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História Eldarya - Uma aventura inesperada - Cap.138


Escrita por: TsukiHime0713

Notas do Autor


Deixo-lhes com mais um capitulo (último pronto nesse momento, mas já estou terminando o da próxima semana).
Uma boa leitura para todos ❤





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Capítulo 145 - Cap.138


Cris

Depois que terminamos de contar tudo o que dava para contar, e com Absol quase me atropelando de afeição depois de finalmente se ver livre enquanto Lance e eu ainda contávamos tudo, optamos quase todos por jantar alguma coisa.

Luthien e Emiery acabaram tendo de ir para a enfermaria, pois a médica estava com dificuldades para encontrar o encantamento certo, e em seu local de trabalho ela tinha mais recursos para continuar mantendo a Emiery tranquila enquanto continuava com a sua busca. Além de aproveitar para fazer um check-up completo na coitada.

O jantar foi... silencioso. Eru não participou da refeição pois tinha pressa em resolver as coisas, com Võrgutav lhe ajudando no que dava. Lance até teve de interromper a comida para poder libertar o traste que acabou dormindo por causa do efeito restante da bebida. Ninguém ousava questionar o que fosse por ainda estarem em choque pelas revelações que consegui trazer à tona. E Absol não se atrevia a afastar-se de mim por nada.

Quando os ocorridos terminaram de se espalhar pelo palácio (e logo, logo pelo reino), Nessa e suas irmãs me disseram para não retornar aos meus aposentos ainda, pois elas fariam uma senhora faxina ali para que não ficasse nem mesmo um traço da presença de Ondabrar no lugar. Acabei aguardando pelo esvaziar das fontes na biblioteca, onde tentei “informar” direito a Anya sobre o que estava acontecendo, e até ela acabou tendo um pouco de compaixão com a sua professora, se comprometendo a visita-la na enfermaria ainda nesse dia.

– Hoje foi sem dúvidas um dia complicado... – argumentava já entrando nas aguas para espairecer.

– Absol e eu que o digamos. Aceita uma massagem nos ombros? – Lance entrava comigo, sendo só nós dois e Absol sob o luar recaindo nas aguas.

– Eu em você ou você em mim?

– Pode ser o dois se quiser...

– _risinho_ Bobo! Parece... que Absol tomou um pouco de raiva das sombras. Não entrou em sombra alguma desde que conseguiu sair. – observava Absol que estava deitado, mas atento, próximo às margens.

– Se eu tivesse ficado preso naquela Sala, com você correndo perigo, totalmente incapaz de ajuda-la como aconteceu com ele; eu também não iria querer retornar para lá tão cedo.

– Sério? Então teríamos de mudar o local da conversa se tivesse sido você, ao invés de Absol, aquele que não teria conseguido me ajudar?

– Pode ter a certeza que sim. _beijinho_ Eu ficaria com uma tremenda raiva de cada uma daquelas portas e não me submeteria à “proteção” delas por um bom tempo.

Acabei o abraçando com um sorriso no rosto. Tudo o que eu queria era relaxar um pouco e aproveitar a melodia noturna que deixava o lugar agradavelmente reconfortante.

– Quando que iremos questionar o Ezarel? Sobre a mensligo...

– Vamos deixar isso para amanhã Gelinho. Assim eu posso usar o meu tempinho na biblioteca como parte da desculpa que darei para questiona-lo sem levantar suspeitas.

– Ok. Como você é bem curiosa, vai ser difícil ele estranhar alguma coisa. É melhor mesmo que você se encarregue de questioná-lo. Se eu o questionar, é possível que ele pense que estou tentando controla-la ou coisa assim.

– Você não me controla! Auxiliar talvez, mas não controlar.

– Não acho que eles pensariam assim de boa. _suspiro_ Não era exatamente assim que eu desejava ficar com você aqui dentro...

– Deixe-me adivinhar: você tinha ideias um pouco mais... a-tre-vi-das. – falei quase rindo e brincando em seu peito em cada sílaba de “atrevidas”.

– Não vou negar nem um pouco. _sorriso malicioso_ É só uma pena eu não estar com espirito algum para isso. Você estaria?

– Sinceramente não. Ia ser interessante! Mas eu só quero repouso mesmo.

– O rei disse que fará o julgamento daquele desprezível ainda amanhã. Só depois disso, e do recolher do fragmento de cristal, que estaremos livres para retornar para Eel.

– Ou seja, ainda estamos presos em Lund’Mulhingar por pelo menos dois dias. Pela quantia de crimes daquela criatura, não seria nenhuma surpresa o julgamento durar o dia inteiro.

– Vamos apenas descansarmos o que pudermos até lá, e o que acha de aumentarmos as dificuldades da próxima vez que “treinarmos”?

– Do que está falando?

– Da noite que te ajudou a se salvar hoje. Nós dois concordamos que aquela experiência acabou se mostrando útil, então se por alguma desventura do destino você vier a passar por aquilo outra vez... Talvez, possamos conversar com a Miiko para obtermos permissão de usarmos outros ambientes para aumentarmos a sua perspicácia.

– Err... bom. Você pode ter alguma razão. Mas eu quero estar descansada nesse “treino”!

– _riso_ Justo. – ficamos um tempo em silencio sentindo a brisa que equilibrava a temperatura da agua – É melhor não ficarmos nos demorando muito por aqui. Ainda estou preocupado com os idiotas de Apókries e os possíveis amigos daquele cara-murcha.

– É uma pena. Porque está realmente uma delicia ficar aqui.

– Digo o mesmo.

Trocamos um beijinho e depois saímos da agua. Seguimos para o quarto que estava de outra cor e suavemente perfumado. Estel preparou um leve lanche noturno para nós e a Calen acabou enfeitiçando uma harpa para que ela tocasse uma melodia tranquila, sozinha, por um certo período. Confesso, estava amando cada um daqueles paparicos. Lance e eu dormimos abraçados com Absol deitado sobre nós.

 

Ezarel

Por todos os deuses... Acho que a Paladina é mais azarada do que sortuda, pois, é ca-da, coi-sa, que a-pa-re-ce, que simplesmente não dá para acreditar. Não bastava apenas encontrarmos o fragmento mencionado pelos springgans? Tínhamos que lidar com um demônio disfarçado de elfo medíocre? Tenha a mais santa paciência... Isso para não mencionar a segredinho da Desastre (continuo tendo calafrios de lembrar).

E quando é que essa faeliana vai parar de me surpreender? Depois do jantar, enquanto ela se distraía com a “Estrelinha” do berserker na biblioteca, me foi pedido para ajudar a remover todas as armadilhas que existiam no quarto do Conselheiro do Inferno, e céus! Como que ela conseguiu se locomover ali dentro ilesa?!? Aquela mulher me assusta.

Sua majestade declarou que realizaria o julgamento oficial do Ondabrar no dia seguinte logo de manhã, com o Ondabrar sóbrio e sob o feito da poção da verdade, uma vez que ficará esperando pelo fim da bebedeira dentro de uma cela vigiada por dois guardas de elite, e dois magos de alto nível, até removermos o fragmento do Grande Cristal de dentro dele (ele vai estar totalmente ferrado...).

Acabei indo ver a Desastre para saber se minha mãe já tinha conseguido se livrar da maldição dela, e eu acabei tendo que ajuda-la a fazer isso. O encantamento utilizado era de alto nível! Não dava para desfazer aquilo sozinho. No final das contas, eu, minha mãe, e mais três curandeiros tivemos de nos unir para pronunciar aquela ladainha e termos poder suficiente para romper com as correntes que aquela peste havia jogado na Desastre. Aposto que ele só conseguiu lançar aquela maldição sozinho por causa do fragmento que tinha dentro de si. Deu trabalho! Mas juntos conseguimos remover aquela porcaria e minha mãe se comprometeu em vigiar a Desastre até ela acordar.

No que eu caí na cama, não vi a noite passar. Tanto que nem acreditei que o dia já havia amanhecido quando me chamaram para levantar (essa viagem está me desgastando tanto quanto o castigo que recebi por embebedar a Paladina). Acabei sendo o último a deixar o quarto, mas parece que o meu dia será cheio de surpresinhas...

– Bom dia Ezarel! Dormiu bem?

– Oi Paladina. O que você quer de mim tão cedo assim? – ela não escondia o interesse...

– _sorriso_ Perguntar sobre algo que li ainda em Eel e que nunca me lembro de perguntar. A não ser que você não saiba me responder e eu tenha de encontrar algum alquimista que seja mais inteligente...

Lá vem ela me desafiando... – O que você quer que eu responda.

– Você já ouviu falar numa tal de “mensligo”? – hein??? – Eu meio que li essa palavra em livro que comecei a folhear para passar o tempo e fiquei curiosa. O que é isso exatamente?

– De forma simplificada, é uma poção que funciona como uma telepatia artificial entre duas pessoas em especifico.

– Telepatia artificial?

– Sim. Ela só tem efeito em duas pessoas pré-escolhidas porque precisa de uma amostra de sangue daqueles que vão usa-la. O efeito da poção é temporário e sua duração depende da quantia ingerida pelos usuários.

– Interessante... Mas como exatamente funciona essa “telepatia”? É só uma forma de se comunicar ou é possível manipular de alguma forma a mente do outro?

No quê que essa maluca está pensando... – Só comunicação mesmo. Se bem que, foi confirmado que, se os usuários da mesligo conseguirem ficar em total e absoluta sincronia, eles podem acabar trocando de visão...

– Trocan... Como assim trocando de visão? Um vai passar a enxergar o mesmo que o outro? É isso?

– Bem por aí Paladina. Porém é quase impossível duas pessoas conseguirem se sincronizarem desse jeito por conta própria. É preciso agir junto até no mesmo milésimo de segundo.

– Realmente interessante... E você já conheceu alguém que tenha conseguido fazer isso?

– São poucos os que aceitam usar a mensligo, o que dirá conseguir a sincronia. Claro que não conheço ninguém! – senti o estômago apertar – Agora se não tiver mais nada relevante para me questionar, sugiro irmos comer alguma coisa se já não o tiver feito ainda. Daqui a pouco o julgamento começará.

– Tem toda a razão Ezarel. Muito obrigada por esclarecer a minha dúvida. – e ela partiu sorrindo (será mesmo que ela me questionou só por curiosidade??).

 

Lance

Tive uma noite consideravelmente casta e renovadora, mas quase tive um ataque com a primeira coisa que eu vi ao acordar primeiro.

“[roxa]Bom dia Gelinho! Pronto para mais um dia em Lund’Mulhingar?” – (o que raios vocês duas fazem aqui?!) – “[roxa]Minha irmã está aqui para ajudar na recuperação do fragmento do Cristal, já eu estou para lhe explicar isso e também pedir para que dê uma forcinha à Cris quando isso for feito. É o suficiente para você?” – (foram vocês que pediram aos springgans que nos contassem sobre o fragmento, não é mesmo?) – “[roxa]Sim fomos nós. E como método de precaução que fizemos isso. Ainda há muitos fragmentos do Grande Cristal espalhados por Eldarya... E muitos em lugares que só a Cris poderá recuperar!” – (Quantas viagens a minha Ladina vai ser obrigada a fazer??) –  “[roxa]Quantas forem necessárias. No dia em que o Cristal ficar completo, ela estará livre para fazer o que bem entender de sua vida. Mas... Até lá... Melhor ser paciente.”

Respirei fundo e comecei a observar minha Ladina que dormia serena (quando que a Branca vai fazer a Ladina pegar o fragmento com o patife?) – “[roxa]Na hora que o miserável receber isso como sentença. Isso acabará exigindo um encantamento diferente do que a Cris sempre usou, por isso que ele não foi recuperado ainda.” – (entendo. Bem que eu havia estranhado vocês não terem forçado a Ladina a pega-lo de volta ainda).

“[branca]Os crimes daquele elfo tinham de ser revelados.” – sussurrou a Branca – “[branca]Ou suas maldades não se encerrariam.”

“[roxa]Pois é, é o que ela disse. Assim é um a menos no pé da Cris. Bom, eu vou indo agora. Tenham um bom julgamento todos vocês!” – declarou a Negra sumindo imediatamente depois.

– Acho que você não vai falar mais nada com a Negra longe, certo? – perguntei sussurrando, e a Branca só me assentiu com a cabeça como resposta. Observando outra vez a Ladina, e depois o quarto, decidi que era melhor nos levantarmos – Ei, Ladina. – comecei a chama-la – Acorda minha Princesa... Já amanheceu.

– Hurrmmm... Tem certeza? – _riso_ ela se encolhia nos lençóis.

– Tenho. E não é melhor questionarmos sobre a mensligo antes do julgamento?

– Pode ser. Mas aqui está tão gostosinho...

– Ôoo Ladina... – comecei a encher-lhe o rosto de beijos, conseguindo até mesmo alguns risinhos dela.

– Tá bom! Tá bom! _risinhos_ Eu aceito sair da cama _selinho_ Mas vou cobra-lo por me forçar a sair.

– Se for algo que eu possa fazer sem me machucar... Aceito como se fosse o seu mais humilde servo.

– Me engane que eu gosto!... – divertia-me com seu sarcasmo e começamos a nos arrumar.

Enquanto nos arrumávamos, combinamos como que faríamos para saber sobre a mensligo. Concordamos de que ela o interrogaria sozinha (tendo apenas Absol como companhia) e eu acompanharia tudo através da poção. Ela sempre foi boa em perguntar as coisas então não me preocupei com os métodos que usaria.

Segui para o salão de refeições onde ficaria na entrada e deixei a Ladina (com a Branca grudada nela) aguardando pelo alquimista na nossa porta, porém, apesar do patife ter feito o maior escarcéu quando nós dormimos um pouco mais ontem, ele também demorou para deixar a cama (A essa altura já era para o palerma estar de pé! - Fica frio Gelinho... Ontem o dia não foi fácil para ninguém. E é apenas sete da manhã! - Com o julgamento tendo sido marcado para as dez. É bom que ele já esteja ao menos de pé. - Ô Lance... Ele está vindo!).

Ouvi-a cumprimentando o Ezarel e ele já foi desconfiando logo de cara. Ao menos na parte interesseira. Cheguei a ficar meio assustado quando ela questionou se era possível controlar o outro usuário da poção (Que raio de pergunta é essa Ladina?!?) – Trocan... – (Ué, essa não é uma das características da telepatia? – Como assim trocando de visão? – continuava ela com o inquérito, e eu prestava o máximo de atenção possível nas explicações que ela ouvia.

(Quando nós dois suspiramos ao mesmo tempo ontem, você também fechou os olhos? - Sim. E parece que de alguma forma, conseguimos sem querer reabri-los no mesmo exato momento. - Humm. E você Lance? Chegou a conhecer alguém que já tenha conseguido fazer isso? - Você e eu somos os primeiros que descubro. E ainda por cima como acidente) – Tem toda a razão Ezarel. – (Deseja continuar a conversa agora ou em outra hora?) – Muito obrigada por esclarecer a minha dúvida. – (Outra hora. Quando estivermos livres de Lund’Mulhingar de preferência. - OK.)

Aguardei por ela e pelo alquimista, e só entrei para comer na presença dela. Comemos e depois seguimos para a Sala do Trono onde aconteceria o julgamento, que por sinal, já estava cheio de gente.

 

Cris 2

Total sincronia... Nunca pensei que a poção ganha pela Lunna fosse capaz de algo tão inesperado. Será que haverá alguma situação em que essa “habilidade” se mostrará necessária no futuro? Pelo sim, pelo não, nem que eu tenha que convencer o Gelinho, nós dois vamos dar um jeito de dominar isso.

O desjejum foi tão animado quanto o jantar de ontem, e na Sala do Trono, tudo já estava arrumado para o julgamento (só queria que tivesse umas cadeiras para sentarmos...). Eru já ocupava o trono; Emiery estava com Luthien ao seu lado; meus amigos estavam atrás de mim; fiquei sabendo que minhas “babás” estavam mantendo Anya distraída em algum lugar; e me lembrei de vários rostos (ou acho) que tinha visto no dia que o rei me apresentou à todos.

Quando todo mundo estava finalmente reunido ali dentro, Eru deu a ordem para que Ondabrar fosse buscado. Ondabrar chegou algemado, indiferente, e acompanhado dos mesmos guardas que lhe velou a noite. Causando incompreensão em muita gente.

– Sua majestade se importa de explicar-me o porquê de eu ter amanhecido dentro de uma cela e de estar recebendo este... Tratamento?

– Com todo o prazer Ondabrar. Võrgutav, príncipe de Lund’Mulhingar e filho meu, importa-se de pronunciar para todos as razões de estarmos reunidos aqui?

– Me será uma honra. – ele desenrolava um pergaminho após reverenciar o pai – Senhoras e senhores, estamos reunidos aqui para efetuar o julgamento do homem conhecido como Ondabrar Prezrivo Okrutno; Primeiro Conselheiro do Rei e Diretor de Pesquisas Alquímicas de Combate, pelos crimes de: falsificação de documentos; fraude de exames primordiais; exploração de inocentes; utilização indiscriminada de magia negra; planejamento... – Võrgutav pronunciou uma lista bem extensa de acusações que deixava todo mundo cada vez mais chocado com o que viam e ouviam, e fazendo com que o próprio Ondabrar ficasse pálido – ...e finalmente, tentativa de abuso íntimo. Seu julgamento será efetuado e decidido pelo meu pai, rei Eru de Lund’Mulhingar, com a confirmação e averiguação de cada um dos crimes mencionados, onde todas as testemunhas, afetados e o réu serão submetidos aos efeitos de uma poção da verdade legítima. – esse detalhe me pareceu ser o que mais impressionou aquela gente – Com a sua palavra majestade. – concluiu ele enrolando o pergaminho e fazendo uma nova reverencia ao pai.

– Agradeço-lhe. Para começarmos, peço para que Ezarel Ædeldrik explique para todos como que a poção da verdade funciona, para que assim possamos iniciar de fato com este julgamento.

– Como ordenar majestade. – aceitava Ezarel já começando a falar (eeltreck?).

Todo mundo o ouvia com atenção e notei que o frasco que ele apresentava a todos era o que pertencia ao Nevra. Ele fez uma demonstração com ele mesmo (já que seria uma das testemunhas) e concluiu a sua aula, deixando um monte de gente apreensiva.

Eru esclareceu que, por conta do tempo limite de efeito da Norns Visdom, cada interrogado tomaria da poção em sua respectiva vez, e declarou aberto o julgamento, começando a questionar (logo depois de fazer o Ondabrar tomar da maior dose possível) pelo Ezarel, para aproveitar o fato dele já estar sob os efeitos da poção.

Foi um procedimento bem demorado, pois eram muitas as testemunhas, incluindo eu. Na minha vez, Lance testemunhou junto de mim, igual ontem à noite, para que eu pudesse continuar mantendo a promessa feita ao réu, e com o escrivão confirmando o testemunho que nós dois havíamos dado antes. Quando chegou na vez da Emiery, eu realmente lamentei por ela. Ela chegou perto de descobrir a verdade sobre os seus pais quando ainda era pequena! Mas a pouca idade a impediu de perceber a realidade.

Várias vezes Ondabrar quis acusar que o quê ouvia eram calúnias, mas em todas elas a poção o impediu. Comprovando contra si mesmo a veracidade das acusações. E ainda teve que tomar novas doses umas duas vezes! (claro, com uma pequena pausa no julgamento para que a repetição das doses não ativassem seus efeitos colaterais, e para que todos tomassem um ar).

 

Emiery

Eu nunca pensei que tudo isso poderia estar acontecendo comigo. Como que o meu... “tio”, teve aquela coragem?! Desde que aceitei tomar aquele chá com ele em seu quarto, quando adquiri a minha “doença”, eu bem reparei que não me sentia estar sendo eu mesma. Sem falar... que tinha me esquecido de quase tudo que havia vivido quando estava em Eel. E para piorar, sempre que eu tentava me lembrar o quê que tinha acontecido, sentia meu peito e minha cabeça doerem terrivelmente! Uma dor brutal que só me deixava quando eu desistia de reaver essas memórias, convencida pelo Ondabrar (a dor era o meu verdadeiro eu querendo reassumir o controle?).

Quando pequena, apesar de não conseguir falar nada com ninguém, eu me lembrava, e ainda lembro, de cada detalhe daquela noite horrível. E não hesitei em contar, quando chamada a testemunhar, que ainda novinha, cheguei a ver meu “tio” conversando com alguns homens que se pareciam muito com os que tinham nos atacado. Como Ondabrar havia tido que era o meu tio, conseguindo fraudar até mesmo o Ahnenblut diante de todos, eu imaginei que ele talvez estivesse investigando os causadores daquela tragédia, e não que ele era o mandante.

Choro ao recordar do que ouvi na gravação que a Lys fez com o auxilio de seu guardião. E que tive de ouvir duas vezes! Ao menos já estou livre do controle daquele monstro e me recordo de tudo o que ele tentou arrancar de mim (mas confesso que fiquei totalmente sem graça de ter o meu pequeno segredinho, minha quedinha pelo Zar, revelado à todos _corada_).

Ondabrar, quando interrogado, tentou de tudo para se fazer de inocente, porém, graças ao Zar e seus amigos, todas as suas tentativas foram frustradas. Demônio. E em pensar, na quantidade de coisas que acabei fazendo para ajuda-lo algumas vezes... Nem sei como que eu poderia compensar todos os males que causei achando estar fazendo a coisa certa. Mas graças ao meu tempo em Eel, já sei como posso refazer minha vida, ou pelo menos como devo começar.

Apesar de todos tivermos ganhado uma pausa de uma hora para alimentação, e outra de meia hora para espairecermos, aquele julgamento estava sendo consideravelmente longo e cansativo. Quase não tive apetite no almoço. O crepúsculo já devia estar prestes a se anunciar quando sua majestade decidiu finalmente declarar seu veredito.

– Todas as provas e testemunhos foram apresentados. Graças a Norns Visdom, nenhuma mentira foi permitida nesse julgamento. Mediante tudo o que foi comprovadamente revelado neste salão, chego a seguinte decisão: Ondabrar será destituído de todos os cargos que possui; terá todos os seus bens tomados e confiscados, sendo que, uma vez terminado de averiguar e recolher tudo o que for incriminatório sobre ele, serão transferidos indiscutivelmente para Emiery, uma das maiores vítimas dele; viverá nas masmorras até o fim de sua vida e finalmente, quando terminado de encerrar todas as sua atividades facínoras, terá o fragmento do Grande Cristal removido de seu corpo, o que significará a sua morte. E tenho tido.

Não vou negar que essa foi uma decisão adequada para tudo que meu “tio” fez, mas... Ele ser morto... É realmente necessário?

– Um momento majestade. – a Lys se anunciava – Não há a necessidade de mata-lo para recuperarmos o fragmento. – declarou ela já se encaminhando para frente de Ondabrar, acompanhada de seu guardião.

Por algum motivo, ela me parecia diferente. E quando ela e Ondabrar ficaram frente à frente, ela começou a pronunciar o que parecia ser um encantamento poderoso.

– Até parece... Que ela foi possuída!... – ouvi um sinesteta que estava perto de mim comentar.

Enquanto ela “cantava”, a aparência de Ondabrar se transformava. Correntes de aspecto medonho surgiam ao redor dele; uma aura maligna emanava de seu corpo, e o fragmento tornava-se visível para todos! Estávamos enxergando aquele homem do mesmo jeito que ela descrevera o enxergar!

Ondabrar se rebatia e gemia como se estivesse sofrendo uma imensa dor. As correntes, muito dificilmente, se rompiam uma por uma, desaparecendo e liberando o fragmento dentro dele. Reparei que o guardião da Lys estava transferindo a sua própria energia para ela! Alguns quiseram interromper a ação da Lys de Eldarya, mas Zar impediu a todos explicando que nós a colocaríamos em risco se tentássemos para-la. Após o que parecia ter sido uma eternidade (e que na verdade foram menos dez minutos), o fragmento que antes era mantido dentro de meu “tio”, passou a fazer parte do colar de cristal que a Lys usava.

Tanto Ondabrar quanto a Lys acabaram inconscientes. Luthien correu para examinar Ondabrar, enquanto Zar e o amigo enfermeiro dele foram até a Lys, que era sustentada dificilmente pelo seu guardião (que na minha opinião, ele só não desmaiou também por sorte). Absol não se desgrudava dela e tanto ela quanto o guerreiro foram carregados até o quarto para descansarem, já que o Zar explicava que aquela não era primeira vez que a Lys executava uma tarefa aparentemente impossível e acabasse desacordada depois.

Como a Luthien não encontrou nada demais na saúde do Ondabrar, ele foi levado em seguida para de volta à sua cela. No que eu saí um pouco do palácio, o julgamento daquele homem, assim como a sua decisão, já era noticia em todo o reino. Alguns até que me procuraram para conversar comigo. Já outros, quiseram tirar satisfações por causa de alguns dos meus atos que causou grande prejuízo para certas pessoas.

Talvez... Seja melhor eu refazer minha vida em outra cidade como fez o Zar... Por segurança.

 

 


Notas Finais


Até sexta que vem.


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