1. Spirit Fanfics >
  2. Elipse >
  3. Discrição

História Elipse - Discrição


Escrita por: Kisara

Notas do Autor


Hey, babies!!!
;] Temos um esquema de parênteses que vão soltando algumas informações e que vão se completando, no capítulo 19, que eu amo muito e que se repete aqui, tá? Nada de surreal nisso, apenas pra deixar a visão dos personagens mais íntima mesmo.

No mais, vamos conversar nas notas finais?

Capítulo 43 - Discrição


(Uma definição para discrição: qualidade de discreto, de quem não quer chamar atenção.)

 

☾✶ 
 

“Naruto-kun”, Hinata chamou baixinho, meio incerta de realmente chamá-lo... Cheia de dúvidas sobre o que dizer em seguida.

“Oi?”, ele respondeu, os olhos semiabertos. Sentia o peso da cabeça dela em seu peito, os cabelos dela caindo por seu abdômen espalhavam o cheiro do shampoo dela pelo quarto inteiro.

“O que vai acontecer agora?”, ela prosseguiu, depois de alguns segundos de puro silêncio, finalmente conseguindo formular alguma coisa que fizesse sentido, que fosse coerente.

Ele se remexeu e ela se afastou um pouco dele, repousando a cabeça no travesseiro ao seu lado e aguardou com ansiedade.

Ele se virou para ela, encarando-a com calma. Inclinou-se para beijar o pescoço dela, sentindo-a estremecer e falou há poucos centímetros dela:

“Podemos repetir tudo, se você me der alguns minutos”, ele até tinha falado sério, mas logo riu baixinho, notando o rosto dela se avermelhar.

“Não estava falando disso”.

“Não precisa falar.”, ele insistiu, mordiscando o lóbulo da orelha dela e ela ficou em dúvida se tinha tanta certeza assim, mas...

“É sério, a gente precisa conversar”, ela resistiu, afastando-o com a força que ela quase esquecia que tinha.

Ele não gostou muito, porém cedeu:

“Certo, do que você quer falar?”

“É que...”, ela não sabia bem como começar, então só disse logo: “Você me ama, eu te amo... Estamos juntos, é isso?”

Naruto arqueou a sobrancelha. Era óbvio, até para ele.

“É isso.”

Mas ele jurou que a viu suspirar aliviada e achou melhor prosseguir:

“Quer me perguntar algo específico, Hina-chan?”

Não precisava ser nenhum gênio para entender que ela ainda queria dizer algo.

Ela respirou fundo, era um assunto delicado, mas era melhor não o adiar. Deixar as coisas subentendidas não costumava funcionar com eles.

“Sim”, ela assentiu. “Olha, eu sei que você já teve uma relação complicada com a Shion... E eu sei que você é complicado, e eu não quero ficar rotulando o que vamos ter... Eu só... Queria saber se podemos não ter mais ninguém além de um ao outro?”

Naruto olhou bem para ela, ela já estava numa dúvida muito visível de continuar olhando para ele, de abaixar a cabeça e não olhar mais ou de se esconder atrás daquele monte de cabelo que ela tinha. E ele levou uns segundos para entender mais ou menos onde ela queria chegar.

Começou a rir.

Foi automático, ela piscou várias vezes e ficou olhando para ele, deixando para lá aquelas dúvidas todas que ela tinha.

“Desculpa, é que”, ele se esforçou para parar de rir. Balançou a cabeça e experimentou respirar fundo. Até deu certo, ela voltou a querer se esconder. “Esse é o pedido de namoro mais estranho que eu já vi, Hina-chan."

Hinata ficou achando, então, que usar as mãos para tapar o próprio rosto era uma escolha boa também. Velhos hábitos, afinal de contas.

Mas se apressou em negar.

“Eu não te pedi em namoro!”, a voz mal saía. Ele ainda estava rindo, mas mais controlado agora.

Ele estreitou os olhos. Admitia, não era lá a pessoa mais inteligente do mundo, mas Hinata tinha todas aquelas expressões que ela ficava tentando esconder dele e que agora que ele já entendia o que significavam, não eram nada difíceis de ler. Ele balançou a cabeça. Não estava realmente querendo conversar, sendo sincero. Teriam tempo para isso depois, agora ele até queria o nome dele, saindo da boca dela... Só que não realmente em uma conversa.

“Tem certeza?”, ele aproximou os lábios dos dela e os roçou ali. Ela fechou os olhos, mas ele não a beijou de fato. “Porque se tiver pedido”, ele abaixou a boca, os dentes roçando na pele dela e se fechando no maxilar dela. Mordeu ela ali, bem de leve. “Eu aceito”.

Ela abriu os olhos na hora, e chegou a arregalá-los com a surpresa.

Segurou o rosto dele e a fez olhar para ela, ele estava sorrindo. Aquele sorriso lindo que ele tinha lido no caderno dela que ela amava. Que ele usaria contra ela para sempre.

“Você não precisa... se não quiser”, ela informou.

Ele balançou a cabeça, se sentou e ela também. Ele a puxou para o colo dele, então.

“Hina-chan, da última vez que a gente brigou, você beijou o Neji na minha frente, ia aceitar o convite de um cara para sair... Não estou nem um pouco interessado em ver isso acontecer de novo e menos ainda de ficar com alguém que não seja você. Então sim, eu com certeza quero ser seu namorado”, ele tocou a bochecha dela e ela sorriu, o coração nem se aguentava com a felicidade de ouvi-lo.

Ia deixar por aí, os olhos dela e os dele brilhavam tanto que eles nem precisavam dizer algo mais... Mas ela disse também:

“Você ficou com a Shion na minha frente, disse que já ficou com a Sakura... E eu nem sei o nome das outras”, ela jogou na cara dele, fazendo-o revirar os olhos; ele ia dizer algo, mas ela o silenciou com o dedo dela em seus lábios. “Também não quero ver isso acontecer de novo”, ela foi firme e ele assentiu. “E também não quero ficar com ninguém que não seja você”, ela completou, do jeito dele. Fazendo o rir contra o dedo dela e recolhê-lo para si.

“Bem”, ele aproximou os lábios dos dela. “Então acho que você quer ser minha namorada também”, e a beijou.

 

☾✶ 

☾✶ 

 

(Naruto estava feliz, realmente feliz. Uma felicidade que ele nem sabia explicar. Era um sentimento novo esse, para ele. Esse tal de amor. Amar alguém, estar apaixonado por alguém, ser verdadeiramente amado por alguém. Não do jeito louco e possessivo de Shion ou do jeito fraternal de Sakura e dos amigos, mas desse jeito de Hinata, desse jeito que ele a amava também. Tinha visto sobre isso nos filmes que Sakura adorava assistir e que ele assistia junto, vez ou outra com ela. Tinha lido sobre isso nos livros que Hinata o fazia ler nas aulas deles. Tinha ouvido sobre isso em várias músicas... Mas sentir mesmo, mesmo, ele estava sentindo agora. E era muito bom. Bom demais.)

 

☾✶ 

☾✶ 

 

Naruto tinha tomado banho e ido comprar alguma coisa diferente de lamén para oferecer a Hinata, e a deixara à vontade em sua casa enquanto isso.

Ela estava ali, na cozinha dele, tinha acabado de fazer um café enquanto ele não voltava. Toda aquela novidade das últimas horas tinha sido alimento suficiente para ela, ainda tinha umas boas borboletas no estômago que não a deixavam ter apetite, de fato, logo não estava realmente com fome, mas o loiro, sim, e achava uma boa ideia fazerem essa companhia um ao outro.

Estranhamente tinha uma sensação de que não precisava voltar para casa ainda, nem tinha tentado falar com Neji ou com o pai ou com qualquer pessoa. Só estava bem, e achava que ficaria tudo bem se ela seguisse essa sensação.

Foi no meio desses pensamentos, que o coração dela se agitou de repente.

Os cabelos recém-lavados e já parcialmente secos, ainda caíam úmidos em suas costas cobertas pela camisa que Naruto havia emprestado, e ele se aproximou, surpreendendo-a:

“Como é que você faz isso?”, ele perguntou, afastando um pouco os cabelos dela em sua nuca e depositando um beijo ali.

“Isso o quê?”, ela perguntou, meio boba. Ainda ficava sem graça com as investidas dele assim, repentinas. Sem contar que beijos no pescoço eram um de seus pontos fracos que ele parecia viver para explorar.

“Não importa o quanto você lave os cabelos ou onde os lava, esse cheiro de maçã fica impregnado neles”, ele respondeu, o nariz encostando nos fios.

Ele a abraçou, respirando-a. Uma mania dele, essa: respirá-la como se precisasse disso para viver. Algo no fundo da mente dele, inclusive, dizia-o que precisava mesmo.

“Ah, isso?”, ela pausou, sentindo e gostando do abraço. “Eu usei seu shampoo... Espero que não se importe”, ela informou.

Ele estreitou os olhos e se afastou dela, ela se virou, um receio de ter feito algo errado.

“Se importa?”, ela perguntou.

“Meu shampoo?”, foi o que ele respondeu.

“Sim, é de maçã”, ela mordeu o lábio, realmente preocupada com ter feito algo errado.

Naruto começou a rir, então. E ela ficou ainda mais desconcertada.

Ele a carregou, ainda entre risos, e a colocou na bancada da cozinha. Quase derrubou o café da manhã deles, que estava em uma das mãos dele. As torradas que ele tinha comprado. Foi sorte que não derrubou. Deixou ali, no balcão, de qualquer jeito.

“Eu sei que é óbvio agora, mas eu realmente sou apaixonado por você, Hina-chan.”, ele disse, parando de rir.

“Er... Não que eu não tenha amado ouvir isso, mas... Por quê? Assim, de repente?”, ela questionou, ele colocou uma das mechas do cabelo dela atrás da orelha e mordiscou o lóbulo da orelha dela, depois deixou a língua deslizar por ali. Ela fechou os olhos.

“Esse shampoo é da Sakura”, ele explicou, a voz meio rouca. Saiu deslizando a língua pela nuca dela, então ela até estava tentando ouvir a explicação dele. “Não surta, mas ela passa muito tempo aqui, então tem umas coisas dela aqui também.”, não surta, hm?, Hinata até registrou o pedido, mas em seguida ele estava ali, com as mãos dentro da blusa dela e em cima dos seios dela, então ela não sabia exatamente se queria surtar com alguma coisa.

Ela o abraçou, cruzando as pernas no tronco dele quando um gemido baixinho escapou da garganta dela, e ele sorriu. Ia reclamar quando ele parou o que estava fazendo com as mãos e a carregou dali, para levá-la para o sofá. Sentiu as costas baterem no estofado e ele ficou por cima dela.

Ele a beijou de leve e ela acabou não reclamando.

“Sabe o que é engraçado, então?”, ele perguntou, ela não abriu os olhos, mas aguardou. Sentiu-o tirar a blusa dela e jogar por algum canto da sala. “A Sakura usa o mesmo shampoo desde criança... Esse de maçã, e eu nunca liguei. Mas até proibi o Sasuke de comer maçãs quando ele vem aqui, quando comecei a achar que esse é o seu cheiro.”

Ela abriu os olhos, piscando.

Tocou o rosto dele com todo o amor que sentia e riu, achando graça. Depois olhou de relance para o café que eles tinham deixado lá na cozinha e brincou, mexendo nos cabelos dele:

“Achei que estivesse com fome.”

Ele sorriu, de um jeito bem travesso. Tinha um brilho diferente nos olhos dele.

“Muita, Hinata”, ele disse, pronunciando o nome dela com uma conotação bem erótica. Estava virando um hábito chamá-la pelo nome em momentos assim, não somente quando brigavam. Desceu com os beijos pelo colo dela. “Só não sei se estamos falando da mesma coisa”, ele desafiou, os lábios se fechando nos seios dela.

 

☾✶ 

☾✶

☾✶

 

(E amando Hinata, como ele estava amando, ele começou a pensar na lista de coisas nela que ele amava tanto, que culminava naquele amor maior que ele sentia e que vinha como resultado de todas as pequenas coisas nela e sobre ela que ele amava, além do cheiro dela que ele já tinha se dado conta de ser sua paixão. Ele amava o sorriso dela, esse que começava com os olhos brilhando num prata bonito que se espalhava por ela toda e a prateava por completo. A voz dela, as vezes insegura demais, meio tímida, travando uma luta contra ela mesma que ela vencia, no fim, e culminava numa segurança que ele amava acreditar que tinha pelo menos um pouquinho a ver com a presença dele em sua vida, mas que ele sabia que era mais sobre ela do que sobre ele ou qualquer outra pessoa. As músicas alegres ou tristes demais que ela ouvia nos melhores e piores momentos, a onipresença dela, que mesmo silenciosa, a colocava em todos os lugares do mundo, sobretudo onde ela precisava estar, a paciência e a impaciência que, ele precisava admitir, existia principalmente com ele porque ele parecia a única pessoa do mundo capaz de tirá-la do sério. Coisas simples assim, e muito mais.)

 

☾✶

☾✶

 

Tinha um filme passando na TV, mas eles não estavam realmente assistindo. Naruto estava sentado no sofá, e Hinata estava deitada com a cabeça apoiada em seu colo – ideia dele, aliás. Estava ali, brincando com os cabelos dela... Os dedos iam e voltavam pelas mechas macias, bem automático mesmo.

“Que horas você tem que ir?”, Naruto perguntou, sem parar de deslizar os dedos pelos cabelos de Hinata.

“Meu pai não tem ficado em casa... Neji não liga tanto assim... Acho que o horário não importa tanto”, ela respondeu. Tinha essa sensação desde bem cedo que, pela primeira vez na vida, não importava mesmo.

Ele sorriu. Tinha a mesma sensação.

“Vai voltar ao colégio hoje?”

“Sim”, ela sorriu também. “Mas... Sobre a gente...”, ela mordeu o lábio, ele aguardou em silêncio, já com a sobrancelha arqueada, porém. “Podemos ser discretos? Pelo menos por hoje?”

“Do que está falando, Hina-chan?”, ele parou a mão e ela levantou a cabeça, assentando-se do lado dele.

“É que... Eu não apareço no colégio há uma semana, Naruto-kun... É um pouco estranho se eu já voltar e estivermos juntos...”, ela mordia a parte interna da bochecha agora. Estava mais preocupada com o escândalo de Ino por ser avisada junto de todos que ela e o Idiota Dela, como Ino costumava dizer, estavam finalmente juntos e ela não soubesse em primeira mão, sendo sincera. E também não queria contar isso por celular... queria um tempo só... Para contá-la antes de todos.

“Hina-chan”, ele chamou, falando bem sério. Suspirou quando ela o olhou, ela era tão fofa com aqueles olhos meio perdidos em seus próprios pensamentos, que era difícil manter um tom tão sério assim. “Eu não sei ser discreto.”, era verdade; as coisas que ele não contava para as pessoas não eram secretas porque ele era discreto, mas porque outros acabavam sendo e aí ele não precisava entrar em assuntos que nem eram abordados. Ou porque ele não costumava voltar atrás com sua palavra quando prometia não contar – e justamente por isso se recusava tanto a prometer, neste momento.

Ela sorriu, meio que entendendo o que ele estava pensando. Não queria realmente escondê-lo... Só queria falar com a Ino primeiro. Contou a verdade, então:

“Ino não vai gostar de não saber primeiro que todos, Naruto-kun.”

Naruto ouviu e até compreendia o que ela dizia, mas não gostou muito mesmo assim. Aquele sermão da Yamanaka, no banheiro, ainda ficava martelando na cabeça dele e por mais que ela não estivesse nada errada no que tinha dito, ainda achava que ela tinha sido bastante intrometida.

“Eu não me incomodo se ela não gostar de algo”, ele deu de ombros. Não ia mentir.

Hinata cruzou os braços na frente do corpo, emburrada. Ele e seu dom particular de ser a única pessoa do universo a tirá-la do sério, ah.

“Ela é a minha melhor amiga, Naruto-kun!”, Hinata informou, como se fosse óbvio.

E ele até ia responder... Mas não deu tempo. A porta de sua casa abriu de repente. Sakura entrou agitada, gritando por Naruto e assustando Hinata, que se distanciou um pouco de Naruto no sofá.

“Minha mãe e eu discutimos, vou ficar aqui até a hora do colégio”, Sakura resmungou, sentando-se no sofá, bem no meio de Hinata e Naruto, assim: do nada. “Ah, oi, Hina! Finalmente voltaram a se falar?”, ela sorriu, não querendo uma resposta realmente.

Naruto segurou o riso com a expressão desconcertada de Hinata. Não era ela que queria discrição? Então! Aparentemente estava funcionando, já que a amiga não parecia nem imaginar que era a tocha humana entre os dois.

“Caramba, que filme é esse que estão vendo?”, Sakura reclamou, tinha sangue na tela e alguém cortando a cabeça de outro alguém. Não sabia exatamente qual filme era, mas nada de muito diferente dos filmes sanguinolentos que ele costumava ver e que a Haruno odiava. “Vamos fazer algo que preste, gente! Ah, o videogame do Sasuke-kun está aqui!”, ela gritou, apontando o objeto. “Certo, vamos jogar então!”

Ela se levantou e ligou o PlayStation 4 que Sasuke tinha deixado lá, entregou um controle para Hinata.

“Vamos lá, primeiro as damas!”, era Mortal Kombat que ela tinha selecionado. “A gente jogava muito nos tempos de orfanato, Hinata! Naruto sempre gostou dessas coisas com sangue e partes do corpo arrancadas e a gente cedia e jogava junto”, ela riu, Naruto não discordou. “Pode jogar primeiro, perdendo, passa pro Naruto! Vou acabar com você rapidinho!”, ela avisou.

Hinata estava sem reação. Tipo, como assim? Não tinha nem palavras.

Naruto não aguentou e começou a rir. Bem alto. Não era uma novidade para ele que Sakura simplesmente surgisse em sua casa, sem mais nem menos, mas ele se esquecia de que isso não era tão normal assim para todos. Sakura ia bater nele, porém estava muito ocupada apertando todos os botões possíveis do controle e vencendo.

“Como é mesmo que você disse, Hina-chan?”, Naruto perguntou, olhando para Hinata que apertava qualquer coisa no controle sem sequer ter entendido direito o que estava acontecendo. “Ah, é... Ino é sua melhor amiga, né? Então, a Sakura é a minha!”

 

☾✶

☾✶

 

(E amar tanto alguém, como ele sentia que amava Hinata e que, agora que ele prestava atenção nesse sentimento, parecia ainda maior e mais intenso, era algo que não devia ficar assim, em silêncio. Ele sentia que o mundo precisava saber, compartilhar um pouco com ele o que ele sentia, entender a explosão de bons sentimentos que tinha dentro dele. Ele amava Hinata e não era um sentimento que ele desejava que fosse secreto, que tivesse que ser guardado em segredo. Ele a amava e gritaria isso para o mundo, jogaria para o universo. Era a sensação que ele tinha, essa: de que amá-la não precisava ser segredo. Já tinha se silenciado sobre isso por tempo demais.)

 

☾✶

☾✶

 

Sakura não tinha feito perguntas sobre Naruto e Hinata estarem juntos e nem tinha pensado nada sobre a Hyuuga ter ido para o colégio com uma das camisas do Uzumaki. Também não fez qualquer comentário quando depois de eles discutirem sobre alguma coisa que ela não prestou muita atenção porque Sasuke a estava chamando no portão do colégio, eles passaram por eles e por todos de mãos dadas.

Não era uma grande novidade isso, de qualquer forma, definitivamente não. Fazia parte daquela amizade que eles tinham, que todo o colégio já sabia que eles tinham e que frustrava principalmente Ino por caracterizar Naruto e Hinata e essa amizade que, a loira costumava insistir, que eles nem deviam ter.

Ino não pensou diferente disso. Estava estressada naquele dia, tinha passado um bom tempo com Sai a, pasmem – ela também ficava pasma, mas era a vida como era –, ajudando a estudar. As provas estavam próximas e ela ainda não tinha construído uma relação muito boa novamente com todos que estudavam por ela, então tinha que lidar como podia. Quando viu Hinata e Naruto chegando, de mãos dadas, rindo e conversando com todos, ela ficou realmente indignada. Achava que tinha sido bem clara quando pedira ao Uzumaki que se afastasse de vez da amiga, mas pelo visto aquele Idiota Loiro era tão idiota que nem desenhando, como ela desenhou, tinha entendido que devia manter distância.

Não teve tempo para falar sobre isso, no entanto. Tinha algumas aulas para assistir, trabalhos e notas que fariam muita diferença antes das provas que teriam dali para frente, que ela precisou adiar um pouco o sermão que daria no garoto. Também não falou muito com Hinata, elas quase não tinham aulas juntas naquele dia. Uma mensagem no celular, da amiga dizendo que tinha ido ao colégio hoje e que precisavam conversar, fora tudo que recebera. Marcaram de colocar o papo em dia no refeitório, a agenda de todos estava muito cheia até então.

Foi exatamente assim que todos acabaram se vendo. Ali, no refeitório. Um a um, os rostos que queria e não queria ver foram aparecendo. Sasuke, Sakura, Sai, Naruto... E pronto, como ela não viu Hinata, seguiu até Naruto primeiro.

Ele estava rindo, falando de qualquer coisa com os amigos, e Ino se aproximou. Cruzou os braços assim que o viu, e depois descruzou porque queria gesticular e dar mais vida a tudo que tinha para dizer:

“Eu já não te disse pra você ficar longe da Hina?”, ela não gritou, mas poderia. Naruto arqueou a sobrancelha. Nem sequer tinha cumprimentado o garoto ou qualquer dos amigos ao lado dele. Sasuke e Sakura franziram o cenho com isso.

“Quê?”

“Olha só, seu idiota! Eu achei que eu tinha sido bem clara, mas se eu não fui, vou falar pela última vez: fica longe dela!”

Sakura e Sasuke se entreolharam, assim como algumas pessoas mais próximas. Ninguém estava entendendo nada. Todos tinham visto quando Naruto e Hinata chegaram de mãos dadas no colégio e sorriram feito dois idiotas um para o outro, mas isso não significava muita coisa. Eles eram assim sempre. Nada de anormal nisso. Mesmo que não estivessem se falando na última semana... Não era a primeira vez que isso acontecia também, que eles não se falavam um tempo e depois apareciam grudados um no outro.

Nada de anormal inclusive na camisa que Hinata usava... Ino sabia que era de Naruto porque conhecia o guarda-roupa da amiga e já tinha visto Naruto com aquela camisa algumas vezes... Isso era normal entre eles também, no entanto. Fazia parte daquela amizade que eles nem deveriam ter. Todos já estavam de saco cheio de especular sobre os dois. Ela, então... Não aguentava mais nem lembrar que já torcera por isso.

“Por que eu deveria fazer isso?”, ele perguntou, em desafio.

Ela bufou. Queria avançar nele. Sempre queria, aliás. Dar uns bons tapas. Aqueles que ficou devendo no dia anterior, quando gritou com ele no banheiro. Quem a impediria?

“Porque você deve ter um pingo de juízo ainda”, ela rebateu, aumentando o tom e atraindo mais atenção para eles.

Ele riu, não aguentando.

Tinha uma parte dele que até estava levando o pedido de Hinata em consideração... Sabe, aquele papo de discrição? Mas tinha outra parte que se lembrava que ele tinha deixado bem claro que não era a pessoa mais discreta do mundo, que se lembrava que Ino não era a melhor amiga dele, mas de Hinata e que tudo bem que, por isso, ele a suportasse, mas isso não significava que ele precisava mesmo gostar dela. Ele a achava chata pra caralho. Essa parte estava vencendo, vencia tanto que ele ia dizer logo que agora já era tarde demais, que Hinata e ele mal tinham dormido até agora, e que definitivamente distância dele era a última coisa que a namorada dele devia querer.

Ele ia dizer.

Mas aí... Hinata chegou ali, no refeitório. Estava com aqueles fones desplugados no ouvido, e movendo os olhos pelo refeitório procurando por eles. Estava exatamente como ele se lembrava: com a camisa dele, os cabelos soltos e muito azuis brilhando mais que os olhos dele, o prata dos olhos dela tomando conta de tudo e absolutamente linda como só ela podia ser.

Ele sorriu, então, se lembrando de que não prometera realmente ser discreto, mas tinha feito uma promessa a ela, certo dia, de que ainda a mostraria que havia uma forma muito melhor de ignorar as pessoas naquele refeitório do que usando seus fones de ouvido.

“Fique olhando, Ino”, ele disse, e tudo aconteceu rápido demais para que Ino fizesse algo além de olhá-lo mesmo.

Naruto era alto, tinha pernas compridas, andava depressa. Preencheu em segundos os passos que o separavam de Hinata e não disse nada. Ela entreabriu os lábios para cumprimentá-lo, mas não chegou a dizer qualquer coisa também; não deu tempo. Uma das mãos dele segurou o rosto dela, a outra, a sua nuca, e os lábios dele cobriram os dela com força. Ela arregalou os olhos, a princípio, meio assustada, e aí fechou, sentindo a língua de Naruto deslizando para dentro de sua boca.

Era só um beijo, nem devia ser nada demais. Já tinham se beijado várias vezes. Exceto que era diferente sim, era um beijo na frente de todos, surpreendendo a todos, e eles até podiam sentir a boca aberta e o choque de Ino em suas costas.

(Outra possível definição para discrição, aliás: tudo aquilo que Naruto Uzumaki não era. Nem um pouco.)


Notas Finais


Essa promessa do Narutinho sobre um dia mostrar a Hina essa forma melhor de ignorar a todos do que utilizar esses fones de ouvidos dela no refeitório, está no capítulo 15. Meu menino cumpre as promessas dele, sim, senhores!
E bem, essa coisa da Saky simplesmente aparecer como vela para o nosso casal já existiu antes na fanfic, bem como essa coisa de que ela aparece às vezes sem mais nem menos na casa do Naru. É normal, já. Mas um dia a gente comenta melhor sobre. A ideia que me dá, no entanto, é dessa amizade deles que é bem independente de qualquer coisa, inclusive de semancol, bem como a vibe do anime de que todos simplesmente aparecem na casa do Naru sem mais nem menos, hahaha.

Outra coisa: adivinha quem finalmente releu toda a fanfic, até agora? EU MESMA, amei, gente. A evolução dessa história é algo que eu amo. Ainda temos muito pela frente, mas sou muito apaixonada por tudo que rolou até agora. Fiz pequenos ajustes no decorrer dos capítulos, mas nada de muito importante, apenas umas correções gramaticas ou uns ajustes de datas mesmo.
Lembrando que: por motivos de eu escrevo essa história há anos, e ia acabar ela em 2018, a data dela ainda é entre 2018/19, por isso não temos um PlayStation 5 mencionado aqui. Na época deles ainda estavam no PS 4 hahaha. Enfim!

Acho que é isso. Amo vocês!
P.S.: Estou pensando sobre essa vibe leve da fanfic nesses últimos comentários. Li um comentário bem divertido querendo saber se Naruto e Hinata juntos era um problema, ou não, devido a tudo que se esconde nessa história, e fiquei rindo. Vamos abordar mais sobre isso, por enquanto tenham em mente que: NaruHina é lindo e valerá a pena sempre, independente dos dependentes hahaha.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...