História El Bigote. Taekook, Vkook. - Surte comigo

Eu estava em completo surto e todo gozado. Tipo, a vez que meu pau gozou mais rápido foi hoje e com um cara.

Isso era... meu Deus! Desesperador!

Eu estou há cinco minutos andando de um lado pro outro. O pênis já guardado, mas ainda lembrando da gozada mais rápida da vida vagabunda dele.

Isso não devia ter acontecido. Não devia, não devia mesmo!

Mas Jungkook parecia tão tranquilo com isso que ele estava apenas sentado na cama, brincando com os dedos melecados. Porra estava fazendo filetes entre seus dígitos e parece que Jungkook gostava de brincar com isso.

— por que você tá surtando?

— porque somos dois caras! Dois. Caras! Dois caras!

— e o que tem de mais?

— porque isso é errado, é... é gay e ser gay é... — eu tampei meu rosto vermelho, suspirando. Tentando respirar bem, o que não dava, porque parecia que meu coração estava querendo morrer.

— ser gay é...? — ele perguntou ao se levantar, parando na minha frente. De repente, seu semblante brincalhão foi embora e a típica carranca séria voltou. — o que tem ser gay?

— olha, eu não tenho nada contra, mas eu não sou! Eu não sou isso!

Jungkook deu um passo adiante, limpando seus dedos melecados de porra em minha camisa. Foi algo lento. Indo de cima, até a gola, chegando até a barra da blusa.

— eu já disse que amigos fazem isso entre amigos. É prova de lealdade. Eu ter pego seu pênis — ele disse, ainda sério, agora me encarando. —, eu ter apertado ele, o feito gozar na minha mão, te fez gay?

Eu estranhei a pergunta e fiz uma careta que consiste em me deixar feio. Boca aberta, torta igual meu nariz.

— claro que não! Eu sou sujeito homem, garoto.

Ele riu soprado, sorrindo de lado.

— então pronto. Não fizemos nada gay. Foi só... brotheragem.

— brotheragem. Brotheragem. Só foi brotheragem. Ok, ok. — eu ofegar, arrumando minha vamos e minha calça, começando a abotoa-las novamente. Os dedos atrapalhados. — tudo bem, eu vou sair um pouco. Preciso sair.

— sem 'problaimas. — ele empurrou minhas mãos pra poder as suas próprias abotoar minha camisa, já que eu não conseguia por causa do nervoso.

Em seguida, ele desceu as mãos grandes até minha calça, o que me fez dar um pulinho involuntário quando ele ajeitou meu... meu pênis dentro da cueca antes de abotoar a calça.

— prontinho, hyung.

Eu literalmente corri pra fora dali.

Não queria nem jantar.

Eu só puxei Namjoon para fora da pensão e, mesmo sem entender nada, o dono de um péssimo mullet me seguiu.

Nós acendemos um cigarro quando chegamos numa ponte, na ponte da pracinha bem iluminada e com várias barraquinhas de comida.

Eu estava sentado no parapeito da ponte, balançando os pés e o vento balançando meus cabelos.

Levando a fumaça pra longe.

— e ai? Vai me dizer o que aconteceu?

Tirei o cigarro da boca, deixando a fumaça sair pelo nariz.

— Namjoon... eu... fiquei...

– noivo?

— não.

— ficou... morto?

— não, né. Se eu estou aqui na sua frente.

— pode ser um fanstama. Um holograma!

Estalei a língua no céu da boca, irritado.

— não seja doido, vai. Eu fiquei duro por causa de um homem e ele meio que batei uma pra mim. V-você acha que isso é... gay?

Namjoon estava ocupado demais apenas me encarando com seus dentes pra fora num sorriso bem, mas bem forçado mesmo.

Era ate feio e engraçado.

— por que diabos você deixou um cara tocar no seu berimbau?

— bem, ele disse que amigos fazem isso e eu não vi problemas na hora, mas depois eu fiquei me sentindo culpado. Você acha que sou gay? E espera! Por que você também não tá surtando?

— bem...

Ele olhou para os lados rapidamente, dando de ombros.

— eu não ligo pra essas coisas. Pra mim é normal.

— não acho normal. É fora da norma, é algo que não pode acontecer! Não comigo!

— Tae, se você acha que não foi nada demais, ok, não foi nada demais. Isso não quer dizer exatamente que você seja gay ou anula o fato de você também se interessar por mulheres.

— não tem essa de "também". Eu real só me interesso por mulheres!

— se você tá me dizendo isso, quem sou eu pra discordar? Amigos realmente ajudam e se vocês não viram problema de pegar na cenoura, então não tem problema mesmo.

Eu jurava que Namjoon ia me dizer algo muito ruim. Jurava que ele ia até me xingar e me zoar, rir da minha cara, mas não.

Ele ficou muito natural, na realidade, e isso me agoniava.

Ele tinha que surtar comigo também.

— mas o cara, ele convive comigo e eu tô ajudando ele em algumas coisas. Não sei se posso continuar com isso. Eu realmente não quero nem mesmo parecer gay.

— esse papo tá meio duvidoso, hein. — ele disse, de olhos estreitos. — mas eu já disse que se vocês dois não verem como um problema, não vai ser um problema. Agora se você quiser um tempo pra pensar, é melhor. Só não dificulta coisas que não são difíceis, porque-

— POR QUE VOCÊ NÃO TÁ SURTANDO COMIGO??

— PORQUE NÃO TEM COM O QUE SURTAR! GRANDES MERDAS! MEU MELHOR AMIGO DEIXOU UM CARA DESCABELAR O PALHAÇO DELE!

— NÃO GRITA!

Eu corri pra tampar a boca de Namjoon, mas como estávamos no parapeito da ponte...

Bem. Agora estamos debaixo dela, mais conhecida como "água".

Nossos cigarros? Apagaram-se.

Minha expressão também murchou.

Esse dia já estava estranho e agora piorou.

Só basta rimar e chorar.

— eu preciso parar com isso.

— com o quê??

— de rimar mentalmente! — gritei, batendo na água várias e várias vezes, a fazendo salpicar em todo canto.

Rio iluminado pelas luzinhas das barracas e em breve dos meus xingamentos.

Namjoon me empurrou levemente, me fazendo olha-lo.

— eu posso não ter surtado quando você me disse aquilo, mas deveria ter surtado mesmo por você ter me tirado de casa só pra me molhar! Pare de pensar um pouco nesse cara, Taehyung. Vamos comer alguma coisa, não um cachorro-quente porque você vai lembrar da salsicha, mas-

— te odeio!

— mas... — ele continuou, rindo. — vamos comer e dar uma volta por ai. Depois você vai dormir e vai poder entender melhor que não foi nada demais. Até eu já dei várias mãos amigas.

— e por que nunca me disse isso antes? Você nunca me deu uma!

— queria que eu desse, é?

— não, obrigado. Chega de mão amiga por hoje. — passei a mão por meu rosto molhado, começando a nadar para sair do rio de água quentinha. — vamos fazer o que você disse. Quem sabe assim eu me acalmo.

— o que eu falei? Pra gente dar uma mão amiga?

— não! PELO AMOR DE DEUS, ESQUECE ISSO!