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História .electric love - Único.


Escrita por: tydreamie

Notas do Autor


oláaaa

recomendo ouvirem eletric love para melhores experiências.

Capítulo 1 - Único.


Uno, máfia, mímica, quem-sou-eu, just dance e quebra-cabeças.

Todos os itens acima foram postos em prática por dois australianos em seu apartamento no centro de Seul durante o infindável confinamento. O apartamento era deixado apenas em momentos de extrema necessidade, e mesmo assim, ambos se sentiam em um filme de terror, mas estavam prestes a morrer de tédio.

Estavam impossibilitados de retornarem para suas famílias já que os meios de transportes estavam interditados por tempo indeterminado. Mas estavam aproveitando a companhia um do outro.

Mesmo que Felix tivesse sentimentos secretos pelo loiro com quem ele dividia o apartamento, ele tentava manter o ambiente tranquilo e livre de qualquer clima desconfortável entre os dois, escondia seus sentimentos o máximo possível. Ele sabia que não era justo, mas de forma alguma arriscaria perder seu melhor amigo por um sentimento que, muito provavelmente, não era mútuo.

E está tudo bem, eu não o culpo.” Felix pensava. Repetiu essa frase milhões de vezes em diversas situações diferentes.

— Nah! Meus pais nunca aceitariam, você sabe disso. – o Lee sussurrava ao aparelho celular em ligação com Jisung, que estava na casa de seus pais em um bairro próximo.

Você nem mora mais com eles, lix. É um homem livre, você pode fazer o que bem entender! – o outro falava firme.

Felix parou um momento para esvaziar o ar dos pulmões, e então analisou tudo rapidamente. Han estava completamente correto quanto à sua afirmação, mas Jisung havia esquecido de um grande detalhe.

— E você apenas esqueceu de mencionar que eu sou um homem livre que mora no mesmo apartamento que ele. – do outro lado da linha, ele ouviu o amigo murmurar um “oh...”, e então ele riu. — Eu não posso me declarar assim, se ele quiser ir embora por se sentir desconfortável? Ou pior... e se ele quiser que eu vá embora? Não posso voltar a morar com os meus pais.

A linha ficou muda por um tempo até que Felix escutasse passos vindo de fora do seu quarto.

— Ele chegou, eu preciso ir agora, muito obrigado por me ouvir, Hannie.

Sem problemas lix, até outra hora!

Limpou a garganta e ajustou suas vestes antes de sair do cômodo e dar de cara com um Chan curioso prestes a entrar em seu quarto. Ambos tomaram um susto quando seus corpos quase se chocaram.

— Ah... Channie! – o Lee sorriu dando um passo para que houvesse uma distância segura entre eles. — Não te ouvir chegar. Quer ajuda para desinfetar tudo?

— Na verdade eu já limpei tudo. – o outro australiano riu sem graça. — Eu só preciso lavar as máscaras e-

— Eu lavo tudo, sem problemas.

Felix sorriu e saiu em disparada até a sala, recolhendo tudo que precisava ser lavado. Ao ser questionado pelo seu comportamento, ele apenas mentiu dizendo que deveriam redobrar o cuidado com tudo. Suspirou totalmente derrotado quando Chris parecia ter se dado por vencido e ter ido para o banho. Não pôde deixar de se sentir patético quanto à suas atitudes mal calculadas.

Estava apreensivo sobre a possibilidade do amigo ter escutado sua conversa no telefone, embora ele não fosse do tipo que para em frente a sua porta para ouvir conversas alheias. Esse não era o Christopher.

Sem notar, estava no chão da cozinha enquanto escutava o barulho dos carros e da máquina de lavar do lado de fora da varanda. Era injusto reprimir seus sentimentos daquela forma, e estava de saco cheio de correr para Jisung e chorar toda vez que algo acontecia.

— E eu nem sei se ele é bi... – falou olhando o armário branco a sua frente.

— Quem? – Chan apareceu no cômodo, usando suas tradicionais calça de moletom e regata, ambas de cor preta, enquanto secava os cabelo em uma toalha pequena. — Estava falando sozinho de novo? – riu movendo os ombros de leve. Por Deus... Felix amava aquela mania do mais velho.

— Pra você ver o quanto essa quarentena está acabando com meus últimos neurônios. – comentou levantando, seguindo em direção ao sofá.

— O que você quer fazer hoje? – Chan perguntou sentando ao lado do mais novo. — Podemos jogar uno de novo. Juro que posso deixar você ganhar.

Felix revirou os olhos e empurrou o loiro. As partidas de uno sempre terminavam em discussão pois, segundo o próprio Lee, Christopher sempre achava um jeito de roubar.

— Você rouba muito, até sei como isso vai acabar.

— Você quem não sabe jogar, boboca. – Felix riu alto do xingamento. Às vezes o amigo parecia uma criança.

Acabaram por engatar uma conversa sobre assuntos soltos por algum tempo, e naquele tempo Felix podia fazer o que mais amava; admirar cada detalhe do outro. O modo como ele gesticulava, como comia um docinho, o quão fácil seu rosto poderia mudar de coloração no meio do diálogo por estar sendo encarado por tempo demais. E quando, no meio da maratona de tiktoks daquela noite fria, Felix notou como ele não conseguia tirar os olhos do loiro ao seu lado...

Ali ele percebeu o quão fodido ele estava.

Então teve que tomar uma decisão; poderia se sufocar esse sentimento, torcendo para que fosse embora, ou ele poderia arriscar tudo de uma vez.

Mas a possibilidade de ser o único motivo por quem ele sorria tão apaixonado daquela forma, fez com que o mais dissesse rápido:

— Hyung, quer gravar um TikTok comigo? – o coração do pequeno Felix batia rápido e parecia doer. Doía tanto que a dor chegava a se alastrar pelo estômago, braços, pernas... ele estava quase tremendo. Planejava gravar um tiktok em específico, e tinha certeza de que Chan descobriria tudo em menos de três segundos.

Será que o mais velho fugiria dele?

— Quer gravar uma dancinha? Já digo logo que estou cansado, não vou fazer. – lançou um sorrisinho ao outro que revirava os olhos.

— Não precisa fazer nada ok? Só... levanta e fica parado bem ali. – apontou para o centro da sala e assim o outro fez. Vasculhou o aplicativo até encontrar a música que decidiria o que aconteceria entre aqueles dois naquele momento, ajustou bem o celular para que a câmera pudesse os pegar de corpo inteiro.

As mãozinhas estavam trêmulas e ele não conseguia dar o play para que começasse a gravar aquela possível tragédia. Olhou para trás para checar se o amigo ainda continuava na mesma posição, e ali estava ele, distraído com alguma coisa no teto.

Boboca.

Riu ao usar a mesma palavra que fora direcionado à ele minutos atrás, e assim reuniu coragem para apertar o botãozinho vermelho, vendo a contagem de três segundos se iniciar na tela para começar o áudio da música. Ele correu para ficar ao lado do mais velho, que olhava para o aparelho sem entender nada do que estava prestes a acontecer.

— O que eu deveria-

— Fique quieto, Christopher.

A medida em que a melodia surgiu, baixa, porém ainda assim audível, o loiro demorou a entender qual era o seu propósito ali até escutar a primeira frase dita.

And every night my mind is running around her

Thunders getting louder and louder.

— Felix, me explica o que o tá acontecendo? Por que essa música?

O menor permaneceu quieto, alternando os olhares entre o menino ao seu lado e o aparelho em sua frente gravando tudo.

Baby, you’re like lightning in a bottle.

I can’t let you go now that I got it.

And all I need is to be struck by your electric love.

Ao fim da última frase, Felix apenas soltou o ar que prendia e segurou o resto macio do loiro, trazendo-o perto o suficiente para que suas bocas finalmente pudessem descobrir a textura uma da outra, como se necessitassem daquilo por tanto tempo que chegava a ser injusto. A música ainda rolava no ambiente, e Chan permanecia imóvel enquanto sentia sua boca ser pressionada pelo menino com quem ele dividia o apartamento há seis anos.

O mais velho tinha a mente completamente bagunçada pois fora pego de surpresa, mesmo que soubesse o que aquela música significava e o que estaria por vir quando atingisse o refrão. Mas por mais que o sentimento de surpresa fosse grande, o de alívio foi muito maior ao sentir o quanto o outro ansiava por isso.

A música havia parado ao mesmo tempo em que os dois se afastaram, sustentando o olhar surpreso de ambos. A ansiedade estava matando o pequeno Lix por dentro.

— Felix... – Chris murmurou, e com aquele simples chamado, o mais novo sabia que havia ferrado com tudo. Mas como todos os seus pensamentos com conclusões precipitadas, o Lee estava errado.

— Me perdoa, hyung... foi burrice, me desculpa. – abaixou o olhar, prestes a soltar o rosto do mais velho e correr até seu quarto como uma criança assustada.

O maior fora mais rápido, agarrou a cintura alheia e o trouxe para mais perto, dando o sorriso mais brilhante que Felix já tinha visto em toda a sua vida. Estar tão colado com ele parecia impossível até alguns dias atrás, e se contassem que Chan finalmente poderia o sentir tão próximo assim ele diria que era mentira. Mas estava tão contente por finalmente poder sentir o outro.

— Vamos gravar de novo, uh? Não acho que a primeira tenha ficado bom.


Notas Finais


eu imagino o felix beijando assim vei


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