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História Elenlindale - Subconsciente Não Mente


Escrita por: itsbrunnalys

Notas do Autor


Elen síla lúmenn' omentielvo! / Uma estrela brilha na hora de nosso encontro! 🌌⭐🌌⭐

Oi! Tudo bem com você? (^-^)/

E aqui estamos nós novamente para lhes apresentar mais um cap cheio de mistérios e coisitas fofas.
Sério, eu amo esses dois #Levna (Obrigada @ahobbit pelo nome do shipp deles, adorei!)

Bem, vamos ao cap!
Let´s go peoples. 🏃🏃🏃🏃

Divirtam-se my children!💃💃💃💃

Capítulo 9 - Subconsciente Não Mente


Fanfic / Fanfiction Elenlindale - Subconsciente Não Mente

Pov Légolas

De cabeça para baixo.

Era assim que sentia que as coisas estavam no momento. Eu não sabia mais o que poderia acontecer de uma hora para outra. Aquela que eu acreditava ser inofensiva, que me fez sorrir, me fez ter pensamentos que…

Jamais pensei que ela, alguém que me parecesse tão gentil e sonhadora, pudesse se tornar tão… sombria. Ivna não parecia a mesma que eu havia conhecido, a mesma que encontrei na beira da floresta, usando suas últimas forças para clamar por ajuda. Era uma moça completamente diferente naquele momento.

Céus! Quem era aquela que viajava comigo durante todo esse tempo? O que ela fizera, nenhum humano jamais iria conseguir! Aquela forte energia que eu sentia e que me fazia sentir um sufocamento... Vinha dela também!

De uma coisa eu tinha certeza: a Vulcanova não era o que aparentava ser. Estava óbvio, desde seu comando sobre os acolitos até sua energia negra. Era simplesmente forte! Além de impossível de resistir! No início, era como uma doce melodia de fada, mas que, assim que sua presa estivesse ao seu alcance, seria abatida. Comigo e Samwise não fora diferente.

Minhas pernas precisavam de um descanso. Depois de vários minutos andando e correndo até a estalagem mais próxima de uma outra cidadezinha das redondezas, eu, Gandalf, Sam e Ivna nos instalamos nele. Subi com a garota até o quarto, onde a deixei deitada sobre a cama.

Seu corpo estava se normalizando, suas bochechas voltavam ao rosado normal, sua pele já não era branca como a de um fantasma e dela não emanava mais aquela energia negra de antes. Parecia tão... Serena, ali, dormindo, nem parecia aquela que nos atacara antes. Suspirei, me levantando da cama depois de limpar e tratar sua bochecha, no mesmo local onde eu a atingi antes para que ela saísse do transe. Certamente pedirei desculpas por isso quando ela acordar, mas só também depois de suas explicações por tal comportamento. Aquilo resultou na quase morte do pequeno hobbit e na minha!

Gandalf, que observava o lado de fora pela janela bem atento, nem mesmo se mexeu quando perguntei:

- Como nos achou? É praticamente impossível ter nos achado quando Samwise havia o visto no Condado à meses atrás.

O mago olhou-me com semblante preocupado, e também como se pensasse e escolhesse as palavras para me responder. Seu olhar se voltou para Ivna, agora de modo mais sombrio... Parecia cauteloso, como se cada movimento brusco seu pudesse despertar a ira daquela moça de feições delicadas.

- Havia um caminho sangrento, grama morta, ar seco e pesado… Segui a trilha dos animais mortos... Consegui sentir a energia dela ao longe. Foi uma situação repentina. Foi algo que não via desde…

Ele se interrompeu, desviando sua atenção para mim e a jovem desmaiada na cama. Ao se aproximar, ele checou se a Vulcanova ainda tinha resquícios de energia negra, jogando uma folha verde em cima dela. Não houve resultados. Entendi tal procedimento. Assim como o mais belo céu azul, ela estava pura.

Isso me deixou muito confuso.

- A Sra. Vulcanova é causadora desses rastros de destruição pelo caminho? - perguntou o hobbit, como se tivesse adivinhado o que eu iria perguntar.

Mais uma vez o mago se conteve em responder prontamente.

- Temos que verificar primeiro antes de julgar. Se essa moça for o que estou procurando...

- Então? - perguntei, me sentia inquieto e ansioso por uma resposta.

- Então que podemos estar em sérios problemas. - respondeu Gandalf, com olhar sério. O qual já vi muitas vezes, e isso indicava um verdadeiro problema mesmo.

- A Sra. Vulcanova está bem? Ela parece estar ficando pálida novamente. - disse Samwise apontando para ela meio assustado.

- Pegue uma bacia, rápido! - ordenou o mago branco e eu rapidamente peguei o que ele pediu.

Foi tão rápido que quase não deu tempo. Ivna acordou de repente e deu cara como Gandalf, que a segurou pelos ombros antes que a mesma fosse cair da cama. Sem noção do que estava ao seu redor, ela acabou vomitando na bacia que logo direcionei ali no pé cama.

Foi assustador. Enquanto ela colocava para fora o conteúdo que estava em seu estômago, percebi veias, parecendo raízes verde musgo escuro quase chegando ao tom negro, em seu pescoço. Seus olhos pareciam querer voltar áquela forma esbranquiçada como a vi dentro daquele forte.

- Peguem as cordas! Agora! - disse o mago, jogando as mesmas para nós, as quais estavam dentro de sua bolsa.

Sem instrução detalhada de como eu e o hobbit faríamos isso, optamos por amarrar suas mãos e pés. Ivna iniciava sua resistência. E novamente não reconheci aquela garota frágil. Ela tinha uma força acima do normal, era difícil mantê-la no lugar.

- O que está acontecendo com ela? - perguntei um tanto aflito por vê-la daquele jeito.

- Está em estado selvático! Mantenha-a assim! - disse ele retirando algo de seu bolso.

As unhas de Ivna quase o arranharam, mas o mago tinha um reflexo aguçado, desviando-se a tempo de seu ataque e, tomando vantagem sobre isso.

Gandalf desenhou algo em sua testa, e no mesmo segundo, Ivna desabou na cama, totalmente petrificada.

- Seu eu está em total desiquilíbrio... Temos que concertá-la. - disse o mago.

- Concertá-la? O que esta moça é para que faça isso? - questionei, ainda confuso e apreensivo pela cena que acabei de testemunhar.

- Alteza, esta jovem é humana. - isso me deixou com a mente mais bagunçada - Mas também é outra coisa. - disse, agora me deixando intrigado.

- Outra coisa? Um ser de alguma floresta amaldiçoada? - perguntou Sam.

- Pior que isso... Muito pior que isso... - disse Gandalf - Mas por hora não sei realmente. É por isso, que venho buscado por esses meses, anos, por essa força desconhecida. Mas de uma energia muito familiar.

Olhei para a jovem de novo, que agora dormia tranquila depois desse descontrole momentâneo.

- Ela vai ficar bem? - perguntei.

- Se trabalharmos para isso, sim. Mas de agora em diante, sejam cuidadosos. - ele olhou para Ivna - Suponho que nem ela mesma saiba que pode ser um risco. E por isso, devemos guiá-la para um bom caminho. Qual é o nome dela? - perguntou o amgo depois de um tempo refletindo.

- Ivna Vulcanova. A encontrei em Harlidom, numa floresta atrás das montanhas Azuis. - respondi, fazendo o mago ficar pensativo.

- Ela tem parentes? Alguém responsável por ela? - questionou.

- Não. A única pessoa a quem ela tinha era sua mãe. Eu e ela... Fizemos seu ritual fúnebre... - limpei minha testa, por perceber que eu havia suado com o esforço - A encontrei em um cenário lamentável, me pediu ajuda e, acabei vendo um outro mais lamentável ainda... Existia uma cidade no litoral, uma que nunca eu tinha visto ou ouvido falar em toda minha vida. Se chamava Álvara. Segundo ela, era uma cidade pacífica e de comércio. Mas o que vi... Ela foi a única coisa viva e em condições estáveis que vi daquele lugar. Tudo e todos foram dizimados. Uma completa destruição. - lhe contei.

Gandalf fitou o céu escuro lá fora. Haviam estrelas, mas sem lua. E as nuvens ao longe indicavam que uma tempestade estava por vir.

- Havia algo com esta jovem? Algum amuleto, tesouro, ou uma arma? - perguntou Gandalf.

Isso está cada vez mais estranho para mim... Há tantas perguntas, para tão poucas ou quase nenhuma respostas.

- A única herança que tem consigo é um diário de sua mãe. Mas o mesmo está e péssimo estado. E foi por ele que tivemos  ideia de buscá-lo. Seu nome foi mencionado nele. - falei, fazendo o mago arquear uma sobrancelha curiosa.

- Ainda tem posse desse objeto? - fiz que sim e fui até a bolsa de Ivna.

Assim que peguei o diário, fiquei pensativo sobre a decisão de entregar ou não ao Gandalf, já que isso não era meu e também era algo intimo da família de Ivna.

- Tudo bem, Légolas. Vamos esperar que ela acorde para que possamos dar continuidade. - disse o mago, entendendo minha posição ali. Acenei agradecendo por este gesto de compreensão.

Após algumas horas, Ivna ainda se mantinha desacordada. Não sei que feitiço ou magia Gandalf usou, mas parecia estar dando resultado. E novamente aquela cor natural e rosada de sua pele ia voltando. As vezes ela murmurava uma frase sem sentido, como "Sou Ivan, ao seu dispor" ou "Seus trocados", ou mais outros, mas eram incompreensíveis.

Minha preocupação pela sua saúde só aumentava. Samwise as vezes ficava ali sentado ao meu lado, conversando sobre nossas antigas aventuras, e também sobre Ivna, sobre ter se surpreendido com uma situação tão inesperada, ainda mais para quem que só saiu de casa para comprar cervejas para o estoque de seu lar.

Se ele se impressionado, eu estou mais para aliviado por ver a melhora dela. Por mais que depois Gandalf tenha me dito que ela possa ser um risco, que seu interior pode estar desiquilibrado e que foi ela quem causou aquelas destruições pelo caminho, esses fatos todos não me fizeram querer me afastar, pelo ao contrario, só me fizeram ficar ainda mais intrigado a querer adentrar nesse mistério que circunda a Vulcanova. Se até o mago ainda não sabe sobre ela, isso significa que é um segredo muito mais profundo do que aquele misterioso ataque que ela e sua cidade sofreram.

Muitas teorias rondam minha mente, mas prefiro que essa história se desenrole para que assim, eu possa julgar se isso será mal para mim, afinal, ela não me conhece, e eu, muito menos a conheço, não mais do que sei até agora.

Como por exemplo, saber que suas técnicas de esgrimas são ruins além do normal...

- Sorrisos em meio ao silêncio reflexivo são sempre sinal de boa sorte. Ou, de algo bonito. - disse Gandalf me acordando dos devaneios - Qual deles é?

- Eu não estava sorrindo... - falei, e o mago arqueou uma sobrancelha.

- Estava sim Sr. Greenleaf. Eu vi. - disse o pequeno hobbit.

Fiquei sem o que dizer.

Porque estava me sentindo tão encurralado nesse momento? E mesmo que isso seja verdade que disseram, porque me sinto como se tivesse pego roubando um doce?

- Um elfo sorrindo é sempre sinal de boas energias. Continue assim nesse estado alteza. Isso pode ajudá-la. - disse Gandalf esboçando um leve semblante contente. Isso me deixou mais, encabulado, acho que essa é a palavra certa para o que estou sentindo.

Desviei meu olhar deles e me voltei para aquela linda e adormecida jovem, que agora tinha sua respiração mais tranquila.

Parecia uma escultura feita pelo meu povo, de tão bela que era em seus traços. Principalmente sua boca. Não usava nada para enfeitar-se, e nem precisava. Ivna é linda, isso é um fato. Se eu não soubesse que era humana, poderia se passar por uma elfa facilmente.

- Como anda seu coração, Légolas? - perguntou Gandalf de repente, me pegando de surpresa.

Era difícil responder no momento. Não sabia. Acho que o mais certo a dizer era definir como um vazio, mas também uma bagunça. Não sei explicar.

Mas uma coisa é certa: Sinto um imenso desejo de que Ivna fique bem. Me sinto estranhamente triste de vê-la neste estado. Aliás, desde a primeira vez que a vi, sinto a necessidade de mantê-la sempre sorrindo, como se isso fosse o meu objetivo principal para viver. Era como se fosse um pecado vê-la em um estado inferior à luz que ela emana ao sorrir, quando está alegre ou distraída em seus pensamentos enquanto observa a natureza ao seu redor com aquele olhar de aventura e curiosidade, deslumbrada com um mundo que ela nunca viu. E nesses poucos dias, me acostumei a vê-la assim.

- Veja! Ela está acordando! - disse Sam, apontando para Ivna, que se mexeu e franziu o cenho tossindo em seco.

- Ivna? - a chamei, mas a mesma só franzia o cenho, ainda deitada.

- Mãe... - murmurou, derramando uma lágrima pela lateral de seu rosto.

- Está voltando a si. Isso é bom. Está recordando de suas memórias. - disse Gandalf ascendendo seu cachimbo, ele parecia mais tranquilo.

- Ivna? Pode me escutar? - cheguei mais perto, sussurrando um pouco perto de seu rosto.

Pov Ivna

Dor, dor, dor...

Tudo dói. Tudo é tão frio... Porque estão me machucando? O que eu fiz?

Olhei para minhas mãos e as vi queimando, com bolhas, pele saindo e dando lugar à carne, meus músculos e depois ossos.

Aquilo me aterroriza de uma forma que parecia que tinham juntado todo o medo do mundo e tivessem posto dentro de mim.

Eu gritava, e por mais força que eu fizesse, minha voz não era ouvida. Ninguém daquela cidade me ouvia. Todos passavam por mim, me olhavam com desdém ou riam. Eu sentia repulsa, mas também sentia uma imensa vergonha, como se eu tivesse despida.

Agora eram meus braços que queimavam. Aquilo doía muito. Ninguém aparecia para me tirar daquele desespero e dor. Eu corria pelas ruas de minha cidade, mas ninguém se dava ao trabalho de me ajudar.

- Por favor... Eu não aguento mais isso! Por favor! - minha voz saiu surda, sem vida, aos ecos, como se eu tivesse a milhas de distância.

- Você merece isso. - disse uma voz muito familiar que aqueceu meu coração por alguns segundos.

Quando me virei para ela, foi como se todos meus problemas tivessem acabado.

- Mãe... - um nó na gargante sufocante apareceu.

- Você merece isso. - disse ela com seu olhar fixo, sem vida, apontando acusadoramente sem piedade para mim.

- O que eu fiz mamãe? Por favor, me diga! O que eu fiz? - perguntei, tentando chegar perto dela, mas minhas pernas não queria sair do lugar.

- Minha rainha... - disse ela se curvando para mim.

- Mãe? Porque está fazendo isso? - perguntei, ignorando a dor em meus braços, que se queimavam continuadamente. Eu não sabia porque motivos aquilo estava acontecendo.

- Você é um monstro filha... Saia de perto de mim! - gritou ela do nada. Seus olhos agora demostravam terror. Um nojo.

- Mãe, por favor, me ajuda! Eu não aguento mais isso... Dói... Faz isso parar...!  Mãe... Por favor, não me deixe...! - minhas lágrimas rolavam sem parar em meu rosto, eu sentia cada gota escorrer e arder sobre minha pele.

Porque tudo me queimava?

- Minha Espada Negra. - disse ela, olhando para o vazio, parecia não me reconhecer.

- Porque está me chamando assim? Mãe, sou eu, Ivna! Sou eu! Sua filha!

- Um monstro! - ela riu assim como aquela multidão que apareceu do nada detrás dela.

- A verdadeira para todos governar! Minha rainha! Nossa verdadeira! - disse uma sombra ao lado dela, e agia igual á minha mãe.

- Saia de perto dela! - gritei, a coisa me escutou, e somente se curvou para mim em uma reverência e foi para o meio da multidão.

Quando olhei para minhas mãos e braços novamente, eles não estavam mais queimando, tinham voltado ao normal.

E o mais estranho era que eu não sentia mais dor. Somente um alívio. Uma paz.

- Ivna? - me chamou uma voz grave.

- Leif? - fiquei tão feliz em vê-lo.

- Vamos fugir Ivna! Vamos embora! - disse ele se aproximando de mim todo animado, como sempre.

- Mas e nosso sonho? E minha mãe? - perguntei.

- Deixe todos eles. Ninguém é digno de sua atenção. Ninguém. Somente eu posso lhe dar o que você quiser. Somente eu lhe entendo. - disse ele estendendo sua mão.

Esse não é meu amigo... Ele nunca me falaria essas palavras.

- Vá embora, saia da minha frente. - falei, agora de modo mais sério.

Meu amigo começou a rir como aquelas outras outras pessoas da cidade.

- És tão digna... A verdadeira. Para todos governar. Nossa rainha. - disse.

- Eu não sei quem é você, mas saia da minha frente! Isso não pode ser real! Nada disso! - gritei - Sai da minha frente!!!

Surpreendentemente, dessa vez minha voz se estendeu por quilômetros.

Fiquei surpresa e assutada ao mesmo tempo.

- Não! - gritei de novo, ao ver que minha cidade, as pessoas, tudo e todos, começaram a ruir de repente.

O chão tremia, tudo se desmoronava. Minhas pernas tomaram vida e se puseram a correr dali, como se elas quisessem me salvar daquilo.

Corri por muito tempo, só parei quando vi a floresta agora me rodear. Para onde eu olhasse, só via agora árvores e mais vegetações.

- Ivna? - chamou uma outra voz, uma que eu não conhecia, mas me parecia familiar.

- Quem está aí? - perguntei, temendo que fosse novamente aquela sombra.

- Ivna? - apareceu ao longe, em pé em um ramo grosso de uma arvore velha, um ser desconhecido para mim, mas sua aparecia se assemelhava ao dos humanos, exceto por suas orelhas.

- Quem é você? - perguntei quando o mesmo desceu daquela árvore de forma habilidosa, me impressionando.

- Ivna? - me chamou novamente.

- Porque você só pergunta isso? - questionei, sentindo que aquele ser não era nocivo.

O mais estranho era que eu me sentia confortável em sua presença. Todo o medo, toda aquela tristeza... Pareciam ter sido sugados por aquele ser tão... Fascinante.

- Ivna, porque choras? - disse ele, se aproximando de mim com uma lentidão perigosa, me fazendo ficar inquieta por um motivo desconhecido.

- Eu... Minha mãe, a cidade... - falei, me recordando daquele cenário horrível que vi.

- Não precisa mais chorar... Não gosto de vê-la assim. - disse aquele ser com orelhas pontudas chegando mais perto - Estou aqui agora, vou te ajudar. - suas palavras me davam um conforto tão grande, que me sentia segura ao ponto de deixá-lo vir até mim.

Seu olhar se fixou nos meus. O tom azulado deles eram hipnotizadores, quanto mais eu olhava, mais eu queria ficar ali, mergulhada neles.

Não sei quem era, mas, era realmente um ser lindo...

- Promete? - perguntei.

- Com todo meu ser, Ivna. - respondeu ele, pondo uma mão no meu rosto e se aproximando mais.

Ele ficara tão perto que eu conseguia sentir sua respiração se misturar com a minha.

Minhas pernas ficaram um tanto moles, meu coração acelerou, e minha garganta ficou seca.

Isso não está certo...

- Quem é você? - perguntei, meio tonta por aquela aproximação beirando a íntimo.

- Ivna... - disse ele meu nome com uma voz mais doce e baixa, roçando seu nariz em minha bochecha. Seus olhos se fecharam.

- O que você é? Porque suas orelhas são desse jeito? - perguntei, tentando manter minha mente focada, mas aquele cheiro de relva fresca e jasmim-estrela não me deixava pensar direito.

- Você quer tocá-las? - perguntou ele, em um sorriso mínimo e nada inocente.

- Sim... Eu quero... - respondi sem nem direito pensar se isso era certo.

Minhas mãos deslizaram para seu rosto, e lentamente, pus uma mão de cada lado de sua cabeça, até que elas chegassem as pontas.

- Inva? - seu semblante ficou sério, seu olhar assustado, olhos um pouco arregalados.

- Légolas? - de repente o reconheci.

O mais estranho de tudo era que eu não estava mais naquela floresta, mas sim, sentada em uma cama, dentro de um quarto pequeno quase sem espaço.

- Finalmente, ela acordou. - disse a voz grave de um senhor.

Dei um pequeno grito ao ver que eu e Légolas não estávamos sozinhos. E tirei minhas mãos das orelhas dele bruscamente como se tivessem me queimado.

Além do senhor de branco que segurava seu cajado e me olhava com um semblante divertido, havia também um ser pequenino.

Ah! Era o hobbit!

- Me desculpa! Me desculpa! Me desculpa! E-eu não queria! Me desculpa Légolas! E-eu não sei o que está a-acontecendo! O que está acontecendo?! - me afastei rapidamente de Légolas, que olhava para mim numa mistura de alegria e desconcerto.

- Tudo bem, Ivna. - disse ele dando um pequeno e mínimo sorriso de canto, desviando o olhar de mim para o chão. Percebi o Sr. Gamgee reprimir um pequeno sorriso, tampando a boca com sua mão.

- Como está se sentindo, Sra. Vulcanova? - perguntou aquele senhor de branco.

- Quem é voc... - me interrompi, porque minha mente começou a trabalhar nesse momento - Você é o... - balancei a cabeça em negativa, me repreendendo pelo meus modos - O senhor é o Gandalf? O mago do diário de minha mãe? - questionei, ganhando como resposta, um pequeno sorriso amigável do mesmo.

- Viu? Falei que ela era uma moça muito perspicaz. E muito espirituosa também... - disse o elfo, olhando para mim com um olhar cheio de contentamento.

Já eu... Se eu pudesse enfiar minha cabeça na terra e nunca mais tirar, nesse momento eu faria.

- O que... Porque estou aqui? - olhei para tudo ao redor, eu estava coberta com um lençol fino e cinzento. Quando passei uma mão pelo meu rosto, percebi que havia uma folha verde, nova, grudada na minha testa com um güento esverdeado. O cheiro me lembrava a hortelã e mel.

- Até onde se lembra Ivna? - perguntou Légolas.

- Eu... Me lembro de estar sendo pega por aquelas coisas... E depois... Agora. - respondi, tentando forçar minha mente de lembrar mais coisas.

- Não se esforce Sra. Vulcanova. Ainda está em recuperação, apesar de já estar em condições de caminhar. - avisou o mago.

Porque ele me parecia familiar?

- Então isso significa que eu já posso comer qualquer coisa? Estou morrendo de fome. - falei, e todos ali riram brevemente, até Légolas.

Pelos deuses... Eu não estou conseguindo olhar para ele!

Minhas bochechas esquentaram tão rápido que pensei que elas estivessem queimando de verdade.

- O que houve Sra. Vulcanova? Seu rosto ficou vermelho de repente. - perguntou Sam.

- Se eu lhe falasse... - respirei fundo - Tive um terrível pesadelo... - só de mencionar isso me dera calafrios.

- Com o que exatamente sonhou, se nos permite saber. - perguntou o mago.

- Bem... - olhei para todos eles, até meu olhar acabar em Légolas, o qual eu desviei novamente.

Eu posso estar ainda um pouco tonta e confusa com tudo, e pode ser que isso seja  coisa da minha cabeça, mas, percebi o elfo fazer a mesma coisa que eu.

- Tudo bem se não quiser contar agora, tudo tem seu tempo. - disse Gandalf.

- Obrigada. - olhei para ele, que devolvia um olhar de compreensão.

Eu não sei... Mas eu acho que já o vi em lugar...

- Vou lá embaixo ver se eles têm algo para comer. - disse Sam, se desencostando da janela e saindo do quarto.

- Me espere Sr.Gamgee, irei acompanhá-lo. - disse o mago.

- Espera! - falei, e o mesmo se virou novamente para mim - O senhor... O diário de minha mãe... O senhor a conhecia? - perguntei. Minha ansiedade aumentava em querer saber mais sobre ele.

- Lembro-me de uma jovem Vulcanova que veio me pedir ajuda... Sim. Você se assemelha muito á ela. - respondeu.

- Que tipo de ajuda? Porque ela nunca mencionou o senhor para mim? E eu tenho... Uma forte impressão agora de que, já nos vimos antes. Me desculpe por estar o importunando dessa maneira, mas, me aconteceu tantas coisas... - falei.

- Sim, já me foi informado sobre seu infortúnio. - ele olhou para Légolas que olhou para mim como se pedisse desculpas - E é por isso, Sra. Vulcanova, que devemos ir com calma agora, recupere-se de suas forças. Teremos bastante tempo para por tudo em pratos limpos e tentar concertar as coisas. - aconselhou o mago.

"Tentar consertar as coisas"... O que ele quis dizer com isso?

- Sim, tudo bem. - assenti, me recostando na cabeceira da cama.

O hobbit e Gandalf então saíram do quarto, me deixando a sós com o elfo.

- Você está bem? - perguntei á ele, que parecia agora absorto em seus pensamentos.

- Sim, estou. - respondeu um tanto inquieto.

- Porque estou sentindo que isso é uma mentira? - falei, ele se virou para mim e arqueou uma sobrancelha - Se for o fato de que eu peguei em suas orelhas...

- Não, não é isso! - ele corou rapidamente, mas balançou a cabeça e respirou fundo em seguida, acho que para tentar espantar algum pensamento, e se aproximou - Quando foi levada por aqueles acólitos, o que eles lhe fizeram quando entraram com você naquele forte?

- Espera, eu entrei em algum forte? - minha pergunta o fez se espantar.

- Isso está tão estranho... Como não consegue se lembrar de nada? Você... Não sentiu algo de diferente, ou viu algo antes de entrar nesse estado de inconsciência? - questionou.

- A única coisa da qual me lembro foi de você me chamando. Sua voz foi a ultima lembrança do que tenho daquela tarde em que estava sendo levada. - no momento em que eu disse isso, me senti envergonhada por ter contado.

Agora que, tomando nota...

Porque a voz dele foi a única coisa que me foi guardada de toda aquela confusão?

- Suas maçãs estão novamente corando, Ivna. - disse ele se abaixando até mim, ficando ajoelhado ali no chão do lado da cama.

- Isso deve ser fome! Com toda certeza. - falei, cruzando os braços, como se aquilo fosse tentar me fazer parar de ficar com minhas bochechas esquentando.

- Isso, para meu povo, significa outra coisa... - disse, aproximando sua mão de meu rosto.

Aquele movimento me fez paralisar. Minha garganta secou. Parecia que eu estava tendo um déjà vu.

Quando vi, ele só tinha feito esse movimento porque havia ainda resquícios de folhas em minha testa.

- Acho que entendi o porque está envergonhada.

- Quem disse que estou envergonhada?

- Sei que damas, humanas, tem sua vaidade, eu entendo. As elfas são dez vezes piores nisso. Aliás, nenhum de nós nos apresentamos ao outro sem estarmos em perfeita condição. Compreendo que estar cheia de güento e folhas pelo rosto e uma tanto desalinhada, e ainda por cima, estar na presença de pessoas novas, lhe deixou com uma certa timidez. - disse.

- Não tente deduzir uma coisa que não é. - rebati.

- Ah não? Então pode me explicar o que é? - questionou.

Nem morta eu diria o real motivo!

- Talvez... Seja porque você esteja novamente em uma situação inapropriada. Oras. - falei a primeira coisa, mesmo que meio sem sentido, foi que me passou na cabeça.

Seu cenho franziu, como se ele realmente se desse conta de que estava errado. Nossa situação ali era parecida como na primeira vez em que eu tinha acordado e dado de cara com ele ali num mesmo quarto, a sós. Mas agora era diferente, eu o conhecia o suficiente para saber de seu caráter, que era honrado, digno e respeitoso.

- Se é isso, me perdoe, outra vez. - disse se levantando dali e indo até a porta, dando um aceno com a cabeça antes de fechar a mesma e sair.

Se ele soubesse o real motivo... Se ele soubesse do sonho vergonhoso que tive com ele...

Acho que foi melhor assim.

Apesar de estar com uma grande sensação de culpa por acusá-lo injustamente.


Notas Finais


E então mis guapos e guapas, goxxtaram?

E aqui estamos vendo Ivna e seu fascínio pelas orelhas de um certo elfo loiro... kkk
E um certo sorriso bobo aparecendo aí... Sabem o que isso significa?
Como diz o título, "subconsciente não mente"...
Então... Acho que me entenderam né?

Espero que tenham se divertido tanto quanto eu no cap de hoje.
Se houver erritos, peço mil sorrys à todos.

Um grande abraço apertado e beijitus à todos.
Inté lá my little friends. #peaceandlovealways


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