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História Eldarya - Uma aventura inesperada - Cap.17


Escrita por: TsukiHime0713

Capítulo 18 - Cap.17


Anya foi sorrateira para se encontrar com Lance. Ele estava claramente irritado com ela por não ter aparecido no dia anterior, mas as torradas com geleia ou mel, os sanduíches de frios, o leite e o suco, mais as castanhas e frutas o acalmou.

Lance pareceu não gostar muito da ideia de ela se unir as guardas (na verdade ele odiou, mas tentou se contiver) e achou interessantes as armadilhas com poção do sono (na opinião dele, elas podiam ter usado veneno no lugar). Alertou-a para tomar cuidado e se fosse possível, aparecesse para conversar mesmo com ela não indo mais a floresta por causa dos humanos (Lance ainda a considerava essencial para escapar, por isso fazia o possível para garantir a confiança de Anya). Despediram-se, e Anya correu para a passagem do parque. Chegando à clareira, não avistou nem a Cris e muito menos Absol, sem falar no silêncio quase assustador... Quando estava prestes a gritar por eles, sentiu mãos tampando lhe a boca e puxando-a para detrás das arvores e arbustos.

 

***

 

– Shhiii! Não faça nenhum barulho! – sussurrei para Anya que me olhava assustada depois de puxá-la para nos escondermos.

– Tá tentando me matar por acaso? O que foi que aconteceu? – perguntou-me ela baixinho.

– Eles chegaram. – respondi apenas.

– Eles?! – Anya arregalava os olhos – Fala dos humanos??

– Exatamente. Vamos até a caverna, lá eu lhe explico.

Anya apenas assentiu e seguimos para a caverna o mais silenciosas possível. Enquanto atravessávamos os corredores cheios de teias, ela cobriu a boca com a mão para não acabar gritando com as cheads que carregavam humanos envoltos em casulos de teia deixando apenas a área do nariz de fora para que eles pudessem respirar e bolas de casulo distorcido que ela não soube dizer o que continha. Só quando alcançamos o fundo em que vivia que ela se acalmou um pouco e eu comecei a explicar.

– Quando eu estava indo pra clareira treinar e te encontrar acompanhada do Absol e algumas das cheads, nos deparamos com uma das armadilhas que havíamos colocado no caminho desarmada, com alguns homens inconscientes ao redor e dois dentro dela. Nós caprichamos mesmo naquelas poções do sono!

– Tá, ótimo, mas e aí?! – Anya estava ansiosa (no mal sentido).

– Me aproximei deles devagar. Dormiam feito pedra! E todos estavam armados dos pés a cabeça, com armas de fogo, sem falar que cada um deles pareciam valer por 10 ou 20 soldados... – ela estava boquiaberta, continuei – Desarmei eles um por um e pedi pras aranhas que estavam comigo para os prenderem o mais forte possível, só deixaram um espaço para eles respirarem porque reclamei! Enrolei as armas na capa que usava e as amarrei. Voltamos todos pra caverna e acho que Absol pediu para que todas as cheads conferissem as outras armadilhas e fizessem o mesmo que a gente já que do nada todas saíram. Todos os soldados estão sendo deixados nos labirintos da caverna. Enquanto as armas são trazidas pra cá. – falei apontando para uns dez casulos de armas em um canto da caverna. – Acho que com isso já capturamos uns 50 inimigos e Absol me forçou a trocar de roupas.

– Pelo Oráculo! Ainda bem que espalhamos aquelas armadilhas ou Eel teria sido atacada ainda ontem à noite!

– Também pensei isso ao ver o monte de soldados que estavam sendo trazidos.

– E agora? O que pretende fazer Cris?

– Bom, já que comecei... – Senhor, me entrego a ti! – ...minha obrigação é terminar! Pensei em tentar descobrir se há algum acampamento por perto e ver o que mais eu posso fazer. Já, já as armadilhas acabam.

– Isso é verdade. Sem falar que se fosse eu no lado deles, já estaria desconfiando de todo esse silêncio contra Eel... Quer que eu te ajude?!

Ela estava sorrindo quando me perguntou, cocei a cabeça pra falar – Sinceramente, não. Eu não quero arriscar a sua segurança mais o que já está arriscada, mas... querendo ou não, vamos precisar de ajuda. – que todos os santos guerreiros nos proteja!

– Então acho que vou precisar dá um jeito de ficar mais segura, se é assim! – os olhos dela brilhavam – Posso dar uma olhada em suas coisas?

– Claro. O que servir é seu! – disse apenas (anjos de Eldarya nos guarde).

Anya foi até os equipamentos de segurança, vestiu braçadeiras e tornozeleiras de couro; prendeu uma adaga a uma das pernas e duas facas estilo cimitarra à cintura, com uma de cada lado; colocou um colar de couro grosso com pontas para cobrir o pescoço; vestiu uma blusa de malha frente única que em mim ficava justa, mas nela era preciso ajustar (o que ajudei), e pegou uma grande bolsa de ombro onde colocou todo o resto das poções soníferas que havíamos produzido e algumas de cura, além de alimento e agua, dizendo que se íamos ao encontro dos black-dogs, devíamos estar preparadas (claro, ela pediu desculpa à Absol que pareceu não se importar com o comentário).

Partimos logo em seguida. Rondamos a floresta por horas, e aquele excesso de camadas de tecido, couro e metal já estava me perturbando, se não fosse o vento frio e o céu nublado, com certeza já estaria derretendo dentro daquilo tudo. Meu pescoço coçava com o coque baixo que eu fiz para ajeitar o cabelo no capuz, as luvas e botas (se é que podia chamar aquilo de botas) não paravam de querer me pinicar em alguns pontos e as espadas já estavam me pesando (não, você não leu errado não. Absol podia ser sádico nos treinos, mas graças à ele eu era capaz de lutar com duas espadas ao mesmo tempo. só espero que seja o suficiente pra continuar respirando), sem mencionar o meu cajado preso às costas.

Estava prestes a começar a comer umas castanhas que tinha em minha pochete já que estava entardecendo (disse que procuramos por horas) quando ouvimos algo. Seguimos o som e encontramos um acampamento (estávamos bem do lado dos suprimentos e animais pelos cheiros). Anya subiu em uma arvore imensa próxima de nós, com algumas cheads dando-lhe cobertura, para visualizar melhor as coisas. Segundo ela, o acampamento parecia conter uns 200 homens; perto de nós havia um homem que preparava algum tipo de sopa para todos; rawists e shau'kobows estavam presos às arvores um pouco afastadas de onde estávamos; no centro do acampamento havia duas grandes barracas que continham um guarda em cada canto e entrada delas, e todo o acampamento parecia preocupado (provavelmente pela falta de noticia de seus companheiros que estavam nas cavernas).

– E aí? O que acha que devemos fazer? – me cochichou Anya.

– Duzentos homens grandalhões como esses aí e coisa demais para só duas mulheres, ainda mais com uma sendo criança.

– Desculpe se ainda sou nova. – ela se irritou...

– Foi mal aí, mas ainda temos que dar um jeito de diminuir este número sem nos arriscarmos demais, e as barracas no centro teve conter as armas e munições em uma, e os cabeças desse pessoal em outra. O que ainda temos?

– Além das poções que não utilizamos nenhuma, uma garrafa d’água e três frutas? Só nossas lâminas. – disse ela abrindo a bolsa e conferindo o conteúdo.

– Hum... Anya, acho que tive uma ideia maluca. Me confere se é possível cumpri-la.

– Desembucha. – disse ela fechando a bolsa.

Eu expliquei a ideia. Tratava-se de derramar poção do sono na sopa que seria servida por cima deles, algo que só as cheads poderiam efetuar aproveitando as arvores enormes que rodeavam o acampamento. Desenhei na terra para que ela entendesse melhor. As aranhas usariam suas teias para se locomoverem acima deles, derramariam a poção no caldeirão sem ninguém perceber e, aqueles que comessem logo estariam fora do caminho. Aí com quase todos dormindo, invadiríamos de fininho para descobrir qual das barracas guardava a munição onde criaríamos algum tipo de armadilha que explodisse tudo quando estivéssemos bem longe dali.

Anya amou a ideia e disse que conhecia o feitiço perfeito para mandar suas armas para os ares, mas que pelo tamanho da panelona só podíamos usar uma poção para que não percebessem. Absol também pareceu aprovar o plano e deu um sinal às cheads que subiam nas arvores e saltavam entre elas. Quando os “caminhos aéreos” estavam prontos, entregamos uma poção a chead que ficaria responsável por misturá-la na comida enquanto outra se encarregaria de distrair os soldados para que isso fosse feito (me chame de pessimista e sem fé, mas tenho certeza que a coitada vai acabar é morta. Senhor, que isso termine logo).

Começando a operação: “Boa noite Cinderela armada”. As cheads caminhavam de ponta cabeça pelos fios, enquanto a “isca” manteria os soldados longe da comida que estava sendo preparada (acho que eles já estavam cansados de rações ou não encontraria outra explicação para eles estarem preparando a comida. De qualquer forma, sorte a nossa). Ouvimos um grito vindo do lado de onde a comida estava sendo feita, começou.

A chead isca parecia correr desesperada enquanto afastava todos e conseguia desviar bem dos tiros contra ela, e a chead da poção desceu até o caldeirão segurando com a teia o frasco de ponta cabeça, removendo a rolha e deixando o líquido cair e se misturar. Subiu rápido antes que fosse vista. Infelizmente eu estava certa, a chead isca fez um excelente trabalho distraindo os soldados, mas acabou morta com uma chuva de balas quando foi finalmente cercada. Não pude evitar de chorar uma lágrima por ela e Anya me abraçou.

Enquanto esperávamos pelo efeito da poção, Anya teve a ideia de soltarmos os mascotes por trás das arvores e acabei concordando. Como todos os mascotes de Eldarya são bem espertos, pedíamos a eles para esperassem um pouquinho antes de sumirem do acampamento (já que era claro que eles não eram bem tratados ali) para que os soldados não percebessem seus desaparecimentos, e eles entenderam.

Tivemos que esperar quase duas horas para ouvirmos os roncos. Entramos devagar e pelas sombras, com todo o cuidado possível. Eram poucos os que ainda estavam acordados (ou porque não comeram ou porque ainda resistia ao sono). Conseguimos nos aproximar dos barracões. Por garantia, Anya usou um feitiço de agua com a poção para que os guardas a inalassem, não tivemos dificuldades em descobrir qual delas guardava a munição e como havia munição.

Estranhei mesmo foi algumas caixas reforçadas que pareciam proteger demais o seu conteúdo, olhei ao meu redor até bater os meus olhos nos brincos de Anya, compridos, rígidos e finos – Anya! – chamei-a sussurrando e ela se aproximou – Esses seus brincos, eles são importantes pra você?

– Não. – ela me respondeu sem entender – Por quê?

– Você me empresta um? Já aviso que posso acabar estragando.

Ela ainda não parecia entender, mas acabou me entregando um e se manteve perto para ver o que eu ia fazer com ele. (Eu nunca arrombei uma fechadura antes em toda a minha vida, mas Mãe, se o conteúdo dessas caixas for algo que definitivamente não deve ser utilizado, que eu consiga.) Gastei alguns minutos, mas creio que fui ouvida, pois consegui. Até Anya ficou impressionada – Como fez isso? – ela me perguntou.

– Regra de sobrevivência número um que acho que todo ser humano já aprendeu na vida: qualquer coisa pode virar uma arma se usada a imaginação. – respondi apenas em meio a um sorriso que sumiu ao ver o conteúdo da caixa. A caixa era completamente forrada por dentro, cheio de objetos que me lembravam a misseis e com mais estofado entre eles. Gelei ao imaginar aquelas coisas em ação. Deixei a caixa aberta ou do contrário aquelas coisas não seriam destruídas na barraca e comecei a arrombar as outras.

– Agora você pode fazer aquele feitiço que falou que era perfeito pra acabar com tudo isso aqui. – disse para Anya, devolvendo-lhe o brinco meio amassado após sete cadeados que consegui encontrar.

– Certo. Só me dê um minuto e vamos cair fora logo daqui. – disse acendendo algumas chamas nas palmas das mãos enquanto citava alguma coisa. – Pronto. Agora temos meia hora para estarmos o mais longe possível daqui. – falou ela depois de terminar de colocá-las flutuando no centro da barraca e se afastar delas lentamente.

Meia hora... este acabou sendo o tempo para alcançarmos os limites do acampamento sem sermos vistas. A explosão foi escabrosa! Se quiser ter uma noção do que nós vimos, basta ver o vídeo de um vulcão em erupção. Acredito que um dos motivos daquilo ter sido tão assustadoramente poderoso (até mesmo conseguiu cortar o efeito da poção!) era o conteúdo das caixas que arrombei.

Estava noite, porém a explosão fez o lugar virar dia outra vez. Corríamos ouvindo gritos de: “apaguem esse fogo!” ou “os animais sumiram!” e “ajudem os feridos!”, mas o que nos fez apertar o passo mesmo foi o grito de: “aqui! Espiões! E estão fugindo!”. Desesperada, comecei a rezar a oração de Santa Teresinha das Rosas sem parar. Tanto que Anya acabou por ficar a rezando também durante a nossa fuga. Quanto mais eles nos mandavam parar, mais nós tentávamos acelerar. Só não íamos mais rápido porque não tínhamos asas.

Foi então que começamos a ouvir um “argh” ou um “Aaah!” durante nossa fuga, não me atrevi a olhar pra trás para entender o que acontecia com medo de cair, mas Anya o fez, gritou com o que viu e começou a correr mais rápido ainda, tentei segui-la (eu é que não ia ficar pra trás!).

Já havíamos alcançado a floresta de Eel, conhecíamos o terreno então podíamos despistá-los para que recuperássemos nossos fôlegos. Finalmente estávamos com sorte! Ou foi o que pensei. Um dos tiros que havíamos conseguido evitar até àquela hora atingiu Anya de lado fazendo-a cair.

– ANYA!!! – gritei parando para pegá-la em meus braços. O cansaço da corrida somado ao choque do tiro e da queda a fez desmaiar. – Anya, acorde, por favor! Anya! – estava desesperada.

– Finalmente te alcançamos faerys dos infernos! – disse um dos soldados que nos perseguia. Eu não parava de chamar pela Anya e rezava a Deus para que não a deixasse morrer. – Relaxa, vou te mandar pra junto dela nesse instante.

Ele atirou, mas não fui atingida. O Cristal Vivo me envolveu novamente, era como se um campo de força poderoso estivesse me protegendo. Meu desespero foi substituído por calma. Comecei a rezar uma Ave Maria atrás da outra desejando a morte bem longe de nós. Ajeitei-a no chão, eu me ergui pegando minhas espadas, cujas lâminas se afinaram ao pegá-las (elas tinham a largura de uns quatro dedos e agora parecem ter a metade disso) e me pus na direção daqueles soldados que não se intimidaram no começo, mas pareciam nervosos.

Eles descarregaram suas armas em cima de mim inutilmente. Acabadas as balas começaram a me atacar corpo-a-corpo. Não parava de rezar, e meus movimentos fluíam. Eu os atingia com as espadas precisamente e me desviava facilmente de seus ataques. Por mais terrível que meus golpes parecessem, sabia que eles estavam bem, eu não queria mesmo a morte naquele local. Acho que enfrentava uns vinte deles e aos poucos eles começavam a correr me chamando de bruxa e carregando os colegas feridos.

Não fui atrás deles, ainda estava chorando e rezando por Anya (acho que rezei mais de três rosários durante a batalha), e notei que as espadas voltavam ao normal. Ao me virar na direção dela, um homem pálido de cabelos e vestes (eldaryanas) negras estava com ela nos braços, me observando. Tentei chamar Anya mais uma vez, mas minha voz não saiu. Eu desmaiei.

 

 

 


Notas Finais


Quem quiser entender melhor a vestimenta de batalha nesse capitulo, foram usados os seguintes itens nessa ordem: Macacão Holy Knight, Botas Nightmare Chivalry, Top Holy Knight, Vestido Nightmare Chivalry, Luvas Nightmare Chivalry, Blusa Winter Warrior, Espada Winter Warrior e Pochete de Viagem. Todos na cor negra.
Assim: https://64.media.tumblr.com/5f616848e94c46b4f36146e4e6ec31a0/73490d083c801a28-a5/s1280x1920/a5e9cf7ae2e9ba961956e6d2b017924715096da9.png


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