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História Eldarya - Uma aventura inesperada - Cap.83


Escrita por: TsukiHime0713

Capítulo 88 - Cap.83


ATENÇÃO!

O capítulo a seguir possui cenas de faixa etária elevada, porém, dentro do sentido da inocência.

Cuidado ao lerem!

Agradecida.

 

 

Lance

Sinceramente, não sei mais o que pensar. Não esperava que ela realmente viesse a acordar durante aquela tentativa, e a forma com que ela falava comigo me doía muito mais que aquele ferimento que Absol me fez. E ouvi-la chorando me fez me sentir um lixo. Apenas caí no sono depois de não ouvi-la chorando mais, e nisso acabei sonhando com minhas mães (Alanis e Tia), que me encaravam claramente desapontadas, e sumiam em seguida. Acordei no susto com a Cris escrevendo algo desesperada. Não pude fazer mais que suspirar diante da mágoa que lhe causei, e isso porque ela nem sabe sobre a flor que entreguei à ela! (Atiku duweke...)

Ela deixou o quarto com tanta pressa que largou a porta escancarada. Eu podia ter aproveitado e ido embora, mas não sou do tipo que quebra promessas à toa, sem falar que se eu a deixar desprotegida, eu é que vou me ferrar!

Anya que a trouxe de volta depois de minha futura cunhada barrar a Cris. Elas não se demoraram muito e dessa vez, a porta foi trancada. Quando vi a mixaria de comida que Absol me trouxe, tive a certeza que se eu tivesse continuado na prisão seria alimentado melhor _suspiro_. Decidi meditar um pouco pra ver se eu conseguia aproveitar um pouco melhor aquele doce e pude ouvir o som da tranca sendo aberta e também do elfo que estava junto. Me ocultei rápido. (Maldição! O porcaria da Absinto conhece aquela flor!) Ele não esperou nem dois segundos pra sair disparado pro laboratório carregando a Cris e aquela flor com ele (minha situação só está piorando...).

Passou um tempinho e Anya retornou com a Atiku duweke nas mãos. Já esperava que a Cris não reagisse bem aos descobrir a verdade por trás daquela planta, o que me fez recordar tudo o que ela chorou antes de voltar a dormir, e confessei à Anya ter sido um imbecil com minha carcereira (pela forma que ela me olhava e reagia, a sinestesia dela teve estar lhe revelando muito mais do que minhas palavras) e espero que essa festa realmente faça bem à Cris. Ela foi embora e passei a observar aquela flor e também a recordar com mais atenção de tudo que vivi ao lado da Cris (mas quando será que eu comecei a gostar dela?...).

“[roxa]Acho que foi quando você passou a trata-la por ‘minha’...” – virei-me espantado – “[roxa]Eu bem que te avisei para não ficar fazendo besteira. Não me ouviu... Agora assuma as consequências, estúpido!”

– Veio apenas para me fazer sentir-me ainda pior? – perguntei voltando para a flor.

“[roxa]Talvez! Quem sabe...” – _suspiro_ – “[roxa]Já deu um jeito no ferimento que Absol lhe fez?” – (foi você que o ordenou a fazer aquilo?) – “[roxa]Absol agiu por si mesmo. Um dragão doente não é ajuda de nada pra ninguém!” – preciso mesmo tomar mais cuidado por causa do black-dog... – “[roxa]Você... vai finalmente admitir que gosta dela?”

– De uma maluca, infantil, distraída, egoísta, fria às vezes, teimosa, curiosa, medrosa, atrevida, maliciosa e sei lá mais o quê? – ela me assentia. Joguei a cabeça para trás – Por mais que eu não consiga acreditar, sim.

“[roxa]Percebeu que teve o coração levado por causa da Atiku duweke, e ainda assim teve a ousadia de fazer aquilo com ela. E teima em aceitar seus próprios sentimentos!?” – (em momento algum esperava que algo assim pudesse acontecer...) – “[roxa]Ao menos ela lhe permitiu continuar ao lado dela! Quem sabe ainda não haja alguma esperança?...”

– Sabe de alguma coisa que pretende me dizer?

“[roxa]Huuuum... Pode ser que você tenha uma segunda chance...” – sumiu em seguida antes que eu pudesse questiona-la mais (uma segunda chance?).

Logo Anya entrou – Mas afinal, o que foi que você fez para irritar a Cris??

– Eu já lhe disse, fui um néscio. – respondia enquanto ela colocava as marmitas sobre a mesa. Me surpreendi pela quantia que havia em uma.

– Essa aí é a parte que a Cris deixou pra você. – (até que tem mais do que eu esperava) – Ezarel me leu um livro que fala bastante dessa Atiku duweke... – _suspiro_ (agora que estou mesmo na lama...) – ...e eu não consegui entender como que essa flor e você se relacionam. Não dá pra me explicar não?

– Acho melhor que a Cris lhe explique. Caso ela queira... – comecei a comer o pouco que havia recebido. Anya balançava a cabeça em negativa.

– Seja lá o que tenha feito à ela, é bom você se consertar logo! Ou isso vai acabar dando leite. – disse ela saindo em seguida.

O problema é: COMO que eu vou fazer isso?

 

Miiko

Eu vou matar o Ezarel!! Como é que ele se atreve a me aprontar uma dessas?!

– Para de querer pegar nas minhas caudas! – dava bronca na Cris mais uma vez que não parava de me abraçar enquanto seguíamos para o quarto dela.

– Mas elas são tão bonitas!... Esse pêlo negro sedoso, e as pontinhas azuis assim como o fogo da sua gaiolinha... – é por essa e por outras que eu detesto crianças!

Devia ter desconfiado assim que reparei pessoas deixando o salão jurando vingança contra o Ezarel quando eu retornava do banheiro. Por mais sem noção que ela pudesse ser, nunca que imaginaria a Cris agindo dessa forma. E pior! Ela podia ter sofrido um coma alcoólico por conta da quantia que aquele irresponsável a fez ingerir sem ela ter qualquer costume. Isso se a Carolinna Reaper não a tivesse matado antes!

Consegui convencer essa... criança maluca, a aceitar ir pra cama depois de “brincar” um pouco com o meu fogo-de-raposa que pareceu impressiona-la e, pelos aplausos que recebi ao final da “brincadeira”, agradou bastante gente.

– Agora me solte e destranque logo essa porta mulher. – ordenava-a ao estarmos diante de seu quarto.

– Destrancar como? – (que todos os deuses me deem mais paciência...!!).

– Com a chave que você carrega no pescoço por baixo das roupas! – falei sem muita tolerância.

– Hihihihihihi, não é que tenho mesmo uma? Hihihihihihi! – ria ela ao achar a própria chave. Acabei dando um tapa contra a minha testa – Abri, Hehehehe!

– Vamos entrar logo! – falei já a empurrando para dentro.

– Onde vamos deixar os presentes dela Miiko? – Réalta que havia se oferecido para carregar as coisas que ela havia ganhado para o quarto com a ajuda de Jamon, me questionava com os dois entrando atrás de nós.

– Deixem sobre a mesa e sobre as cadeiras. Amanhã, quando ela estiver mais sóbria, ela arruma essas coisas. – falei e assim eles fizeram.

– O que a Raposinha vai fazer com o diabinho azul? – perguntava a Cris já tentando me pegar minhas caudas outra vez.

– Pare de mexer nelas!! – ela só me sorria traquina. Uma ideia me surgiu – Acho que já sei como punir o Ezarel... _sorriso macabro_.

– O que Miiko pensar?

– Boa pergunta Jamon! Pois tem um monte de gente já fazendo fila pra castigar aquele maluco!

– Bom rapazes... – colocava a Cris sentada na cama enquanto eles terminavam de se livrar de todos os presentes – Ezarel ama tratar os seus como escravos ou quase. E como Réalta disse, tem uma fila de gente querendo pegar ele depois dessa noite então... Como punição, ele terá de servir como “escravo”, por um dia inteiro, de cada um que acabou prejudicado por causa dele hoje! – Réalta deu um assobio enquanto Jamon soltava um guincho de riso e a Cris gargalhava um pouquinho.

– Agora que ele se ferrou mesmo! – declarava o Réalta – Mas quem vai ser o primeiro a tê-lo? A Cris ou a senhora? No final, as duas foram as mais prejudicadas por ele.

– A Cris pode ser a primeira, mas eu serei a última! Ele vai ver com quantas iscas se captura um blobbiathan...

– Melhor fazer lista. Muitos odiar Ezarel hoje!

– Eu imagino Jamon. Cris, hora de você dormir! Vamos embora rapazes.

– Raposinha dorme comigo?...

– QUÊ!? Nem pensar!! Você quer é agarrar as minhas caudas, isso sim! Vamos embora daqui logo, vocês dois. E não se atreva a me sair desse quarto menina! – empurrava os rapazes para fora com a Cris me choramingando atrás – E tranque essa porta pra dormir! – mandei com a gente terminando de sair do quarto.

– Tá bom! – declarou ela meio brava e batendo a porta ao nos afastarmos (PELO ORÁCULO!!).

 

Lance 2

Enquanto comia, eu rachava minha cabeça pensando em como poderia me redimir honestamente com a Cris (se é que existe uma maneira...) e também sobre que segunda chance seria essa que a Negra me falou. Terminada minha refeição e cansado de não conseguir pensar em nada muito útil para o meu lado enquanto encarava Eel pela janela, comecei a fazer exercícios para tentar não pensar em absolutamente nada (quem sabe isso não me clareia o raciocínio?).

Parei assim que a Cris entrou no quarto e, recordando a quantia que ela me reservou no almoço, questionei sobre o que mais receberia de punição (esqueci que ela tinha um lado sombrio). Ela já falou com raiva comigo antes, mas dessa vez foi como levar um soco no estômago... (e do jeito que Absol me rosnava durante o banho dela, acho que ele queria ter me ferido em outro lugar ao invés de minha perna).

Vi Absol trazer a roupa que a Cris tinha levado pro banheiro de volta e pegar outras para deixar no lugar. Anya chegou uns cinco minutos depois dele terminar.

– Sabe me dizer que roupa que a Cris pegou para vestir?

– Pergunte ao Absol que trocou as roupas que ela escolheu. Acaso vocês planejam uma festa de gala? – perguntei observando Anya.

– Eu não me arrumei tanto assim! Você não me viu no dia do baile!! – um riso me escapou – Já se acertou com a Cris?? – acabei soltando um longo suspiro.

– Eu ainda não tenho ideia de como fazer isso. – sentei-me em um dos cantos do quarto para tentar meditar um pouco – Mas por enquanto vou só aceitar as imposições dela calado, pois mereço mesmo.

– Só que trate de se resolver logo com ela! Se vire e descubra uma maneira porque não gosto nenhum pouco da aura dela quando está com você! Sem falar que a sua não me parece nem um pouco melhor. – sabia que não estava conseguindo me esconder dela...

Anya ficou aguardando a Cris sair do banheiro e eu comecei a meditar para ver se adquiria alguma luz para o meu problema. Não consegui continuar quando as duas começaram a falar de cabelo. Já que não conseguia meditar e nem pensar em algum meio de conseguir ao menos acalmar minha carcereira sobre a minha pessoa, comecei a dar uma olhada nos planos que eu havia feito para ensina-la a controlar seus poderes.

Pasmei ao ver a Cris pronta para a festa surpresa dela. Estava tão bonita quanto no dia do baile. Acabei pedindo que ela carregasse uma arma consigo, pois ela estava bonita demais para o meu gosto (ainda bem que não fui o único a achar isso!). Voltei a ficar sozinho outra vez em minha “gaiola” e não sabia o que fazer.

Meus exercícios... já os tinha feito. Meditação... não o estava conseguindo mais. Leitura... já li até o guia que ela mesma montou para si. Planos de treino ou aulas de língua Original... revisto mais de dez vezes. Resolvi tomar meu banho, o que não me ocupou por muito tempo. Pela janela trancada não era possível ver muito movimento, já que todas as lojas já haviam fechado e quase todos estavam festejando para animar a Cris.

Fiquei surpreso ao ver alguns quitutes sobre a mesa antes vazia de alimentos. Bem sobre uma sombra... (ou ela está bem feliz agora ou o black-dog teve pena de mim). Passou-se um tempo.

– Agora me solte e destranque logo essa porta mulher. – espera, esta não é a voz da Miiko?

– Destrancar como? – e essa é a da Cris. Corri até o biombo, mas o que houve com ela?

– Com a chave que você carrega no pescoço por baixo das roupas! – isso está muito estranho.

– Hihihihihihi, não é que tenho mesmo uma? Hihihihihihi! – muito bem, o que foi que aconteceu lá embaixo?! – Abri, Hehehehe!

Fiquei os observando o mais bem escondido possível. A Cris parecia uma criança de uns três anos! Eram ela, a Miiko, o tal do Réalta e Jamon. Absol não estava com eles, precisei me segurar para não rir da Raposinha (_riso_) e lhes prestei atenção à conversa. Quando ela estiver sóbria? Aquele elfo miserável a embebedou?! (Com que truque??) Pena que não posso fazer parte da lista de “senhores”...

Eles saíram, mas a Cris bateu a porta tão forte depois que a Miiko a ordenou para trancar, que acabou se abrindo outra vez e eu tive que correr para tranca-la _suspiro_, mas tomei um susto quando me virei para a Cris.

Ela removia a roupa que Absol lhe escolheu por completo enquanto andava pelo quarto (definitivamente ela está bêbada além da conta) deixando uma trilha de roupas por onde passava.

– O que está fazendo maluquinha?! – perguntei quando ela estava prestes a tirar até as íntimas.

– Hehehe... Não tô com sono, mas se tenho que dormir, dormirei confortável. – lhe desviei o olhar _corado_ para não ver a parte de cima caindo.

– Você já está confortável até demais! É melhor se deitar agora. – falei recolhendo aquelas roupas sem a olhar e as juntando em um canto.

– Me ajuda a deitar...? – (eu mato aquele elfo por isso!).

– Consegue fazê-lo sozinha. – eu não sei se ela vai conseguir se lembrar ou não disso tudo, mas de jeito nenhum que vou me arriscar.

– Por favooooor... – (sei que vou me arrepender...).

– Tente... se manter de costas pra mim, pode ser? – pedi à ela tentando olhar apenas para o chão.

– BRIGADINHA!!

– Shiiiiiii!!! Sem berros sua maluca!

– Hihihihihi! Tá bom! Hihihihihi! – ria ela baixinho (por favor, que ela não se lembre de nada depois...).

Fiz o que pude para ajeita-la entre as cobertas sem olha-la, o que estava um pouco difícil e ela, com sua criancice, não ajudava muito (até tu, “parceiro”, quer me trair?). Deixei-a coberta até o pescoço e fui à janela para tentar me acalmar (aonde que aquele black-dog se meteu?). Mantive meus olhos fechados para me acalmar mais depressa e acabei tomando um choque ao senti-la me abraçando por trás.

– O qu... Mas o que pensa que está fazendo?!? – perguntei sem toca-la.

– Tô sozinha... dorme comigo?... – a janela não tinha muito reflexo, mas pude ver meu rosto vermelho claramente.

– V-você está bêbada! Volte já pra cama e durma! – falei e ela acabou apertando o abraço que me fazia sentir claramente o corpo dela no meu (se comporta “parceiro”! Quer que ela nos odeie de vez? De jeito nenhum que irei me aproveitar dela desse jeito!).

– Você tem alguém?

– Como é que é? – comecei a ficar confuso.

– Quero saber se você já tem dono! – falava ela com o rosto afundado em minhas costas (dono?) – Você é um dragãozinho, não é? – (“Espero não ofender, mas... Caso os dragões fossem como feras, eu iria gostar de ter um como mascote...”) acabei me lembrando do dia que mostrei minha forma dragônica pra ela.

– Se eu dizer que não... – acabei ficando curioso – O que você vai fazer? – perguntei ainda concentrado em meu próprio reflexo.

– Eu posso ser sua dona?... – !! – Só até você encontrar o dono que deseja...

Pelos deuses... – Você... tem certeza disso? – (sossegue o facho, “parceiro”!) ela apenas deu um “huhum” ainda com o rosto nas minhas costas e com eu suando frio – Mas... você não estava com raiva de mim?

– Do que está falando dragãozinho?...

– De nada! – ela já está me dando trabalho carinhosa, se começar a fazer birra... – Dá para por favor me soltar e voltar para a sua cama?

– Dorme comiiiigo!... Por favooor!... Não me deixa soziiiinha... – (por tudo que é divindade...) choramingava ela.

– Só se ficarmos cada um do seu lado! – espero que ela não me mate ao acordar...

– Tudo bem! – disse ela me soltando finalmente e correndo para a cama – Vem logo! – chamava ela já se embrenhando às cobertas.

Fiz o que pude para não lhe ver daquele jeito e continuo com o rosto queimando (mais o meu “parceiro” querendo me contrariar _suspiro_). Deitei-me o mais afastado que pude dela na cama, e de costas. Mas no que comecei a sentir algo me tocando... – Nada de abraços! Ou você volta a ficar sozinha!

– Não seja malvado... – fungava ela querendo chorar (ela vai me matar...).

– Se quiser... – preciso fazer com que ela durma! – Eu seguro a sua mão. E só!

– Você fica olhando pra mim? – (eu estou realmente morto. E vou assombrar aquele maldito elfo!!).

– Só se você ficar bem cobertinha. Não quero ver nenhum pedacinho de pele que não seja do seu rosto ou da sua mão. Me entendeu? – ela não respondeu nada, mas percebi que ela se ajeitava nas cobertas.

– Já tô prontinha! – declarou ela.

A olhei de soslaio e ela estava mesmo coberta. Respirei fundo e virei para olha-la e lhe segurar a mão como dito enquanto ela só me sorria feliz. Minha intenção era a de deixar a cama assim que ela adormecesse, mas acho que adormeci primeiro.

 

Cris

Acordei sentindo uma dooor de cabeeeça... Ela parecia latejar! Abri meus olhos devagar e reparei já estar na minha cama (mas o que foi que aconteceu?!?), comecei a me mexer e despertei ao notar que segurava algo ou que algo me segurava. Virei, e Lance dormia ao meu lado segurando-me a mão (mas o quê!?...). Acabei me erguendo, soltando minha mão dele e, ao notar, graças ao frio, como que eu estava vestida... o frio que eu sentia desapareceu (MAS O QUE RAIOS FOI QUE ACONTECEU!?!?!?!).

– Me diz que é seguro abrir os olhos... – pedia ele sem se mexer.

– Não! – acabei falando alto demais e corri para o guarda-roupa para vestir alguma coisa. Peguei a primeira roupa que vi (que no caso foi um vestido curto de veludo e mangas compridas que adquiri no leilão. Dá para achar muita coisa boa lá! Claro, se você ficar de olho nos preços das lojas também), já vestida e não me recordando de muita coisa comecei a questioná-lo usando um tom de voz mais baixo – Pode me explicar o que é que o senhorio faz em minha cama?

– É seguro olhar agora?

– Sim. – ele respirou aliviado (!?).

– Bom, como eu posso explicar? – começava ele se levantando e eu pegando uma roupa melhor para vestir naquele frio – Acho... que você pode culpar o bobo-da-corte da Absinto por muito mais do que eu dormindo com você.

– Fala do Ezarel? Por quê?

– Consegue se lembrar de como chegou ao quarto pelo menos? – neguei com a cabeça e ele deu um novo suspiro de alívio – Não sei os detalhes, mas de acordo com o pouco que eu ouvi dos que lhe trouxeram pro quarto, aquele elfo miserável conseguiu embebeda-la.

– Como?!?

– Você não parecia reconhecer ninguém, e agia como se tivesse no máximo uns quatro anos! Suei frio para poder fazê-la dormir finalmente.

Estava chocada. Senti medo de perguntar, mas... – Lance, honestamente, pela forma que eu acordei, eu e você... não...

– Digamos que meu “parceiro” até que queria, – _super corada_ – e você não me facilitava, mas não encostei um dedo em você! Eu não... queria lhe dar mais motivos, para, me odiar... – terminou ele com um tom meio triste.

– Bom, ao menos você me respeitou!... – entrava no banheiro não só compreendendo o porquê daquele latejar que, mais calma percebi estar acompanhado de mal-estar e uma sede que Deus me livre, como também um pouco mais aliviada – Será que... poderia me dizer o que foi que você me viu fazer? Só pra eu ter uma ideia, do que esperar lá embaixo... – pedi já deixando o banheiro e o vendo arrumar a cama.

– Você... tem certeza? – o receio dele só ampliava o meu próprio medo daquilo, porém assenti do mesmo jeito. E quando ele começou a me explicar... (Jesus! Onde tem um poço, beeeem fundo e vazio pra eu me esconder??).

– E-eu re-realmente fiz isso?? – ele me assentia envergonhado por conta do que fiz com ele – E fiquei querendo pegar as caudas da Miiko?? – outra vez ele assentia só que dessa vez quase rindo (a Miiko deve estar me odiando. isso se ela não tiver matado o Ezarel!) – E foi o Jamon e o Réalta quem trouxeram as minhas coisas...

– Sendo que fui eu que tranquei a porta e Absol não estava com você.

– Mas pra ond... – Absol ressurgia carregando protetores de ouvido na boca que me entregava – Estava me evitando ou só estava todo esse tempo explorando para me ajudar, Absol? – perguntei à ele, e ele só virou a cabeça de forma que interpretei como “não sei de nada” me fazendo balançar a cabeça em negativa. Coloquei os protetores pra sair – Vou atrás do café da manhã. – começava a sair – Não esqueça que durante os próximos cinco meses terá de cuidar da limpeza do quarto sozinho Lance. – lembrava-o e ele apenas me assentia em meio a um suspiro – Vou ver se não me demoro muito. – falei já trancando a porta em seguida.

Eu não me sentia muito bem, então andei devagar. De acordo ia me aproximando do salão, os barulhos que ouvia só aumentavam ainda mais a minha dor de cabeça, e pude notar uma pessoa ou outra me evitando ou se afastando de mim (ai... o que foi que eu fiz com eles?...). No salão, todos os ruídos, geralmente baixos, mais pareciam com o ranger de uma dobradiça bem enferrujada ou o arranhar agudo de vidro ou louça. Já estava querendo lagrimejar de dor.

– Ei, Karuto! – chamava-o baixo – Karuto!

– Oh minha Rainha... – ele me olhava com compaixão – Como você está? O que está sentindo?

– Sinto que a minha cabeça vai explodir, que vou vomitar ou desmaiar a qualquer momento e a garganta mais seca que um deserto. Tem como me explicar o que foi que aconteceu? Não recordo de nada! – pedia à ele apertando os protetores para tentar me proteger daquele barulho.

– Vem comigo. – disse ele já me arrastando para dentro da cozinha (em que vi Twylda e mais duas mulheres) e depois para o seu jardim especial. Absol apareceu pra ficar do meu lado – Aqui, bebe. – ele me servia um grande copo d'água – Vou te contar tudo o que sei.

E assim ele fez. Fiquei tão constrangida e sem jeito quanto como fiquei ao ouvir Lance me contar minhas ações. Foi Twylda quem me trouxe o meu leite e uma salada de frutas com bastante mel para mim (deixei um pouco mais pro Lance em consideração por ele ter cuidado de mim).

– Ezarel ainda está vivo? Pois eu quero a minha parte dele! – perguntei ao terminar de ouvir tudo e de saber a quantidade de gente que ficou querendo acabar com ele ontem.

– Hehehe, sim ele está. Mas pela cara da Miiko quando ela passou para pegar a comida dela ao lhe perguntar sobre ele... Hehehe, ele está frito! – _sorriso maligno_.

– O que ela vai fazer? Ela já lhe adiantou o assunto?

– Não. Mas parece que Jamon e Réalta já sabem. – (ela se decidiu antes ou depois de entrar no meu quarto? Será que Lance sabe e esqueceu de me dizer?) – Miiko me disse que primeiro faria uma lista de todos que acabaram realmente afetados por causa dele. Só depois que ela ia anunciar sua decisão.

– Entendi. Hoje é dia do Ritual de Maana e não estou tão ruim ao ponto de deixar a Erika na mão. Vou indo Karuto. – me levantava do banquinho que havia sido colocado ali depois da minha primeira visita e entregando o copo e a vasilha vazios – E muito obrigada por me esclarecer quem devo querer matar por ontem e por que.

Karuto deu uma risada alta que tive que me conter para não levar a mão à cabeça por conta da dor. Segui para a Sala do Cristal e as pessoas continuavam me evitando. Encontrei o Chrome e a Karenn juntos no corredor.

– Bo-bom dia Cris! – era o Chrome – C-como você se sente?

– Lembra-se de alguma coisa que fez ontem? – já a Karenn me foi mais fria.

– Bom dia. – ainda falava baixo – Infelizmente não me lembro de nada e Karuto já me adiantou um pouco do que houve. Eu... “ataquei” vocês? – perguntei meio sem jeito ao julgar o comportamento deles comigo.

– Ehhh... Bem! De certo modo...

– Você praticamente agarrou o meu noivo e só o largou quando falei que ele pertencia à “diabinha” aqui. – respondeu a Karenn sem paciência para a falta de jeito do Chrome.

– Me desculpe! – pedi me curvando e completamente vermelha – Sinto muito, muito, muito mesmo!

– Tudo bem Cris. – a voz de Karenn soava mais tranquila agora – Você não teve culpa nenhuma. O único culpado dessa historia é o idiota do Ezarel, que por sinal... – ela sorria com malícia – Eu meio que descobri como é que a Miiko pretende puni-lo por ontem... Não vejo a hora de chegar a nossa vez!

– O que foi que descobriu Karenn? O Karuto já me deixou curiosa sobre isso.

– Vou deixar pra Miiko contar. _riso_ Vai ser muuuito mais divertido!... – disse ela quase gargalhando com Chrome a seguindo. Me choquei contra o Leiftan na entrada da sala.

– Cris! – falava ele um pouco alto pro meu gosto – Eu já ia vê-la pra saber se havia acordado. Como se sente? – entravamos juntos.

– Bem o bastante para poder ajuda-los. – todos lá dentro me evitavam o olhar (e eu também...).

– Consegue se lembrar de alguma coisa? – perguntava a Miiko enquanto parecia mexer na tal lista de que Karuto me falou. Apenas neguei de leve com a cabeça e me posicionei junto do Cristal. Ela deu um suspiro longo – Não se preocupe, depois dessa punição, acho que nunca mais o Ezarel vai se atrever a tentar algo assim novamente.

Foi a minha vez de suspirar agora. Seguimos com o ritual e ao final dele, Miiko já tinha sua lista concluída. Ewelein veio e me deu uma poção que conseguiu amenizar minha dor de cabeça e sumir com o meu mal-estar. Assim que terminei minhas orações, Miiko pediu para que todos os que haviam participado de minha festa ontem se reunissem no salão. Fiquei esperando em frente à cozinha, me enchendo de agua por conta da sede que ainda não tinha passado. Quando todo mundo terminou de chegar, Miiko me chamou para junto dela.

– Bom! – começava ela (quase berrando se deseja a minha opinião) – Acredito que todos aqui já saibam do porque de eu convocar esta reunião. – tirando aqueles que se despediram de mim antes daquilo tudo, todos pareciam assentir – Mas antes de lhes dizer o que desejo, Cris! Não a nada que você queira dizer? – engoli seco.

Encarei todo aquele povo ainda nervosa. – Bom eu... felizmente ou infelizmente, não sei... Não me lembro do que aconteceu ontem depois que um certo ser... – olhava de soslaio para Ezarel com alguns me copiando (Ah, se olhar matasse...!) – Me aprontou ontem. Já fui informada sobre o meu... comportamento inadequado e, peço-lhes desculpas por tudo aquilo. Juro que nunca pensei que eu pudesse agir daquela forma, ainda mais nunca tendo bebido álcool em toda a minha vida! Sinto muito mesmo. – terminei me inclinando para todos eles, extremamente vermelha.

Muitos repetiam o que a Karenn me havia dito, que não tinha problema e que a culpa era apenas do Ezarel. Aquilo acabou me aliviando um pouco.

– Muito bem. – Miiko retomava – Só o seu mal-estar e constrangimento por descobrir tudo o que fez já lhe é punição suficiente Cris. MAS... Não posso disser o mesmo sobre o causador de tudo isso. Ezarel! – ela o chamava e ele veio para junto engolindo seco – Enquanto levava a nossa Lys para o quarto, tive a ideia perfeita para fazê-lo repensar suas atitudes. – pude notar que Karenn, Leiftan, Erika, Jamon e Réalta sorriam (todos eles já sabem qual é o castigo dele?!) – Como você aaama fazer os seus subordinados de escravos, você, passará a servir cada um dos prejudicados por sua ação irresponsável como um por um dia inteiro.

O QUÊ!?!?!?! – Ezarel se mostrou horrorizado. Muitos eram os que riam ou cochichavam antes da Miiko cobrar o silêncio novamente.

– E tem mais! Como não podemos deixar a Absinto sem um líder, você será “escravo” dia sim e dia não. Pedi a ajuda de nossos aengels para montar uma lista com o nome de todos aqueles a quem você deverá servir. Sendo a Cris a primeira e eu a última.

– Mas Mi...

– Se você se recusar... – ela interrompia a reclamação do elfo – Além de passar um tempo na prisão, a Absinto passará a ter um novo líder! – Ezarel se calou fechando o cenho – A lista com a ordem dos faerys que terão o Ezarel ao seu dispor será deixada no quadro de avisos. Caso alguém queira trocar de lugar com outra pessoa da lista... – pude ouvir alguns sons de insatisfação – por conta de algum fator pessoal, peço que me procure junto da pessoa com quem deseja fazer a troca. E também peço para que, apesar da grande vontade de alguns de vocês quererem humilha-lo ou coisa parecida, – Ezarel acabou arregalando os olhos _risinho_ – tentem lhe preservar a dignidade e o pudor para com o restante de Eel. E que também se lembrem que ele precisará retornar como líder da Absinto no dia seguinte! Por isso cuidado ao lhe ensinar o significado de “trabalho duro”. – houve novos resmungos, especialmente de mulheres (Ezarel me pareceu estar suando frio) – Ah! E antes que eu me esqueça! Karuto, faça-me o favor de deixa-lo comer comida normal nos dias de “escravidão” dele para que ele possa dar conta de suas “obrigações”.

– Hehehe, apenas porque a senhora está me pedindo agora. Não vejo a hora de chegar a minha vez...

– Mas a Caçadora não te fez nada!

– Mas fez com a “ovelhinha fofinha” aqui! – retrucou-lhe a Twylda sorrindo.

Alguns risos surgiram depois que ela terminou de falar, no entanto – Miiko... – falava-lhe ainda contento a voz por conta da minha dor de cabeça – Quando que a punição dele terá início? Porque hoje... acho que só tenho condições de ficar no quarto ou na enfermaria.

– Hum... Como você só está assim por culpa desse sem-noção, Ezarel.

– O que foi agora... – perguntava ele enfadonho

– Seus serviços de “escravo” terão início amanhã, porém... É por sua culpa que a Cris está de ressaca agora e por isso, você vai ter que tomar conta dela hoje. E não aceito reclamações! – um riso me escapou e ele revirava os olhos para o alto – Não quero saber de mais ninguém oferecendo álcool algum para a Cris! Isso está terminantemente proibido! Estão todos dispensados agora, e ai de você Ezarel se eu ouvir qualquer reclamação de você por causa do seu castigo!

Nos dispersamos. Anya e Voronwe vieram até mim para questionar sobre o que tudo aquilo se referia e quase que Ezarel acabava estrangulado pelo o meu colega de guarda se não fosse por mim e por Anya. Eu estava de folga, e Anya decidiu me fazer companhia para ter certeza que Ezarel não iria tentar nada do que não devia.

Fomos até a enfermaria para tentar encontrar alguma coisa que pudesse dar fim na minha dor de cabeça e, todo e qualquer remédio que pudesse me ajudar, sumiu! Nem a Ewelein entendeu, e agora era o Ezarel quem deveria fabricar os meus remédios (com Ewelein o alertando assim como a Miiko e o Voronwe _riso_).

No laboratório, fingi ter sido convencida pelo Ezarel a passar o dia no laboratório para facilitar as coisas pra ele (não dá pra deixa-lo cuidando de mim em meu quarto). Entreguei minha chave à Anya, pedindo-lhe que cuida-se de “meu quarto” para mim e ela o fez sem demorar. Ezarel até chegou a estranhar, mas no que ameacei de lhe adiantar alguns de seus “serviços”, acabou deixando pra lá.

Quando Anya voltou, Absol a acompanhava, ficando os dois quase o dia inteiro junto comigo. Nós almoçamos no salão e quase todo mundo que nos olhava acabava segurando um riso ou sorria com malicia para o Ezarel (acho que ele vai comer o pão que o diabo amassou com esse castigo). Passei o resto do dia no laboratório, mas se eu soubesse o que ele ia me aprontar junto do Leiftan e do Nevra... Teria dispensado os cuidados daquele elfo!

 

 


Notas Finais




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