente a porta, me fazendo desviar toda a minha atenção para a pessoa.

 

Mas quando olhei para ver quem era, todo o meu corpo gelou.

 

Nathaniel estava encostado na porta, segurando a mão esquerda na parede para não cair. 

 

— Então foi por ele que você me trocou — disse, com a voz embriagada. 

 

Ele estava... Bêbado?

 

— N... Nathaniel? — Murmurei, perplexa.

 

Ele nunca bebia... O que aconteceu com ele? 

 

Neste momento, lembrei do que Ambre havia me dito equanto estávamos em Ekaya.

 

"— Ele está horrível — Ela respondeu, tão fria e ríspida que senti meu coração sendo amassado. Essa última palavra me fez lembrar de como ele ficou quando nós terminamos. Eu voltei a me sentir um monstro. — Agora mesmo ele está em um bar, bebendo todas para tentar esquecer você." 

 

Então isso era minha culpa? 

 

— Eu... Eu não acreditei na minha irmã quando ela dizia aquelas coisas sobre você — continuou, tropeçando nas palavras. O quanto ele havia bebido? — Mas agora... Agora eu percebi que ela tem razão. Você... Você não passa de uma piranha.

 

Senti um bolo se formar em minha garganta. Eu sei que ele estava muito alterado e falou sem pensar, mas mesmo assim, doía. Doía muito.

 

No entanto, o que mais me machucava era seu olhar; seus olhos estavam vermelhos, como se ele estivesse chorando há pouco tempo. Isso quebrou meu coração em pedacinhos.

 

— V-Você está muito alterado — gaguejei, impulsionando minhas mãos na cama para poder levantar. Eu já estava um pouco melhor, então consegui ficar de pé e andar até ele. — N-Nathaniel, você tem que entender que...

 

— Eu não tenho que entender nada! — Ele gritou, apertando meu braço. — Eu já entendi tudo. Você me trocou por aquele... Aquele...

 

— Você está me machucando! — Gritei, tentando me desvencilhar dele. — Me larga!

 

Ele me olhou e depois olhou para meu braço no qual apertava cada vez mais forte. Isso deve ter despertado um pouco de sua consciência, pois logo após isto ele me largou bruscamente, me fazendo cair no chão, e saiu do quarto pisando forte.

 

Eu não me levantei. Na verdade, eu não reagi. Fiquei perplexa, olhando para a porta e tentando processar tudo o que aconteceu. 

 

Quando olhei para meu braço e vi meu braço cheio de marcas, eu cai na realidade. Eu percebi que tudo aquilo foi real. Tudo, tudo foi real. E foi nesse momento que as lágrimas começaram a rolar.

 

Eu estava chorando tanto que nem percebi quando Jade chegou, me olhando com preocupação.

 

— Lynn... — Ele disse, tentando soar calmo, estendendo a mão para que eu me levantasse. Eu assim o fiz. — O que aconteceu?

 

Eu tentei explicar, mas as palavras não saíam. Ao contrário; eu só chorava cada vez mais.

 

Então ele me abraçou, deixando que eu me afundasse em seu peito. No fundo, acho que isso era o que eu mais precisava; Um amigo verdadeiro. 

 

***

 

Depois de chorar tudo o que devia, Jade me recomendou que eu fosse ao banheiro para limpar o rosto. Ele perguntou se eu queria que ele fosse comigo, mas neguei, dizendo que já estava melhor.

 

Caminhei até a pia e a abri, enxaguando meu rosto, que estava completamente borrado por causa do delineador que eu havia passado.

 

Não, eu não vou ser fraca. Eu não vou ficar chorando. Eu vou ser forte. Eu preciso ser. 

 

Passei um demaquilante no rosto e abri o estojo de maquiagem, passando novamente o delineador e escondendo o machucado na minha testa. Refiz o coque em meu cabelo e me olhei novamente no espelho, respirando fundo. "Você consegue", pensei, repetidamente, tentando me convencer de que aquilo era verdade.

 

Eu já estava prestes a sair do banheiro quando me deparei com a minha mãe, que estava parada em frente a porta. Sua expressão não era das melhores.

 

— O-oi, mãe — disse, andando em direção à porta, esperando que ela me desse espaço para sair. Mas ela não fez isso.

 

— O que aconteceu com você? — Perguntou, me olhando de cima a baixo. — Onde você estava?

 

— Eu estava no meu quarto. — Respondi, ignorando sua primeira pergunta.

 

— Lynn, ontem a Ambre me contou que você terminou com Nathaniel — Ambre... Tinha que ser! — É verdade?

 

— Sim, é. — Falei, com antipatia. — É tudo o que você queria saber? Vai me deixar passar agora?

 

— Escute aqui, Lynn — disse, apontando o dedo para mim. — Aquela família é muito rica. Uma das empregadas me disse que viu um garoto de classe média aqui em casa. Eu não sei o que é que você tem nessa sua cabeça, mas eu não vou deixar você estragar nosso legado só por causa de um...

 

— Meu Deus, como você é horrível! — A interrompi, soltando uma risada irônica. — Foi só por isso que você veio, não é?! Você mal se importa comigo e agora tenta impor o que eu devo fazer ou não da minha vida?! Jade não é meu namorado. Você saberia disso se exercesse o seu papel de mãe. E, diferente de você, eu não ligo para o dinheiro!

 

Cuspi todas as palavras em sua cara. Até eu mesma estava impressionada com o que eu disse. O único pingo de esperança que eu tinha de que haveria uma chance de que eu e meus pais se reconciliassemos escorreu pelo ralo.

 

— Eu me importo com você mais do que você imagina, Lynn. — Ela respondeu, pausadamente. Ela parecia estar tão impressionada quanto eu.

 

— Qual foi a última vez que você me disse um "eu te amo"? — Falei, com a voz embargada pelas lágrimas, que ameaçavam sair à qualquer instante.

 

Ela não respondeu. 

 

— É disso que eu estou falando — completei, saindo do banheiro. Ela não me barrou dessa vez.

 

Feliz aniversário de 17 anos, Lynn.


Notas Finais


É TRETA!
E ai, o que acharam do capitulo? E dessa atitude do Nathaniel? Deixem ai nos comentarios pra eu saber sz
Até semana que vem!


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