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História Eldarya - Uma aventura inesperada - Cap.128


Escrita por: TsukiHime0713

Notas do Autor


Bora lá para mais um capitulo? Até que fim chegamos em Lund'Mulhingar!




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Capítulo 135 - Cap.128


Anya

Droga. De quem exatamente foi a ideia daquela armadilha? Pois só pode ter sido isso. E o Becola vai ficar falando por dias na minha orelha... Eu não sei o que aconteceu enquanto eu dormia, mas a última coisa que eu esperava ver ao acordar era um spriggan aparentemente retornando para a floresta Vakhataure.

– Nós estamos em Lund’Mulhingar?!? – relutava para descer dos braços de meu pai.

– Acordou atrasada pirralha. Quem mandou estar presente nos sonhos da Cris como eu?

– Mas com tantos lugares você tinha que sonhar justo com o último lugar em que eu quereria estar, Cris?!

– Sinto muito Anya... Se não fosse pelo Gelinho, eu teria te contado sem querer...

Encarei cada um deles irritada, mas... – Cadê o Absol e o Becola?

– Ficaram para trás para que pudéssemos escapar. – declarava o Réalta.

– Como?!?

– Acontece Anya _bocejo_ que nós quase fomos atacados pela terceira vez...

A Cris, meio que cambaleando de sono e sendo ajudada pelo Lance, começou a contar tudo enquanto seguíamos para a cidade, pois ainda havia uma distância de uma meia hora entre a floresta e as primeiras casas. E será mesmo que Lund’Mulhingar está escondendo um fragmento do Grande Cristal?

– Alguma ideia de que em que hora aqueles dois irão se juntar a nós?

– Nenhuma Anya. Ficamos horas correndo o máximo que podíamos e só descansamos depois que o Umdala nos pegou para nos atravessar a floresta. A gente vai receber cuidados primeiro ou iremos nos apresentar ao rei logo de cara? – falava a Darfn.

– A menos que Taenmil tenha extraviado a mensagem que Miiko e eu escrevemos para sua majestade, eles primeiro cuidarão de nós para que só depois nos apresentemos ao rei. Se bem... que eles podem não estar esperando nossa chegada agora.

– A Ēnukungi realmente apresou os nossos passos. E pela hora... – Roeze encarava os céus que anunciavam o crepúsculo – O sensato seria que nos dessem os cuidados de que precisamos e conversássemos amanhã! Que seria o nosso dia de chegada se não fossem por todos os problemas.

Continuamos nosso percurso até a cidade e quando finalmente chegamos, alguns guardas que nos avistaram se assustaram conosco (também! Estávamos todos em um estado lastimável!) e, assim que meu pai e Réalta explicaram para eles toda a nossa situação, eles logo se colocaram a nos guiar para o palácio com um correndo na frente para avisar o rei de nossa chegada precipitada.

 

Cris

Apesar de ter sido carregada por toda aquela corrida final, e ter ficado sei lá quanto tempo sobre as mãos de Umdala (acho que aquela neblina também mexe com isso...), eu me sentia exausta!... Não conseguia saber o que é que eu queria mais: banho, comida, agua, cama... Talvez aceitasse essas coisas nessa ordem mesmo, mas para isso... Tínhamos que alcançar o palácio... Me sentia pior que um caco (e espero que Absol não demore a aparecer. In-tei-ro!).

Se não fosse pelo Lance, sempre me ajudando a continuar de pé, eu já teria me descambado no chão há muito tempo (e ainda teremos o caminho de volta... _choramingando_). Estava tão... tudo! Que eu nem reparava em como que era a cidade. Eu praticamente andava dormindo. Quase aceitei ser carregada no colo pelo Lance de tão mal que eu estava, mas ao menos consegui notar que nosso grupo já estava repassando a nossa situação para alguém.

O tempo todo me senti guiada para tudo que era lugar. Houve um momento em que acho que fui examinada ou algo assim, porém eu só consegui abrir os olhos mesmo quando eu comecei a sentir o que parecia ser cheiro de agua e óleos essenciais.

– Não acredito... UM BANHO!! – declarei já pulando para dentro da agua – Me deixem aqui por um mês, por favor... – pedi quase saboreando aquela agua maravilhosa.

Foi diante das risadas de Anya, Darfn e mais umas três elfas (que se não fosse pelos vestidos diferentes, seriam perfeitas trigêmeas) que eu comecei a reparar direito naquele lugar. Parecia que estávamos em fontes naturais, com o céu noturno brilhando sobre nossas cabeças e várias lanternas tipo poste ajudando a iluminar o lugar. Tinha uma pequena cascata no meio das raízes de uma grande arvore de flores azul-roxeadas na beirada das “piscinas” (haviam três no total) que fluía agua quente para todas, com as pétalas das flores boiando na superfície límpida. Muitas flores belas e coloridas (provavelmente a fonte dos perfumes) cresciam ao redor da agua com uma ou outra flutuando, e foi chegando perto de uma delas que eu notei que elas eram bioluminescentes. Também haviam mascotes que lembravam criaturas d’água no lugar e alfelis aproveitando a agua. Me aproximei com calmas das meninas.

– Desculpem a forma com que eu entrei, mas eu realmente estava desejosa de um bom banho. Até fiquei mais desperta!

– Não se preocupe Lys de Eldarya. – era uma das elfas – Depois do que as suas colegas de viagem nos contaram, é compreensível a sua reação.

– Como está a agua na sua opinião? – perguntou uma segunda elfa.

– Ma-ra-vi-lho-sa!... – acabei respondendo – Um verdadeiro balsamo depois dessa viagem cansativa. Estamos em alguma espécie de casa de banhos ao ar livre?

– Algo assim, Cris. – falava a Anya já se lavando – Em Lund’Mulhingar existe um total de cinco termas espalhadas pelo reino, sendo a do palácio a maior e mais bonita de todas. Que por sinal, é onde estamos agora.

– Já estamos no palácio?! Eu realmente não prestei atenção em nada... – cobria o rosto com uma das mãos, um pouco envergonhada.

– Notamos isso no caminho para cá Cris. – era a Darfn – Você nem imagina a minha satisfação em finalmente poder cuidar direito do meu braço.

– Nós aguardávamos a chegada de vocês amanhã, mas ainda bem que resolvemos concluir com os preparativos para vocês ainda hoje. Nós as guiaremos até os seus quartos após terminarem o banho e degustarem uma refeição.

– Entendi... – foi então que eu me lembrei – Desculpe mas, por curiosidade... Homens não entram junto de mulheres nesse banho, certo? E como que vocês preparam esses quartos?

– Existem horários para os banhos neste lugar. Um só para homens, outro só para mulheres e crianças, e mais um onde todos podem entrar juntos caso queiram. Neste momento, ainda estamos no horário feminino. – explicou uma das elfas.

– No caso dos quartos,... – prosseguia a terceira elfa – ...preparamos três: um para as mulheres de seu grupo, outro para os homens, e um terceiro para você e seus guarda-costas. Que por sinal... além daquele guerreiro de armadura, quem mais é responsável por sua proteção pessoal?

– Não chegou ainda. – falava a Darfn tranquila e espantando as elfas – Ele e mais um do nosso grupo ficou para trás para poder retardar um novo grupo de inimigos que tentou avançar na gente, para que pudéssemos conseguir chegar nas suas fronteiras à salvo. Quando vocês menos esperarem aqueles dois irão chegar.

– E falando nisso... Onde que os outros estão? – perguntei.

 

Lance

Esse se mostrou mesmo ser um dia bem duro. Mas nem durante a batalha da Guerra do Cristal eu cobrei tanto do meu corpo como hoje. O lado bom é que chegamos na cidade élfica no crepúsculo ao invés do meio-dia do dia seguinte. A carona daquele spriggan foi um ótimo acalanto para as minhas pernas (tenho quase certeza que sei quem são as “elas” que ele mencionou), e tomara que o black-dog só tenha ficado empacando aquelas pragas o suficiente para não sermos alcançados por eles.

Minha pobre Ladina estava mesmo cansada... Ela deve ter passado a noite em claro bem dizer, e aquela peste do bobo-da-corte não facilitou nem um pouco as coisas. Isso sem mencionar a preocupação que ela carregava com Absol e o sanguessuga! Como se todo o estresse da viagem em si já não fosse suficiente...

Ela estava quase no mesmo estado que a Branca a tinha deixado no dia do solstício! Precisei segura-la firme o tempo todo para alcançarmos o palácio depois de nos encontrarmos com os primeiros guardas, que por sinal, não eram fãns do bobo-da-corte.

– Pode explicar que raio de loucura foi o que lhe atingiu para se atrever a pisar nessas terras outra vez? Seu miserável! – falava o guarda já apontando sua lança contra o alquimista, que se escondia atrás de Réalta e do berserker.

– Acredite em mim Angrod, se não fosse uma convocação do destino, nunca, que você veria esse rostinho lindo outra vez!

– Que quer dizer com isso? – perguntava um outro guarda com indiferença e segurando a arma apontada para o praga.

– A presença dele foi exigida no grupo que estaria acompanhando a Lys de Eldarya até Lund’Mulhingar, e, como o Ezarel bem disse, essa exigência foi feita pelo destino dela. Portanto sugiro que contenham suas raivas e não matem esse idiota enquanto estivermos na cidade.

– Vocês só estavam sendo aguardados amanhã. O que aconteceu para chegarem antes do que foi previsto? – perguntava o mesmo que havia segurado a lança enquanto um outro guarda saía correndo.

Voronwe explicou toda a nossa situação ao mesmo tempo em que éramos guiados até o palácio. No caminho, pude notar todo tipo de olhar para cima de nós: curiosidade, repulsa, ódio, receio... O alquimista fazia de tudo para ficar escondido no meio de nós. Cheguei a questionar minha princesa se ela queria que eu a carregasse por conta de sua dificuldade em ficar de olhos abertos, mas ela recusou.

Assim que chegamos no palácio, fomos diretamente levados à área médica onde já estávamos sendo aguardados, sendo a mãe do elfo quem liderava todos ali.

– Ezarel! Meu amor!! Como eu fico feliz em poder vê-lo novamente! – ela o abraçava enchendo-o de beijos e deixando a criatura vermelha _risinho_.

– Ca-calma mãe! Estou ficando sem jeito! Va-vamos primeiro cuidar de quem precisa e d-depois conversamos! Pode ser?

– Está certo, meu querido. – ela o largava se virando para nós – Sou Luthien e, bem... O que é que estão esperando?! Sentem-se cada um em uma maca para que possamos examiná-los.

Ajudei minha Ladina a se sentar na mais próxima e foi a própria Luthien quem veio cuidar de nós.

– Irei precisar que tire a armadura para poder examina-lo, senhor.

– Deixe que dele eu cuido mãe! Esse aí é o guarda-costas pessoal da Cris, que foi proibido de revelar sua identidade à qualquer um para a nossa segurança. – intercedia o palhaço.

– Humm... Pensei que essa historia fosse mais uma de suas piadas quando li sua última carta. – (como é que é?).

– Mas eu fui totalmente sério, mãe.

– Muito bem. Atrás daquele biombo do canto há uma maca vazia, vá com ele para lá e examine-o enquanto dou uma olhada nessa menina. E lembre-se! Um alquimista que não é minucioso...

– ...Não merece ser chamado de alquimista... Eu sei bem disso mãe. Vamos lá, o da armadura.

Terminou de falar ele já me empurrando para o local indicado, sem eu deixar de observar a minha princesa que já estava tendo o pulso medido pela Luthien.

– O quanto falou de mim para a sua mãe? – perguntei baixo, tirando a armadura e a apoiando na maca.

– Escrevi apenas o que todo mundo sabe. Relaxa e anda logo com isso para terminarmos de uma vez.

Me apresei como podia, e sempre questionando o elfo sobre sua mãe já que minha Ladina estava nas mãos dela. Acho que gastamos no máximo uns 20min, me juntando à Cris já oculto novamente em seguida.

– Ela está bem? – acabei perguntando à elfa.

– Nada que uma boa refeição e muito descanso não resolva. Ela está tão aérea de cansaço que nem está sabendo responder minhas perguntas! Pelo o que foi que vocês passaram para ela acabar nesse estado? – do seu jeito, Ezarel resumiu toda a historia – Por todos os deuses!... Agora está explicado. – um grupo de cinco elfos, sendo dois homens – entravam na sala – Nessa, Estel, Calen, acompanhem as mulheres até o banho por favor. Tirando a menina, nenhuma delas está em boas condições, sejam elas higiênicas ou exaustivas.

– Como desejar mestra Luthien. – respondeu as três mulheres já ajudando a Ladina e as outras.

Tive de me segurar para não ir atrás delas (não sei em quem posso estar confiando neste lugar...)

– Quando me chegou aos ouvidos de que você estava junto Ezarel, eu não estava acreditando. – declarou o mais velho com desdém.

– Eu também fiquei “feliz” de ser colocado neste grupo, Ondabrar. – respondeu o bobo ao elfo mais velho com o mesmo desdém na voz.

– Ondabrar, lembre-se de onde você está. – advertia a Luthien.

– Não se preocupe mestra. Respeitarei seu local de trabalho, já o seu filho...

– Foi exigência da Lys de Eldarya ele estar com ela, então lhe sugiro não arrumar confusões desnecessárias.

O tal do Ondabrar fechou a cara ainda mais depois de ouvir isso. – Quem é ele? – acabei cochichando com o Ezarel.

– Ondabrar Prezrivo Okrutno. Meu ex-sócio que me entregou quando tentei mandar Marie-Anne de volta para a Terra, 1º conselheiro do rei, e tio da Desastre, a Emiery. – (já detesto esse cara).

– Como as mulheres que estavam com vocês já se retiraram para poderem ficar mais... dignas de associação. – (vou quebrar esse canalha...) – Peço para os demais que me acompanhem. Sua majestade deseja saber de vocês, como foi a viagem até a nossa digníssima cidade. – (eu realmente não gosto desse velho...).

Seguimos o canalha por vários corredores até chegarmos em um imenso salão de jantar, onde alguns elfos se encontravam sentados à mesa (que tinha a forma de um retângulo não fechado) vazia. O nojento se aproximou do que estava no centro da mesa, que devia ser a sua majestade, e cochichou-lhe algo ao ouvido.

– Soube que passaram por dificuldades durante o caminho até esta bela terra! E que nomes... inesperados, faz parte de seu grupo. Gostaria de me dissessem, nos por menores, o que foi que aconteceu. – pediu gentilmente o senhor, antes sentado, após se erguer.

– Nos seria um prazer majestade. – respondia o berserker (então aquele é mesmo o rei) – Mas só para ter certeza, nosso grupo não está interrompendo a realeza, está? – assim como eu, ele deve achar que lhe estamos interrompendo o jantar.

– Seu grupo não está interrompendo nada. – falava uma donzela próxima ao rei – Não era para haver mulheres entre vocês? Onde está a Lys de Eldarya?

– Frida, tenha paciência. Estamos no horário feminino esqueceu? – alertou o rei à moça.

– Oh! É verdade. Acabei me esquecendo sim, meu pai. Mas vamos! Conte-nos como foi a viagem!

– Se é mesmo verdade que não interrompemos nada... – começava o Réalta – Permita-nos falar.

Já que eu não podia abrir a boca mesmo, os elfos e o enfermeiro ficaram intercalando entre eles para repassar todo o nosso desatino. Desde o primeiro dia de jornada até a nossa chegada na floresta.

– E ainda não há noticias dos que ficaram para trás?! – perguntava um rapaz bastante interessado em nossa historia – Nada por parte da nossa guarda!?

– Alteza... Eu já sugeri ao guarda que me alertou sobre a chegada deles, que espalhasse a noticia e ficassem atentos. – respondia o Ondabrar.

– Os que ficaram para trás era Nevra, um vampiro que é o atual líder da Guarda Sombra; e Absol, uma... criatura anormal que possui umbracinese e que é o segundo guardião da Lys. Será por meio desse poder que eles nos alcançarão. Tendo a própria Lys como guia. – concluía o Voronwe.

– Umbracinese? Parece que foi mesmo você quem não compreendeu a carta, Ondabrar. – (como é que é?).

– Perdão majestade, mas... ao que se referem? – perguntou o bobo-da-corte.

– Quando lemos a carta de Miiko, nos sugerindo proteções, eu compreendi que o quarto da Lys carrega proteções contra qualquer tipo de possível intruso, exceto, um umbracinesiano. Porém, Ondabrar entendeu que o maior inimigo atual da Lys é um umbracinesiano. De modo que todos os ambientes importantes desse palácio, incluindo os quartos separados para vocês, receberam barreiras especificas contra esse tipo de poder. – um riso acabou me escapando.

– Não há problemas majestade. Devido ao tipo de criatura que Absol é, muitos foram os que fizeram isso nos próprios quartos em nosso QG. Ezarel só não colocou uma em nosso laboratório de alquimia porque a Miiko o impediu. – explicava o Réalta.

– E eu ainda não desisti de convencê-la a mudar de ideia... – meio que resmungava o alquimista, fazendo alguns rirem de leve.

– Se me dão licença, tenho alguns assuntos pessoais a tratar. – saía o Ondabrar do salão por uma pequena porta do lado oposto de onde entramos.

– Ok, mas... Que tipo de... criatura, é este Absol? – perguntava a princesa, nos deixando meio sem jeito. Foi o Voronwe quem tomou a coragem de falar.

– Bom... Ele é...

– Demoramos muito?

 

Cris 2

Após uma boa conversa entre mulheres durante um bom e mais que merecido banho, Anya, Darfn e eu aceitamos o convite das trigêmeas (elas realmente são trigêmeas) de nos vestirmos com os trajes locais ao invés de recolocarmos as nossas roupas de antes (eu acabei pulando na agua com roupa e tudo, e acho que até elas ficaram agradecidas por aquele mergulho!), para que elas pudessem ser levadas à lavanderia.

Os vestidos eram simples, mas com cores e texturas que acho que dariam centenas de ideias para a Purriry. Ainda nos vestíamos e ajeitávamos os cabelos quando o estrondoso resolveu se manifestar no meio de nós. Fiquei vermelha. Todas acabamos rindo, pois eu não fui a única a emitir “protestos estomacais”, e nos apresamos para o salão de refeições.

Como eu havia ficado curiosa com a reação dos rapazes mediante o nosso visual, consegui fazê-las não só terem a mesma curiosidade que eu, como também convencê-las de entrarmos no salão em silêncio.

Ao adentrarmos, todo mundo não parecia nos perceber entrando. Nem mesmo os que estavam sentado à uma mesa que mais parecia uma moldura de quadro retangular gigante, sem um dos lados menores, quase como uma... “ferradura quadrada”. Nos colocamos atrás do meu grupo de mansinho e, já que os rapazes estavam plenamente concentrados nos ocupantes da mesa, e vice-versa... Decidi nos denunciar.

– Demoramos muito? – todos se surpreenderam com a nossa presença, inclusive os que estavam à mesa.

– Nossa! Mas esse banho com toda a certeza fez maravilhas para vocês. Estão lindas!

– Agradecemos o elogio Réalta, mas a Cris, Anya e eu estamos um tanto que famintas. Se importam de cumprirmos logo com as formalidades? Nevra e Absol já apareceram?

– Ainda não nos foi chegada qualquer noticias sobre os companheiros restantes de vocês, e eu poderia ter o prazer de saber quem são as belas joias que adentraram o salão?

Lance, que havia se aproximado de mim, passou a encarar o rapaz da mesa que fez a pergunta.

– Um pequeno conselho alteza. E conselho de amigo! Os guardiões da Lys de Eldarya são mais do que super protetores, por isso, eu pensaria sete vezes antes de querer ficar... íntimo, da Lys aqui. – alertava o Ezarel.

– Ficamos gratos pelo aviso Ezarel. – declarou o senhor que ocupava o centro da mesa, falando alguma coisa em voz baixa para o rapaz que não me pareceu gostar muito – Mas sentem-se por favor! Estávamos apena aguardando pela chegada das senhoritas para que pudéssemos ter a refeição servida, com seus amigos nos contando sobre a... difícil viagem que tiveram até aqui.

– Muito obrigada senhor...

– Sou Eru, Eru Hæderlig Klog Stærk. Atual rei governante de Lund’Mulhingar. Já cheguei a ouvir muitas coisas sobre a Lys de Eldarya, mas preferi conhece-la pessoalmente, por isso me permiti convida-la para as nossas celebrações depois de amanhã.

– Bem, majestade, o seu convite apenas me facilitou o visitar de suas terras. – declarei já me sentando no lugar que me era indicado, com Lance ao meu lado.

– Que quer dizer?

Contei ao rei sobre Lunna e Melídia, e sobre o sonho que tive. Assim como respondi todo tipo de perguntas que todos sempre me fazem em Eldarya ao me conhecerem. Tudo isso enquanto jantávamos algum tipo de salada com... doces de frutas? Como sobremesa.

– Estou fascinado senhorita Lys. Você está se mostrando para mim um ser muito mais interessante do que eu imaginei. – declarava o rei.

– Interessante... Em que sentido majestade?

– Você me parece mais sábia, e pura! Do que a maioria dos humanos. – acabei por respirar fundo.

– Rei Eru. Eu... Posso não ter total compreensão da visão que o seu povo tem sobre os humanos, mas... É preciso deixar uma coisa muitíssimo clara. Entre os humanos, há pessoas de bom coração, e há aqueles que não merecem receber nem mesmo o sentimento de pena, o que dirá ódio ou compaixão. No entanto, o mesmo vale para os faerys! Nem todos os faerys são exemplos a serem seguidos. E nem todos são dignos de compaixão ou reconhecimento, portanto... Declarar que todos os humanos são iguais, é um erro que... está além do apocalíptico. E repetindo... O mesmo, se aplica, aos faerys. – a mesa toda ficou em um silêncio desconfortável – Enquanto... me preparava para viajar para este reino, me havia sido alertado como que a maior parte do seu povo, enxerga pessoas como eu. Sinceramente, eu esperava que, depois da Erika ter começado a sacrificar a própria vida em prol de manter Eldarya viva, este preconceito, teria diminuído. Mas, infelizmente, parece que estou enganada...

– A faeliana aengel está morrendo por causa de Eldarya?! – espantava-se o príncipe Võrgutav.

– Estava! Graças à Paladina aí, não está mais. E do que eu pude observar enquanto nos dirigíamos para cá, eu não vou ser o único que só poderá caminhar pela cidade se estiver cercado de guarda-costas...

– Amanhã toda a corte irá se reunir para poder conhecer a Lys de Eldarya. – era o rei – Não vou negar que há uma imensa verdade no que você acabou de nos declarar minha jovem. Tanto que, se não for incomoda-la, repetirei suas palavras para todos. Não digo que o... preconceito, como você bem disse, irá sumir de imediato. Mas ao menos espero que eles reflitam antes de resolverem a menosprezarem por ser faeliana.

– Eu imagino... Que os faerys tenham sofrido bastante nas mãos dos humanos da era medieval. Uma das eras mais... Desumanas, de nossa historia. Porque os absurdos sociais vividos como “corretos” naquela época eram... _suspiro_ Simplesmente inadmissíveis.

– Para você falar assim do seu próprio povo, significa que os humanos mudaram muito com o decorrer dos anos... – comentava a princesa.

– Sim e não... – continuei – Ainda há muitos... Lixos! Vivendo entre os humanos. No entanto... Aprendemos o que é verdadeiramente ser humano. Acho... que entre os faerys, isso seria o mesmo que... Ter um coração puro. Porém ainda temos um looongo camiiinho!...

O ambiente voltou a ficar leve. Quando acabamos de comer, os rapazes foram guiados para o banho, sendo que, a mando da mãe de Ezarel, um espaço reservado foi preparado para o Lance (já que ele não podia remover a armadura na frente dos outros) e para o Ezarel (pois ainda tinha muita gente querendo a cabeça dele por ali). Mas claro, como Absol ainda não tinha aparecido... Lance deu trabalho para se afastar de mim. Ele só aceitou seguir para o banho depois que Darfn, Anya e o próprio rei, juraram por suas vidas que não permitiriam que nada me aconteceria enquanto ele estivesse longe. Com o príncipe e os guardas presentes no salão reforçando a promessa.

– Por que o seu guardião estava com tanto receio assim de se afastar de você? – questionava a Estel, uma das trigêmeas.

– Toda vez que a Cris fica sem a companhia ou do Gelinho, ou do Absol, alguma coisa... chata, acaba acontecendo com ela. – explicava a Anya.

– Como o quê por exemplo? – se interessava o Võrgutav.

– Bem... – repassei para eles todos os atentados e perseguições que sofri por meio do grupo de Apókries, cobrindo os ouvidos de Anya em algumas partes. O rei e sua família ficaram claramente pasmos com essas minhas... experiências.

– Agora compreendo a desconfiança de seu guarda-costas!... – Võrgutav falava em choque – Você realmente não é nem um pouco fraca.

– E também explica a quantia de recomendações feitas na carta recebida. – refletia Eru – Tem a minha palavra de honra, Lys, seja o que for que você tenha de cumprir neste reino, darei o meu mais pleno apoio e auxilio no que precisar.

– Mais uma vez lhe agradeço majestade.

– E é bom que não achem ruim da Cris compartilhar o quarto que foi separado para ela com os guardiões dela!

– Anya! _corada_.

– O quê? O Becola e o Absol ainda não chegaram, e eu duvido que o Gelinho vai aceitar te deixar sozinha em um quarto que, se houver gente mal intencionada querendo colocar “as patas” em você, poderá ser tudo, menos seguro na cabeça dele.

Todos acabaram deixando escapar ao menos um sorriso pela declaração de Anya, e acho que minhas historias acabaram demorando mais do que imaginei, pois a rapazes chegaram logo em seguida.

Devido a hora (e a viagem...) o rei pediu paras as trigêmeas nos mostrarem nossos quartos. Jurando nos avisar imediatamente caso Nevra e Absol chegassem finalmente.

 

 

 


Notas Finais


Até a próxima!


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