1. Spirit Fanfics >
  2. Electricity I - 'Um novo Amor Para Hatake Kakashi" >
  3. Capitulo 2

História Electricity I - 'Um novo Amor Para Hatake Kakashi" - Capitulo 2


Escrita por: amandaberkano

Capítulo 2 - Capitulo 2


Fanfic / Fanfiction Electricity I - 'Um novo Amor Para Hatake Kakashi" - Capitulo 2

Sem revisão.

Daisuke sentiu o chakra conhecido e se levantou para pegar mais uma xícara de café vazia no armário da cozinha a colocando em cima da mesa, Amélie adentrou na sala limpando o suor de sua testa e sorriu ao ver o filho sentado tomando seu café da manhã.

- Bom dia meu céu e terra. – Disse dando um beijo na testa do adolescente e preencheu a xícara vazia com o café forte. – Dormiu bem?

- Sim. – Respondeu se espreguiçando na cadeira. – E você? Geralmente corremos juntos de manhã.

- Ainda são 7:28h podemos dar uma corridinha rápida se você quiser. – Falou olhando o relógio de couro no pulso enquanto girava a aliança de casamento dourada com frésias de rubis e ametistas cravejadas em seu dedo anelar esquerdo.

- Acho melhor eu descansar para o piquenique que vou ter hoje com os genins que vou fazer time. – Daisuke falou colocando sua caneca e prato na maquina de lavar louça. –  Ainda tenho que terminar meu novo "sabre de luz" azul igual o de Star Wars.

- O Hokage vai mesmo copiar o modelo de grupo que fazemos na Felicidade? – Daisuke assentiu para a mãe. – Espero que eles levem numa boa ter que dividir o dinheiro das missões em 5. – Riu terminando de comer uma torrada e beber seu café preto puro. – Vou me arrumar para ir trabalhar e comprar seu presente "alternativo" de aniversário.

- Você sabe que não precisa mãe, já ganhei um incrível da senhora. – Proferiu sentando na cadeira cinza que fica em frente o oratório Budista.

- Eu sei disso! Vou comprar com o dinheiro da poupança emergencial, então é meio que um presente do seu pai... – Expôs séria encarando seu filho. O menino a olhou com uma cara levemente triste que mudou quando sua mãe terminou a frase. – Eu fui casada com seu pai por praticamente seis anos, vou saber escolher o presente como ele próprio. – Beijou novamente a testa de Daisuke.

- Você é a melhor mãe do mundo. – Exclamou vendo a mãe entrar no quarto sobre seus ombros e voltou ao inicio de seu ritual de orações matinais.

Cada Acidente da banda Fresno tocava em modo repeat nos fones de ouvido da Watanabe que andava pelas ruas de Konoha, afinal aquela era a música nomeada por ela e o Uchiha como a música dos dois. Sorriu ao lembrar que somente ela tinha acesso desse lado que ninguém conhecia do Uchiha e parou em frente de uma de loja de instrumentos musicas. Entrou na loja e olhou cada instrumento detalhadamente até parar seus olhos azuis celeste na guitarra elétrica de cor azul ciano e branco puro e sorriu indo pegar o instrumento nas mãos com um enorme brilho em seu olhar.

- Essa guitarra é a melhor da loja. – O vendedor disse se colocando ao lado da morena. – Posso ligar para você testar. – O vendedor falou com os olhos sorrindo.

- Eu agradeceria muito. – Amélie disse enquanto colocava a alça da guitarra em seu ombro e pegava sua palheta no bolso de seu casaco. Começou a afinar a guitarra e tocar alguns acordes da música que estava ouvindo mais cedo antes de entrar na loja, o vendedor ouvia animado à morena tocar, já a mesma sentiu a timidez invadir seu corpo e desviou seu olhar para a porta de vidro da loja em busca de disfarçar o incomodo que estava sentindo. – Eu vou levar ela, uma capa, um amplificador do modelo que usei agora e uma palheta também.

- Vou ela embalar para viajem agora mesmo. – O vendedor sumiu com a guitarra dentro da loja e Amélie voltou a observar a loja até chegar ao balcão com palhetas em amostra e pegou a triangular preta com a cara da persona da banda favorita de Daisuke e revirou os olhos ao lembrar que era uma das bandas preferidas do pai do menino. – Está aqui, prontinha. – Colocou a guitarra embalada com a capa e a caixa do amplificador numa parte do balcão. – Soube que vai ter um show do Ghost B.C semana que vem na Vila da Chuva.

- Eu comprei ingressos Vips do show para o meu filho. – Falou digitando a senha do cartão na máquina de pagamento e riu ao ver a cara de espanto de Yuki.

- Você é mãe? – Perguntou surpreso.

Amélie colocou a guitarra no ombro esquerdo junto com sua pasta e a caixa com o amplificador na mão direita.

- Sim e esse é o presente para ele de 17 anos. – Falou rindo alto ao sair da loja.

O relógio de pulso marcava exatamente 15:27h e Amélie dava goles pequenos no seu segundo cappuccino enquanto lia o segundo livro da série Icha Icha já sem esperanças de que o Hatake viesse lhe encontrar, tentava disfarça suas expressões lendo e decidira não o ler mais em público, já que ele instigava sexualmente Amélie que só conseguia pensar em praticar algumas "cenas" do livro com Kakashi, seus olhos se arregalaram de animação lendo mais uma das cenas eróticas do livro até ser interrompida por uma cabeleira prateada.

- Me desculpa a demora é que...

- Você é um pervertido Rokudaime-Sama. – Amélie interrompeu o platinado que coçava a cabeça sem graça e em seguida puxou a cadeira para se sentar. – Como você está?

Kakashi sorriu por debaixo da máscara quando viu o sorriso animado nos lábios carnudos pintados pelo batom cor de rose.

- Estou bem e você viúva Watanabe? – Retrucou com um sorriso debochado e ficou surpreso quando viu a mulher em sua frente virar seu olhar para a janela desanimada. "Fiz merda, droga" pensou o Hatake. – Me desculpe por tocar...

- Sem problemas. – A Watanabe interrompeu Kakashi mais uma vez. – Ele morreu a mais de 15 anos atrás, eu já devia estar acostumada. – Deu um sorriso de lado que mudou rapidamente para animado ao ver a cara de espanto do platinado.

Kakashi estava espantado com tal informação até ver a morena rir de sua cara "Ela muda de humor muito rápido" pensou e ouviu a risada engraçada de Amélie, se viu involuntariamente rindo junto com a mulher em sua frente e gostou da situação, de rir sem um motivo aparente.

- Por que estamos rindo afinal? – Kakashi perguntou em busca de controlar suas risadas.

- É complicado, mas eu devia estar te dando uma bronca por me fazer esperar você aqui por uns 40 minutos. – Disse olhando o relógio. – Porém vou relevar, pois você não sabia do meu hábito de sempre chegar adiantada em compromissos.

- Eu sempre chego atrasado, me desculpe por hoje? Encontrei uma idosa no caminho e a ajudei a levar suas compras para casa. – Kakashi coçava sua nuca com vergonha e parou quando viu a morena rindo alto e limpar uma lágrima do olho esquerdo de tanto rir. – Pela risada vejo aceita minhas desculpas, eu acho... – Amélie balançou a cabeça sorrindo em concordância e Kakashi ficou surpreso. Sempre se atrasava para seus compromissos e todos brigavam com ele, até mesmo seus melhores amigos Gai e Tenzou, e pela primeira vez vê alguém não reclamar de seus atrasos e assim se sentiu culpado.

Amélie mordeu levemente o dedo indicador esquerdo como de seu costume quando buscava palavras em sua mente e Kakashi involuntariamente olhava fascinado com a mulher em sua frente. A garçonete colocou o cardápio na mesa sorrindo para os dois interrompendo o momento e o Hatake só conseguiu sussurrar que queria um chá de hortelã.

- Já que estraguei nosso encontro da tarde, eu gostaria de te convidar para beber amanhã à noite. – Kakashi disse.

 - Você esta me chamando para um encontro Hatake Kakashi? - Amélie perguntou sentindo seu coração acelerado devido a animação que tomava seu corpo.

 - Sim. - Respondeu Kakashi coçando a nuca tentando esconder a ansiedade que sentia pelo "Sim." da morena em sua frente.

- Eu adoraria. – Amélie respondeu com um enorme sorriso. – Mas me chame para sair porque deseja minha companhia e não por ter chegado atrasado, porque eu realmente não ligo muito para isso. – Disse olhando fundo em seus olhos negros.

A simpática garçonete colocou o chá na mesa e os dois ainda se encaravam, Kakashi agradeceu e voltou seu olhar para a morena em sua frente. Realmente tinha se atrasado por ter ajudado uma idosa a levar suas compras para casa no caminho de seu encontro, pela primeira vez alguém não reclamava de seus atrasos e aquilo o fez se sentir bem. Estava decidido a pelo menos conhecer novas pessoas, mesmo sabendo que seu coração pertence por anos a rosada que foi sua aluna e que a mesma estava casada com seu também aluno, o prateado bebericou sua xícara de chá ainda escondendo seu rosto e decidiu quebrar o silêncio.

- Que horas posso ir te buscar no seu trabalho amanhã à noite?

- Você sabe onde eu trabalho? – Amélie perguntou surpresa.

- Eu sou o Rokudaime Hokage, lembra? – Retrucou com deboche. – E eu te vi entrando ontem no prédio em frente, só dei uma conferida com meu antigo conselheiro para ter certeza.

Amélie se acomodou melhor na cadeira com certo desconforto quando Kakashi terminou sua frase, sabia que vir para Konoha era arriscado para Daisuke e não queria que ele sofresse boa parte do que sofreu em sua aldeia na vila da folha por ser filho de um ninja renegado e nem que descobrissem que ele tinha o sangue Uchiha, gostava de prezar a idéia de que não estava na Folha para causar discórdias, exigir os direitos que seu filho possui ou até mesmo expor toda a verdade e sim porque os dois precisavam no mínimo entender o que era essa nação e o desejo do fogo que tanto ouvia o amor da sua vida falar.

Amava quando ele passava horas contando toda a história da vila, todos os seus lugares preferidos e como os dangos de Konoha eram incríveis, o moreno contava tudo com os olhos brilhando que fazia Amélie sempre ficar como manteiga derretida e querer conhecer o lugar que ele tanto amava, a vila da qual ele se sacrificou para manter viva.

Por incrível que pareça a morena confiava de que o Hokage atual e seu conselheiro não revelariam toda sua história, só não sabia se podia confiar em Hatake Kakashi, ainda mais porque só o conhece por menos de 24 horas e achava melhor ter cautela e não se envolver mais, porém seu corpo ficava quente como não ficava por anos em sua presença. Tudo no prateado lhe prendia a atenção, gostava da rebeldia dos cabelos prateados e bagunçados, do fato da máscara lhe atiçar a curiosidade sobre suas expressões, de seu corpo equilibrado, sua voz forte e rouca. O Uchiha tinha mencionado Kakashi muitas poucas vezes em suas histórias e ela nunca se interessou muito no famoso Copy-Ninja, mas agora se sentia arrependida por nunca ter perguntado mais sobre ele.

- Você investigou minha vida Copy-Ninja? – Questionou nervosa cortando o silêncio que estava gritante entre os dois.

- Não. – Kakashi respondeu com cara de tédio e se debruçou sobre a mesa cortando um pouco da distância que tinha sobre eles. – Se você está morando aqui é porque o Naruto confia em você. Eu só perguntei ao Shikamaro se Watanabe Amélie trabalhava na Rua Principal De Konoha no número 11 e ele confirmou, o resto sobre você eu quero descobrir em sua presença e não em um relatório chato sobre você ter 30 anos no máximo e ter sido mãe muito nova, seu clã ou quantos pelos no braço você tem...

A morena ficou surpresa com a resposta e tentava abrir a boca para responder e depois fechava novamente, se inclinou para mais perto de Kakashi e começou involuntariamente a girar sua aliança com seu polegar e morder levemente seu dedo anelar direito, as palavras realmente mexeram com ela e a mesma decidiu que talvez devesse reconsiderar sua última decisão, mas dessa vez agiria de forma diferente como agiu hoje.

- Eu vou sair 20 horas da noite, você pode me esperar na recepção do meu consultório. – Respondeu tímida arrumando sua franja e decidiu acrescentar. – E obrigada por achar que eu tenho 30 anos, eu sou bem mais velha que isso. – Dessa vez Kakashi se espantou e por acidente sua mão direita tocou a esquerda de Amélie fazendo os dois sentirem a leve carga elétrica em seus corpos. O par de olhos negros e os azuis se fitaram por poucos minutos em silêncio até ele ser quebrado pela morena. – Combinado então? – Kakashi balançou a cabeça positivamente ainda um pouco atordoado com as novas sensações que estava sentindo. – Eu realmente tenho que ir agora, tenho um paciente para atender em 10 minutos. – Disse olhando seu relógio de pulso.

- Sem problemas, nos vemos amanhã Amélie. – Falou enquanto a morena se levantava colocando o dinheiro na mesa e guardando seu livro em sua bolsa.

- Vou te esperar Kakashi. – Amélie disse e deu um beijo rápido na bochecha de Kakashi o deixando estático e a mesma saiu quase correndo do local devido aos fortes batimentos cardíacos de seu coração.

Ainda sentia os lábios carnudos em sua bochecha mesmo depois de minutos em que vira Amélie saindo da loja e entrar no prédio em frente. Levantou-se colocando o dinheiro em cima da mesa e sorriu para a garçonete que pegava o dinheiro.

- Pode ficar com o troco. – Disse antes sair do café.

Parou em frente à porta de vidro transparente e encarou o prédio de dois andares em frente. Era de concreto com janelas transparentes e cortinas brancas, suspirou e começou a andar pelas ruas de Konoha em direção ao mercado. Sabia que estava sendo irresponsável, mesquinho e um tremendo babaca em se relacionar com alguém mesmo amando outra, tinha lá seus casos com algumas mulheres, principalmente mulheres de cabelos rosados, mas dessa vez era diferente. A morena mexia com ele de uma forma que as outras não tinham mexido, na verdade de uma forma que nem Sakura tinha mexido ainda.

Uma das poucas coisas da qual o ser humano esta acostumado é o de sair de sua zona de conforto e Kakashi era um desses que também não estava acostumado com tal fato da vida. Por isso mesmo aposentado usava seu uniforme ninja praticamente todos os dias, mesmo comprando e ganhando livros novos só andava com a série de livros Icha Icha em seu bolso e continua os lendo por quase trinta anos, sempre foi um dos ninjas mais cobiçados de Konoha, e gostava desse fato que facilitava sua vida sexual já que a amorosa era "um desastre" de acordo com o mesmo e só se via mudando isso por uma certa pessoa de cabelos rosa. Poucas pessoas notavam, mas o poderoso Hatake Kakashi tinha um quase enorme pavor de mudanças e lá estava ele enfrentando uma mudança de sua rotina: Estar nervoso com um encontro, ter medo de tudo dar errado e tentar agradar alguém que mexia profundamente com seus instintos sexuais.

Questionava-se se queria agradá-la pelo fato de ela ler seus livros favoritos, ela ser uma estrangeira que se mudou para Konoha sem o intuito de ser ninja e sim acompanhar o filho, de por ela ainda usar uma aliança de casamento mesmo sendo viúva, devia amar imensamente seu falecido esposo e a mesma estava quase sempre rindo, por de certa forma mexer com seus instintos sexuais e precisar de autocontrole imenso para não beijá-la como ele estava querendo nas últimas horas. Usava com ela o mesmo autocontrole que sentia quando via Uchiha Sakura, quando via aquela mulher que se tornou dona de seu coração. Sakura não tinha nenhum conhecimento de seus sentimentos em todos esses anos, na verdade ela nem sonhava com isso, mas era no momento a dona do coração do prateado.

Kakashi tentou se envolver com mulheres de cabelos rosados, médicas ninjas, mulheres de olhos verdes e até mulheres que possuíam o corpo parecido com o de Sakura. Tentou criar laços com essas mulheres, mas nunca se sentia instigado por algumas delas até hoje ou elas não queriam se relacionar mais com ele por sentir essa sua dificuldade com elas. Se sentir instigado, animado, confortável e até excitado com alguém que fugia de todos esses padrões era uma grande mudança em sua vida, "Ela tem olhos azuis lindos" pensou e sorriu por cima da máscara se sentindo bem por admirar olhos que não eram os verdes de sua ex-aluna.

Entrou no mercado e começou a empurrar o carrinho e a colocar coisas que faltavam em sua geladeira pensando na possibilidade de que talvez Amélie fosse para sua casa no dia seguinte e seria bom ter algo para comer e beber. Parou em frente da prateleira de bebidas e começou a passar seus olhos negros pelos sakes, sabia que os costumes da reservada Felicidade era diferente de todas as cinco grandes nações e ficou com tédio lendo os rótulos de algumas cervejas e vinhos que seu melhor amigo lhe falou que eram populares na reservada aldeia até tomar um susto ao ouvir a voz chamando seu nome.

- Vai encher a cara Kakashi-Sensei? – Sakura disse atrás de Kakashi que suspirou agradecendo pela máscara estar escondendo suas bochechas coradas.

- Haaam... Oi Sakura, como você está? – Desconversou sentindo seu coração acelerado quase saindo por sua boca e a tristeza invadir o seu ser. Estava animado com a possível mudança em sua vida amorosa e quando fitou a rosada de cima abaixo foi invadido pelos seus tão conhecidos sentimentos. – E me chame de Kakashi, não sou mais seu sensei.

- Estou bem e você? – Responde e começou a encarar a garrafa na mão do mais velho. – Comprando vinho sensei? É pra alguém especial? Uma namorada?

- Estou bem também Sakura. – Respondeu coçando a nuca e a palavra "Droga" gritou em sua cabeça. – É para um casal de amigos que estão completando cinco anos de casados e não sei qual levar. – Mentiu como sempre mentia para ela, gostava que ela soubesse que ele estava solteiro e disponível mesmo sabendo que ela nunca abandonaria o amor da sua infância, muito menos o abandonaria para ficar com ele, um cara mais velho que já foi seu sensei e colocou o vinho dentro do carrinho ao lado das cervejas e sake.

- Se é para um casal acho melhor levar um rosé e não tinto, garanto que você e sua namorada iram adorar sensei, até mais. – Sakura disse saindo com seu carrinho em direção ao caixa e Kakashi decidiu tirar a garrafa de seu carrinho e pegar o vinho que fora sugerido.

 

Ao chegar à porta de casa anunciou sua chegada e suspirou triste ao ver a casa vazia como sempre. A imagem de uma menina adolescente com cabelos rosados e olhos negros sentada na mesa comendo, um menino pequeno com os cabelos prateados correndo pelado pela casa sendo seguido por uma Sakura brava invadiu sua mente e suspirou com tristeza.

Guardou suas compras em sua cozinha e pegou seu novo livro de romance erótico que pegara emprestado com o Gai em cima da sua mesinha de centro e começou a ler o título e o nome da autora e sorriu "Que nome esquisito para uma escritora, é um nome esquisito até para uma ninja", mas como Gai tinha dito que era um livro escrito por uma ex-namorada que era da Vila da Felicidade aceitou. Achava precipitado e louco, mas desde ontem vinha buscando coisas sobre a tal aldeia, conversou com Gai que era o ninja designado para todas as missões na restrita aldeia e sempre falava da tal Ursa Major que ele deixou escapar, ria muito com a possibilidade de alguém namorar seu amigo "Essa mulher deve ser muito louca" pensava sempre em que seu amigo falava da tal mulher, e tentou um pequeno interrogatório com Shikamaro sobre a nova moradora de Konoha, o mesmo só disse que ela era uma psicoterapeuta que iria implantar um novo programa de ressocialiazação com os detentos de Konoha e confirmou o endereço de seu consultório. Kakashi pegou o livro e começou a ler a primeira página indo colocar a água de seu chá para esquentar.

                                                                                       ~~~°~~~

Daisuke corria pelas ruas de Konoha com seus headphones vermelhos com a música de sua banda favorita alta de forma que só conseguiria ouvir barulhos extremamente altos e sua cesta de piquenique que herdou de seus pais com os bolinhos salgados que aprendera a fazer com uma de suas amigas ninjas da ANBU de sua aldeia. Olhou o horário em seu celular e encarou a entrada do campo de treinamento, suspirou e repetiu para si mesmo a oração budista três vezes alto e cruzou a entrada com a cabeça erguida até o grupo de quatro pessoas colocando seus fones em volta do pescoço.

- ... Ele não vai me substituir e sim me auxiliar com vocês enquanto eu analiso ele, principalmente em missões e treinos em que eu não poderei participar, só estamos testando o modelo da reservada Aldeia Da Felicidade... – O mais velho sentiu o chacra do estrangeiro e se virou sorrindo. – Que bom que chegou.

- Me desculpe à demora sensei. – Daisuke se desculpou e encarou os rostos dos mais novos, principalmente o do menino loiro que o olhava assustado. – Sou Watanabe Daisuke da Vila Oculta Da Felicidade. – Anunciou sorrindo para os três estendendo a mão livre.

- Eu sou Mitsuki, prazer. – A prateado foi o primeiro a cumprimentar o estrangeiro.

- Sou Uzumaki Boruto, prazer. – O loiro disse ainda assustado e Daisuke abaixou sua mão estendida já que Boruto estava estático e nervoso. – Nós já nos vimos antes?

- Acredito que não. – O moreno respondeu franzindo o cenho e decidiu encarar a menina que o olhava desconfiava.

- Uchiha Sarada. Seja bem-vindo. – A morena se apresentou estendendo a mão para o moreno que tentava esconder o pavor que corria em seu corpo ao ouvir o sobrenome Uchiha, apertou a mão que ficava quase minúscula na sua e tentou disfarçadamente secar suas mãos agora suadas em sua calça jeans preta.

- Já que todos nos conhecemos já podemos começar o piquenique de boas vindas para Daisuke. – Konohamaru interrompeu o adolescente.

- Eu fiz bolinhos salgados especiais da Felicidade. – Daisuke falou estendendo a cesta para o alto nervoso.

- Ótimo. Agora vamos todos para perto da cachoeira que tem aqui perto. – Konohamaru disse andando na frente dos quatro alunos que começaram a segui-lo.

Daisuke seguia atrás dos quatro e tremia internamente toda vez em que Sarada virava o olhar para encará-lo. Sabia que provavelmente encontraria alguém da família Uchiha, mas não sonhava com a idéia de fazer time justo com a única Uchiha adolescente, na verdade a única adolescente com o sangue Uchiha que podia ser do clã enquanto ele tinha que viver com o anonimato de sua paternidade e como um bastardo escondido em sua aldeia com medo.

- Sua camisa do Ghost B.C é muito incrível. – Boruto disse tirando Daisuke de seus devaneios.

- Humm... Obrigado, meu tio trouxe de uma turnê que a banda dele fez com o Ghost. – Respondeu animado.

- Como assim turnê com o Ghost? – Konohamaru perguntou com os olhos arregalados e brilhando enquanto estendia a grande toalha vermelha listrada na grama verde em frente a cachoeira de águas límpidas.

- Meu tio Watanabe Sitka é guitarrista do Spiders. – Disse tímido e parou junto aos novos companheiros de time.

Sentaram-se na toalha e Daisuke decidiu que o melhor seria sentar o lado de Konohamaru e se amaldiçoou quando Sarada sentou de frente para ele o encarando com uma expressão séria, decidiu abrir a cesta e tirar os dois potes com os bolinhos salgados e um com fatias de bolo de coco os colocando em cima da toalha com o intuito de desviar dos olhos negros femininos que o encarava.

- Os bolinhos com o biquinho é de frango, os com formato quadrado são de queijo e presunto e os com formato de bola são de queijo e orégano, já o bolo é de coco gelado. – Indicou para os quatro que pagava um de cada ao mesmo tempo em que o Watanabe tirava seu fone do pescoço e verificava seu aplicativo de mensagem.

Respondeu as mensagens de seus amigos que estavam em sua aldeia e sorriu quando viu Sarada e Boruto comendo seus bolinhos animados e tirou seu refrigerante de cola da cesta o bebendo em seguida, olhava o céu de Konoha com atenção e sentiu a leve brisa que tinha no país do fogo, Konoha não era tão quente como sua vila, mas ainda tinha um clima agradável ao seu ver.

- O que significa essa sua marca azul na testa? – Mitsuki perguntou.

- É a marca que quase todos os descendentes do clã Watanabe adquirem ao nascer. – Respondeu fazendo com seu chakra por impulso um pequeno gato de gelo na grama que começava a se espreguiçar com uma pequena nuvem de neve sob sua cabeça. Daisuke ficou tímido com os quatro pares de olhos brilhantes que o encarava, sentiu suas bochechas corarem e o gato de gelo subir em seu braço miando. – Minha mãe não vai ficar muito contente com o nosso novo gato. – Resmungou para si mesmo e o animal de gelo se esfregou na perna da única menina do grupo.

- Eu posso ficar com ele então? – Sarada perguntou animada brincando com o gato de gelo no colo. - Acho que minha mãe vai reconsiderar por já termos combinado de adotar um gatinho.

Daisuke suspirou com um pouco de alívio ao ouvir o final da frase e coçou a cabeleira negra nervoso.

- Sem problemas. – Respondeu com um sorriso largo e completou. – Só que ele irá viver uns 2 ou 3 anos, eu ainda não dominei a parte de "criação" direito, e tem que ser alimentado somente com líquidos gelados. – Tirou o celular do bolso e abriu o aplicativo da câmera. – Posso tirar uma foto para mostra para minha mãe? Ela gosta de colecionar fotos. – Estendeu a mão para Sarada que entregou o gato e deu seu celular na mão da morena automaticamente. – É só apertar no botão do meio. – Disse colocando o gato em seu ombro e abrindo um sorriso largo com os olhos azuis celeste fechados em meia lua.

Sarada apertou o botão da câmera três vezes e entregou o celular para seu dono e o fitava involuntariamente. Sentia que o menino que acabara de conhecer em menos de 2 horas era familiar e sentia que o mesmo lhe trazia uma sensação de conforto e confiança, desviou seu olhar para o gatinho que subia em suas pernas e fez carinho na cabeça do felino de gelo em busca de disfarçar seus sentimentos enquanto seus companheiros conversavam animados sobre as enormes curiosidades sobre a Aldeia da Felicidade, comiam os lanches e mostravam algumas técnicas um para o outro e voltou sua atenção para eles quando ouviu seu sensei indagar:

- É verdade a Ursa Major a maior ninja da Felicidade quase virou Mizukage? Ouvi dizer que ela sumiu depois do golpe de estado na sua Aldeia.

- Não foi um golpe de estado! – Daisuke respondeu ríspido e tentou relaxar quando viu que seus colegas se assustaram. – Na época o chefe da Vila era corrupto, desonesto e genocida e a Ursa Major somente liderou o povo na revolução de nossa aldeia contra Matsuo Kento, onde atualmente o nosso povo ajuda de na escolha de cada chefe da vila.

Os quatro se entreolharam e continuaram a comer em silêncio.

- É... Huuum... Já está escurecendo e acho melhor irmos embora meninos. – Konohamaru disse se levantando e foi seguido por seus alunos. – Nos encontramos amanhã às 9 horas da manhã para treinarmos, até amanhã e seja bem-vindo Daisuke. – Começou a guardar sua toalha e os demais começaram a guardar seus pertences.

Caminharam de volta a saída lado a lado. Boruto e Mitsuki conversavam animados, Konohamaru andava silencioso, Daisuke andava de forma quase robótica tentando não transparecer suas confusas emoções que sentia quando cruzava o olhar com Sarada.

Despediram-se quando atravessaram a saída do campo de treinamento e Daisuke colocou seus fones no ouvido dando play em uma música qualquer e começou a andar tranqüilo até uma kunai fincar no chão em sua frente, parou e viu de lado a Uchiha parada com os braços cruzados e com o gato de gelo em seu ombro o encarando, tirou seus fones e abaixou o volume da música em seu celular.

- Acho que nós moramos na mesma direção. – Daisuke analisou a Uchiha de baixo para cima e tentou controlar os altos batimentos cardíacos que estava sentindo. – Podemos ir juntos até certa parte do caminho?

- Claro. Sem. Problemas. – A resposta saiu pausada e o moreno pausou sua música colocando os fones no pescoço. – Você mora muito longe? – Perguntou pegando a kunai do chão e a entregou para a sua dona.

- Não muito.

Os dois começaram a caminhar lado a lado em silêncio se analisando mutuamente.

Sabia que a menina não tinha culpa e nem fora responsável dos erros cometidos no passado que de certa forma o impediu de ter uma família, ter o seu pai presente. Ela tinha tudo o que ele tinha direito, tinha sua família Uchiha unida, seus pais eram casados perante todas as cinco grandes nações, carregava o símbolo do clã em sua roupa e deduzia que ela deveria exibir seu sharingan a vontade enquanto ele tinha que esconder seu poder ocular. A raiva tomou lugar em seu coração quando notava que sua mãe sofria por alguém que a abandonou mais 15 anos atrás, "Ela ainda usa a merda da aliança de casamento" resmungou internamente e tentou lembrar das palavras escritas nas cartas que foram deixadas para ele, palavras sempre dizendo o quanto sua mãe era incrível e o amor da vida de seu pai, "O mesmo que não pensou duas vezes em deixar ela e seu filho para trás por causa de uma maldita vingança, quanto amor papai." pensou e apertou sua mão direita com força tentando controlar sua raiva . Avistou seu novo prédio e parou sendo acompanhado da menina que carregava o gato de gelo no colo.

- Eu moro aqui. – Falou com um pouco de dificuldade e encheu o pulmão com ar puro. – Se quiser eu posso te acompanhar até sua casa e depois voltar para a minha. – Falou a última frase com rapidez e sorriu com orgulho de si mesmo por conseguir tratar bem a Uchiha mais nova e não permitir que seus sentimentos ruins fossem descontados em alguém inocente dos erros de outras pessoas.

- Bom saber que você mora aqui. – Sarada falou examinando o prédio e empurrou o óculos com o dedo indicador. – Eu sei me cuidar sozinha, mas obrigada de qualquer forma. – Voltou a caminhar na rua, se virou quando estava um pouco distante e avistou o moreno ainda parado a encarando e gritou. – E seja bem-vindo em Konoha Watanabe Daisuke.

- Obrigado Uchiha Sarada. – Acenou e resolveu entrar no prédio quando a adolescente sumiu de sua vista.

Subiu as escadas com pressa e entrou no apartamento escuro, colocou a cesta em cima da mesa e abraçou a cadela que pulava nele. Foi para o seu banheiro e sentiu seus músculos relaxarem ao cair água quente em seu corpo, terminou sua higiene pessoal, colocou sua calça de moletom cinza que usa como pijama junto de uma camiseta de mangas preta lisa e foi para sala. Ligou a televisão, colocou seu desenho favorito e foi para a cozinha abrindo a geladeira, pegou alguns legumes, um potinho com filé de frango temperado, temperos e o seu molho favorito. Começou a cozinhar o jantar e encarava o relógio ansioso para chegada de sua mãe e quase pulou de alegria quando a porta da frente se abriu e o rosto familiar adentrou a casa segurando uma caixa de papelão, sua bolsa de costume e um objeto quase misterioso dentro de uma capa preta.

- Cheguei com seu presente de aniversário. – Foi a primeira frase que Amélie disse ao seu filho antes de quase cair no chão quando a cadela branca pulou em cima dela animada. O menino decidiu ajudar a mãe pegando a sua bolsa e colocando ela em cima do sofá preto. – Aqui esta seu presente de aniversário, pode abrir. – Amélie gritou animada dando pulinhos e batendo palmas.

Daisuke pegou a capa preta e puxou o zíper devagar, quando abriu a capa e tirou a guitarra ficou em êxtase pleno. Sentou no sofá com a guitarra azul e branca na mão, a alisava e a encarava sem palavras na boca, até notar que ele não fazia idéia de como se toca uma guitarra.

- Eu não sei tocar guitarra mãe e agora? – Se sentiu mal ao ouvir a gargalhada alta de sua mãe.

- Eu que ensinei seu tio Sitka e seu pai a tocar guitarra, posso te ensinar também garoto. – Falou enquanto enchia um copo vazio com água. – Vou guardar minhas coisas e tomar um banho. – Falou beijando a testa do mais novo. – Quando eu sair quero saber como foi o seu dia.

Daisuke assentiu com uma cara desanimada e foi para o seu quarto com a guitarra e o amplificador. Encarou o quarto extremamente arrumado e organizado com a mão no queixo, colocou o amplificador em cima de sua escrivaninha e a guitarra em pé no chão, voltou para a sala, viu sua mãe mexendo no frango e entrou em desespero. "Sua mãe é quase perfeita Daisuke. Uma incrível ninja e até me superar ela conseguiu, a pessoa com o coração mais lindo que já conheci e que sempre está rindo e sorrindo sem motivos, a pessoa mais altruísta que já encontrei nesta existência, com os melhores ideais que alguém pode ter e a única coisa que eu lhe imploro é que siga os mesmos ideais que ela, mas mesmo sendo incrível ela tem defeitos e o pior de todos eles é que ela é PÉSSIMA na cozinha e uma tremenda viciada em bebidas alcoólicas." As palavras escritas em uma das cartas escritas por seu pai gritou em sua cabeça e correu para o fogão.

- Eu só virei porque achei que ia queimar. – Disse Amélie enrolada em seu roupão de banho.

- Sem problemas mãe, pode voltar para seu banho. – Daisuke pegou o garfo da mão de sua mãe e olhou para os legumes esmagados invés de caramelizados e revirou os olhos, ficou por minutos tentando caramelizar os legumes esmagados e desistiu. –"Aprenda a cozinhar para sua mãe Daisuke." – Zombou com sua voz ao mesmo tempo em que abria e fechava a mão imitando alguém falando. – Ótimos conselhos papai. – Resmungou baixo e sentiu a presença atrás de si.

Se virou lentamente e viu a mulher o encarando com o olhar furioso.

- Desdenhando do seu pai de novo?

- Estou fazendo time com Uchiha Sarada. – Expôs em busca de evitar uma bronca e mudar o assunto.

Amélie estava com sua camisola de seda vermelha e os cabelos curtos molhados, se sentou no banco que ficava na bancada da pia e encarou o filho que arrumava os dois pratos.

- E como você se sentiu em relação a tudo isso?

- Ela não tem culpa de nada, mas ainda assim não me sinto bem em relação a ela. – Disse dando de ombros colocando a colher de pau dentro da pia. 

 - Então ore pela felicidade dela e de sua família, tenho certeza que isso vai clarear sua mente. -  Amélie falou levando os dois pratos para a mesa ao mesmo tempo em que seu filho pegava dois copos e uma garrafa de chá gelado na geladeira.

 - Irei fazer isso então. - Respondeu enchendo os dois copos com o chá antes de se sentarem.

 Agradeceram pela comida, terminaram sua refeição, lavaram a louça suja do jantar e fizeram suas orações noturnas.

- Podíamos ver um filme para relaxar, não acha? – Amélie disse se espreguiçando e indo sentar em direção ao sofá. – Dessa vez eu deixo você escolher.

A cadela branca pôs a cabeça no colo de sua dona e o moreno passava o dedo pelas mídias digitais e pegou uma capa de plástico.

- Game Of Thrones? – Propôs e sua mãe assentiu.

 

Quando o terceiro episódio da primeira temporada acabou Daisuke viu sua mãe cochilando com a cadela em seu colo, decidiu desligar a televisão e sua mãe se levantou assustada.

- Já vou dormir mãe, boa noite. – Beijou a cabeleira preta.

- Boa noite meu céu e terra. – Disse e decidiu completar. – E antes que eu me esqueça, tenho um encontro amanhã a noite e talvez eu chegue tarde ou não chegue em casa no mesmo dia. – Riu alto enquanto seu filho lhe lançava um olhar com irritação.

- Um mês mãe, estamos aqui em menos de um mês. – Reclamou cruzando os braços parado no meio da sala.

Amélie se levantou e abraçou o filho que ainda continuava com os braços cruzados.

- Dessa vez acredito ser só amizade. – Disse com sinceridade e seu filho fez bico. – Estou indo dormir, amanhã te acordo para caminharmos juntos, ok?

- Ok. – Daisuke respondeu emburrado.

Amélie se levantou nas pontas dos pés e beijou a testa do moreno e os dois seguiram cada um para seu quarto.


Notas Finais


Espero que gostem. Quem tiver curiosidade ela está mais avançada no Wattpad. Bjos :*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...