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História Elipse - 27 de Dezembro - Parte III: Cinderela


Escrita por: Kisara

Notas do Autor


Hey, amoreees!

Esse capítulo ia sair hoje à noite ou amanhã, mas por motivos de força maior somados a "o capítulo já estava pronto mesmo", cá está ele.

Vamos deixar o bate-papo para o final, OK?

Boa leitura!

Capítulo 23 - 27 de Dezembro - Parte III: Cinderela


Fanfic / Fanfiction Elipse - 27 de Dezembro - Parte III: Cinderela

A professora Tsunade Senju estava errada.

Os livros de Biologia estavam todos errados.

Não era sangue o que corria em suas artérias, em suas veias... Não era sangue o que era bombeado por seu coração.

Era fogo.

Fogo líquido.

Alastrando-se pelo interior de seu corpo e queimando incessantemente por ele, iniciado com as faíscas que a presença de Naruto parecia espalhar pelo ar – e que Hinata não hesitava em respirar –, e alimentado pelo toque dele em sua pele, pelo movimentar dos dedos dele em seu braço, pelo caminhar das digitais dele em seu ombro.

E que a colocava em combustão quando as duas mãos dele seguravam seu rosto e ele a beijava como se cada um dos seus poros quisesse aquele beijo, quisesse aquela pele, quisesse aquele cheiro.

(E queria mesmo).

 

 

Tudo começava no porão...

 

Quando Hinata se permitiu abrir os olhos, pouco depois do quarto ou quinto beijo – era o sexto e, ah, não adiantava se enganar, ela estava contando! –, encontrando o par de olhos azuis semiabertos a encarando com visível ansiedade, ela percebeu que não fazia ideia de como haviam chegado ali. No porão.

Ela piscou algumas vezes, pálpebras pálidas cobrindo olhos lunares e resquícios de prata misturando-se às faíscas da respiração de Naruto que se mesclavam ao ar no ambiente. Tinha escadas no porão, uma escadaria longa que separava a porta de metal do local do piso amadeirado no qual seus pés pareciam flutuar – uma sensação  muito explicável, se mencionado que o Uzumaki estava pouco à frente dela.

A questão era...

Ela não se lembrava de ter descido aquelas escadas.

Sendo precisa – tentando muito sê-lo –, não se lembrava de nada exatamente desde o som da voz de Naruto soando em seus ouvidos, os dentes dele raspando de leve na orelha dela e a piada sobre, até meia noite, ser a Cinderela dele.

Não, espera...

Ela se lembrava de algo mais, sim.

Ela...

...

O pensamento pareceu desnecessário quando Naruto a beijou uma vez mais. Eles deram passos desajeitados, com ele a conduzindo até o sofá velho que havia ali. Hinata sentiu as costas se chocarem contra o estofado não exatamente macio do móvel e o peso do corpo de Naruto sobre o seu. Os lábios dele eram quentes em contato com os dela, a língua dele era feroz contra a dela e, de repente, ter apenas os lábios de Hinata era insuficiente.

Ela sentiu os beijos molhados dele pelo canto de sua boca, descendo por seu pescoço, o arranhar sutil dos dentes dele na região, as mãos dele explorando seu corpo por cima da camisa ainda perfeitamente abotoada dela e os dedos dele contornaram um dos botões enquanto ele aproximava os lábios do ouvido dela.

“Sabe qual é a minha vontade?”, ele perguntou, a língua dele deslizando na cartilagem de sua orelha e um arrepio percorrendo todo o corpo dela. Ela arfou. “Arrancar cada um desses botões”, ele respondeu sem dar a ela tempo de pensar sobre a questão feita. “Com os dentes”, completou, rindo baixinho de como ela ficava cada vez mais rubra.

E ele saiu de cima dela, sentando-se na extremidade do sofá no qual os pés dela não alcançavam.

Hinata piscou, a confusão tomando conta de sua face, a incompreensão do por que ele tinha – desistido? – parado.

“O que foi?”, ela moveu os lábios, interrogando, ignorando como podia o rubor que intensificava em seu rosto por ter deixado a pergunta soar audível. Sentou-se ao lado dele, encarando-o com os olhos um tanto trêmulos e o coração trovejando dentro dela.

“É que...”, ele começou, parecendo um tanto incomodado. O local estava bem iluminado com a luz que ela não se lembrava de tê-lo visto acender e o rosto dele, pensativo, reluzia contra a claridade do lugar. “É a sua primeira vez”, ele pausou, arqueando uma sobrancelha – ela não tentaria negar, não é? Ele se lembrava que antes dele, ela nem mesmo tinha beijado alguém – e escondendo um risinho um tanto debochado para os olhos arregalados de Hinata e para o vermelho no rosto dela que ameaçava ser permanente. “Você não se importa se for comigo?”, observou-a estreitar os olhos. “Quer dizer, pode ser que você ainda goste de alguém...”, ele deixou a frase morrer com as reticências que o tom de voz dele marcava. Podia ser impressão de Hinata, mas ele estava...

Incomodado?

Olhos lunares se estreitaram ainda mais.

“Do que...”, ela começou, gaguejando com o rosto confuso entre as tonalidades rubras que tomavam conta dele, os olhos perdidos na contradição de quererem se estreitar mais com a impressão que havia tido ou se arregalarem com o que havia ouvido. “Você... Está falando?”, ela conseguiu articular.

A voz parecia sussurrada demais e a constatação de que ele só podia ouvi-la porque estavam próximos demais, fazia-a enrubescer um pouco mais. O bastante para vermelho ser declarado como um novo tom de pele.

“Ino”, ele explicou, parecendo... chateado? Ela não tinha certeza. Naruto parecia ter mil e uma emoções diferentes no momento e ler tanto sentimento junto no azul dos olhos dele ao invés de simplesmente mergulhar e imergir nele, era quase impossível. “Ela me disse”, ele confessou, passando a mão pelos cabelos dourados e suados, olhando para ela como se esperasse desesperadamente que ela negasse o que ele dizia – ou podia ser outra impressão que ela tinha. “Bem, ela disse que você era apaixonada por um idiota que ficava com a primeira garota que via numa festa e que essa garota nunca era você”, ele explicou, frisando o ‘era’. Tentando se apegar um pouco a essa questão dos tempos verbais que nunca haviam sido o forte dele, mas que de repente pareciam importantes demais.

“Eu...”, Hinata começou, não sabendo exatamente o que deveria dizer. Os lábios tremiam, o rosto queimava. Os olhos ainda indecisos entre a surpresa pelo que ele dizia e a intriga pelo que ela achava que via nas expressões dele.

Piscou algumas vezes, tentando se acalmar. Pensou em respirar fundo, mas relva, faíscas e incertezas não era algo que ela queria inalar tão fundo no momento e aí desistiu. Ele a fitava com tanta intensidade que o olhar dele parecia cintilar umedecido por gasolina. Os dedos dele se movimentaram no ar, querendo se aproximar dela, tocar seu rosto ou seus cabelos ou simplesmente ela, e ela achou que se ele realmente a tocasse seria como riscar um palito de fósforo e não haveria mais controle para nenhum dos dois porque ambos eram absolutamente inflamáveis.

“Você...?”, ele instigou, não prosseguindo com o toque. Não nela. Os dedos dele descansaram no sofá. Ela mordeu os lábios e parecia que até mesmo os dentes tremiam sobre eles. “De quem você gostava, Hina-chan?”, ele insistiu. Nas duas coisas. Na ênfase no passado. E no assunto, em si.

Hinata apertou mais os dentes em seus lábios, tentando amenizar o desespero que sentia. Ela tentara se declarar uma vez, com Hamlet e as frases que não eram suas, mas que traduziam o que ela sentia. Não funcionou. Ela quis se declarar durante anos, mas nunca teve coragem. E ela talvez pudesse tentar algo de novo... Neste instante. Mas...

Ela respirou fundo.

Relva, faíscas e incertezas inaladas.

Uma frase sonora, expirada:

“Eu quero você.”

Feito. Dito. Não era a resposta que ele procurava ou o “eu te amo” que por anos implorou para ser confessado, mas era algo. E a forma como ele a observava, compreensivo, receptivo e exalando reciprocidade, fazia-a acreditar que bastava.

“Quer?”, ele sussurrou, temendo ter sido coisa da sua cabeça e do desejo que ele sentia.

Ela não respondeu.

Não com palavras.

Todavia, a máxima dizia que uma imagem valia mais. Um toque, no entanto, ele notou, valia ainda mais. Os dedos dela se aproximaram do rosto dele e o tocaram com tanta suavidade, que era como se ele estivesse sendo tocado pelas asas de um anjo e sentindo suas penas. Ela contornou a face dele, deixando as digitais mapearem cada detalhe. A leve aspereza de um pelo ou outro da barba que ele fizera há três dias começando, muito sutilmente mesmo, a despontar. As maçãs do rosto proeminentes, o relevo das cicatrizes felinas nas bochechas, as sobrancelhas um tanto douradas contra a luz acesa do ambiente, os cílios quase translúcidos, moldurando o azul dos olhos semiabertos, por pouco não se fechando totalmente.

O nariz era reto e proporcional ao rosto, os lábios eram finos, sendo o lábio inferior um pouquinho mais cheio do que o superior. E ela o sentiu depositar um beijo suave em seu dedo indicador, quando o caminho que ela havia traçado o levara ali.

Ela recolheu a mão, levantando-se por breves segundos sendo assistida por ele. Percebia uma coisa enquanto se levantava, afastando-se milímetros daquela áurea de amnésia na qual ele parecia envolvê-la quando estava perto demais, instigando-a a pensar de menos ou até a não pensar nas coisas. Ela se lembrava de algo além do convite dele para ser mesmo sua Cinderela e de que o que se seguiu dali não foi nem um pouco desnecessário ou digno de ser ignorado:

 

Lembrava-se de, naquele momento, ainda no refeitório, encará-lo desnorteada e incapaz de respondê-lo ou de sequer assentir. De permitir que seus dedos entrelaçassem nos dele e de segui-lo para longe dali. Deixaram o refeitório. Os passos dos dois ecoando no silêncio absoluto dos corredores e de cada cantinho do colégio, com exceção do ginásio.

Tudo começara no porão. O primeiro encontro dos dois, aos doze anos, quando ele afastou aquelas garotas dela e disse que preferia os cabelos dela compridos, o sorriso que ele a ofereceu e que ela não viu, mas que sentiu e soube, naquele instante, que sentiria para sempre dali em diante.

E fora para lá que ele a levara. Para o porão. Pararam na porta dele e ela ficara olhando para ele como se estivesse tentando entender o que a levara ali. Agarrá-lo no refeitório não era algo que ela faria normalmente e os tons de vermelho em seu rosto denunciavam o quanto ela se envergonhava pela atitude. Ele sorria para ela, num gesto gentil de que estava tudo bem e ela se dava conta, fitando o rosto dourado dele com as manchas rosadas de seu batom, que ela tinha mesmo se deixado levar.

Os indicadores dela se encostaram, os lábios com o batom borrado, tremeram. E ele a abraçou, beijando-a em seguida. Fazendo-a se esquecer de cada passo que os havia levado até ali. O primeiro dos seis beijos que se seguiriam até que ela se desse conta de que a porta do porão havia sido aberta, os degraus da escada, descidos, o fone tirado do pescoço e jogado no chão junto com a mochila, e o sorriso dele antes de beijá-la uma sétima vez.

Ele a diria que queria arrancar os botões da camisa dela, então. Pouco depois de estar por cima dela, beijando-a no sofá. Com os dentes, ele frisaria. E se afastaria. E ela, naquele estado de letargia, piscaria e o encararia confusa. Trocariam algumas palavras, ela admitiria que o queria e contornaria o rosto dele com os dedos com o cuidado de Michelangelo esculpindo uma de suas obras de arte.

 

“Vem cá”, ele a chamou, interrompendo o momento em que ela se encontrava, todas as lembranças sendo levadas de sua mente e o presente retornando à sua retina. Ele esticou a mão para ela e a puxou de leve quando ela a segurou. Acabou se sentando meio de lado no colo dele e ele fechou uma das mãos em sua cintura, usando a outra para virar o rosto dela para si. “E o que mais você quer, além de mim?”, ele questionou, a pergunta sendo assoprada na face dela. “Velas? Um lugar mais legal?”, ele desenhou círculos invisíveis na bochecha dela, com o polegar, e os olhos prateados se fecharam contra o toque. “Eu quero que seja especial”, ele explicou, a voz explodindo no ouvido dela, os lábios se comprimindo em um beijo depositado no lóbulo da orelha dela.

Uma vontade de agradá-la que ele não sabia explicar de onde vinha ou a quanto tempo – segundos, minutos, dias, meses, eras glaciais? – ele tinha.

Ela abriu os olhos lentamente, sonhara tanto com esse momento e o imaginara de tantas formas em sua mente que precisava de uns segundos para entender que não era um sonho quando ele de fato estava com ela. Ele esperava por uma resposta dela, parecendo ter falado realmente sério e os lábios dela tremiam porque só tinham uma resposta para dar e ela estava abusando do quanto podia gastar de sua coragem nos últimos dias.

(“Vai ser especial porque vai ser com você”, era o que ela queria ter dito. Era o que ela deveria ter dito.)

“Com quem foi sua primeira vez?”, foi o que ela disse, no entanto, o que ela questionou. A pergunta professada um tanto incerta de querer ser respondida. Os dentes se fechando novamente em seus lábios, os dedos trêmulos repousando no jeans que vestia e os pés dela um tanto inquietos dentro de seus tênis.

Ele franziu o cenho diante da questão, uma das mãos dele segurando a cintura dela com um pouco mais de força. A outra deixando o rosto de Hinata para se encontrar com a dela, por cima da calça dela.

“Shion”, ele disse, breve.

“Você a amava?”

Outra pergunta que ela não tinha certeza de querer a resposta.

Ele negou com a cabeça.

“Eu era apaixonado pela Sakura-chan”, ele falou, baixo demais.

Ela devia ter parado por ali.

Mas não. Óbvio que ela não parou.

“Era?”

Ele estreitou os olhos, notando a fissura dela por tempos verbais, achando que daí viesse a repentina fissura dele com isso também. Provavelmente ela havia comentado sobre isso em uma de suas aulas, ele imaginava.

Mas o pensamento não brincou em sua mente por muito tempo, a interrogativa dela o pegara um tanto desprevenido. Ela sentiu os dedos das mãos dele afrouxarem. Os dez dedos.

(“Eu não sei, Hina-chan. Eu não sou bom com sentimentos, nem com os dos outros, nem com os meus. A verdade é que eu não faço ideia do que eu sinto pela Sakura-chan porque eu nem mesmo tenho pensado nela o suficiente para prestar atenção nisso. Eu não tenho pensado em ninguém além de você e eu nem sei exatamente quanto tempo faz que eu só penso em você”, era o que ele deveria ter falado. Era o que ele deveria ter respondido.)

“Sou”, foi o que ele respondeu, porém; não tendo parado para se questionar sobre isso recentemente, essa era a resposta que saía de sua boca automaticamente porque a confirmação era o que ele dera por todos os anos que se passaram, até então.

Hinata sentiu os olhos umedecerem, as lágrimas grudarem em seus cílios. Ela não quis piscar e evitou ao máximo possível fazê-lo, sentindo que as gotículas finas rolariam grossas por seu rosto se ela piscasse. O coração que trovejava em seu peito, anunciando a tempestade de emoções que ela sentira, acalmou a ponto de quase parar com a calmaria de apenas tristeza que a inundava agora.

“Você está bem, Hina-chan?”, foi a vez de ele fazer uma pergunta, notando o brilho incomum nos olhos dela, úmidos com as lágrimas que ela não deixaria cair.

Ela não ia chorar, não ali, não na presença dele, ela se prometeu, jurou a si mesma. Ela morderia os lábios e sentiria o sangue se dissolver em sua língua antes de chorar, ela se sufocaria com a angústia de sua alma antes de gritar.

Ela assentiu.

“Eu só... Eu só...”, ele estreitou os olhos quando ela se mexeu, soltando-se das mãos dele e se levantando dali. “Eu já volto, tudo bem?”, ela disse.

(E esse era o momento em que ele podia impedi-la de ir, segurando o braço dela e a pedindo para ficar. Poderiam conversar melhor sobre isso, seria fácil ler nos olhos dela que ela não estava bem. Eles já tinham lido outras coisas nos olhos um do outro antes, um pouco de esforço e poderiam fazê-lo novamente. Ela admitiria que doía muito mais do que ela achava que podia suportar, o fato de que ele estava com ela enquanto declarava que ainda era apaixonado por outra e ele admitiria que não fazia ideia do quanto isso a incomodava porque quando ela o dizia que o queria, ele só pensava no lado físico de tudo aquilo e que jamais imaginaria que ela também queria o seu coração porque ele não estava acostumado com aquele órgão significando tanto assim . – Era o que deveria ter acontecido.)

Mas ele apenas assentiu – e isso foi tudo o que aconteceu.

Tudo acabava no porão.

 

Os passos de Hinata foram trôpegos pelo caminho.

Ela mal enxergava por onde andava. Os degraus, o corredor, o exterior do colégio. O táxi, o endereço sussurrado que ela deu ao motorista...

Tudo pareciam borrões desconexos em sua mente.

As lágrimas que rolaram por seu rosto, no trajeto... A dor circulando em suas veias e em suas artérias, a insegurança pulsando em seu peito. O rímel borrado distorcendo ainda mais sua visão.

Hinata respirou fundo ao se dar conta de que havia saído do colégio com tanta pressa que tinha deixado seus pertences no local e era até sorte que pelo menos tinha alguns trocados no bolso do jeans para pagar o taxista. Seu celular, seus fones, sua mochila...

Nada estava com ela.

Ela esfregou o rosto, manchando as mãos com a maquiagem borrada e esperou que abrissem o portão da Mansão Hyuuga para ela.

Esperou tempo suficiente para se dar conta do quanto a solidão pesava em seus ombros mais do que as alças da mochila que ela havia esquecido.

 

 

Já em seu quarto, Hinata encarou a pilha de roupas que sua irmã havia deixado para que ela queimasse ou doasse. Rolou os olhos pelas prateleiras em suas paredes, notando o espaço vago do Box dos Contos dos Irmãos Grimm que dera a Naruto. Checou o relógio pendurado na parede, soltando um riso triste com a ironia daquela situação. Era meia noite e dois.

(Ela poderia ter se afastado de Naruto e um de seus sapatinhos de cristal – ou no caso um de seus tênis – poderia ter ficado para trás e ele acharia o caminho para devolvê-la. Ela quebraria seu juramento a si mesma e se permitiria chorar, diria a ele tudo que estava engasgado nela, ansiando para ser esbravejado e eles poderiam pelo menos terminar aquela noite de uma forma muito melhor do que haviam terminado. – Essa era a expectativa.)

Uma das portas do guarda-roupa era espelhada e ela se aproximou dela, encarando seu reflexo nele. Estava um verdadeiro horror. Hanabi havia sido uma boa fada-madrinha, mas o encanto que ela fizera já estava todo desfeito. A maquiagem borrada, os cabelos despenteados... A blusa, no entanto, perfeitamente abotoada!

De todas as semelhanças com a Cinderela que ela poderia ter, aquela fora a que o destino havia escolhido para esfregar na cara dela: a magia do seu Conto de Fada também acabava à meia noite. E ela se permitiu chorar mais, recuando e deixando seu corpo cair sobre a pilha de roupas enquanto as lágrimas rolavam em cascatas por seu rosto.

E essa...

Essa, Hinata percebia, era a realidade.

 


Notas Finais


OMG! Don't kill me por esse final, but... rsrsrs eu preciso frisar: os últimos eventos, até o momento, mostraram que o Naru tinha pegada, não que ele tinha cérebro!

rs, falando um pouco a sério: Eu fiquei um tanto insegura com essa parte III, devo dizer (e eu agradeço muito à @Hera_Bitch por ter lido em primeira mão e acalmado a minha insegurança - essa mulher leva Ely nas costas, nunca vou cansar de agradecê-la), 'cause não estou acostumada com Naruto e Hinata se afastando, brigando ou se magoando. But... Eu sempre achei que Naruto e Hinata são tão perfeitos e equilibrados juntos que cada partícula do Universo faria questão da junção deles e que não era um vilão ou um terceiro vindo do além que poderia fazer algo contra eles, somente eles próprios. A estupidez do Naruto, a falta de pulso da Hina... Vamos trabalhar essas questões. Bem como a gente tem trabalhado tudo neles e ao redor deles, até agora. Essa ideia de "Deveria ter acontecido/Aconteceu", "Expectativa vs realidade" e afins, era algo que sempre esteve previsto e foi o único motivo para dividir esse capítulo em três partes. A parte II sempre foi prevista para ser trabalhosa e linda demais para que eu me arriscasse a misturar com essa parte III e vocês nem notarem a beleza da Festa dos Fones por estarem envolvidos pela bad desse fim de capítulo! </3

Eu queria agradecer a cada um de vocês pelo apoio incondicional em Elipse, pelas MPs, os comentários, os favoritos... Vocês são maravilhosos. Thanks por não desistirem, por estarem sempre aqui, mandando essas energias positivas que me motivam de uma forma incondicional. Estamos com vários leitores novos e isso é maravilhoso! Ainda vou responder os comentários passados bem como os que fizerem aqui, prometo! Elipse é uma história que começou a ser escrita em 2012 e que segue, aos trancos e barrancos, até hoje. Eu já tive vários momentos em que quis dar Ctrl+Z nisso tudo, desfazer cada pedaço e reescrever. Já tive outros momentos em que o Ctrl+Del gritou imensamente e eu só queria apagar mesmo, tudo. Nunca mais escrevê-la. É muito normal na vida de um autor, acredito eu, esses momentos de "não gostar mais da história" ou de "não gostar mais tanto assim", as variáveis geralmente são o "quando" e os "porquês". A gente sempre acha que pode fazer melhor ou que fez algo muito ruim e surta. Grita, enlouquece. O apoio de vocês, no entanto, com seus comentários, suas teorias, suas emoções e lendo todas as big notas que eu escrevo (ai, sei que são grandes, porém sei que vocês leem porque vocês interagem! <3) é o que me salva desses momentos, me faz respirar e voltar para a história, insistir um pouco mais nela. Desejar terminá-la.

Vocês são incríveis e eu os amo. Tanto quanto NaruHina - e isso é amar demais, creiam nisso. Obrigada por tudo.

Sigam-me no instagram para ficarem por dentro das minhas próximas novidades, eu sempre deixo uns trechos ou algo do tipo, uns making of, por lá: https://www.instagram.com/jacquelineoli95/

Ah, antes de ir, por fim, escrevi uma oneshot NaruHina com a temática de Vampiros e, aos que ainda não leram, fica o convite: https://www.spiritfanfiction.com/historia/fique-para-sempre-14882734

Tá lindx e oh, tem um happy ending!

E é isso!...

O próximo capítulo é provavelmente o capítulo mais importante dessa história, até agora. E eu vou ver se consigo postá-lo na semana que vem porque tenho planos de postar mais dois capítulos (a contar com o próximo) ainda este mês.

Próximo capítulo: XXII: Ciclo.


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