Anteriormente...
Jm: Papai, você se sente culpado pelo o que aconteceu comigo no passado?
Atualmente...
Ky: Como assim, filho?
Jm: Eu estou perguntando se você se sente culpado pelo o que aconteceu comigo no passado, quando eu era criança
Ky: Eu deveria?
Jm: Óbvio que não
Ky: Então não - Suspiro
Jm: Pai, eu ouvi umas coisas e já confirmei até com a mamãe, por favor, não minta para mim
Ky: O que sua mãe falou?
Jm: Isso não importa, pode me responder? De verdade?
Ky: Meu bem, eu não quero que você...
Jm: Pai! - O interrompo - Seja sincero, por favor
Ky: Sim
Jm: Papai, eu já falei mil vezes desde que eu era criança que estava tudo bem, o senhor não tem culpa de nada
Ky: Filho... É diferente, eu podia ter reparado melhor nas coisas, eu podia ter lutado pela sua guarda antes, as coisas seriam melhores se eu tivesse percebido
Jm: Pai, como você ia perceber? Eu era criança, eu não sabia dar realmente sinais que te fizessem duvidar, eu não sabia falar nada, nem insinuar algo de ruim, as coisas seriam diferentes se eu tivesse falado logo no começo
Ky: Por favor, não se culpe, meu bem
Jm: Eu não estou me culpando, eu sei que eu era só uma criança, eu cedia para as ameaças da Yena porque eu não entendia que você não ia deixar ela fazer nada, eu só tinha sete anos, pai, uma ameaça de ficar sem sobremesa ou jogos já me fazia calar a boca, você sabe
Ky: Mas meu bem, os seus problemas...
Jm: Meus problemas não tem nada a ver com você, pai, se alguém tem que sentir culpa por algo esse alguém é minha mãe, o senhor sempre me deu tudo, me deu bons estudos, uma boa condição de vida, presentes, pagou os melhores tratamentos para mim, a última coisa que eu quero é que você se sinta culpado por algo, papai, se eu melhorei foi por sua causa, porque você foi o melhor pai do mundo, ok? Você fez e faz de tudo por mim e eu não podia ser mais grato - Me aproximo dele o abraçando - Por favor, acredita em mim, tudo que você podia fazer de melhor, você fez, o resto dependia de mim, não tem nada a ver contigo, nunca teve
Ky: Meu bem - Suspira - Eu vou tentar, mas... É difícil, querido, eu me sinto péssimo durante anos, todas às vezes que tinha que te levar em psiquiatras, em terapeutas, era horrível te ver passando pelas crises e eu podia ter impedido tudo isso
Jm: Não, não podia, pai, mesmo que a guarda fosse sua, eu ainda teria que passar um tempo com a minha mãe, assim como é hoje em dia, ela poderia fazer isso da mesma forma e eu já falei várias vezes, eu era ingênuo, tinha medo de tudo e acreditava no que a Yena dizia, você não podia fazer nada, a ação tinha que partir de mim para te contar
Ky: Não coloque a culpa em você, igual disse, era só uma criança, não era sua obrigação, era a minha como pai te proteger
Jm: Pai, isso tudo é passado, ok? Eu tô bem, tá tudo bem agora, não precisamos ficar remoendo o passado - Separo o abraço o encarando, percebo seus olhos marejados
Ky: Não está tudo bem, eu sei que não está, se estivesse você não teria mais aquelas crises, os traumas não vão simplesmente ser apagados da sua mente... Meu bem, se você falou com a sua mãe, deve saber também que eu não consigo mudar meu pensamento, não adianta falar para passar uma borracha no passado porque não dá, eu te vejo todo dia, eu vejo seus medicamentos todos os dias na cozinha, eu tenho pesadelos com o tempo que você sofria tudo aquilo, não tem como apagar e fingir que nada aconteceu
Jm: Pai...
O abraço outra vez sentindo suas lágrimas molharem meu ombro
Meu pai não era de chorar, então apenas apertei mais o abraço sabendo que aquilo era realmente algo que mexia muito com ele
Jm: Papai, o que acha de hipnose? Tem diversas pessoas que fazem para superar alguns traumas
Ky: Quando a psicóloga sugeriu isso você falou que não queria porque tinha medo do que ele fosse fazer na sua mente, eu não quero que faça algo por mim
Jm: Pai, eu tinha tipo onze anos? As coisas mudaram, a gente pode tentar - Separo o abraço para secar o rastro de suas lágrimas
Ky: Tem certeza, querido? Eu não quero te ver fazendo algo por minha causa, se for fazer é por conta própria
Jm: A gente vai fazer, por nós mesmos, você também precisa melhorar, pai, ficar nessa agonia não é saudável... O senhor sempre dizia que eu nunca estaria sozinho e que a gente ia conseguir superar tudo juntos
Ky: E a gente vai, eu sempre vou estar aqui para você
Jm: Então, agora é minha vez de falar isso e te dizer que a gente vai superar mais essa juntos, tá bom? - Sorrio de canto - Por favor, não se culpe - O abraço novamente - Eu te amo, você é o melhor pai do mundo
Ky: Aaah Jimin, não me faça chorar outra vez - Rio fraco sentindo ele retribuir o abraço pela primeira vez - Tudo bem, a gente vai superar mais essa juntos, ok?
Jm: Ok - Separo o abraço sorrindo fraco
Ky: Oh céus, eu esqueci o desenho do Jinyoung, aquele garoto vai me atormentar para o resto da vida se eu perder um episódio - Se levanta abrupto e rio - Bem, se quiser a gente pode continuar a conversa outra hora ou... Assunto encerrado?
Jm: Assunto encerrado - O vejo sorrir de canto abrindo a porta - Ah, espera, papai eu queria te pedir uma coisa também
Ky: O que, meu anjo?
Jm: Me trate como um filho comum, sem todos os mimos e paparigos - Ele me olha surpreso
Ky: Mas meu bem, você é um caso diferente deles... - O interrompo
Jm: Não, pai, eu sou igual a eles, eu sou seu filho, não tem nada de diferente, o passado é passado, já foi... Já que nunca nega nada para mim, esse é meu pedido, eu quero que me trate como trata a Narae, o Jay, Jihyun e Jinyoung, não quero ser o mais mimado daqui
Ky: Você não é mimado, se ganha as coisas é por merecer e por ser forte e aguentar até hoje
Jm: Papai, apenas não me trate de uma forma especial, ok?
Ky: Ok, então a partir de agora você fica de castigos por mais de três dias, eu vou pensar no seu caso se vou comprar, quando tiver dezessete eu corto metade da sua mesada, tirar as coisas de você se me desobedecer, brigar com você e te dar bronca, satisfeito sendo tratado assim?
Jm: Como os meus irmãos? Sim, muito obrigado
°· Taehyung on ·°
Ouvi um barulho alto de porta batendo e abaixei o fogo para ir olhar a sala
Hs: Quem é?
Th: Não tem ninguém, Hoseok hyung - Vou para perto da janela verificando se tinha alguém - Nem aqui fo-
Paro de falar ao reconhecer o carro de Jimin, vi pela janela senhor Lee falando algo e arregalei um pouco os olhos
Hs: O que foi? - Olhei para trás vendo Hoseok na cadeira de rodas
Th: O carro do Jimin tá aí fora e eu acho que talvez tenho a possibilidade dele ter ouvido algo e saído - Hoseok arregala os olhos
Hs: O que?! Como isso?
Th: Hyung, sua voz não é baixa, temos que concordar
Hs: Fala como se fosse silencioso, não?!
Th: Pelo menos minha voz é mais baixa que a sua! Hyung e se ele tiver ouvido sobre o Kyung?
Hs: Se ele tiver ouvido a gente vai estar fudido porque o Kyung não quer que ele saiba disso e se ele descobrir que o Jimin ficou sabendo pela gente, cabeças vão rolar
Th: A gente nada, você, você falou, eu só escutei
Hs: E falou que o Jimin devia saber disso... Será que ele estava aqui a muito tempo?!
Th: Se estava ouviu um monte de coisa ruim sobre ele
Hs: Você que disse que ele era a pessoa mais mimada do mundo e uma mistura de irritante com adorável!
Th: E você falou que ele era sim mimado e concordou comigo, ainda por cima disse que era manipulador!
Hs: Eu não disse nada
Th: Hahaha então eu também não disse nada
Hs: Ótimo, nenhum dos dois disse nada
Th: Essa conversa nunca existiu
Hs: Fechado!
Observo a sala que agora estava bem organizada, os quadros antes fora do lugar estavam alinhados na estante, alguns brinquedos de coleção em ordem de maior para menor, tudo muito bem alinhado e arrumado, típico de Park Jimin e seu toque
Th: É... Ele com certeza ficou muito tempo aqui, olha essa sala
Hs: Nem estava tão bagunçada assim
Th: É, mas repara como tudo está nem organizado, limpinho, alinhado perfeitamente, nada fora do lugar, ele não faria tudo isso em dois minutos
Hs: Ok, então cabeças vão rolar, podemos entrar em pânico!
Th: Eu acabei me livrar da morte e vou te que fazer isso outra vez?!
Hs: Vai, sinto muito, enquanto ninguém descobre nada, pode voltar aqui porque eu ainda estou com fome
Hoseok volta para a cozinha e o sigo voltando para perto do fogão, se Jimin nos amasse não falaria para o pai dele que foi a gente que contou em querer, não é? Bem... Eu espero que sim
Continua...
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