Após um mês, as coisas continuaram calmas.
Já prestes a acabar as aulas, Natsu encarava a nota que havia recebido pelo trabalho que o professor havia passado.
Natsu – Ele só pode estar de brincadeira... – pensou ainda sentado em seu lugar, até que ouviu o sinal do final das aulas.
Natsu esperou todos saírem e logo depois se levantou e andou até a mesa de Hades.
Natsu – Professor, posso falar com o senhor? – perguntou normalmente, fazendo com que Hades o encarasse.
Hades – Pois não? – perguntou no mesmo tom.
Natsu – Eu gostaria de entender o porquê do meu trabalho ter recebido essa nota – falou sério.
Hades suspirou – Se recebeu essa nota é por que não foi bom o bastante para receber uma melhor – falou normalmente.
Natsu – Poderia me dizer qual a parte que não lhe agradou? – perguntou seriamente.
Hades – Todas elas... O trabalho inteiro ficou um lixo – foi direto – Tudo que eu vi foram ideias infantis e impossíveis de serem feitas... Com essa nota, talvez faça algo melhor da próxima vez – voltou a mexer nas folhas em cima de sua mesa, não notando os olhos frios e opacos do rosado.
Natsu – Entendo... Então eu acho que deveria lhe agradecer por essa nota, né? – perguntou friamente.
Hades – Sim, você deveria – respondeu normalmente sem encarar o rosado.
Natsu ficou alguns segundos em silêncio –... Com licença – falou em um tom mais baixo, deixando o local.
Após longos segundos o rosado já saia no portão da faculdade quando viu Cobra o esperando.
Natsu – Cobra? – estranhou – O que está fazendo aqui?
Cobra – Só queria saber se o Aniki havia tirado a mesma nota que nós – falou sério – Os outros já foram na frente em direção à mansão.
Natsu – Sim, pelo visto o professor vai tentar me prejudicar também – falou seriamente.
Cobra – Vamos? – perguntou calmamente.
Natsu – Ah, não, hoje eu vou voltar mais tarde – chamou a atenção do amigo – Se a Lucy perguntar algo, fala que fui para a revista falar com a Aoi-san – explicou, vendo o amigo confirmar com a cabeça.
Natsu apenas viu Cobra sumir de suas vistas.
Levy – Podemos ir? – perguntou gentilmente ao aparecer atrás do rosado.
Natsu se virou – Claro – sorriu, seguindo em direção contrária a da mansão com Levy.
Levy – E então? Que papo é esse do professor pegar no seu pé? – perguntou calmamente enquanto andavam.
Natsu tirou a folha da mochila e entregou para Levy.
Levy leu – Seu trabalho está bem parecido com o meu... E mesmo assim as notas são completamente opostas – falou seriamente.
Natsu – Foi isso que eu quis dizer com, pegando no meu pé – falou seriamente, voltando a guardar a folha – Mas sem preocupações, em breve ele vai parar – falou calmamente.
Levy – Quem garante? – perguntou normalmente.
Natsu – Bom, eu não sou de aguentar desaforo, então seria melhor para ele parar... – respondeu calmamente.
Levy – O que? Está pensando em bater no professor? – perguntou com uma gota na cabeça – Se você fizer algo, vai acabar sendo expulso...
Natsu – Claro que não vou bater nele, e... Se não descobrirem quem fez esse “algo”, não tem como expulsar ninguém – falou tranquilamente.
Levy apenas encarou o rosado, sem responder a afirmação do mesmo.
Levy – E então? Por que me pediu para te acompanhar? – perguntou calmamente.
Natsu – Sabe, desde que a Lucy completou 24 semanas de gestação, eu passei a acreditar que ela pode dar a luz a qualquer momento – falou calmamente – A barriga está enorme... E ultimamente ela tem falado, cada vez mais, sobre um anel de noivado – suspirou – E eu acho que se eu não dar esse anel a ela, os bebês vão acabar nascendo antes do esperado...
Levy encarou o rosado com os olhos brilhando – Você vai dar um anel pra ela? – perguntou empolgada.
Natsu – Ela só deve ter ouvido essa parte... – confirmou com a cabeça – Mas não é pra contar para ninguém – fez a pequena prometer – E eu quero sua ajuda para escolher – sorriu.
Levy – Certo – sorriu de volta.
Continuaram a andar calmamente.
Levy –... Me pergunto se o Gray está bem... – chamou a atenção do rosado – No intervalo ele recebeu uma ligação, e depois acabou saindo mais cedo... – suspirou.
Natsu ficou pensativo, sem falar nenhuma palavra se quer.
Levy – Talvez tenha acontecido algo com a Juvia? Já que ela faltou hoje... – falou calmamente.
Natsu – Ela faltou para passar o dia com a Lucy – falou calmamente, surpreendendo à amiga.
Levy – Como assim? – não entendeu.
Natsu – Eu não quero que a Lucy fique subindo e descendo escadas toda hora – explicou – Então ela se ofereceu para passar o dia com a Lucy, já que eu não voltarei tão cedo pra casa – suspirou – Ao que parece, fazendo isso, ela acredita que estará um passo mais próxima de se tornar a madrinha de uma das crianças...
Levy – Isso não é justo! – se indignou, fazendo o rosado sorrir.
(toque de celular)
Natsu – Só um minuto – parou de andar e atendeu o celular – Alô?
Lucy – Como assim você vai ir ver a Aoi-san? – foi direta.
Natsu – Ele já chegou lá? – suspirou – Eu ainda trabalho para ela, então preciso falar com ela – mentiu.
Lucy – Você também trabalha para mim, e não me avisou sobre isso – falou séria.
Natsu – Nós vamos nos casar, então por que ainda tenho que trabalhar como mordomo? – não entendeu.
Lucy – É como em uma empresa liderada por uma chefe séria... Se ela se casar com um dos empregados, ele continuará trabalhando para ela – explicou – Assim não perde mão de obra atoa.
Natsu – Que lógica tem isso? – não conseguia entender a loira – De qualquer forma, a Juvia ainda está ai? – perguntou calmamente.
Lucy – Está sim – suspirou – Mas ela não me deixa sair da cama! – falou um pouco indignada.
Natsu riu – E a Wendy? Já chegou? – perguntou calmamente.
Lucy – Ainda não... – afastou o telefone da boca – Ela já chegou Juvia? – viu a amiga negar – É, ainda não chegou... Eu até pensei que ela havia resolvido voltar com você – falou calmamente.
Natsu estranhou – Tudo bem... Talvez ela chegue daqui a pouco... Vou desligar agora, se não a Aoi-san vai ficar brava – riu e desligou, não deixando a loira responder.
Levy – Vamos? – perguntou calmamente.
Natsu – Será que podemos fazer um desvio antes? – sorriu sem graça.
Levy – Tudo bem, mas por quê? – não entendeu, passando a seguir o rosado.
Natsu – Só quero confirmar uma coisa – falou calmamente.
Enquanto isso, em uma praça próxima ao centro da cidade.
Wendy – Você não disse que iriamos encontrar o Nii-san aqui, Gray-san? – perguntou calmamente, sentada em um dos bancos com o amigo ao lado.
Gray – Sim, estranho, ele ainda não chegou... – olhou para os lados.
Wendy – Mas por que me chamaram afinal de contas? – não conseguia entender – O que vamos fazer?
Gray – Eu ainda não sei... – estava pálido – Veremos quando ele chegar – suspirou.
A barriga de Wendy roncou, fazendo a pequena corar.
Wendy – I-Isso é por que ainda não almocei – falou envergonhada.
Gray – Entendo – riu sem graça – Quer comer algo? – viu a pequena confirmar com a cabeça – Vamos ver... – voltou a olhar para os lados, até avistar algo – Que tal um sorvete? – perguntou calmamente – Sei que não mata a fome, mas só até seu irmão chegar – sorriu.
Wendy – Tudo bem – sorriu – Eu quero um pote completo, mas sem amendoim, por favor.
Gray – Você quer esvaziar minha carteira é? – perguntou ao se levantar do banco, vendo a pequena sorrir.
Gray andou até a sorveteria, passando a suar frio.
Após alguns minutos voltou com o pote em mãos, o entregando para pequena.
Wendy viu o pote com diversos sabores e cheio de granulados e coberturas, fazendo seus olhos brilharem.
Gray voltou a se sentar ao lado da pequena – Vai aguentar comer tudo isso? – perguntou com uma gota na cabeça.
Wendy – Não se preocupe – sorriu.
Mas antes que desse a primeira colherada, foi impedida ao ter o pote tomado de seu colo.
Wendy – EIIII! – reclamou indignada, mas logo viu quem era – Nii-san, está atrasado!
Gray se levantou um pouco assustado.
Natsu – Atrasado? – sorriu, pegando a colherzinha da mão da irmã – Para que? – perguntou calmamente.
Logo depois Levy chegou atrás do rosado.
Wendy – Isso que eu gostaria de saber – respondeu normalmente – Eu e o Gray-san estamos te esperando já faz um tempo, mas ele me disse que diria o que era quando você chegasse! – fez o rosado encarar Gray.
Natsu – Hummm – encarava o amigo – E que sorvete enorme é esse? – perguntou calmamente.
Wendy – Eu estou com fome, então o Gray-san comprou pra mim – sorriu.
Natsu – Que sabores? – começou a comer o mesmo.
Wendy – Completo, todos os sabores – sorriu – Mas eu pedi sem amendoim, claro – falou calmamente.
Ao dar uma colherada mais funda e levar à boca, o rosado travou ao mastigar algo crocante.
Natsu – Hummm – encarou Gray friamente.
Gray apenas desviou os olhos.
Natsu – Levy, você pode levar a minha irmã para comprar outro sorvete? – perguntou calmamente – Eu vou ficar com esse.
Levy suspirou – Tá... Mas eu não tenho o dia todo – reclamou, pegando a pequena e andando em direção à sorveteria.
Natsu – E então? – continuou a encarar o amigo friamente – Por que esse sorvete tem amendoim, sendo que ela falou que não queria isso?
Gray – Me perdoe, mas... Eu não consigo falar com a Juvia desde ontem – falou ainda pálido, completamente desesperado – E quando tentei ligar hoje, um homem atendeu e me mandou fazer isso, se não ele iria fazer algo com a Juvia...
Natsu – Como você sabe que a Juvia estava com esse homem? – continuou a perguntar friamente.
Gray – Eu ouvi a voz dela! – aumentou o tom de voz – Ela pedindo minha ajuda... Eu tenho certeza que era ela.
Natsu – E por causa disso, você quase colocou a vida da minha irmã em risco?
Gray – O que?
Natsu – Ela é alérgica... E se a garganta dela tampasse? – perguntou seriamente.
Gray – E-Eu não sabia – continuou desesperado.
Natsu – Claro, eles te mandaram fazer isso só por que ela não gosta do gosto do amendoim – voltou a falar friamente – Você foi fraco, Gray...
Gray – Mas a Juvia... – foi interrompido.
Natsu – Está com a Lucy, na mansão – surpreendeu o amigo.
Gray – Como? – perguntou indignado – Eu ouvi a voz dela... – parou ao ver o rosado jogar o celular para ele.
Natsu – Ligue para o primeiro numero na minha lista de chamada!
Gray, com leves tremedeiras, fez o que o rosado mandou, sentindo o mesmo enfiar a mão em seu bolso, pegando seu celular.
Gray – A-Alô?
Lucy – Natsu? – estranhou.
Gray – Não, aqui é o Gray – falou ainda preocupado.
Lucy – Gray? – estranhou ainda mais – Por que está com o celular do Natsu? E o que está fazendo ai na sede da revista?
Gray – Sede? – logo mudou de assunto – Lucy, a Juvia está ai?
Lucy – Está sim – falou normalmente.
Gray – Posso falar com ela? – ouviu a loira concordar.
Juvia – Gray?
Gray voltou a se sentar no banco completamente aliviado – Ainda bem... – não conseguiu falar mais nada, o rosado acabou tomando o celular de sua mão e o desligando.
Natsu – Tome – entregou o celular de Gray – Quando atenderem responde! – viu Gray confirmar com a cabeça.
Após alguns segundos atenderam.
Gray – Aqui é o Gray... – novamente teve o celular tomado de sua mão.
? ? ? – Fez o que mandei? – perguntou seriamente.
Natsu – Uhum.
? ? ? – Que bom, agora não precisamos mais machucar sua namoradinha – falava com uma voz mais grossa.
Natsu – Me deixe ouvir a voz dela – tentou disfarçar a voz.
? ? ? – Claro – não percebeu –... Vamos, fale algo!
Logo o rosado pode ouvir.
“Juvia – Kyaaaaaaahh, Gray-sama me ajude! – falou desesperada”.
Natsu suspirou – Certo, acabou a brincadeira – voltou a falar seriamente, sem disfarçar a voz.
? ? ? – O que? Quem está falando? – se assustou.
Natsu – Não interessa quem está falando... Você acha que eu vou cair em algo tão idiota como uma gravação? – perguntou seriamente, passando a encarar Gray, que apenas se surpreendeu ao ouvir – Isso foi gravado quando fomos para a casa da praia do Sting nas férias do ano passado – falou seriamente, fazendo Gray se lembrar.
Natsu percebeu que a pessoa do outro lado da linha não respondia – Não desligue o telefone, se não as coisas ficarão feias para o seu lado – falou friamente – O que você pensa que está fazendo? Orga – surpreendeu o garoto do outro lado da linha.
Orga – Como você sabia? – perguntou surpreso.
Natsu – Essa voz grossa e convencida de quem se acha homem só por que é bombado, só você que faz – falou seriamente, irritando Orga – Sua mãe sabe que você está fazendo isso?
Orga – O que? – não entendeu – Natsu! – se lembrou de que o rosado falava algo parecido.
Natsu – Você sabe que o que você está fazendo é crime, certo? – perguntou seriamente.
Orga – E dai? Você faz praticamente a mesma coisa, e nada aconteceu com você – respondeu no mesmo tom.
Natsu – Não me compare com você, se estivermos falando de inteligência e do modo que fazemos as coisas, estamos em mundos completamente diferentes – fez o garoto ficar em silêncio – Você sabe muito bem que o Gray pode te denunciar, tanto por roubo quanto por ameaça e falso sequestro/extorsão – falou seriamente.
Orga – Mas eu não extorqui ninguém! – se revoltou.
Natsu – Bom, eu tenho testemunhas aqui de que você pediu dinheiro para libertar a Juvia – mentiu cinicamente.
Orga – Seu... – não sabia o que dizer.
Ficaram alguns segundos em silêncio.
Orga – E-Eu só fiz o que o Rogue me pediu... Ele disse que não daria problema algum – falou normalmente.
Natsu – Eu sei que foi ele quem te mandou fazer isso – suspirou – Ok, por eu ser uma boa pessoa, deixarei passar dessa vez – surpreendeu o garoto – Afinal, você tem a mentalidade de uma criança, não posso te culpar por isso – percebeu que Orga não pensava em responder, que apenas engolia seu orgulho – Só deixar avisado, se você voltar a fazer algo que possa me prejudicar ou prejudicar meus amigos, não haverá mais perdão – falou friamente.
Orga engoliu seco.
Natsu – Então, pare de fazer essas coisas antes que sua mãe descubra – falou brincalhão e desligou o telefone.
Gray se levantou.
Natsu entregou o celular para o amigo.
Gray, mais aliviado e feliz, apenas pensou em agradecer – Obrigado Nats... – não conseguiu concluir ao ter o rosto acertado fortemente por um soco do rosado.
Natsu encarou Gray friamente enquanto o mesmo estava caído no chão – Por que não ligou para os pais da Juvia ou pediu ajuda para nós? – perguntou friamente – Eu avisei que o Rogue faria de tudo, mas ele não é burro o suficiente para cometer crimes desse tipo.
Gray não conseguia encarar o rosado, apenas segurava o nariz que sangrava.
Natsu – Eu sei que a Juvia é tão importante para você quanto a Lucy é para mim... – falou sério – Mas se você voltar a se aproximar da minha irmã, voltar a se aproximar da Lucy com esse tipo de intenção, eu não vou te perdoar Gray.
As pessoas começaram a se reunir para ver o que estava acontecendo.
Levy – Já terminaram de conversar? – perguntou com uma gota na cabeça ao voltar para onde os garotos estavam, sendo seguida por Wendy.
Mesmo vendo o nariz de Gray sangrar, não falou nada.
Wendy mesmo confusa com o que estava acontecendo, resolveu não perguntar nada a Natsu.
Levy – Será que vão te expulsar por isso agora? – perguntou ao rosado enquanto andava até Gray, o ajudando a se levantar e entregando algo para que o mesmo tampasse o nariz – Será que quebrou? – perguntou em um tom mais baixo enquanto olhava o nariz do amigo.
Natsu – Me expulsar por quê? Foi apenas um acidente onde o nariz do Gray se chocou contra o meu punho – falou normalmente.
Levy – Você consegue ser frio até em momentos como esse? – perguntou com uma gota na cabeça.
Natsu – Bom, eu fiz isso, exatamente, para nossa amizade não acabar – falou sério, fazendo com que Gray o encarasse – De qualquer forma, Levy... – chamou a atenção da garota – Será que podemos fazer “aquilo” amanhã? Acho que é melhor eu voltar para casa agora – sorriu.
Levy – Tudo bem – suspirou – Vou voltar com o Gray...
Natsu – Vou voltar com a minha irmã comendo esse pote de sorvete – sorriu com o pote em mãos com o sorvete já todo derretido enquanto Wendy se deliciava com o pote novo que Levy havia comprado.
Após alguns minutos, a caminho da mansão, Wendy pode perceber os olhos opacos do rosado.
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