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História Electric Love - ShinkamiKamishin - Control Mind - Loiros Barulhentos


Escrita por: bloom_sky

Capítulo 2 - Control Mind - Loiros Barulhentos


Pela manhã, despertava o relógio, juntamente de outros barulhos familiares demais para serem esquecidos. Meus olhos lacrimejavam de sono, e minhas pálpebras pediam arrego. Mas ainda assim levantava, ia ao banheiro, pingava colírio em minhas orbes, escovava os dentes e penteava os cabelos, deixando o sono naquele recinto e me preparando para o dia de aula que vinha pela frente. Em meados das cinco da manhã, já imaginava que ninguém podia ter um bom humor, exceto por um único maluco que estava agora na sala de Aizawa.  

   - Hitooooshi – Gritou agudo e prolongado, sentado no sofá como se fosse o de sua casa. Os pés na mesinha da frente e a televisão ligada no jornal da manhã.  

   - Bom dia, Hizashi-sensei – Passei por sua frente para pegar minha mochila que havia ficado por ali, passando novamente por sua frente para voltar ao quarto.  

  - Aizawa já levantou?  

  - Ainda está dormindo. Ele vai levantar...  

  - Sim, já sei, na hora exata de sair.  

  - Isso. - Odiava quando era cortado no meio de uma frase, mas com Yamada era quase sempre assim, ele era uma gritaria constante, e até dava para entender, mas eu sempre achei exagerado seus modos. Apesar de ser mais velho.  

Adentrando meu ninho, pude separar minhas peças importantes novamente, já era hora de voltar a moradia que a Escola fornecia, e não seriam mais necessários estes cuidados a mais que Shota dava a mim. Às vezes, aquela atenção especial me fazia sentir culpado, pois, estou tendo uma vida que provavelmente meus colegas de classe não poderiam ter vivendo na sombra da classe principal. Droga, isso me desmotivava.  

Coloquei a bolsa nas costas e fui para a cozinha, preparando meu café em uma xícara, e uma outra a mais para ser receptivo. Fiz também pães recheados para o loiro espetado ali presente, levando tudo para a mesinha, onde tirou os pés alheios para limpar antes de colocar a bandeja.  

  - Pode tirar essa mochila das costas, Toshi – Hizashi com seu grande sorriso me recebeu no sofá com uma cotovelada, algo que Aizawa já me disse ser um tipo de saudação de amigos. Eu lhe encarei sem muita expressão, mas obedeci, deixando a mochila próxima de meus pés. - Você é igualzinho a ele quando mais jovem.  

   - hum. - Mordi um pequeno pedaço do pão a minha frente, mastigando devagar e contando mentalmente quantas mastigadas haviam sido.  

  - Claro que ele era mais tímido do que você é, normalmente era só muito preguiçoso. - Deitou sua cabeça para trás e foi neste ponto que passei a olhar para este. Não entendia sua falação repentina, mas quem iria entender. - Oboro costumava dizer que ele era o coração do nosso time. Eu sempre acreditei, graças a Aizawa nos tornamos heróis e continuamos juntos na escola. Eu acho isso legal. - Ele me encarou sorrindo, mas eu só me importava em continuar comendo. Mesmo que no fundo, eu estivesse interessado em saber sobre o professor que estava me acolhendo.  

   - não parece o Aizawa que eu conheço. - Falei apenas para não o deixar falando sozinho, o que fez o mesmo gargalhar um pouco alto e suspirar.  

  - é exatamente o mesmo. Não mudou nadinha.  

Concordei com a cabeça e virei meu rosto para onde vinha um baixo barulho. Vendo Aizawa se levantar com seu bag. Caminhou estranhamente até a cozinha, onde pegou a garrafa de café e despejou em uma caneca, se aproximando de nós e nos encarando.  

   - Por que não estão prontos? - Falou baixo, de forma audível, com seus olhos cansados, mostrando o quão não tinha dormido o suficiente.  

   - Estávamos jogando papo!  - Hizashi se ergueu e pegou da comoda os óculos de Aizawa, colocando este em seu pescoço e depois, o ajudando com a pomada em sua cicatriz. - Vamos?  

  - sim. - Bebeu todo seu café em instantes e saiu de seu bag, o dobrando e deixando em seu braço.  

  - sim. - Bebi meu café o mais rápido que conseguia e peguei minha mochila do chão.  

O loiro por algum motivo caiu na gargalhada e seguiu o caminho todo falando sobre como éramos iguais. Não parou um segundo, e com tanta falação eu aproveitei para cochilar um pouco. Quando chegamos na escola, ainda eram 6:34 AM e ainda tinha muito tempo para o início das aulas, então era uma coisa da qual eu não estava muito preocupado. Depois de ter me separado de ambos os professores, eu segui pelo corredor dos dormitórios da 1-B e assim adentrei no meu quarto, jogando minha mochila encima da cama e andando até o banheiro.  

Agora, eu tomei tempo para tomar um banho longo, colocando a cabeça para pensar em soluções e problemas. Passando o sabão eu parecia me livrar da loucura, e isso era tudo que precisava naquele momento. De um suspiro saiu um arfar e dele veio mais vapor, que fez com que o vidro do box ficasse ainda mais embaçado. Tão embaçado que por um segundo pensei estar acompanhado no banho. Olhei mais perto do vidro e com a palma enxuguei sua extensão, percebendo que a sombra que agora tinha visto era só uma ilusão da mente.  

Desliguei a resistência e na mesma hora sai do banho me enrolando na toalha, começando a me secar e então vestindo o uniforme escolar, passando agora a arrumar meu cabelo da melhor forma que eu conseguia, no caso mínima, não tinha interesse em mantê-lo elegante, apenas não tão embaraçado.  

Peguei as fitas que usava como cachecol, recebida de Aizawa, e as vesti, em seguida pegando minha bolsa de escola e então saindo do quarto, já vendo o salão movimentado, com todos indo e vindo procurando por seus amigos para serem acompanhados até suas classes.  

   - Shinso! - Me chamou de longe Shihai a quem recebi com um aceno, voltando a me virar para a frente, sendo acompanhado por sua rapidez até meu lado. - Itsuka disse que precisava vir lhe socorrer.  

   - Hm?  

  - Estão dizendo por aí que te virão com o Aizawa e que ele iria te expulsar da escola de Heróis. - O menino passou seu braço por meu ombro, mas rapidamente o tirei dali, parecia mais um encosto.  

  - Sinto muito, mas são boatos falsos. - Continuei meu caminho, sem agitar os passos e nada mais, estava apenas querendo o sossego que a muito tempo parecia que não tinha.  

  - Ah cara, que furada. Monoma e Juzo foram falar com o diretor sobre isso, queriam brigar sobre sua saída injusta.  

  - Mas, não vou sair.  

O menino me olhou por uns instantes e então saiu correndo na direção contrária a minha, provavelmente indo avisar aos outros sobre tudo isso. O saco foi que o caminho todo tinha pessoas questionando o que eu fiz de tão mal para Aizawa querer me expulsar. O fruto de uma mentira pode sempre acabar mal para o lado de alguém que não fez nada, e eu quase sempre era esse alguém.  

Quando finalmente cheguei na sala, me sentei na cadeira a frente de Tetsutetsu, que saiu de seu banco e veio até minha mesa, me entregando um tipo de bilhete estranho, meio amassado, mas com muitos raios em sua primeira dobra de folha. Eu deixei tal de lado e prestei atenção em meus livros e cadernos, até que o professor entrasse na sala e tomasse meu tempo como todos os outros faziam.  

As vezes as aulas eram patéticas, no meio de um trabalho importante alguém sempre tinha que virar e falar da nossa ambição em nos tornar os famosos da Classe B. Eu apenas achava lamentável. Mas recordava que tudo aquilo era dado a atenção a mais que davam a 1-A, que particularmente, não merecia toda esses holofotes. Afinal, o que eles têm que não temos? Nas competições poderíamos ter ganhado, e em momento algum me vi atrás de um deles. Nós também seremos heróis afinal.  

   - Impuro. - Ibara havia falado de repente quando prestei atenção nas suas ações. A mesma estava próxima de Monoma, e o olhava com extremo nojo, usando suas vinhas para esfregar o rosto deste sobre a mesa.  

Normalmente coisas como aquelas podiam acontecer, Monoma não tinha bom gênio e Ibara era o que consideramos pura sem paciência. Normalmente quem fazia isso era Itsuka. Na lousa tinham apenas números, estratégias e tipos de individualidade, o que normalmente já é o suficiente para me prender atenção, mas daquela vez, eu sentia que todos estavam desconcentrados e isso também me deixava perdido.  

Num ato repentino, no exato momento em que estava para ler o que havia naquela cartinha pequena, um barulho alto é escutado na porta da classe e uma pessoa exata fazendo gritaria e caos.  

   - SHINSO, VOCÊ VAI, NÉ? SE NÃO FOR, EU TE ENCHO O SACO O RESTO DO DIA. - Kaminari esbanjava sua voz na frente da porta, fazendo o professor ir até este para o parar e assim trancar a porta. Mas como não quer nada, o menino caminhou para a porta dos fundos e sorrateiramente entrou na classe, agachado indo até a mesa. - E aí?  

   - Saía daqui.  

   - Me dê uma resposta.  

   - Estou ocupado.  

   - Você vai?  

   - Já disse que tenho treino. - Virei o rosto para este e o encarei feio.  

  - Você não pode negar, eu já falei com Aizawa sensei e ele disse que você não tem nada para fazer. Ele disse que seria boa ideia ir.  

  - Ele disse?  

  - Sim, disse sim. - O olhei ainda mais intensamente, não estava muito convencido, e muito menos sabia do que se tratava, mas se Aizawa tivesse mesmo concordado, eu não iria querer desaprovar.  

  - Vou.  

O menino me deu um soquinho no ombro e sorriu com os dentes aparentes, saindo agachado por toda classe, parando para piscar para algumas meninas e lançar cantadas, me fazendo ficar ainda mais irritado com sua atitude ousada durante uma aula, e quase que, automaticamente o chamei, tendo sua resposta e então o controlando.  

   - KAMINARI DENKI, 1-A SENHOR, 16 ANOS SENHOR, SIM, EU QUERO ME RETIRAR, VOCÊ É UM BUNDA MOLE. - O menino loiro disse em posição de soldado e em poucos segundos após o final da frase já estava fora do controle, me olhando indignado enquanto era levado para fora pelo professor que não voltou tão rápido.  

   - Shinso-kun, você vai mesmo para a festa – Pony se aproximou e me olhou nos olhos, aquela menina sempre me deixava nervoso e talvez confuso, ela era diferente das garotas da classe, era mais doce.  

  - Festa? - Corri para ler o bilhete e ali vi no que me meti.  

“Querido Shinso,  

    Eu, Kaminari Denki, convido você humildemente para vir em minha casa farrear com minha galera e sua galera. Acho que está mais do que na hora de todos nós nos unirmos em uma festança. Um grande PLUS ULTRA!!!  

    Eu te espero lá, se não comparecer eu irei te irritar o resto do ano.” 

   - Pony, eu... - Olhei a menina assim que terminei de ler, e aqueles olhos, benditos, estavam tão brilhantes e esperançosos. Ela parecia um cachorro sem dono, suas mãos podiam se juntar em reza e eu saberia que daria a mesma intensidade que estava naquele momento. - Vou, vou sim.  

  - Isso será ótimo!!! - Bateu palminha baixas e virou-se de costas, com seu pequeno rabinho remexendo de um lado para o outro, o que me deixou confuso, mas evitei pensar demais.  

Voltei a pensar apenas nos estudos, enquanto ouvia todos tagarelando sobre a tal festa e finalmente agora eu entendia porque todos o tempo todo pareceriam desconcentrados. Era porque simplesmente estavam pensando em roupas, bebidas e garotas. Idiota, parece até que descrevi a personalidade do outro menino que vinha me importunar.  

Com o final da aula, que praticamente foi vaga, pude perceber como a escola inteira só estava falando do mesmo assunto. Estranhamente, até as mulheres da cantina sabiam disso, e uma delas tentou puxar tal assunto comigo quando foi colocar minha comida. Eu não compreendia a grandeza disso, eu só achava cada vez mais péssimo, pois teria muitas pessoas, e isso seria uma zona.  

   - Shinso, fiquei sabendo que vai ir na festa! Que demais, é bem legal que juntem nossas salas – Midoriya se aproximava, com sua bandeja em mãos, me dando um curto sorriso e seguindo seu caminho para sua mesa de amigos. 

Enquanto eu, continuava caminhando até uma mesa mais isolada o possível. Do jeito que a notícia corria rápido, daqui a pouco todos saberiam que eu estaria na festa e eu não sei se isso poderia ser uma coisa muito boa. Mas pelo menos, queria ter permanecido sozinho.  

   - Com licença.  

   - Toda. - Dei espaço para que Shota se sentasse ao meu lado, começando a comer no seu lugar, sem puxar qualquer assunto que fosse, até que Hizashi aparecesse, outra pedra no meu sapato.  

   - HITOOOOSHI, ME FALARAM QUE VAI A FESTA – Eu queria me esconder, talvez virar um avestruz. Qualquer coisa. - Isso é tão bom para se entrosar! O que eu te falei hoje deve ter te feito pensar em fazer amigos, não é? Ah que lindo.  

  - fico feliz. - Aizawa se pronunciou.  

  - Mesmo?  

  - Sim, Hizashi me contou o que ele tinha te falado, se você quer seguir desta forma, eu entendo.  

  - O que?  

Enfim, eu não compreendia e passei o resto das aulas sem compreender, mas pelo menos era sexta-feira e a única coisa que iria ter de ruim, era uma festa no sábado.  



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