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História Ela é o cara! - Imagine BTS - O ponto de partida


Escrita por: Kexy

Notas do Autor


Capítulo betado!

Seja bem-vindos à minha primeira fanfic, girassóis! 🌻🌻🌻Espero que gostem do conteúdo. Tentarei fazer o menos clichê possível!

Capítulo 1 - O ponto de partida


Fanfic / Fanfiction Ela é o cara! - Imagine BTS - O ponto de partida

S/N POV ON

02:04 AM

Foi tudo muito rápido. Meu pai acordou a mim e a minha mãe, nos dizendo para fazer as malas, pois sairíamos rapidamente dali. Fizemos o que ele pediu, sem nem saber o motivo, afinal, confiávamos nele. 

As malas foram jogadas na cama onde dormíamos com pressa. Nós duas tirávamos as roupas do nosso guarda-roupa rapidamente, sem questionar, ainda um pouco lentas por causa do sono, mas trabalhando duro para executar a tarefa que nos fora imposta. Meu pai nos mandou sair silenciosamente pela porta dos fundos, enquanto ele terminava de pegar os alimentos na cozinha, e assim eu e ela fizemos.

Segundo meus pais, nesse momento, estamos fugindo da Coréia do norte por motivos militares. Na verdade, meu pai está sendo procurado pelo governo com a suspeita de traição, mas eu sei que meu pai jamais trairia seu país! O problema é que o governo simplesmente não quer saber. Então, a solução momentaneamente foi fugir.

02:55 AM

Agora estou na fronteira entre a Coréia do sul e a Coréia do norte, o lugar mais perigoso entre ambos os países.

Eu ia na frente, verificando se haviam guardas ou não. Era quase 3:00 AM e fazia muito frio, quase -2°C. Estava tudo tão escuro que sequer conseguia enxergar as coisas direito. Ia tateando o que aparecia na minha frente às cegas, ora esbarrando em objetos grandes ou tropeçando em pedras. Porém, aquele barulho inconfundível de tiro me fez parar, literalmente travar o corpo.

Eu estava bem. Não sentia dor. Mas...

Meus pais...

Haviam sido...

Atingidos...?

— Pai?! – virei-me rapidamente para trás, correndo, indo até meus pais. Ao longe, vi luzes de lanterna se aproximando aos montes e rapidamente. Meu pai estava no chão, junto de minha mãe, que o segurava e chorava.

— Querida... – disse ele, passando a mão em meu rosto — Fuja, não olhe para trás!

— Papai... – minha voz falhou. Minha vista já estava embaçada e minha garganta doía pelo esforço que fazia para segurar o choro. Meu pai estava pedindo para abandoná-lo?

— Me prometa. Me prometa que vai ser feliz...

— Papai, eu não... Não posso ser feliz sem vocês! – minha mãe tentava desesperadamente estancar o sangue que jorrava do peito do mais velho, com sua mão pequena e trêmula.

— Minha filha... — minha mãe se pronunciou, chorando. – Prometa...

O olhar que meus pais direcionam para mim fez com que – magicamente – o tempo parasse por aquela fração de segundo. Eu me via sozinha, adulta. Meu pais estavam ferrados e, mesmo que eu também estivesse, queriam que eu fugisse e pudesse viver. Eu não podia disperdiçar aquilo.

— Okay... Eu prometo!

Dei um abraço neles e corri, corri sem parar e nem olhar pra trás. Eu apenas corria. Corria com todo o meu fôlego, como se a minha vida dependesse daquilo – e, bom, realmente dependia. De repente, as coisas deram um "play". Os guardas da fronteira gritaram por mim, mas eu não ousei parar.

Eu não podia. Já estava tão perto...

Entrei em um caminhão de transporte de alimentos e fiquei lá até sair do meu país natal. Comi algumas frutas, dormi um pouco, pois a viagem duraria horas, e eu sabia que estava bem escondida e, por algum tempo, segura. Assim que a porta do caminhão abriu, o sol já estava brilhando arduamente. Esperei os funcionários pegarem algumas caixas e saí correndo para algum local longe dali.

[...]

Exausta, triste e sozinha. Essas palavras definiam perfeitamente o meu estado. 

Parei em frente a uma lanchonete e comprei um hambúrguer para mim. Depois de um tempo pensando nos meus pais, comecei a perambular pela cidade, que era um tanto grande, barulhenta e muito, muito movimentada. Neste corre, corre, o dia logo se passou e então, chegou a noite. Minha primeira noite sozinha.

Como não tinha muito dinheiro, o jeito foi dormir em um banco da praça. Peguei um moletom cinza-claro – presente que ganhei do meu oppa, uma das minhas únicas boas lembranças da Coréia do norte. Na verdade, ele era meu melhor amigo, quase irmão mais velho. Sorri com tais lembranças, enquanto colocava minha mochila como travesseiro e, sem muito esforço, peguei no sono.

No dia seguinte, 08:05 AM

Acordei com o Sol batendo em meu rosto. Arrumei minhas coisas e fui naquela mesma lanchonete comprar um iogurte para o café da manhã. Estava um pouco mais calma. Já havia me acostumado com algumas poucas coisas do local.

— Agora, oficialmente, não tenho mais dinheiro. – declarei, erguendo o iogurte para o ar, logo o bebendo.

Terminado meu digníssimo café da manhã, fiquei andando por aí, admirando aquela cidade desconhecida por mim, a minha nova casa. Até que me deparei com um prédio enorme.

— BIG HIT ENTERTAINMENT... Mas que diabos é isso? – sussurrei para mim mesma, não me importando, de fato, do que se tratava. Porém, como minha pessoa é portadora de uma curiosidade sobrenatural, avistei um folheto na porta, quando vi por mim, minhas pernas já estavam andando em direção ao mesmo, que dizia:

Teste mundial para vocal do grupo BTS. Aliste-se já!

Certo. Talvez, eu estivesse a praticar uma grande burrada. Um dos meus sonhos era cantar, e agora, nada poderia me impedir!

Entrei alegre da vida. Explorei bem o local e vi vários garotos fazendo a audição. Assim que eu me toquei que ali seria o local de exames, me deparei com a primeira desgraça do dia. Descobri que a audição era só para meninos. 

Como é que eles não explicaram no folheto?! Que tipo de empresa é essa? Quem adivinharia uma palhaçada daquelas? 

Porém, como uma benção de Deus vinda diretamente para mim, tive uma ideia brilhante.

Eu quero muito fazer este teste... Nada pode me impedir, certo? Tá, fazer uma cirurgia de mudança de sexo em alguns minutos é impossível. Mas um figurino não era algo tão difícil de se fazer...

Né?

E, como se eu estivesse possessa por uma entidade retardada o bastante, entrei em um banheiro masculino feito raio. Me tranquei lá e coloquei meu plano infalível em prática.

Como meu pai era um médico-militar,  tive os objetos necessários para desenvolvê-lo.

Peguei uma tesoura na minha mochila e, com sangue nos olhos, cortei meus longos fios. Como era um caso de vida ou morte, me senti usando drogas pela primeira vez. Estava realmente parecido como um corte masculino  coreano de verdade, e eu estava feliz! 

Coloquei ataduras ao redor do meu tronco, cobrindo meus seios, vesti o moleton e... 

Tadam! Um menino!

Saí do banheiro como uma modelo profissional. Joguei meus fios curtos para o lado, como se estivesse tentando seduzir o câmera que me filmava. O câmera que só existia na minha cabeça, assim como a passarela e a errônea ideia de que eu não seria pega. Fui caminhando até a tal sala com toda minha plenitude, vendo que, aparentemente, eu era a última do dia a fazer o exame vocal, já que não havia mais ninguém, ali.

 — PRÓXIMO! – uma voz do além se fez presente na sala, que na verdade nem sala era. Parecia um mini-palco, para ser mais exata. Já que ninguém se apresentou, eu fui, rezando todas as orações que conhecia mentalmente.

— Nome. — disse, o primeiro jurado.

Senti meu café da manhã parar na guela. Como raios não havia pensado no mais importante? — É... Yuki...? – Disse, quase perguntando ao jurado se eu poderia usar aquele nome. O pobre coitado me olhou e apenas anotou algo em sua prancheta.

— Idade? — disse o segundo.

— 16 anos. – disse, com um pouco mais de convicção na voz grossa que fazia.

— De onde você vem? — indagou o terceiro.

— Japão. — respondi, quase cagando nas calças. Deus, sua filha está pronta para morrer agora, se for possível.

— Qual sua especialidade vocal? — perguntou o primeiro.

— Sei um pouco de soprano*, segunda voz e, bom... Eu acho que só.

— Okay, então, boa sorte! — disse simpaticamente o terceiro jurado.

— Obrigado! — respondi, timidamente.

Tudo havia ficado escuro, tendo apenas uma luz em cima de mim, como se realmente fosse um show. Minha garganta estava seca e meu corpo não parava de tremer. Porém, fechei os olhos, respirei fundo e pensei nos meus pais. Aquilo fora o suficiente para me deixar um pouco mais calma. Eu sabia que estava sozinha no mundo, mas, pelo menos, sabia que eles me amaram.

Cantei uma música de ninar que minha mãe sempre cantava para que eu dormisse. Era simples, pequena, mas com um grande valor sentimental. Quando terminei, eles sorriram e me mandaram sair, que brevemente eles anunciaram a apuração.

Eu ainda tinha uma pequena esperança de passar, mas não sei. De qualquer forma, eu fiz o meu melhor!


Notas Finais


Soprano é, de forma resumida, a voz mais "alta" que uma pessoa possa cantar em uma música ou coral.

Até breve.


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