1. Spirit Fanfics >
  2. Eldarya - Uma aventura inesperada >
  3. Cap.119

História Eldarya - Uma aventura inesperada - Cap.119


Escrita por: TsukiHime0713

Notas do Autor


E vamos para mais um duro dia em Eel?
Boa leitura a todos!




.

Capítulo 126 - Cap.119


Cris

– Então... A dor de cabeça sumiu pelo menos? E ainda não consegue se lembrar de nada?

– Não Karuto. Não me lembro de absolutamente nada. E quanto à dor de cabeça... _massageando as têmporas_ Acho que não tem mais nada não.

Depois de ver a Ewelein, que me confirmou estar tudo bem com o meu corpo, assim que cheguei na cozinha, fui logo contanto sobre o estranho caso que aconteceu comigo ontem, e sobre a esfera assustadora que Absol me trouxe. Ao menos ele me confirmou que o Leiftan ficou a tarde toda no QG e sempre acompanhado de alguém. Reforçando o que eu já sabia sobre o encantamento de controle que a Erika havia colocado sobre ele.

– Consegue imaginar o “porque” de Absol ter trago esta bola negra pra você, se nem ele gosta dela?

– Por enquanto não. Tudo o que me vem quando penso nela é um sentimento ruim. Uma sensação agoniante que me faz querer ficar a milhas de distância dela.

– Cada vez mais fico curioso em vê-la... E o Gelinho tem razão: se ela não fosse realmente importante para você, Absol nunca a teria lhe trazido se ele parece a detestar tanto assim.

– Pode até ser. Mas enquanto esse “pra quê” não ficar claro, de forma alguma que eu me aproximo daquilo!

 

Lance

Não vou dizer que tive uma das melhores noites. Aquele “desaparecimento” da Ladina me deixou tão assustado que eu fiquei acordando toda hora com medo da Ladina não estar mais na cama comigo. Toda hora eu abria os olhos e só me acalmava ao ver o rosto sereno de minha amada. Acho que se eu tiver feito isso umas vinte vezes foi pouco, e quase que entro em pânico com a forma que acordei com a Ladina! E quando olhei para o que havia sobre a mesa...

Eu nunca fui um homem covarde, mas aquela bola negra e sombria fez cada fibra do meu corpo implorar por distância o mais rápido possível (mas que @%$*¨%¨%$ é essa??). A forma com que o black-dog reagia à aquela coisa não era nada tranquilizadora. E ficou ainda pior ao perceber o quanto que aquela coisa conseguia afetar a minha Princesa.

Na tentativa de acalmá-la (e a mim também), coloquei uma barreira ao redor daquela coisa. Como o Absol se mostrou um pouco mais despreocupado com aquela bola após eu fazer isso, acredito ter deixado tudo um pouco mais seguro (mas o Absol ainda me pareceu desconfiar daquele objeto).

Com a Ladina mais calma, começamos a cuidar de nossos afazeres. A Cris se arrumou para descer (nem me importo dela não querer tomar o desjejum comigo com essa coisa sobre a mesa); Absol foi atrás da minha refeição, e eu arrumei tudo no quarto. Consumindo a minha refeição, inquieto, eu não parava de ficar vigiando aquela esfera.

“[roxa]Bem pensado! Essa barreira que você colocou vai realmente cuidar bem dessa coisa até a hora dela ser usada.” – (o que é isso? Nem Absol confia nisso!) – “[roxa]Isso, é o que a Cris e eu acabamos trazendo. Essa bola está sobrecarregada de energia corrompida. Em quantia tão grande que é capaz até de ter vontade própria.”

– Energia corrompida?!? E como exatamente vocês conseguiram isso? E o que exatamente essa coisa poderia fazer com “vontade própria”?

“[roxa]Vamos por partes. Primeiro, apoie a sua mão sobre um ponto dessa barreira e observe sem retirar a mão.” – hesitei fazer de imediato, mas quando apoiei minha mão em uma das pontas da “caixa”, a bola pareceu reagir. Veios negros começaram a sair da esfera, que se aproximou um pouco da ponta em que eu tocava, e pareciam querer agarrar o meu dedo, sem sucesso por causa da barreira. – “[roxa]Viu? Foi isso o que eu quis dizer com vontade própria.”

– Onde raios vocês conseguiram isso?... E, o quê, essa coisa tentou fazer agora? – questionei recolhendo minha mão e com aquela coisa demorando alguns segundos para recolher os próprios “fios”.

“[roxa]Como eu mencionei, essa esfera está sobrecarregada de energia corrompida. Durante a nossa viagem, ajudei a Cris a remover toda essa energia de uma pessoa que, não só se deixou ser corrompido, como também cometeu atrocidades que nem queira imaginar! Se você não tivesse perdido a Guerra do Cristal, e nem mesmo conhecido a Cris, muito provavelmente, você acabaria do mesmo jeito que o antigo dono dessa corrupção toda aí.”

– Eu nunca que iria trocar o meu belo e puro poder de gelo por magia negra. – falei insultado.

“[roxa]Eu disse que isso é energia cor-rom-pi-da! E não magia negra. A raiva e a ganância são capazes de converter qualquer tipo de poder límpido em algo sombrio. O dono dela, no começo, tinha um poder um pouco mais puro. De um tipo sombrio, mas ainda assim, consideravelmente seguro. No entanto, a forma com que a ganância e a raiva dele o dominou, e as coisas que ele fez, fez com que seu poder se torna-se tão assustadoramente perigoso, que se a gente não tivesse arrancado isso tudo aí dele não, AI da dimensão em que ele vive!”

– Ok. Acho que entendi a diferença. Mas ainda não entendi bem o mal que isso pode ser capaz de provocar. Acaso essa coisa tentou “se hospedar” dentro de mim?

“[roxa]Antes fosse... O que essa corrupção tentou fazer foi é lhe roubar até a última gota de sua energia vital para que assim pudesse ganhar uma forma própria. Deixar de ser um punhado de massa energética e converte-se em uma criatura viva.” – _engole seco_ (e o quê exatamente você quer que a Cris faça com isso?!?) – “[roxa]Isso é algo que até um sinesteta que acabou de aprender a domar a própria habilidade saberia dizer.”

– Como?

“[roxa]Você tem visitas!...” – terminou ela de dizer com a porta sendo destrancada em seguida.

– Oi Gelinho! Espero que não se importe de ter a minha companhia um pouquinho e... QUÊ QUE É ISSO?!

– O quê que é o quê, Anya? – acabei questionando a pirralha que parecia encarar o mais aterrador dos demônios.

– Essa coisa em cima da mesa! Alguém precisa purificar isso aí com grande urgência! Quem foi que trouxe isso pra cá? A criatura ainda está viva? – explicou-se a elfinha encarando a bola com receio de se aproximar da mesa (agora estou entendendo o objetivo da Negra).

– Quem trouxe foi o Absol. Ninguém aqui gostou disso aí, nem mesmo o próprio black-dog, por isso que eu coloquei essa barreira.

– Menos mal... – ela ainda encarava a esfera.

– Mas o que você quis dizer com: “alguém precisa purificar isso com urgência”? Acha que Absol trouxe isso para a Cris aprender a usar os poderes de luz dela?

– Para a Cris?!? Olha Lance, não sei se a Cris daria conta de purificar essa coisa aí não. A quantia de energia corrompida dentro disso aqui é assustadora! E se ela não for purificada logo não, nem quero imaginar os tipos de problemas que essa coisa poderia causar. Como foi que Absol achou esse troço medonho?

– Eu não tenho ideia de onde isso possa ter saído Anya, mas graças a você, agora sei o motivo dele estar aqui. E por sinal... Qual o motivo de você ter resolvido me visitar mesmo? Conseguiu terminar de fazer aquela sua roupa especial?

Ela abriu um sorriso tão traquina quanto o da Negra...

 

Cris 2

Depois daquela conversa com o Karuto, resolvi retomar meus deveres na cozinha. E usando o máximo que eu aprendi sobre a agua junto da minha imaginação para poder me facilitar ao máximo nas tarefas, como espremer frutas ou lavar louça. E até mesmo mexer uma panela ou congelar alguma coisa (Marine ampliou muito as suas capacidades ao mesmo tempo em que me ensinava após aprender sobre a dobra d’água).

Na hora do almoço, Purriry acabou me segurando na cozinha, dizendo que precisava falar comigo sobre a “encomenda” que eu havia feito à ela. E nisso o Nevra resolveu aparecer e aceitou acompanhar a purreka até o meu quarto, já que a Twylda me implorou por ajuda com a louça. Acabado tudo. Corri para o meu quarto.

– Miau... Vejo-os novamente um outro dia. Tchauzinho! – ouvia a Purriry ao entrar no corredor de meu quarto – Oh, Cris! Parece que algo interessante espera por você em seu quarto... _ronronando_.

– Algo interessante?

– Não se preocupe! É coisa boa. Bom, já conferi o que eu precisava em seu quarto. Agora vou retornar ao meu atelier.

– Espere Purriry! Sem querer ser muito inconveniente, mas ainda vai demorar muito para você cumprir “aquela” promessa?

– Estou nos ajustes finais. Sua encomenda me atrasou um pouquinho as coisas, mas acabou me inspirando algumas ideias. Não se preocupe! Vou arrastá-la de onde estiver para lhe mostrar as minhas criações. E por curiosidade... Que pedidos você cobrou do líder da Sombra?

– Pedidos?

– Sim! Que você ganhou como recompensa por vigiá-lo durante a Lua Púrpura!

– Ihhh!... Nem tava me lembrando disso! Vou tentar pensar em algo logo antes que até ele esqueça disso.

– Hihihihi! Peça para ele me comprar um traje para você! Farei questão de cobrar o preço integral à ele! Tchauzinho minha querida. – despediu-se a purreka sumindo no corredor _cabeça em negativa_.

Terminei de chegar em meu quarto. Mas quando eu entrei... cadê todo mundo? – Lance? – acabei o chamando já que não o via no quarto (e não era para o Nevra estar aqui também? Os dois estão na Morada por acaso?).

Notei que Absol também não estava no quarto, mas o que me aliviou só um pouquinho foi o fato de aquela “caixa” que Lance colocou ao redor daquela bola estar coberta. Me aproximei da mesa para dar uma olhada melhor naquela coisa (Karuto e Lance estão certos, se essa esfera medonha não tivesse alguma utilidade para mim, Absol não a teria trago. Sempre encontrei utilidade para o que for que Absol me trouxesse).

– BU!! – quase que grito com o ser que me assustava por trás – _gargalhada_ Caramba Cris! – era Anya quem ria de mim – Estava “voando” tão alto assim pra esse “tombo” todo?! _riso_.

– Mais ou menos e... – reparei na forma como ela estava vestida – Você terminou a tal roupa! Ficou bem legal. Você se inspirou no crowmero, não é?

– Isso mesmo! – ela vestia um vestido tipo balonê cinza; acho... que uma blusa justa de mangas compridas da cor do vestido para cobrir a pele de cima; meias-calças também cinzas e com detalhes verde-fosforescente; botas que iam até um pouco abaixo dos joelhos, imitando a pele da ave e com o salto sendo o quarto “dedo”; uma capa presa às mãos por meio de luvas imitando as asas, com um capuz que imitava a cabeça de um crowmero; não consegui reparar bem o que lhe estava imitando a cauda do mascote, mas ela também carregava uma bolsa que, proporcionalmente ao tamanho dela, se passaria por um ovo de crowmero sem problemas – Terminei ontem de fazer os desenhos para poder produzi-la e o fiz aqui dentro. Você não se importa né?

– Nem um pouco! Mas porque motivo você quis me assustar?

– Se você tivesse usado o seu poder de assimilação ambiental,... – Lance surgia escorado na entrada do banheiro com Nevra ao seu lado – ...não teria sido pega de surpresa pela Anya.

– Vocês dois estavam no banheiro todo esse tempo é?

– É, pois é Cris. Concordo com o Lance de que você precisa aprender a usar esse dom de “enxergar” tudo toda hora, e em todo lugar. Já pensou se a Anya fosse uma inimiga? – apontava o Nevra – E bem que você podia ter me avisado sobre esse seu projeto aí Verdheleon.

– Nem pensar Becola! Você provavelmente iria querer ficar palpitando sobre a minha roupa! E tenho certeza que você não ia me deixar fazer algo inspirado em um mascote.

– Não vou negar, ainda não concordo com toda essa fosforescência de sua roupa. Você só vai conseguir enganar alguém com ela se estiver no escuro, ou se quem lhe ver tiver a visão ruim.

– Pois eu a quis assim e a Purriry me ajudou e muito a conseguir desenhá-la do jeito que eu queria.

– Que seja!... – acabei rindo de leve da situação entre Anya e Nevra – Mas agora é a sua vez Cris.

– Como é?! Minha vez com o quê??

– Ao invés de você treinar comigo hoje, vai começar seus treinos com o sanguessuga e o meu irmão.

– Heeeiiin?!?

– Você já está em condições de começar a treinar com eles Ladina. Eu só queria que essa bendita armadura já estivesse pronta para que eu pudesse estar presente também... – terminou o Lance de explicar meio emburrado.

– Você tem certeza, Lance? Certeza absoluta? Não é melhor esperar mais alguns diazinhos?

– Sem desculpas Lys de Eldarya! – Nevra se aproximava de mim por trás – Hoje você vai aprender a como se defender em batalha comigo e com o seu chefe. – começava ele a me empurrar até a porta – E enquanto Valkyon e eu cuidamos de você, Lance fica analisando como que aquela bola bizarra pode ser útil para você.

– Eu já falei... – se intrometia a Anya que nos seguia – Essa coisa precisa ser purificada... – (purificada?) – Perguntem a qualquer um que seja capaz de distinguir energia negra de energia corrompida.

– Como?!?!

– Vai logo Princesa. – pedia o Lance sentando-se à mesa e descobrindo aquela coisa (é impressão minha ou a caixa está cheia de névoa?) – Quanto mais rápido você puder ir e castigar o sanguessuga que a está empurrando, mais rápido poderá retornar e descansar.

– Muito engraçado “Gelinho”. – deu para notar bem a raiva estampada no rosto do Lance – Fique observando se quiser, mas eu não irei dar motivos ou chances para me transformar em saco de pancada dessa bela guerreira aqui não.

(Ô meu Senhor amado...)

 

Lance 2

– Vocês tem certeza que essa coisa vai de fato ajudar a Cris a aprender o uso dos poderes de luz dela?

“[magenta]Sim.” – respondia aquelas duas juntas, que apareceram quase imediatamente depois de eu ficar sozinho.

– E ela só terá que... purificar essa coisa, como Anya mencionou?

“[roxa]No momento em que ela tiver terminado de limpar toda a corrupção presa nessa esfera, ela já será capaz de dominar praticamente todo o poder dela!”

“[branca]Mas não será uma tarefa fácil.”

“[roxa]Pois é, minha irmãzinha está certa.”

– E quando ela vai ter que começar isso? Vou poder ajudar de alguma forma? – ainda carrego um mau pressentimento sobre essa coisa...

“[roxa]Não prestou atenção no alerta da Anya não?!? Quanto mais rápido ela puder começar melhor! Caramba.”

“[branca]Cuide das necessidades dela e já estará ajudando.”

– Que querem dizer com isso?

“[roxa]Logo, logo você descobre Gelinho.” – _contento a raiva_ – “[roxa]E já adianto que você terá de convencer a Cris a começar o serviço. Ela ficou bem abalada durante o processo do que fizemos...”

– Será que tem como você me explicar exatamente o que foi que aconteceu Negra?

“[roxa]Hããããmmm... Não.” – _respirando fundo à força_ – “[roxa]Mais pra frente você descobre por seus próprios olhos. Ou algo assim.”

– Pelo amor à mãe de vocês... sejam claras... – acabei implorando.

“[magenta]Não podemos.” – até quando elas continuarão me testando...

“[roxa]E se você não a convencer por conta própria não, nós o forçaremos.”

– Pois eu só quero ver, peste.

“[roxa]Olha que você se arrepende!...” – passei a ignorar a presença daquelas duas e fui atrás de tomar o meu banho.

Terminado, resolvi dar uma olhadinha no treino da Cris pela janela. Olhei bem a tempo de quase ver o sanguessuga levar um golpe no ponto fraco. Mas perdi todo o ânimo ao perceber que alguém parecia observar tudo na surdina (já tem outra praga querendo grudar no pé dela?! Cadê o Absol?). E essa armadura que não fica pronta...

“[roxa]Pragas atrás dela e dos outros é o que não vão faltar! Absol saiu atrás de ingredientes para poções de revitalização.” – (não me lembro de lhe ter dirigido a palavra...) _nervoso_ – “[roxa]Eu sei. Só quis provocá-lo mesmo já lhe informando um pouco.”

– Só uma pergunta e me respondam de forma direta: O canalha que a está seguindo não vai conseguir tocar nela, vai?

“[branca]Ela o despistará. Enquanto o trabalho não começar, não há com o quê se preocupar.”

“[roxa]E sabendo isso pode ficar de cabeça fria se por acaso ela demorar a chegar!”

 

Cris 3

Aquele lobisomem da semana passada já me foi mal suficiente para compensar toda a alegria que ganhei com a Marine, mas o universo parece estar me reservando alguma coisa para eu ter de encarar dois guerreiros de elite após eu passar por nem sei o quê.

Nevra ficou me empurrando o caminho todo até o campo de treino, e Anya estava chamando a atenção de todos com a roupa dela _sorriso_. Quando chegamos ao campo, Valkyon e Voronwe conversavam, e o elfo ficou parecendo atônito ao ver a filha!

– Estrelinha?! Isso que você está usando é uma armúr mistéireach??

– Sem dúvidas papai! Gostou?

– Ficou... único! Com toda a certeza, mas como aprendeu a criar uma?

– Quando Anya fugiu de casa, ela conseguiu obter um livro élfico em que ensinava a produzi-la com os mascotes. Desde então vem trabalhando nela. – expliquei por ela.

– Livro??

– É papai. Posso mostrá-lo depois se quiser. Muita coisa eu só consegui entender com a ajuda da Cris mesmo... – (porque é que o Voronwe me pareceu assustado?).

– Gostaria muito que me deixa-se ver Estrelinha. – agora ele sorria – Vamos indo pra casa?

– Vamos! Até mais Cris!

– Byebye Anya! – e os dois se afastaram juntos. Quando eu me virei para o Valkyon, Nevra parecia terminar de repassar as novidades – Er... atrapalho?

– Nem um pouco. – os dois falaram juntos (ai...)

– Já faz algum tempo que você não treina comigo, então é melhor revisarmos o básico primeiro.

– E com o adicional de que terá que estar utilizando o que aprendeu com o Gelinho recentemente! – complicava o Nevra. Acabei choramingando.

– Vamos lá Cris. Se concentre e comecemos com o treino.

Respirei fundo para conseguir me acalmar. Já concentrada, a revisão do básico em lutas estava consideravelmente fácil. A capacidade de estudar todo o ambiente sem ter de “observá-lo” ajudava muito a me mover com mais fluidez. Tanto que nem percebi quando já havíamos saído do básico e estávamos lutando de verdade. No começo, era só eu e o meu chefe. Nevra parecia observar o melhor momento para se meter na batalha (se concentrar em lutar e ficar vigiando outra pessoa não é tarefa fácil).

Não demorou muito para o Nevra se meter na luta. E não foi fácil eu me defender daquele vampiro escorregadio! Quase perdi a concentração umas três vezes porque ele estava consideravelmente atrevido. Tão ousado que eu quase lhe atingi nos “documentos” em sua última afronta.

– É melhor terminarmos por hoje. – declarava o Valkyon segurando a risada pelo o meu quase “acerto” – E torça para que o guardião da Cris não tenha assistido a nenhuma de suas “tentativas” Nevra.

– Refere-se a qual dos dois?

– Qual que você acha que seria mais perigoso Nevra? – questionei com malícia.

– Francamente, eu não sei. Qualquer um dos dois me daria um enorme trabalho se eu tiver de enfrentá-los.

– Então é melhor parar de criar motivos para essa contenda. Deixe que eu e o Nevra cuidamos de tudo aqui Cris. Pode ir comer, ou banhar-se, ou o quê você quiser fazer.

– Obrigada mesmo chefinho. – declarei doce – Tchauzinho atrevido. – despedi-me azeda.

Deixei os dois cuidando das coisas e resolvi dar uma passeada nos jardins um pouquinho. Mesmo já estando liberada, não parei de continuar usando a “visão” ambiental, pois, se sem a domar direito me facilitou tanto assim nos treinos de batalha, o quão boa irei me tornar depois que aprender a usá-la com perfeição?

Tentei observar tudo enquanto passeava e... acho que fiz bem... Durante o treino, não foi difícil reparar que várias pessoas paravam para nos assistir. Mas apenas um continuou me observando depois de tudo encerrado, e parecia estar até me seguindo.

Não importava aonde eu ia, lá estava sei lá quem próximo de mim. Às vezes mais perto e às vezes mais longe. E sempre que eu me virava na direção da criatura, ela se escondia (não estou muito afim de uma nova tentativa de “assédio”). Na esperança de me livrar de seja quem fosse, fui para tudo que é canto tentando me esconder, mas estava difícil... Só consegui a minha chance quando eu entrei no Corredor das Guardas. Aproveitei que estava longe o bastante para não ser vista no corredor e passei pela primeira porta aberta que encontrei. Rezando para que seja lá quem fosse que estava no meu pé não me descobrisse.

Cheguei a ouvir alguém correndo pelo corredor, mas fiquei em pleno silêncio para não ser descoberta. Ao “enxergar” que o meu perseguidor havia se afastado, voltei a respirar. Por via das dúvidas, achei melhor aguardar escondida mais um pouco, aproveitando o quarto vazio. Qualquer coisa eu podia contar a verdade do que me aconteceu ao dono do quarto que... por algum motivo, parecia-me bem familiar, mesmo sendo a primeira vez em que entrava nele (odeio a sensação de déjà-vu).

Atravessei o quarto sem tocar em nada e observando tudo (gostei da decoração desse quarto!), e me aproximei da janela sem me deixar ser vista pelos de fora. O canto zen construído de frente a janela no quarto me ajudava a relaxar do meu abalo. Mas quase que o meu coração pula para a boca ao ouvir a maçaneta da porta!

– Cris? – era o Leiftan – O que faz em meu quarto?

– Seu? Bom, desculpe a invasão, mas era uma emergência.

– Como assim? – expliquei a ele todo o ocorrido e ele me pareceu compreensivo – Entendi. Que bom que eu esqueci de trancar minha porta então.

– Desculpe de novo por entrar aqui sem autorização.

– Tudo bem. Não se preocupe com isso. Conversarei com os que sabem do Gelinho sobre isso e tentaremos descobrir quem era que estava te perseguindo.

– Lhe seria muito grata Leiftan. – um silêncio um tanto desconfortável acabou caindo entre nós – Acho... que é melhor eu ir indo, não? – acabei por falar.

– Posso lhe acompanhar se quiser. Quero disser, para uma maior garantia de segurança.

– Não seria incômodo? Se não se importar com a possível reação do meu colega de quarto, aceito sim senhor.

– Incômodo nenhum. My lady... – ele me abria a porta e seguimos juntos até o meu quarto.

No caminho ficamos conversando sobre a decoração do quarto dele, e ele me pareceu contente por eu ter apreciado o gosto dele. Chegando ao meu quarto, eu quase não me lembrava mais da aflição que eu senti antes.

– Está entregue Cris. Sã e salva.

– Mais uma vez obrigada Leiftan. Uma boa noite pra você.

– Bom descanso Cris. E pode deixar que não esquecerei de reunir o pessoal para conversar sobre... o seu passeio de hoje à tarde.

– Valeu mesmo Leiftan. Tchauzinho. – despedi-me já entrando no quarto e o vendo sumir no corredor vazio.

– Está tudo bem com você? De que passeio você e o meu ex-sócio falavam? Era ele com você agora, não era?

– Por favor Lance... Não estou com cabeça para lidar com os seus ciúmes... – falei lamentando.

– Não é ciúme Ladina. – seu tom estava gentil – É que, eu reparei pela janela que alguém parecia de seguir! – _espantada_ – E como você demorou para aparecer me preocupei um pouco.

– Bom, se é mesmo esse o caso... Você está certo. Alguém estava me seguindo. E consegui me livrar de seja lá quem for ao entrar no primeiro quarto que pude entrar no corredor das guardas. Quarto este que descobri pertencer ao Leiftan mais tarde.

– Então, imagino que você tenha explicado tudo a ele, e depois ele se ofereceu em lhe acompanhar até aqui, por garantia.

– Exatamente Lance. – acabei me deparando com a esfera sobre a mesa – Conseguiu descobrir qual que seria a utilidade dessa coisa?

– É. Mais ou menos. – ?? – Parece que a Anya estava certa. O que se deve ser feito com essa bola é purificar a energia dentro dela.

– Vou pro meu banho. Nevra me testou a paciência hoje e não consegui ter o passeio que eu queria. Se não fosse pelo Leiftan eu ainda estaria tentando reunir coragem para voltar.

– Tudo bem Princesa. Karuto passou mais cedo para deixar a refeição e eu preferi esperá-la pra comer. Arrumarei tudo enquanto se higieniza.

– Muito obrigada. – declarei sorrindo e seguindo para o chuveiro.

 

 


Notas Finais


Semana que vem vai ser barra pesada...


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...