JUNGKOOK
Eu nunca pensei que a minha vida poderia mudar tanto no ano de 83.
Puxa... para ser sincero, eu nunca pensei que minha vida poderia, de fato, mudar. Quer dizer, é claro que eu sei que mudanças são normais, mas o que eu tenho sentido e feito desde que Jimin entrou na minha vida é totalmente diferente das mudanças que eu estava esperando na minha vida.
E apesar do Jiminnie ter sido, desde o começo, uma grande mudança na minha vida — e provavelmente a melhor... puxa... —, sinto que, agora que estamos namorando, a mudança que ele já tinha causado no meu ser está se tornando cada vez mais devastadora. De um jeito bom! Porque, puxa... como ele consegue mexer comigo de uma forma que me faz sentir tão incrível?
Eu ainda não sei, mas sempre serei grato por tudo isso.
O mês do meu aniversário foi um dos meses mais turbulentos de toda a minha vida — na verdade, acho que foi, definitivamente, o mais turbulento. Eu tirei nota baixa, levei advertência, matei aulas, e... puxa, também beijei Jiminnie por conta própria, consegui confessar meus sentimentos (mesmo tímido!) e fui capaz de escrever uma mensagem de amor para ele em seu aniversário.
Foram tantas coisas diferentes ao mesmo tempo. Coisas que eu nunca pensei que seria capaz de fazer. É estranho como eu me sinto quando consigo ter essas atitudes... é como se eu fosse mais velho do que eu sou — e sim, eu sei que isso soa estranho e muito patético —, como se eu... fosse crescido e maduro...? Puxa, eu sei lá... só sei que tudo que eu estou sentindo me faz sentir muito crescido. É como se eu fosse super diferente do que eu costumava ser por estar tomando tantas atitudes! Afinal, meses atrás, eu mal conseguia olhar nos olhos do Jimin e, puxa, quando ele chegava perto de mim, eu desviava o rosto contra a minha própria vontade; minha timidez não me deixava ter momentos... íntimos. Na verdade, a timidez não me deixava fazer nada amoroso... mas, com o tempo, eu me senti tão bem com Jiminnie que esse sentimento foi desaparecendo. Tanto que, um dia, olhei em seus olhos e... fui beijado.
Agora, eu também consigo dizer o que eu estou sentindo e eu até o beijo... puxa, é realmente incrível para mim.
É incrível também porque, quando eu paro para pensar, percebo que superei muitos medos com o Jiminnie. Eu superei o medo de me abrir com alguém... superei o medo de deixar uma pessoa me ver tão de pertinho... superei o medo de falar sobre os meus medos. Jiminnie acabou se tornando o meu Porto Seguro e, puxa, a pessoa que eu mais confio no mundo... Eu superei tantas coisas e conheci tantos lados meus por causa dele que a sensação é simplesmente essa: de que ele é meu maior confidente e que, por sua causa, eu cresci. Mesmo que pouco, eu cresci, puxa...
Afinal... eu não sou mais um C.D.F magricelo que prefere escutar música do que fazer amigos. Eu sou um C.D.F magricelo que prefere escutar música do que fazer amigos, e... que é namorado de um garoto único.
Único mesmo. Único de verdade, puxa...
Tão único que, agora, eu estou me preparando para revelar mais um lado meu para ele. É quarta-feira de manhã, estou pronto para ir pra escola, e minha mãe está me esperando lá embaixo para tomarmos café da manhã juntos. Eu estou enrolando um pouco aqui em cima porque preciso reunir os melhores desenhos que fiz para Jimin pra... mostrar para ele.
Porque, sim... ontem eu, sem querer, acabei contando para Jimin que eu o desenho quando estou com saudades. Ele estava espiando o meu caderno, vendo e elogiando os rascunhos que eu fiz nas últimas páginas por ter ficado entediado na aula, e aí... me pediu para desenhá-lo.
Sem pensar, eu acabei dizendo que já o desenho. Sempre. E é claro que Jiminnie ficou animado e curioso para ver cada um desses desenhos... E é claro que eu, olhando para os seus lindos e pequenos olhos castanhos, não pude negar.
Puxa... eu não consigo negar nada aos olhinhos do Jiminnie...
Por isso, agora eu estou guardando os melhores desenhos que fiz do Jimin entre as folhas do meu caderno de inglês. Outra coisa que Jiminnie eu estamos fazendo para passar um tempo sozinhos — além de ficar os poucos minutos antes dos ônibus saírem embaixo da escada —, é enrolar na sala de aula quando o sinal do intervalo toca. Nós sempre pedimos para o Yoongi e o Jin irem na nossa frente e passamos alguns minutos conversando em nossas carteiras... foi dessa forma, inclusive, que ele acabou vendo os meus rascunhos, e será assim que, hoje, ele verá os desenhos que eu fiz dele.
Puxa... apesar de eu estar com um pouco de vergonha, também estou feliz com a minha seleção de desenhos. As artes que eu faço do Jimin sempre ficam lindas. Quando desenho uma lembrança nossa, o meu traço fica ainda mais bonito. Acho que meus sentidos de desenhista ficam sensíveis quando eu estou desenhando o Jiminnie... deve ser por causa de todos os efeitos incríveis que ele causa em mim.
É simplesmente impossível não ficar inspirado, puxa...
Sorrindo com os meus devaneios, guardo tudo na minha mochila com as bochechas queimando de paixão. Quando calço meu tênis, pronto para a escola, apago tudo em meu quarto e desço as escadas para encontrar a minha mãe.
Ah, é... Desde que o meu pai começou a trabalhar na capital, minha mãe mudou os seus horários no trabalho para passar mais tempo comigo pela manhã. Às vezes ela até me acompanha e me espera subir no ônibus da escola! E apesar dos meninos do fundão pegarem no meu pé por isso e me chamarem de "bebezão da mamãe", eu... puxa, eu gosto muito. Gosto muito da presença dela, e de passar mais tempo com ela, agora...
E... puxa, eu acho que, além de gostar, eu também preciso disso. Eu pensei que o fato do meu pai ir para a capital não me afetaria tanto quanto tem me afetado, mas... aconteceu. Eu sinto tanta saudade dele que, às vezes, fico com vontade de chorar. De certa forma, sinto medo dele... não voltar mais...
Sinto medo de ser abandonado.
Puxa vida...
Eu... eu sei que não vai acontecer, mas o meu coração pesa muito com o pensamento. Esse medo tem estado dentro de mim desde sempre. Eu me sinto tão triste por não ter conseguido superar esse sentimento... apesar de eu estar superando muitos medos e crescendo, tem certas coisas que eu não consigo deixar para trás. O medo dos meus pais me abandonarem, é uma delas...
Quando eu era criança, esse medo era o meu pior pesadelo. Me lembro de sentir tanto pavor de ser abandonado que, quando fazíamos viagens de carro, eu agarrava a mão da minha mãe e não soltava mais. Minha irmã sempre me dizia que as viagens para a casa da vovó eram de mentira e que, na verdade, meus pais estavam planejando me deixar em um posto de gasolina qualquer ou em uma casa de adoção. Infelizmente, eu sempre senti que isso realmente poderia acontecer... Tanto que, até hoje é difícil pra mim ficar muito tempo separado deles... esses medos estão presos dentro de mim e são muito persistentes. Eu consigo conviver com eles, e sei que eles não tem sentido, mas, independente disso, eles continuam dentro de mim e, às vezes, me deixam angustiado...
Puxa. Me sinto muito envergonhado para contar isso para alguém, apesar de querer... mas pelo menos eu posso ignorar esses sentimentos ficando ao lado dos meus pais e meus amigos.
Pelo menos, eu não estou — e sei que não vou ficar — sozinho... eu sei disso. Puxa, eu sei, eu sei sim...
Por isso, está tudo bem. É o que eu sinto quando desço a escada e vejo minha mãe extremamente elegante com a sua roupa de trabalho, abrindo um sorriso carinhoso lá da mesa de café quando nota a minha presença.
— Você demorou pra descer! Pensei que tinha voltado a dormir. Já ia te dar um sacode! — ela fala, daquele jeitinho engraçado que só ela tem.
— Eu só estava fazendo a minha mochila! — eu disse, risonho quando ela deu uma cutucada na própria bochecha, pedindo um beijo que eu não hesitei em dar.
Quando beijo sua bochecha, posso sentir o perfume que ela usa desde que eu era pequeno e, puxa, é tão bom... Mamãe tem um cheiro tão singular, e que eu gosto tanto. Quando eu era uma criança, me lembro de pegar o seu casaco na roupa suja para abraçar quando eu tinha pesadelos. Só o cheiro dela me fazia sentir melhor... principalmente nas noites ruins em que eu sentia vergonha de ir até o quarto deles. Juna sempre dizia que acordá-los de madrugada era um incômodo, então essa era a única maneira que eu encontrava para me sentir... seguro.
Faço uma meia careta pela lembrança. Puxa. Pelo jeito, passar tanto tempo longe do meu pai está realmente mexendo comigo... tenho pensado demais na minha infância em momentos involuntários. Saco. Mal posso esperar para ele voltar nesse sábado... vou me sentir melhor assim que abraçar ele.
— Tem café na garrafa, bem ali — minha mãe diz, apontando para a bancada da cozinha. Vou até ela apenas para pegar a minha caneca e a garrafa de café, voltando para a mesa assim que estou com ambas. — Dormiu bem, filho? — pergunta e empurra um prato com um sanduíche assim que eu me sento.
— Obrigado... eu dormi, sim — falo, com um sorriso quando mordo o primeiro pedaço do pão.
Minha mãe ri quando eu o faço.
— Você come igual o seu pai... parece que tá passando fome — diz, e ri mais quando eu pego a caneca e começo a beber o café.
— Você sempre fala isso, puxa — eu digo, sorrindo assim que engulo a comida.
— É porque a semelhança é de tirar o fôlego! — Ela abre um grande sorriso. — Me faz lembrar do dia que você decidiu imitar o seu pai... ficou seguindo ele o dia todo e copiando cada movimento que ele fazia. Você era um cotoco de gente... — Ri, parecendo feliz com as lembranças. Acabo rindo um pouco também, apesar de não me lembrar disso. — Você ficou obcecado com a ideia de ser exatamente igual a ele. Acho que foi porque o seu pai fez alguma coisa que você gostou muito, e você queria ser igual a ele, e esse foi o jeito que você encontrou de tentar. — Ela sorri. — Eu e seu pai sempre lembramos disso quando você sai de casa. O jeito que você abre e fecha a porta é igual ao dele.
— Como assim? — eu rio, porque não sei do que ela está falando. Todo mundo não abre a porta do mesmo jeito?
— É, tipo... abre a porta com a mão direita, e sem virar pra trás, fecha com a direita também — ela tenta demonstrar o que eu faço com movimentos engraçados. Eu sorrio. — Você arrasta a mão pela porta toda pra segurar a maçaneta do outro lado sem precisar olhar pra trás na hora de fechar... é igual o seu pai! Você pegou um monte de costumes dele depois daquele dia... — Ela come um pedaço do seu omelete, sorridente com as lembranças.
E... bem... é verdade. Acho que eu sempre corri atrás do meu pai e seus costumes. Sempre gostei de ouvir ele falar sobre música, arte, e seu próprio passado... e sempre quis ser como ele.
Puxa... eu amo e admiro muito o meu pai. Que saudades...
— Acho que eu imitei sem nem perceber, puxa... — eu disse, risonho. — E falando sobre o pai... que horas ele chega nesse sábado?
Mamãe deu um pequeno sorriso e negou com a cabeça ao dizer:
— Seu pai não vem esse fim de semana. Ele vai à exposição da faculdade da sua irmã — ela diz, sem preocupações. Sinto meu coração murchar com a informação. — Mas na semana que vem ele chega na sexta-feira, deve chegar meia noite... e a Juna vem também, pra passar o fim de semana.
Agora, além do meu coração murchar, ele também pesa de angústia.
A Juna... vem pra casa...?
Ai, não. Puxa. Normalmente, ela só vem nos feriados... eu não esperava vê-la novamente tão cedo.
Puxa, que... droga...
Eu fico em silêncio. Tomo mais alguns goles do meu café, e mordo mais o meu sanduíche, sem saber como reagir a notícia. Mamãe fica muito chateada com a forma que eu e minha irmã tratamos um ao outro — com frieza e indiferença —, mas eu simplesmente não consigo disfarçar como me sinto com a informação de que ela estará aqui em breve, puxa, eu me sinto horrível.
Ela e meu pai sempre tentaram resolver os nossos conflitos, acreditando fielmente que podemos ser unidos, mas... como isso poderia acontecer quando a Juna me odeia profundamente?
Um dia, eu já a amei, mas... ela me odiou com tanta força e me fez tão mal que eu acabei perdendo todo e qualquer sentimento bonito por ela. Hoje em dia, o que restou é angústia, raiva e... medo.
Eu sinto muito medo da Juna.
Sinto medo de ficar perto dela, porque... ela parece saber tão bem como me machucar... e faz isso sem pensar duas vezes.
— Ah... — Depois de um longo tempo em silêncio, eu murmuro. — Pelo menos... p-pelo ele vem sexta-feira na próxima semana... — eu falo, sem conseguir disfarçar o meu desconforto.
Estou olhando para a minha caneca e, apesar de não ver, consigo sentir o olhar aflito da minha mãe sobre mim. Ela está preocupada...
— Filho... — Ela suspira. — Você e a Juna... quando vocês vão conversar e se entender? — Engulo em seco. — Eu sei que ela é difícil, mas... se permita perdoá-la...
Pisco um par de vezes, e sinto meus lábios tremerem. Como eu poderia perdoá-la?
— Como eu posso perdoá-la se ela nunca se desculpou? Ela nem mesmo... se arrepende — eu murmuro, sentindo meu coração apertar por não poder dar uma resposta positiva para minha mãe. — Não consigo, eu... e-eu não posso fazer nada sobre isso porque é ela... é a Juna que me odeia, mãe. Ela... sempre odiou... — Aperto minha caneca.
— Ela não te odeia, meu bem — mamãe murmura, e sei que ela está tão confusa quanto eu fiquei no começo de tudo, quando não entendia por que Juna era tão má comigo. Pra ser sincero, ainda não sei se entendo. — Ela só... está passando por muitas coisas. Ela é sua irmã, e te ama, independente de qualquer coisa...
Eu olho para o restante do meu sanduíche no prato. Sentindo meu corpo pesar, como sempre pesa com esse assunto, eu tento não fazer os meus olhos se encherem de lágrimas ao dizer:
— N-não tem como... — Minha voz falha e eu me sinto tão frágil. Puxa, por que isso tem que me deixar tão... mal? — Não tem como... isso ser amor...
Eu digo. E eu sinto. Porque... Juna nunca me amou. O amor não é assim... jamais poderia ser.
Juna me odeia, sempre odiou, e isso nunca vai mudar...
— Meu bem... — minha mãe chama, e sei que é porque minha voz falhou e ela percebeu. Isso me machuca. — Me desculpa por sempre insistir nisso... eu sei que você se sente triste, e eu sei que você não tem culpa, e nem o controle disso tudo... eu sei, está bem?
Com os olhos cheios de lágrimas pela minha mãe estar usando o seu tom de voz calmo e compreensivo comigo, eu assisto com a cabeça, porque eu sei que ela está sendo sincera.
— Está bem... — eu falo, e respiro bem fundo. Não quero começar a chorar. — Eu só... eu realmente não posso fazer nada sobre isso, mãe... — Eu olho para ela, esfregando os meus olhos.
Mamãe me mostra um sorriso calmo e assente com a cabeça.
— Eu entendo, Jungkook — ela diz.
E então, nós passamos o resto do café da manhã em silêncio, mas voltamos a conversar quando andamos juntos até o ponto de ônibus. Quando minha mãe me abraça, sinto grande parte dos meus medos e angústias desaparecerem. Afinal, não importa o que aconteça, eu sempre vou poder voltar para os braços quentes e seguros da minha mãe... e no final, é apenas isso que importa.
Apesar dessa manhã ter mexido bastante comigo, ainda consigo sorrir e me sentir relativamente bem nas primeiras aulas. Seokjin está obcecado por uma novela e me conta tudo que acontece nela com empolgação; e quando o Jin está empolgado, ele fica engraçado e muito bobo... consequentemente, acabo rindo e me entretendo bastante com cada uma das suas falas.
E, puxa... de certa forma, parece que o Jin percebeu a minha chateação. Ele até me deu a sua barra de chocolate no final do segundo tempo! E quando me abraçou no ônibus, foi menos bruto do que o normal...
Eu me senti muito querido por sua causa... ele é realmente o melhor amigo do mundo.
Quando a hora do intervalo chega, Jin e Yoongi vão na frente como sempre fazem quando Jiminnie e eu pedimos. Assim que a sala esvazia um pouco, com um sorriso animado no rosto, Jiminnie vem rapidamente até a minha carteira e se senta do meu lado, prontinho para ver os desenhos.
E, puxa... ele está muito bonito hoje. Está usando aquela mesma calça, boca de sino, e uma blusa branca soltinha que me deixa ver a sua clavícula. Quando ele se inclina, dá para ver até mesmo uma parte dos seus ombros e, puxa, é simplesmente extraordinário perceber que ele tem sardas ali também...
Clarinhas, e sutis, mas ainda assim... lindas sardas.
É definitivamente a coisa mais linda que eu já vi...
— Ei — ele chama, assim que termina de se aconchegar na carteira, ao meu lado, e estamos olhando nos olhos um do outro, agora.
Na verdade, estamos nos encarando desde que os meninos saíram. Jiminnie fechou a sua mochila na sua carteira e veio caminhando na minha direção, e... fez tudo isso fazendo contato visual comigo, puxa.
Às vezes é como se os nossos olhos não conseguissem se desconectar e, puxa... esse sentimento é de outro mundo...
— Oi — eu murmuro, e dou um sorriso quando ele sorri para mim. — Já sei... você quer ver os meus desenhos, certo? — Jiminnie ri da minha fala e se aproxima ainda mais de mim na carteira.
— Certinho! Ainda bem que você sabe — ele fala, levantando as sobrancelhas de um jeitinho engraçado. Engraçado e muito bonito, puxa. — Mas eu também quero saber... tá tudo bem? — ele pergunta. Sinto meu coração palpitar de surpresa. — Você pareceu meio triste hoje de manhã... o que aconteceu?
Eu solto um suspiro. Puxa vida... o Jiminnie conseguiu perceber a minha chateação também?
— Você... — eu começo, e sinto sua mão segurar a minha carinhosamente por baixo das mesas. Puxa. — Deu pra perceber? — Sinto minhas bochechas queimarem um pouco e me sinto envergonhado.
Puxa vida, quando foi que eu me tornei tão transparente?
— Deu... — Ele faz um biquinho e franze as sobrancelhas, me olhando atentamente. — Aconteceu alguma coisa? Se você quiser conversar...
Eu engulo em seco. Puxa. Eu quero. Quero muito conversar sobre como eu estou me sentindo desde que o papai foi para a capital... e quero conversar sobre os meus medos, e de como a Juna me assusta e me faz sentir, a todo momento, que eu estou prestes a ser abandonado.
Eu quero. Eu realmente quero dizer...
Mas tudo que eu consigo colocar para fora, é...
— A Juna vai lá pra casa no próxima fim de semana... — eu falo, e vejo sua expressão preocupada. — Ela vai ficar lá por três dias, e... sei lá, eu fiquei chateado.
— Ah, meu amor... — ele sussurra, carinhoso, e faz minhas bochechas arderem e meu coração bater com força. Puxa, eu amo quando ele me chama assim... — Você pode ir lá pra casa... podemos ir para o nosso lugar, também... vamos fugir dela de novo.
— Eu quero isso, mas... eu também quero ficar com o meu pai — eu digo, suspirando. — Ele não vem pra casa esse fim de semana e eu sinto muita falta dele...
Jiminnie, atencioso, assente com a cabeça e faz um carinho gostoso nas costas da minha mão. Isso definitivamente me faz sentir melhor...
— Eu entendo... — ele diz, e aperta o meu polegar. — Você pode me ligar, e falar comigo se for preciso, tá? E se quiser, eu posso ir até a sua casa... se ela fizer besteira, eu juro que dou um sopapo nela!
Sua última fala me faz soltar uma risada desengonçada — que faz Jiminnie rir a beça também — e, de repente, me sinto extremamente seguro com o próximo fim de semana. Assim como nas férias do meio do ano, Jiminnie me deu esse sentimento de que tudo é possível... mesmo com a minha irmã Juna por perto.
Jimin simplesmente me faz sentir assim... seguro.
— Tá bom, Jiminnie... obrigado — eu concordo, sentindo minhas bochechas doerem por eu ter sorrido tanto. Ainda assim, é muito bom...
— Você não precisa me agradecer, Jungkookie... — ele diz, e me olha com tanto carinho que meu coração balança. Puxa. — Ou... será que precisa? Acho que mostrar os desenhos que você fez de mim seria o melhor dos agradecimentos... — Ele mordisca os lábios, com um sorrisinho travesso que faz minhas bochechas arderem e meu sorriso crescer ainda mais.
Jiminnie é um bobo...
— Tá bom... eu vou deixar você ver — eu digo, e meu rosto esquenta ainda mais quando me lembro dos desenhos que eu trouxe. Puxa. Tem vários rascunhos dos seus lábios, dos seus olhos, de suas mãos, e... — Ai... puxa... — murmuro, me sentindo tão tímido e tão nervoso com a ideia dele ver.
Será que ele vai achar que eu sou um maluco? Ou um esquisitão? Não, o Jiminnie me entenderia...
Certo...?
Puxa... puxa vida...
Tentando não desistir de última hora, eu pego o meu caderno. Olho em volta para ter certeza de que estamos sozinhos na sala de aula e, com a mão que Jiminnie não está segurando, folheio as páginas até chegar aos desenhos que eu trouxe.
— Eles são... n-não são grande coisa — eu disse, empurrando o caderno para perto dele, que solta minha mão para poder pegar o primeiro desenho com as duas. — Eles não são... é... e-enfim...
Me silencio, corado e sem jeito enquanto Jiminnie analisa, em silêncio, o primeiro desenho. É um rascunho dele, de óculos, lendo um livro em sua cama e... eu nunca o vi lendo um livro na sua cama, mas, em uma ligação, Jiminnie me contou que ia ler antes de dormir e eu acabei desenhando ele fazendo isso...
Jiminnie sorriu para o desenho; seus olhos pequenos se fechando lentamente. Apesar do desenho ser simples, feito apenas com a minha caneta, Jiminnie se atentou a cada detalhe. Suas bochechas ficaram vermelhas e ele olhou para mim com o semblante mais feliz do mundo, me fazendo sentir tão... tão incrível... puxa...
— O meu perfil ficou tão bonito nesse desenho... — ele diz, e parece levemente emocionado. — E o meu óculos ficou perfeito!
Quis dizer que o perfil dele só ficou bonito porque o seu perfil é bonito, mas... não consegui. Então, acabei apenas pressionando meus lábios e coçando as minhas bochechas quentes — e provavelmente, muito vermelhas, puxa — enquanto balançava a cabeça, meio que confirmando, meio que sem saber o que dizer.
Já Jiminnie, com aquela felicidade que me faz sentir incrível, passou para o próximo desenho. Esse fez ele sorrir tanto que até uma risadinha melodiosa escapou pelos seus lábios:
— São as minhas mãos! — ele exclama, rindo e sorrindo com os vários rascunhos que fiz dos seus dedos macios e pequenos. — Elas parecem tão fofas aqui! — Ele aponta pra um dos desenhos e então, olha para as suas próprias mãos curiosamente.
Puxa... que fofo...
Pelos próximos minutos, Jimin comenta e vê cada um dos meus desenhos. Quando ele se depara com os que fiz da sua boca e do seu rosto mais de pertinho, eu presencio uma das coisas mais raras do universo: Jiminnie vermelho e com vergonha. Ele gagueja quando elogia os meus traços e, puxa, parece tão balançando vendo como o represento em meus desenhos... tanto que eu sinto meu coração esquentar e a minha barriga ficar toda gelada de paixão.
Estou me sentindo um verdadeiro artista agora, puxa...
— Vamos para a escada agora... — Ele diz, quando termina de ver o meu último desenho. — Eu acho que vou morrer se não te beijar agora, Guk...
E é óbvio que eu, com o rosto fervendo de timidez e os sentidos abalados por Jimin e seus encantos, vou para a escada para receber os seus beijos afobados e macios.
E é bom.
É bom demais.
— Eu te amo demais...
É ainda melhor quando ele me fala isso no fim de um beijo doce e carinhoso.
Puxa vida... eu nunca pensei que alguém além dos meus pais poderia dizer que me ama. Na verdade, eu nunca pensei que um "eu te amo" poderia me fazer sentir tão... assim... desse jeito que o Jiminnie faz, que mexe com todo o meu ser e me deixa nas nuvens.
Quando eu o ouvi dizer isso pela primeira vez, me lembro de ficar assustado porque não sei como é amar uma pessoa desse jeito... eu nem mesmo sei o que denomina o amor, puxa. Como eu posso saber o momento de dizer "eu te amo" também?
A única coisa que eu sei sobre isso é que amar alguém é forte. Muito forte. Então eu sinto que, puxa... eu provavelmente amo o Jiminnie também. Mas ainda me sinto confuso e perdido sobre o que é amar alguém desse jeito. Então, não falo nada e... apenas sorrio e me permito sentir os arrepios que as suas confissões me causam.
É tudo de bom...
Com sorrisos bobos e as bochechas vermelhas, Jiminnie e eu nos juntamos aos nossos amigos no refeitório. Não conseguimos parar de sorrir, e a forma que Jimin fica olhando para mim enquanto comemos me deixa doidinho, puxa... ele mexe comigo por inteiro.
Meu humor fica nas alturas pelas últimas aulas, e penso que será assim pelo resto do dia. Até que... algoacontece.
É... ela.
É Jieun, que de repente, se aproxima do Jiminnie quando ele está encostado na porta da sala, me esperando para passarmos os poucos minutos que nos resta no colégio nos beijando.
Eu estou guardando o meu material apressadamente quando percebo que ela está falando com ele e, apesar de eu saber que eles são só amigos, e que eu não preciso sentir... ciúmes... meu estômago sempre fica bagunçado e meu coração inseguro quando vejo eles juntos.
Afinal... Jiminnie é muito gentil, e... tão bonito. Quando ele sorri e conversa com alguém, ele faz contato visual e isso é tão apaixonante e único que, às vezes, acho que todos vão se apaixonar por ele. Pensar nisso me deixa com ciúmes, e... eu fico emburrado, puxa...
Emburrado comigo mesmo, mas... ainda sim, emburrado.
O único problema é que, mesmo pensando que todos podem se apaixonar pelo Jiminnie, eu fico bem porque isso, aparentemente, ainda não aconteceu. Só que com Jieun é diferente porque ela gosta dele. Eu sei disso.
E, puxa... eu sei que não preciso sentir ciúmes, mas fico todo balançado quando vejo eles dois juntos. Me sinto emburrado, e ao mesmo tempo... triste. Jimin já me disse tantas vezes que eu sou único, e que não preciso sentir ciúmes, então por que eu continuo sentindo essas coisas ruins?
Tento desviar o meu olhar para não ficar ainda mais esquisito, mas tudo piora quando Jieun derruba, sem querer, os folhetos que estava segurando. Piora porque Jiminnie a ajuda a recuperá-los e, daqui, eu posso ver que as suas mãos acabam se tocando.
Mesmo sem querer, elas... se tocam.
Puxa.
Eu odeio esse sentimento. Definitivamente odeio sentir ciúmes...
Meus lábios travam e eu desvio o olhar deles, abaixando a cabeça. Eu não preciso sentir ciúmes. A Jieun é linda... será que a mão dela é mais macia que a minha? Não, eu não ligo. Mas será que a Jieun tem um cheiro melhor que o meu? Mas isso pouco importa porque Jimin gosta do meu e não do dela. Mas e se ele gostar mais do cabelo dela? Não, não pode ser, ele gosta do meu, até mesmo quando está bagunçado, puxa...
Fico tão perdido em meus pensamentos e nas possibilidades que não percebo que Jieun se afastou do Jiminnie. Quando levanto a minha cabeça, a primeira coisa que noto é isso e, em seguida... ela.
Jieun, agora, está na frente da minha carteira e estende um daqueles papéis — que fizeram a sua mão tocar a do Jiminnie — em minha direção — e é por pouco que eu não dou um grito com a sua aparição porque, puxa, eu realmente não vi ela chegando...
E antes que eu diga qualquer coisa (ou grite de susto) Jieun começa a falar:
— Oi, Jungkook! Tudo bem? Vim te convidar para a minha festa americana de halloween — ela fala, amigavelmente. Quando olho para seu rosto, percebo que ela está sorrindo.
Eu ergo minhas sobrancelhas, surpreso. Puxa, Jieun está me convidando para uma festa?
— Uma... festa? — pergunto, e só a ideia me deixa desconfortável.
— Sim! Vai ser na semana que vem, na sexta-feira! Cada um leva um prato ou uma bebida — ela diz, deixando o convite sobre a minha mesa. — Eu pensei em fazer porque é o último ano do fundamental, e talvez a turma se separe no ano que vem... se você for, vai ser bem legal — ela disse, e parece tão... bondosa e sincera.
Puxa... eu me sinto mal por sentir ciúmes dela. Ela é muito amigável e gentil, e sempre foi boa comigo...
— É legal... da sua parte — eu falo, pegando o convite.
— Bom... — ela parece sem graça com o elogio. Jieun é realmente muito boazinha, puxa... — É, e eu... eu também quero que você saiba que você não vai precisar se preocupar porque eu só chamei pessoas legais! Minha mãe vai estar em casa também. E todos vão de fantasia. — Ela arrumou o cabelo. — Te espero lá, tá bom?
Com um pequeno sorriso, eu assinto com a cabeça, mesmo sabendo que eu não vou ir. Sabe, eu nem considero ir em festas. Jin já me chamou para várias e eu sempre nego porque parece tão... ruim, para mim. Eu sou tímido e fico desconfortável com tanta facilidade que mais atrapalharia do que ajudaria... acho que posso ser tão desagradável nesses momentos que devo acabar com a diversão dos outros, então eu prefiro ficar em casa...
Puxa... é uma pena. Mas tudo bem, eu não ligo muito pra essas coisas, mesmo...
— Tá bom, Jieun — eu falo, e sorrio. — Obrigado.
Sorrindo de volta, Jieun balança a cabeça e logo começa a conversar com o Jin, ao meu lado — que se anima e pede para levar alguns amigos, que ela deixa, desde que eles levem comida e sejam legais — enquanto eu leio o convite de sua festa.
Vai ser na sexta-feira da semana que vem, às seis, e terminará às dez horas da noite. Eu sei que não vou ir, mas... é muito legal ser convidado. É legal da parte dela pensar em mim e ser tão gentil comigo — mesmo eu sendo um invisível...
A Jieun é realmente uma das garotas mais legais da escola. Eu gostaria de não ter que me sentir tão emburrado ao ver ela com o Jiminnie...
Ah. Jiminnie...
Sorrio. Jiminnie está me esperando. E eu vou ganhar mais beijos.
É tudo que eu preciso para me levantar e aproveitar o fato de que Jin está distraído com a Jieun para ir na direção da porta da sala. Jiminnie, que está escorado no batente dela, sorri quando me aproximo e olha nos meus olhos daquele jeito galanteador que, puxa, mexe comigo todinho...
Nós saímos da sala juntos, lado a lado, e depois de olhar ao nosso redor e conferir se as poucas pessoas no corredor estão prestando atenção na gente, Jiminnie segura minha mão carinhosamente por um breve segundo ao dizer:
— Você demorou, Jungkookie... — Ele sorri, soltando minha mão. Começamos a caminhar lado a lado. — Ainda bem que amanhã tem aula... se não tivesse, eu ia ficar morrendo de saudades de você... — Jimin diz, amoroso, e o jeito que ele fala como se a gente não tivesse passado praticamente o intervalo inteiroconversando e se beijando embaixo da escada me faz sentir muito bobo e feliz.
Me sinto compreendido também porque, puxa, eu também sinto falta dele... até mesmo quando passamos o dia todo juntos...
— Eu... eu também ia, puxa... — eu falo, e minhas bochechas pinicam, ainda mais quando Jiminnie faz uma expressão boba pela minha fala. — E... eu demorei porque a Jieun me chamou pra uma festa. — Cocei a minha nuca. — Eu sei que não vou ir, mas foi legal ser convidado...
— Ela também me convidou — Jiminnie diz, e parece animado com o assunto. Nós viramos um corredor, chegando perto da escada. — É uma festa à fantasia, né? Eu nunca fui em uma.
— Nem eu... — eu falo, pensativo. — Na verdade, nunca fui em uma festa. Só de aniversário mesmo...
— Eu também — Jimin ri, e seu riso me faz sorrir. Que bonito. — Você não vai por causa do seu pai? — ele pergunta, curioso.
— Na verdade, não... meu pai vai chegar meio tarde na sexta — eu disse, pensativo. — É mais porque eu não sirvo pra festas, mesmo...
— Por quê? — Jiminnie me pergunta, e parece confuso.
— Ah, é que... são várias pessoas em um só lugar e isso parece meio estranho e... ruim... — eu digo, pensativo
— Ah... faz bastante sentido — ele diz, e dá um sorriso bem pequeno. — Apesar de que eu acho que festas combinam com você. Parecem legais e bonitas... sabe?
Ele sorri, bonito. Puxa. Faz minhas bochechas ferverem...
— Sei... — Eu rio, sem jeito, dando um tampinha em seu ombro. — Mas e você? — pergunto, olhando para ele de lado.
— Eu o quê? — Ele me olha também.
— Você vai na festa? — pergunto.
— Hum... — Jiminnie toca o próprio queixo, pensativo. — Não sei... acho que sim? — ele parece dividido com a ideia e, com um pequeno sorriso, eu digo:
— Eu acho que você vai se divertir — eu falo porque eu realmente acho.
— Sério?
— Sim... você é amigável, gentil, e adora conversar... e se a Jieun só convidou pessoas legais, você vai poder fazer tudo que gosta nessa festa. E vai se divertir...
Jimin sorri, e suas bochechas ficam levemente vermelhas. Lindo...
— Então... eu acho que eu vou! — ele diz, e parece animado só de dizer isso. — Mas do quê que eu vou?
— Você pode ir de tangerina — eu falo, e Jiminnie me dá um tapinha, aos risos.
— Ou de laranja gigante, né? — ele fala, e é a minha vez de dar um tapinha nele.
— Não, de laranja gigante não!
Aos risos, Jiminnie e eu entramos no corredor dos nossos armários. Quando estamos perto da escada, damos nossas mãos — como de costume — e nos esgueiramos pra entrar debaixo dela.
Assim que estamos longe da possibilidade de sermos vistos, nós nos abraçamos. Jiminnie se vira para mim e coloca suas mãos acima do meu quadril, me envolvendo com tanto carinho e de uma maneira tão familiar que, sem pensar duas vezes, eu o envolvo de volta, passando meus braços por cima de seus ombros, sorrindo, e fechando os meus olhos com a sensação única do seu abraço.
— Eu queria que você fosse comigo... — Jiminnie sussurra, no nosso abraço. Posso sentir seu cheirinho gostoso e a maciez do seu abraço. — Eu fiquei pensando... a ideia de estar todo mundo juntinho me traz lembranças do acampamento... e me dá vontade de ficar com você...
Em silêncio, recebo suas palavras. Elas fazem sentido, mas... puxa... eu não devo me sair bem em festas. Apesar de ter conseguido me sentir bem do acampamento, isso... parece diferente.
— Puxa... — eu sussurro, sem saber o que dizer. Jiminnie me aperta mais um pouco.
— Se eu for mesmo, vou ficar pensando em você... — ele diz, e se afasta para me mostrar um lindo sorriso. Até seus olhos estão sorrindo... — E vou sentir a sua falta...
Sinto meu coração palpitar, porque... puxa... Jiminnie parece me querer de verdade lá.
Por quê? Eu só iria atrapalhar, puxa...
— Puxa... — eu digo, de novo, e fecho meus olhos quando Jiminnie se aproxima e toca minha boca com a sua. Tão bom e macio. — Se... se eu fosse, ficaria todo nervoso e atrapalharia tudo...
— É por isso que você não quer ir? — ele pergunta baixinho, e ainda estou com os meus olhos fechados.
— É... também... — eu crispei os lábios.
Jiminnie me beija na boca novamente. E então, beija a minha bochecha.
— Mas se formos juntos, vamos nos divertir... — ele diz, e me faz abrir os olhos de novo. Quando os nossos olhos se encontram, Jiminnie sorri e se aproxima para me abraçar mais uma vez. — Não quero que você sinta que eu estou insistindo pra você ir... eu só quero dizer que se você for comigo, vai ser divertido... e você não vai atrapalhar nada...
A voz doce do Jiminnie abala todos os meus sentidos e me faz pensar tanto, tanto na ideia...
Puxa, se fosse outra pessoa me convidando para uma festa eu não pensaria duas vezes em negar, mas por que quando o Jiminnie fala assim comigo, sem nem insistir, parece tão bom e convidativo?
— Você... quer mesmo que eu vá? — eu pergunto, e Jimin me aperta mais, passeando as mãos pelas minhas costas carinhosamente. É tão bom, puxa...
— Claro que sim... — ele diz. — Sempre quero estar com você...
Eu fecho os meus olhos.
— Eu... — eu murmuro. Depois, suspiro. — Tenho medo de não gostar e querer ir embora de repente...
— Se isso acontecer, vou com você, Gukie...— ele diz, e se afasta para me olhar. — Eu vi no convite que a casa da Jieun fica perto da minha... se você quiser ir embora, podemos ir caminhando até a minha casa e depois eu te levo até a sua de bicicleta...
— Mas... e se você estiver se divertindo muito e eu quiser ir embora? — perguntei, porque agora estou considerando mesmo ir à festa.
O que Jiminnie está fazendo comigo, puxa?
— Não vou me divertir se você estiver desconfortável, meu amorzinho...
Amorzinho...
Amorzinho...
Ah...
— Mas...
— Eu juro... isso não vai acontecer — ele diz, e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. Isso me dá um arrepio. — Você quer ir, Jungkookie? Comigo?
Seus olhos castanhos, hipnotizantes, me fazem sentir que tudo é possível. E é com esse sentimento que, um pouco hesitante, digo o que jamais pensei que iria dizer antes:
— Eu... — Eu mordo os lábios. — Eu quero, Jiminnie...
Puxa. Eu não acredito nisso, mas... eu quero. Eu vou. Eu vou à minha primeira festa, com Jiminnie...
Eu vou à festa fantasia da Jieun.
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