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História Em busca de um culpado - T.01- C.02 "A segunda"


Escrita por: Saturnna_

Notas do Autor


Voltei! E agora apresento a vocês nossa segunda sobrevivente.

Tentei reescrever esse capítulo duas vezes, mas ainda não sei se ficou muito bom, rs.

Mas espero que gostem <3

Capítulo 3 - T.01- C.02 "A segunda"


Fanfic / Fanfiction Em busca de um culpado - T.01- C.02 "A segunda"

"As pessoas mais fortes sempre necessitam de alguém para protege-las"

-Ana

                           ~•×•~


Seoul, Coréia - Dakota Eloah Whright

  O cérebro humano é realmente interessante, ele controla tudo desde o corpo, aos nossos sentimentos e reações.

Se estamos felizes, sorrimos e ficamos eufóricos, mas se estamos com medo ou pavor, nosso corpo reage de uma forma estranha e complexa, nosso coração bate mais rápido e com mais precisão e força, chegando até a causar dor e começamos a suar.

Mas o pavor da morte é diferente, eu o senti em minha própria pele, e tentei fugir disso com todas as minhas forças restantes, meu corpo todo tremia e arrepios eram o que tiravam o meu sono nas noites seguintes.

A cada minuto se tornava pior, correr terminaria em tropeços e eu sei disso, tentei correr do que me deu pavor, mas ele me perseguiu todos os dias em meus pensamentos.

                             ~•×•~

Olho para a criança a minha frente, seus olhinhos me encarando eram tristes e desesperados, não gosto de cuidar de crianças por conta disso, não consigo vê-las sofrendo, minha vontade de chorar é grande, mas não posso, tenho que me manter forte.

- Doutora, vou ficar bem? - O olho sorrindo, em busca de tranquiliza-lo.

- Para ficar bem você tem que tomar seus medicamentos e comer sua comida. - Faço cócegas em sua barriga, o fazendo soltar algumas gargalhadas.

- Doutora, quando ele irá para a sala de quimioterapia? - A mãe da criança susurra em meu ouvido, a encaro tristemente, ela estava sofrendo, não posso imaginar como eu ficaria se descobrisse que minha irmã tinha um tumor no cérebro.

- Quando se passar uma hora após sua refeição, um enfermeiro o levará para a sala, tente o tranquilizar. - Coloco minha mão sobre seu ombro tentando consolar-la  e vou em direção a porta, saído do quarto da criança.

Me apoiei sobre a porta e suspirei, realmente não era fácil ser uma neurologista, principalmente se seu paciente for uma criança, ver seus olhinhos esperançosos sobre você, em busca de uma cura para sua própria sobrevivência.

Minha irmãzinha é igual a este garoto, a esperança dela está em mim e em Juan.

  - Doutora! - Vejo uma das secretárias do hospital correr em minha direção com algo em mãos - Uma carta endereçada a Doutora Whright foi entregue na secretaria, sei que este será seu último paciente, então achei melhor entregá-la agora. - Seu sorriso era extremamente gentil.

- Tudo bem, muito obrigada. - Retribuí seu sorriso, colocando a carta em meu bolso.

                            ~•×•~

  Meu próximo e último paciente do dia,  é um homem.

  Namjoon... Em seu documento médico não há nada de errado, mas ele exige um raio-x, pois bateu sua cabeça fortemente e agora pensa que pode estar com algum tipo de traumatismo.

Sem perceber, minha risada irônica resoôu pelo corredor vazio do hospital, realmente era ridículo.

Ao chegar no quarto deste paciente, vejo-o  brigando com um dos enfermeiros.

- Irei processar este hospital se eu morrer! - Soltei mais uma risada irônica e ele notou minha presença no quarto.

- Se estiver morto não poderá nos processar. - O enfermeiro entra na brincadeira, rindo.

- Talvez eu possa Doutora... - Ele tenta encontrar minha identificação no jaleco. - Whright.

- Senhor Namjoon? - Pigarreio levemente na tentativa de voltar para o assunto principal - Não vejo nada de errado com seu crânio, o senhor pode voltar para sua casa sem nenhuma preocupação.

- Muito obrigada, fico feliz de haver alguém competente neste hospital. - Ele encara o enfermeiro que continua a sua frente - Poderia me dar seu número, apenas por questões médicas ? - Ele aponta para sua cabeça, provavelmente remendada pelo enfermeiro.

- Se precisar de algo ligue para o hospital. - Sorrio e me viro na direção da saída do quarto, mas volto ao me lembrar de algo - Se sentir dores fortes em sua cabeça, não se desespere, são apenas reflexos da batida recente.

- Obrigado. - Ele sorri em forma de agradecimento, seu sorriso é muito bonito, mas ao mesmo tempo fofo por conta de suas covinhas. Ao encarar aquele sorriso me vejo perdida no mesmo, o analisando mentalmente.

Quando acordo para a realidade, olho para o relógio em meu pulso... Droga! Estou atrasada!

- Meu turno acabou, espero ter ajudado. - Sorrio e saio finalmente do quarto, seguindo para o estacionamento.

                              ~•×•~

  - Como foi seu dia Lili? - Encaro minha irmãzinha, pelo espelho retrovisor de meu carro branco.

- Eonni... Você não pode ir para a escola comigo? - Seus olhinhos escuros piscavam diversas vezes, tentando amolecer meu coração.

- Por que, meu amor? - Ao contrário de minha irmã, eu sorria abertamente tentando amenizar a situação.

- Na escola uma garota fica me incomodando e pegando meus lanches, ela realmente não gosta de mim, fica falando para todos que eu não mereço o que tenho e mais coisas malvadas. - Sua cara triste quebrava meu coração, eu com certeza conversaria com os pais dessa criança.

  - Dá próxima vez fale com a diretoria da sua escola! Você não pode ser ingênua deste jeito Lilian! - Minha intenção não era ser dura com minhas palavras, mas minha irmã começou a chorar.

  Minha atenção na direção do carro foi totalmente desviada, tive que encosta-lo numa calçada e conversar com a minha irmã.

- Se acalme, só estou tentando te dar um conselho, juro que não levantei a voz para lhe dar uma bronca. - Meu sorriso era completamente sincero, mas igualmente desesperado, não queria ver minha irmã triste.

Meu coração se tranquilizou ao vê-la parar de derramar lágrimas.

  - Um dia eles vão parar de me zoar? - A olho com carinho.

- Claro amor, um dia eles irão notar a pessoa maravilhosa que você é. - Desencostei o carro e tomei o rumo novamente para nossa casa.

  Minha irmã é uma pessoa totalmente sensível, mas por conta de sua condição mental.

Quando Lilian nasceu foi diagnosticada com autismo, seus amigos não conseguem lidar com seus surtos e amigos imaginários, os professores até tentam ajudar, mas ela só se acalma quando eu e Juan estamos por perto.

                              ~•×•~

  Ao chegarmos em casa Lilian começa a correr pela casa em busca de Juan, ela não consegue ficar longe dele, até parecem irmãos.

- Tio Juan! - Dou uma risada ao vê-lo lambuzado de farinha e outros ingredientes - O que você está fazendo? - Ela parecia confusa.

- Nosso jantar. - Ele sorri sujando o nariz dela com um pouco de farinha e a pegando no colo - Como foi seu dia?

- Já contei para a eonni, descubra com ela. - Ela sorri sapeca, se debatendo para que Juan a solte.

Ao ser solta ela corre para a porta que leva ao jardim, ela gosta de brincar com as rosas de lá, fala que elas são suas amigas.

- E como foi o seu dia dona Eloh? - Não consigo ficar séria ao ouvir o apelido que Juan me déra a muito tempo.

- O mesmo de sempre. - Coloco minha bolsa sobre a mesa da sala.

- Igualmente. - Ele suspira cansado - Fiquei quase três horas tentando gerenciar sua conta bancária, ainda não sei o porquê de ter me dado esse trabalho todo, o dinheiro é seu! - Ele faz um biquinho imitando uma criança birrenta.

- Você é a pessoa que mais confio, pare de agir como uma criança! - Solto uma gargalhada ao vê-lo colocar as mãos na cintura sujando sua camiseta, ele me olhava indignado - Tudo bem criança, vou comprar um sorvete para você depois.

Sua animação era como a de Lili, totalmente infantil, apesar da diferença de idade, quando nos conhecemos ele era exatamente assim.

Juan foi meu primeiro e único amigo na Coréia, sempre esteve ao meu lado, principalmente depois da chacina, seu apoio foi imenso.

Só de lembrar deste dia meu corpo estremece...

                            ~•×•~
                              Flashback on:

Eu olho as pessoas passando pela calçada da rua, cada uma vestida de um jeito diferente, acompanhados ou não, e eu dentro de uma sala cheia de pessoas da minha idade, mas praticamente sozinha.

Todos prestavam atenção na aula de matemática, enquanto eu olhava a rua por trás da janela transparente.

  Notei que tudo estava muito quieto fora da minha classe, as pessoas que estavam passando pela calçada simplesmente pararam de aparecer, mais ninguém passou, apenas o barulho do vento rebatendo as árvores perto da escola podiam ser ouvidos.

O silêncio era tanto que a cada palavra dita pela professora parecia um grito ensurdecedor.

Mas  do nada começo a ouvir barulhos fortes, pareciam talvez... Tiros.

E foi nesse momento que tudo começou a piorar, meus colegas caíndo ao chão com buracos de tiros em seus corpos, e eu jogada em frente àquele mar de sangue tentando escapar da morte.

De alguma forma consegui sair daquela escola, minha casa não era tão longe, comecei a correr com todas as minhas forças.

  Olhei apenas uma vez para trás e notei uma pessoa correndo atrás de mim, ele parecia querer me alcançar de qualquer modo, mas em alguns instantes desistiu.

  Corri com tanta força que ao tropeçar, meu joelho se tornou carne viva, minha pele estava completamente suja por causa do asfalto nojento da rua, mas me levantei e continuei correndo.

  Em fim consegui chegar em casa, meu choro era contínuo, mas fiquei mais assustada ao ser recebida por uma carta grudada no batente da porta.

  Não recebemos cartas, nunca recebemos, seria apenas uma coincidência ?

Eu tive que abrir a carta, meu medo era grande, mas a curiosidade era maior.

Era apenas uma folha comum de papel, branca, mas manchada com a tinta preta de uma caneta, formando o número 6, apenas isso, o que significava? Por quê eu recebi isso?

Tentei achar meu pai e minha madrasta na casa, mas me lembrei que os dois tinham ido a uma reunião na minha escola, provavelmente eles estariam sem vida no momento.

A única coisa que consegui fazer foi me ajoelhar no chão e chorar copiosamente.

                              ~•×•~
                               Flashback off:

O único ponto bom naquele dia foi minha irmã, ao menos minha irmã continuava junto a mim.

Eu reclamava com meus pais por não deixá-la em uma creche, mas foi isso que salvou a vida dela.

As únicas coisas não materiais que me sobraram foram Lilian e Juan, as riquezas que meus pais deixaram não tem o mínimo valor para mim, apesar de me sustentarem.

Me lembrei da carta que a secretária do hospital me entregou, fui até minha bolsa e a tirei de lá, Juan já estava na cozinha novamente terminando o jantar.

É igual aquela carta, completamente normal, apenas o conteúdo pode ser diferenciado e macabro, como uma surpresa que eu não gostaria de receber.

Abri a carta com receio e desta vez não era apenas um número, mas uma carta praticamente normal, genérica, ao menos foi o que achei antes de lê-la.

A carta me convocava para capturar o culpado de toda essa desgraça, eu primeiramente achei que fosse uma brincadeira idiota, já lidei com muitas destas brincadeiras ridículas.

Mas ao ler o destinatário notei que não era uma brincadeira tosca, mas um pedido de ajuda para realmente capturar esse desgraçado.

Número 7, apenas isso no destinatário, mas era o suficiente para eu entender que se tratava da sétima vítima.

 O suficiente para atiçar minha curiosidade sobre o último caso da chacina.

 Era quase engraçado como ela foi a única que conseguiu se manter intacta quanto aos jornalistas.

Minha desconfiança é enorme, mas eu não poderia deixar de me sentir prestativa a esta convocação.

 Eu com toda certeza iria, principalmente para saciar minha curiosidade...


Notas Finais


Parabéns a @declinios por criar a Doka, sua personagem estava incrível!

Com certeza você mereceu seu lugar nesta fanfic <3

Espero que tenham gostado do segundo capítulo de "Em busca de um culpado".


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