1. Spirit Fanfics >
  2. Em busca da luz >
  3. Capítulo 21

História Em busca da luz - Capítulo 21


Escrita por: Sachar_Park

Capítulo 22 - Capítulo 21


Fanfic / Fanfiction Em busca da luz - Capítulo 21

Pov jimin

 

Era mais um dia deitado olhando para o teto branco. Ainda estava amarrado. Acho o tempo que eu passar na prisão, vou ficar desse jeito. Se bem que isso era inútil, na hora que eu quisesse sair daqui, seria muito fácil.

 

Estar nessa sala branca era que nem tortura, minhas memórias de infância voltavam, os rostos das vítimas voltavam, as câmaras de tortura voltavam, os abusos voltavam, as dores voltava. Eu não aguentava mais ficar pensando nessas coisas, queria apagar tudo isso da memória.

 

Minha irmã volta nos meus pensamentos, eu não conseguia me perdoar por ter feito aquilo, eu me odeio, sou um lixo, sou a escória da sociedade. Não mereço estar vivo.

 

A porta do quarto se abre e eu direciono meu olhar para vê quem é. Era o cara que vem me dar comida e me dopar. Se aproxima de mim com o carrinho que tinha o alimento e os remédios.

 

Para ao meu lado e abre seu sorriso simpático de sempre. Quando o vi pela primeira vez fiquei surpreso por ele ser tão bem humorado nesse lugar repugnante.

 

— oi jimin vim trazer seus remédios e te alimentar— fala sorrindo.

 

Não respondo nada só desvio o olhar dele. Eu não estava afim de ser amigável com ninguém. Eu não sei qual é o objetivo desse cara para ser tão legal comigo, mas com certeza ele quer alguma coisa.

 

— quando é que você vai me cumprimentar também?— fala meio emburrado— eu quero ser seu amigo sabe.

 

Esse cara me lembra taehyung, ele veio com o mesmo papo sobre amizade. Oque eles viam em mim pra querer seu meu amigo?

 

— eu não tenho nada de bom pra você querer ser meu amigo— falo com ele pela primeira vez. Pude ver seu sorriso aumentar.

 

— finalmente você me respondeu— fala feliz— só de te olhar, eu acho que você tem muita coisa boa.

 

— após você está enganado, tudo oque está diante de você é um monstro, que só sabe matar chegando ao ponto de matar a própria irmã— falo sem expressão.

 

— você pode até ter essa impressão de você mesmo, mas eu tenho o direito de ter a minha própria impressão de você— olho pra ele de novo— pra mim você é só mais um humano, que precisa de amigos, e merece ser feliz.

 

Porque ele tinha essa impressão de mim? Será que ele não escutou? Eu matei muita gente! Eu matei a minha irmã! Não tem como eu merecer ser feliz. Tudo oque eu mereço é ter uma vida miserável.

 

— você deve tá louco?— dou um sorriso fraco— sou apenas mais um humano? Mereço ser feliz? Não me faça rir.

 

— eu não estou louco não, eu to falando bem sério na verdade— pela primeira vez ele para de sorrir.

 

Não falei mais nada. Ele pega os remédios e coloca na minha boca, eu só faço engolir, não ligo se estou sendo dopado ou não, afinal eu mereço tudo isso. Ele pega a comida e começa a me dar na boca, já que eu estava amarrado.

 

[...]

 

Ele termina de me alimentar e coloca o prato de volta no carrinho. 

 

— jimin eu já vou, mas volto mais tarde para trazer seus remédios de novo.— fala sorrindo. Esse cara só sabe sorrir é? A boca dele vai rasgar desse jeito.

 

— espero que não volte nunca mais— falo para mim mesmo, mas ele acaba escutando e da uma risada.

 

Estava prestes a sair da sala mas a porta é aberta novamente revelando taehyung, acho que já está na hora da consulta com ele.

 

— ah oi Hobe— cumprimenta o cara que dar os meus remédios. Então seu nome é hobe.

 

— oi tae— retribui com um sorriso— já vou, boa sorte com o jimin.— como assim boa sorte comigo? Não gostei.

 

— obrigado— da uma risada.

 

Hobe sai e taehyung se aproxima da minha cama se sentando na cadeira ao meu lado.

 

— eu sinceramente acho que eles deviam te soltar dessas amarras— fala analisando meu estado na cama.

 

— eu não ligo pra isso.

 

— mas devia ligar— pega uns papéis dentro de sua bolsa e coloca sobre seu colo, depois pega uma caneta e começa a anotar alguma coisa no papel— vamos começar a consulta.

 

Eu assenti e ele começa mais uma sessão de perguntas.

 

— como você se sente jimin?

 

— não sinto nada— ele anotou alguma coisa de novo no papel.

 

— tem certeza? Nada mudou nesses dias que tivemos de consulta?

 

— nada em especial— sempre ele fazia essa pergunta, e eu respondia a mesma coisa.

 

— e a dor, você continua sentindo?— ele se refere a dor que eu sinto na alma, eu havia falado dela em uma outra consulta.

 

— sempre, ela não passa.— olho para o teto branco.

 

— porque? Porque ela não passa?— sempre que eu falo alguma coisa, ele anota no papel.

 

— eu não sei, eu só lembro do meu passado, das minhas vítimas e da minha família, aí eu sinto a dor.— era verdade, sempre acontecia isso. Era insuportável.

 

— e porque você se lembra?

 

— obviamente é porque eu não consigo esquecer!— falo meio irritado, era impressionante como eu sempre ficava irritado nas consultas. Ele me fazia perguntas tão inconvenientes, que eu realmente não sabia pra que elas iam servi. Deve ser só pra me deixar com raiva mesmo.

 

— e agora você sente alguma coisa?— lanço um olhar raivoso pra ele.

 

— sinto raiva— ele ri. Do que esse palhaço tá rindo?

 

— então estamos indo bem, está tendo avanço— não sei que avanço é esse, tudo oque ele tá fazendo é me irritar.

 

— você não pode esquecer porque?— lá vem ele de novo com suas perguntas inconvenientes.

 

— porque não sai da minha cabeça, eu não tento lembrar, as memórias só voltam.

 

— sabe oque eu acho jimin— volto a olhar pra ele— que você só fica se lembrando porque não quer esquecer— mas que merda ele tá dizendo, É óbvio que eu quero me esquecer— pra mim, você só está tentando se punir através de suas memórias, você quer mantê-las na sua cabeça para poder se lembrar de quem você é, elas são um escudo que você mesmo faz para não mudar sua realidade.— cospe as palavras na minha cara.— você tem medo de mudar quem você é, não quer se iludir, não quer machucar os outros, então usa suas memórias pra lembrar de quem você é no passado, e evitar que você mude.

 

— não seja ridículo!— me irrito totalmente— você tá me dizendo que eu estou usando minhas memórias para fugir da realidade?

 

— sim, você está fazendo isso— fala sério— não estou dizendo que você faz de propósito, os seres humanos tendem por extinto, usar de artifícios para se proteger, você está se protegendo da realidade através de suas memórias, você não quer mudar, e está usando suas lembranças como desculpa.

 

Eu não podia acreditar no que ele estava falando. Isso é ridículo, é claro que eu não uso minhas memórias como defesa. Porque eu usaria uma coisa que me faz sofrer para me proteger?

 

— não fale besteira, você não sabe o quanto eu sofro lembrando delas, e você ainda tem a audácia de dizer que eu quero lembrar delas?!— meus olhos começam a arder, eu quero chorar— se eu pudesse fazer isso, eu já tinha esquecido— as lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto.

 

— jimin...— fala cansado— você está usando suas memórias como válvula de escape, sempre que acontece alguma coisa de ruim com você, você se força a lembrar dos seus problemas do passado, mesmo que seja inconscientemente, e isso só para você não se esquecer como é a sensação de sofrer.

 

— pare de falar merda!— falo com raiva, as lágrimas não paravam de escorrer, e cadê vez mais eu ficava indignado com oque ele estava falando. Ele olha sério pra mim

 

— jimin, você não quer parar de sofrer.

 


Notas Finais


Gostaram???


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...