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História Ele, ela, ambos, porém - Capítulo Único


Escrita por: CilikCurious

Notas do Autor


Essa foi minha primeira fic de Miraculous que fiz a mais de um ano. Foi uma das minhas primeiras estórias, minha escrita mudou muito desde então. Mas espero que gostem como eu gostei de escrever.

Só pra avisar eles estão em um multiverso paralelo ao de Miraculous. Talvez nossa p-brana vizinha, nunca saberemos.

Capítulo 1 - Capítulo Único



_“O mundo é instável, oscilante e inconstante. A única coisa fixa nesse mundo incerto é a música, partituras e cifras são partituras e cifras em qualquer lugar”_, pensava ele enquanto olhava, pela janela da casa de arquitetura barroca, as folhas das árvores.


_“O mundo é estático,inerte e imóvel. A única coisa fluida nesse mundo estagnado é a música, sempre em mudança e transformação”_, ela devaneava olhando os altos prédios pela janela do carro.


***


Ele veio de avião, ela de ônibus, ambos animados, porém desavisados do que lhes esperava.


***


_ Vamos, Nino, temos que fazer o chegar na recepção do hotel rápido, os quartos são designados em ordem alfabética _,  ele apressava seu amigo que carregava três malas e uma mochila com visível dificuldade.


_ Pergunta: Como você consegue trazer trazer só uma mala pequena e uma mochila para uma viagem de uma semana?_, Nino perguntou a mesma pergunta que fez ao longo de todo trajeto da excursão, obtendo, assim, a mesma resposta que seu amigo, virando para trás e andando de costas, lhe deu durante o trajeto: a arte de ser mochileiro.


Ela carregava uma boa quantidade de livros e sua amiga, tão envolvida em conseguir registrar tudo da viagem para, posteriormente, colocar em seu blog,não lhe ajudava. _ Obrigada, Alya _, disse ela sarcástica antes de colidir com ele, que a andando de costas não notou a aproximação.


Os livros estavam espalhados pelo chão, ela caída e ele sem sua mala, a qual também estava no chão. _ Me perdoe, eu andava distraído _, ele tentava se redimir recolhendo os livros da garota que derrubara, ela gosta de ficções, ele constatou em sua mente vendo as capas dos livros.


_Excelentes livros_, ele disse entregando os mesmos para a menina que já estava de pé. _“O espírito vive de ficções, como o corpo se nutre de alimentos”_, ela respondeu timidamente mostrando seus olhos azuis para o garoto a sua  frente, deixando ele sem reações por um breve momento. _Marquês de Maricá_, a resposta do menino olhos verdes a sua frente lhe tirou um sorriso de surpresa de seu rosto. _Ele sabe frases de célebres_, ela pensou.


Ele se dirigiu à recepção, ela ao seu quarto, ambos pensando em olhos que acabaram de conhecer, porém desconsideravam a possibilidade de outro encontro.


***


Não foi a noite fria gaúcha, nem os roncos estrépitos de seu amigo Nino que lhe tiraram o sono dele, mas sim um par de olhos azuis, cabelos negros que sob a luz pareciam azulados, um par de laços escuros que seguravam, segundo ele, “um estilo despojado de maria-chiquinhas”.


Ele pega uma prancheta própria para desenho, com uma luminária embutida, e começa a desenhá-la. Ele nem ao menos sabia o nome dela, não sabia absolutamente nada sobre ela, mas mesmo assim sentia o neurotransmissor dopamina percorrer seu sangue dando-lhe uma sensação de euforia por olhar um esboço. _Será que isso é que é estar apaixonado_, ele pensou com um sorriso no rosto.


Tirando os olhos do desenho por um breve momento ele vê, pela fresta da porta que comunicam os quartos par a par, uma frágil luz amarela. Por um quimera de sua mente ele sorri frente a esperança.


Ele pega a luminária à sua frente e a direciona para a porta. Ele começa a ligá-la e desligá-la. Código Morse.

--- ..   …- --- -.- .  --.- ..- . .-.  -.- --- -.- ..- . .-. … .- .-.(Oi, você quer conversar?)


Ele repetiu esse sinal cerca de três vezes e esperou.


… .. -- (Sim)


Ele ficou sem saber o que dizer, então a pessoa do outro quarto falou.


…- --- -.- .  .  ---  --. .- .-. --- - ---  -.. .-  .-. . -.- . .--. -.- .- --- (Você é o garoto da recepção?)


Ele sentiu a noradrenalina  no seu sangue fazendo seu coração palpitar com mais vigor.


.  …- --- -.- .  .-  --. .- .-. --- - .-  -.. .- …  ..-. .. -.- -.- --- . … (E você a garota das ficções)


Como resposta ele obteve o anseio de seus desejos.


. -..- .- - --- (Exato)


Foi inevitável, ele sentiu seu uma vontade impulsiva de vê-la. Então ele propôs.


--.- ..- .-.  -.- --- -. …- . .-. … .- .-. .-.. .-  ..-. --- .-. .- (Quer conversar lá fora?)


--.- ..- . .-. --- (Quero)


Ele como um raio pegou sua garrafa térmica e foi para o corredor. Ela, temerosa, pegou um pente e foi também para o corredor do hotel.


_Desculpe o meu cabelo, ele é difícil de ficar penteado_, ela disse rindo sem graça e olhando para os pés enquanto abria a porta de seu quarto. Porém ele a enxergava de outra maneira, para ele ela era perfeita, seu rosto, sua voz, seu cabelo, sua altura, seus olhos, tudo era magistral.


_Seu cabelo está ótimo, não se preocupe, se quiser eu te ajudo a pentear_, ele disse se esforçando para não corar o que ela também fazia. Ela agradeceu e começou a pentear o próprio cabelo sentando de costas para o mesmo, até ser surpreendida pela mão dele sobre a sua fazendo com que ela sentisse confiança de deixá-lo com o pente, ele começou a pentear delicadamente das pontas até a raiz do cabelo com movimentos para baixo.


_Cappuccino?_, ele ofereceu a ela a pequena garrafa térmica, a qual ela não recusou.


No começo eles ficaram em silêncio, falavam pouco e sentavam afastados, mas com o passar do tempo ele iniciaram vários assuntos como livros, músicas e enigmas os quais fizeram eles conversarem horas à fio, alegres, sem barreiras.


Perto do alvorecer se dirigiram aos seus devidos quartos mas não  sem antes uma mensura clássico, ele tirou um chapéu imaginário da cabeça ela, responsivamente, ela se dobrou levemente seus joelhos levantando a barra de um vestido inexistente.


Ele foi a um museu, ela  a uma edificação de arquitetura holandesa, ambos perdidos entre o real e o imaginário, porém já começaram a cogitar certas possibilidades.


***


Ela não teve insônia aquela noite.


Ela nem sequer dormiu, ele também não.


…- .- -- --- … (Vamos?)


--- -... .. …- .. .- -- . -. - . (Obviamente)


Eles se encontraram com sorrisos e bochechas coradas. Riram, tomaram toda a garrafa de cappuccino, descobriram que ambos eram músicos, ele tocava piano e ela violoncelo, que ambos não resistiam a ficções e nem a frases de pessoas importantes, ambos amavam pudim, _Quem não ama pudim?_, eles se questionaram.


Constataram que eram apaixonados, ainda que esse termo os fizesse corar, por enigmas de todo tipo.


Eles passaram a noite lado a lado, com os braços encostados, ela com a cabeça no ombro dele e ele com a cabeça sobre a cabeça dela.


Eles só saíram dessa posição quando o primeiro raio de sol apareceu na janela do corredor.


Ele foi a uma praça histórica, ela em um museu, ambos entre o imaginário e o real, porém ambos já idealizavam um contato visual.


***


_É mesmo. Eu ainda não sei o nome dela_, foi o que ele que pensou durante alguns segundos quando o instrutor perguntou sobre um personagem histórico. O deslize foi abafado com uma expressão pensativa e um estalo antes de dar a resposta.


Após ver um quadro de um dos fundadores da cidade, ela parou para pensar nele, _Nossa! Eu nem sei o nome dele, ai meu Deus! Por que eu estou pensando nesse garoto, será que eu me apaixonei por aqueles olhos verdes e aqueles cabelos loiros. Não! Eu não posso ficar pensando nele, não posso me apaixonar por aquele garoto alto e forte de pijama que sebe código Morse e toca piano. Ai! Por que eu estou ficando corada? Ele nem está aqui_. Entretida em suas ponderações ela quase se perdeu do restante da excursão.


A tarde era livre exceto para aqueles corações acorrentados, que ansiavam o reencontro.


_Vamos lá! Eu tenho que ver o preço dos headphones_, Nino insistia com ele para irem à uma loja de música. _Vem, você tem que vir comigo! Você encontra o garoto de noite como você fez as outras noites!_, Alya insistia com ela para irem em uma loja de eletrônicos se utilizando de recursos inescrupulosos, _Como você sabe?_, ela quase gritou a frase pelo susto que levou, _Eu sou uma Youtuber investigativa, lembra?_, Alya responde como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.


Na loja de música, Nino se dirige rapidamente a seção de eletrônicos, certamente também iria ver materiais para sua carreira de DJ. Ele vendo um piano com as teclas à mostra, foi até o instrumento e com os pensamentos em um certo alguém começa a tocar um ode à sua amada: Sonata ao Luar.


O primeiro movimento era os olhos dela, calmos como as águas cristalinas de praias paradisíacas do Caribe, era sua pele macia e delicada como a pétala do crisântemo branco, era sua timidez que a tornava tão graciosa. O segundo movimento era os cabelos dela, soltos, rebeldes e felizes, eram seus lábios, seu sorriso que aquece corações. O terceiro movimento era seu sorriso que incendiava o coração do garoto, sua alegria, suas risadas, as caretas que fazia quando contava histórias, era seu jeito, suas qualidades, seus defeitos. Era tudo que a tornava tão especial, tão viva, tão radiante, tão envolvente, tão amável, tão bela, tão interessante, tão misteriosa. Ela era um enigma em seus momentos altos e baixos, nos _elevaris_, nos _glisados_, nos _ritornelos_, e nos _ritardandos_. Ela era um enigma e ele tinha que resolvê-la.


Ela estava com Alya vendo equipamentos para filmagem, ela que gravava os vídeos da Youtuber, aérea, quando ouviu uma música ao fundo, Sonata ao Luar, ela pensou ao ouvir mais um pouco da música.


Ele pensava nela, ela pensava nele, ambos apaixonados, porém não sabiam que se atravessassem a rua se encontrariam.


***


_Nino, ali tem uma máquina de café, com certeza vai ter cappuccino lá_, ele disse se afastando do amigo que afirmou, rindo, que ele era movido à cappuccino. _Pode ir Alya, vai testar sua nova câmera, eu levo os equipamentos para o quarto_, Alya agradeceu e soltou um gritinho agudo subindo correndo para  sua acomodação.


_Que máquina decente de café não faz cappuccino?_, ele estava decepcionado. _Nossa! Como eu queria uma ajuda_, ela não aguentava os objetos que segurava.


Dois garotos caídos e uma caixa com apetrechos de filmagem, que foi salva, resultaram da colisão. Eles coraram quando se olharam, eles coraram ainda mais quando perceberam que, finalmente, se encontraram, e coraram ainda mais quando perceberam que estavam corados, e coraram ainda mais, se é que era possível estar mais corado, quando viram que a pessoa que amava também estava corada.


_Oi, está tudo certo com você? Não se machucou?_, eles disseram em uníssono, o que fez eles rirem, que por sua vez tirou a tensão do ar. Eles já não estavam tão corados.


Ele a ajudou a carregar os objetos pesados, também quase não os aguentava. Caminhavam em silêncio até ver um cartaz da banda que se apresentaria em dois dias no hotel para o total de três excursões presentes. Também ocorreria uma competição onde os adolescentes músicos poderiam apresentar a música de um programa desde que o grupo estivesse fantasiado de acordo, uma batalha de covers.


Eles se olharam com um sorriso maroto no rosto e uma ideia germinando na cabeça.


Ele a levou até a porta do quarto dela e desejou boa noite com um abraço desajeitado, o qual o fizeram voltar para o estado extremo de vermelhidão das bochechas de pouco tempo atrás, ficaram abraçados por um tempo. Ela com a cabeça enterrada no peito dele e ele com o queixo sobre a cabeça dela.


Se despediram com uma mensura clássica, mais desajeitada devido a vergonha, e foram para o seus quartos.


Ele se deitou sobre sua prancheta própria para desenho e começou a registrar todos os momentos que teve com ela até dar a hora de seu “encontro”. Ela retomou o rascunho de um romance, se sentia inspirada.


_O que poderíamos tocar? Nós tocamos clássica e isso pode dar muito errado porque ainda temos que nos fantasiar_, ela soltou as preocupações sobre o garoto. Ele estava em posição de meditação ela com a cabeça sobre as pernas dele. _Você já ouviu falar de Miraculous?, ele perguntou, Sim, minha priminha assiste. Espera aí, você quer me dizer isso? Não de jeito nenhum, eu não vou me fantasiar de joaninha!_, ela não se irritou verdadeiramente com a proposta, mas ficou sem reação por causa do romance contido no desenho. _Será que ele está perdidamente apaixonado por mim como Chat Noir está por Ladybug? Não seja tão boba Marinette, a resposta é não_, ela se perguntou e respondeu mentalmente. _Eu concordo, ela cedeu_. Continuaram conversando a noite toda, principalmente sobre a partitura da música a qual tocariam. Foram para seus quartos não sem antes uma mensura clássica e um abraço.


Ele foi à uma edificação de arquitetura holandesa, ela à uma praça histórica, ambos aéreos, porém estavam ansiosos pelo dia seguinte


***


Eles não resistiram, se renderam ao cansaço e ao sono, todavia acordaram cedo.


Ela despertou antes do amanhecer e foi para a varanda do quarto ver o nascer do sol, ele também, mas um pouco descompassado em relação à ela. Admirando a paisagem ela pensou, _Como ele é lindo_. [Mesmo sendo um narrador onisciente não sei se ela se referia ao astro ou ao garoto de cabelos loiros, talvez se referia aos dois.]


Ela chegou a sua varanda e começou a chamá-la por sussurros, _Ei! Srta.! Ei! Garota das ficções!_. Ela riu dele e fez um aceno para que fossem para o corredor.


_Quer tomar café?_, ela perguntou, _Cappuccino_, ele fala levantando uma das sobrancelhas como se estivesse indignado, com isso ele arranca uma risada dela. Ele lhe estende a mão e ela entrelaça os dedos dela com os dele, _Cappuccino, então_, ela fala rindo e começam a andar em direção ao café do hotel.


Eles tinham o dia livre, todas as excursões tinham para se preparar para o show.


Após o café, digo, cappuccino, eles foram à recepção se inscreverem na competição. Finalmente descobriram seus nomes.

_A Srta Dupain-Cheng me daria a honra de acompanhá-la na compra das fantasias?_, Adrien pergunta com formalidade, _Certamente Sr. Agreste_, Marinette responde mantendo a classe. Eles seguem agasalhados pelas ruas do Rio Grande do Sul de mãos dadas à procura de fantasias.


***


_Vamos lá, é a nossa vez Mari_, ele a chamou para a entrada do palco.


_E agora com vocês Adrien e Marinette cantando a música de abertura de Miraculous As aventuras de Ladybug e Chat Noir no original francês e tocando no …_, o apresentador hesita, _piano e no cello, essa é nova aqui, nosso primeiro cover com clássicos. Uma salva de palmas para recebê-los._


Um garoto de máscara preta cobrindo apenas os olhos verdes, cabelos loiros, roupas pretas, com um cinto representando um rabo e um sino de coleira de gato na gola, e orelhas de gato no meio dos cabelos sobe mostrando suas habilidades no manuseio de um bastão retrátil, ele para em frente o piano e para em posição de ataque. Logo depois, com os holofotes se concentrando nela, uma garota vestida como joaninha, com uma máscara, sobre seus olhos azuis, como a do garoto só que com o tema do animal entra fazendo manobras com um ioiô que tinha como decoração a mesma estampa de sua roupa e máscara, ela para em frente ao cello.


Os holofotes são desligados e logo depois passam a iluminar os músicos, já em suas posições.


A música começa na voz de Marinette e no piano, o cello entra logo depois e a voz de Adrien no meio da música.


_Pessoal isso foi incrível, eu adorei o cello e vocês?_, o apresentador pergunta e a plateia grita sim, _Eu nunca pensei que diria isso, mas para tudo tem a primeira vez. Vocês topam uma música clássica depois da apresentação, galera?_, ele pergunta, tentando dar um aumentar o período da apresentação para compensar o atraso da banda que ainda estava vindo, e a platéia responde sim. _Vocês estão intimados então_, o apresentador diz a dupla fantasiada no palco. Eles sorriem.


Eles aproveitam as apresentações antes da banda chegar, no tempo certo. O apresentador vai se pronunciar, _Com vocês a banda mais esperada do dia The Kira Justice!!!_, a plateia composta de adolescentes grita de animação.


Os dois fantasiados aproveitam o show e na última música, romântica, eles ficam abraçados o tempo todo. Alya e Nino estavam próximos e não perderam a oportunidade de fotografá-los, mas logo depois as flechas do do cupido também perfuraram seus corações e passaram o resto da noite juntos.


O vocalista principal antes de se despedir diz, _Pessoal, fiquei sabendo de uma dupla cover clássica que vocês queriam ver no final do show não é?_, um holofotes foi direcionado a Chat Noir e Ladybug no meio da multidão, que começou a abrir caminho para o palco. Eles se dirigiram até a banda corados, pois foram pegos em um abraço digno de conto de romance.


Chegando ao palco, a banda e a multidão fazem um silêncio sepulcral, aliás aquilo poderia ser considerado um concerto.

Ele olha para ela e sussurra, _Barbeiro de Sevilha_, Marinette arregala os olhos e responde, _Como assim? É uma ópera, alguém tem que cantar, a voz é masculina e eu não consigo fazer a melodia principal no cello!_, também sussurrando. Ela pode ler _meus movimentos são friamente calculados_ nos lábios de Adrien antes dele falar ao microfone, _Queríamos convidar todos que tocam clássica ao palco o acervo do hotel disponibilizará instrumentos para todos, seria muito egoísmo de nossa parte se não honrássemos todos os que tocam instrumentos eruditos. Vamos lá! Sevilha precisa de um barbeiro!_.  Não eram muitos, mas foram o suficiente. Uma pianista foi a primeira a aparecer, seu nome era Chloé Bourgeois, _parece ser uma garota gentil_, pensou Marinette. Três violinistas logo em seguida,Sabrina Raincomprix,Nathaniel Kurtzberg e Alix Kubdel, eles aparentavam ser amigos. Uma jovem, Nathalie Sancouer, apareceu com uma flauta transversa.


Eles tocaram a ópera Barbeiro de Sevilha com Adrien como baixo-barítono.


A platéia e a banda aplaudiram com vigor aos músicos que se curvaram em agradecimento.


***


Adrien arfava.


Ela havia respirado em uma pausa errada na canção e por isso tinha feito um esforço sobremaneira para continuar cantando. Mal conseguia falar, faltava-lhe fôlego.


Eles estavam a caminho dos quatros, Marinette, vendo o estado de seu… Bem, ela não sabia como se referir a ele, ela não sabia se podia referir a ele com o pronome seu… Vendo o estado de Adrien, recomendou ele que tomasse um banho e esperasse sua respiração voltar ao normal e depois eles se encontravam. _Vou te esperar no café_, ela marcou o local do reencontro e Adrien, ainda que com dificuldade, a corrigiu, _C-cappuccino_, com essa frase ele arrancou uma gargalhada dela e a risada, por sua vez, tirou um sorriso dele.


***


Ele estava silencioso, ela apreensiva, ambos temerosos, porém felizes.


Ela estava sentada em uma mesa, com os cotovelos apoiados nela, tomando algo numa caneca. Ela usava uma boina, parecia uma parisiense.


Adrien se aproximou de Marinette com um sorriso. Ele sentou na mesa de frente para ela e os dois ficaram, em silêncio, olhando um para outro.


Não vamos falar?, pergunta Marinette ao ver o café quase vazio, ela obteve como resposta às mãos de Adrien sobre as suas.


Ele se aproximou ficando os dois lado a lado.


Ela entrelaça seus dedos nos dele.


Ele envolve o pescoço e ombros dela com o braço.


Ela deitou sua cabeça no peito dele, ouvindo o coração garoto e olhando para o rosto do dele.


Ele sentiu o cheiro dos cabelos dela.


Eles ficaram, em silêncio, olhando um para outro.


***


Nino e Alya estavam preparando tudo.


***


Ele foi arrumar a mala, ela foi descansar, ambos saudosos, porém amando.


***


Ela acordou cedo por causa de um misto de sentimentos que não podia explicar. Ela se dirigiu a porta que comunicavam os quartos. Vendo uma carta que foi passado do outro quarto por debaixo da porta ela percebeu, na parte de trás do cinco de copas, o nome de uma música, _Musica de anime?_, ela achou aquilo confuso, _É um enigma, isto é óbvio: se é confuso é um enigma ou um erro_, mas aquela carta vinha do quarto dele, logo era um enigma.


Ela começou a ouvir a música e não notou que sua amiga já estava acordada. Os versos, espalhando-se pelo quarto, começaram a ser desvendados.


_“Seu olhar ao longe que arde e invadiu meu ser é o que ilumina o meu amanhecer.”_


Ela pensou na primeira vez que se conversaram, _A luz por debaixo da porta_, ela abre a conexão e na porta do quarto dele estava colado em um envelope lacrado com cera. _Clássico_.


_“OH-YEAH Escute a minha voz quando eu te chamar [...] Olho pro(sic) céu e vejo a lua e o sol no mesmo lugar como se fossem só.”_


Ela correu para a varanda e lá havia outro envelope, como o anterior.


_“Em meio a neve eu encontro o seu sorriso [...] OH-YEAH Mas será que você sente esse frio que chega quando não tenho você aqui presente.”_


_Frigobar? Sério que sentido isso tem?_, mas um terceiro envelope estava lá.


_“[...] seu sorriso tão lindo, em meus sonhos está presente [...]”_


Sonhos, sono, travesseiros, embaixo da cama!_, Alya ria do raciocínio um tanto que exótico da amiga. Já foram quatro envelopes.


_“Não diga adeus!”_


Ela pensou na frase e a alegria de resolver um enigma a impediu de resolver outro. _Será que é a porta de saída?_, ela estava certa.


_Devido ser um cinco de copas, acho que devem ser só cinco envelopes_, Marinette os abriu e viu as cenas onde eles haviam se encontrado, na recepção, as noites que passaram juntos, o café (cappuccino) do dia anterior, a tarde em que ficaram abraçados.


Atrás das folhas estava um enigma. Um conjunto de cinco letras em cada um dos esboços de Adrien, respectivamente: JToqO, uhruu, sedeç, tkara, iiroN, vrdaã, eaocp.

 

_Nada como um pouco Júlio Verne_, ela pensou enquanto desvendava o enigma.


Ela seguiu o enigma, deitou enquanto ouvia a música sugerida pelas palavras codificadas.


Era a mesma música que tocava no momento em que estavam abraçados.


Uma música romântica.


Uma declaração de amor.


_O que você está esperando, joaninha? Vai atrás do seu gatinho, um passarinho verde me contou que a excursão dele não saiu, ainda_, a mensagem dita por Alya despertou Marinette de seu estado de suspensão, ela, em um pulo, se arrumou e desceu o hotel correndo.

***


Ele estava em frente ao ônibus, o único que não havia entrado. O professor de literatura, Max, o chamava para entrar no automóvel.  _Só mais um pouquinho_, Adrien pedia mais tempo, ele esperava ela.


Um sorriso brotou em seus rostos quando se viram. Ela vinha correndo da recepção e foi recebida com carinho nos braços dele, o giro foi inevitável. [ Físicos explicam isso através do momento angular, apaixonados através do amor e leitores céticos através do clichê]


Ela enterrou no peito dele, ele derramou uma lágrima na perspectiva de despedida e isso fez Marinette iniciar um diálogo:


__ Ei! Não chore __ ela disse limpando as lágrimas dele.


__ Corre-se o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar.


__ Meu pequeno príncipe __ ela riu se lembrando do livro __ Eu não quero que você vá __ ela também começou a chorar.


__ Eu quero que fique com isso __ ele tirou suas luvas e entregou para ela, que as guardou delicadamente no bolso.


__ Porque a luva? __ ela perguntou sem olhar pra ele. Tinha medo do que sentia.


__ Foi quando eu percebi que te amava.


Eles se olharam e, mesmo corados, selaram sua paixão com um olhar terno e amável.


Se separaram, o professor apressou ele novamente e ele teve que ir.


Ela olhava para as luvas e se lembrou.


_Ela estava na loja de acessórios para filmagem com Alya. No fundo havia uma música clássica, Sonata ao Luar. Ela olhou ao redor, quase no fim da música, e viu na loja de música do outro lado da rua duas luvas tocando um piano._


_Era ele_, ela concluiu. Rapidamente ela foi a escada e impede que ele suisse com um abraço forte. _Meu Deus, se beijem logo nós temos que ir_, o professor de literatura apressou novamente.


Eles acataram a sugestão de Max e se beijaram, não como em um conto onde pássaros cantam e o pôr do sol está presente, mas se beijaram apaixonados.


***


Ele olhava para os prédios através da janela do ônibus.


Ela olhava o céu e as poucas árvores entre casas.


Ambos se distanciando gradativamente.


Porém estavam ligados pela corrente que liberta corações presos tornando-os cativos uns dos outros. Mais forte que a música, mais estável que leis físicas, mais mutável que o núcleo de estrelas maciças.


Estavam ligados pelo amor.


Notas Finais


Algum dia temos que mostrar ao mundo o que escrevemos, não?
"Mesmo que seja bizarro".

Se você encontrar um erro, por favor me avise para que possa concertá-lo.

Obrigado e au revoir


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